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Resumo de História: Economia açucareira

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1 
A ECONOMIA AÇÚCAREIRA 
1. PERÍODO PRÉ-COLONIAL:
A concepção que orientou a estrutura da exploração econômica na 
colônia portuguesa foi claramente mercantilista. Ao adotar essa politica, o 
principal objetivo era gerar lucros cm grande escala para o comercio e a 
Coroa de Portugal. Por isso, desde o começo a economia da colônia 
assumiu caráter exportador ou agroexportador. Para maior rentabilidade, 
a economia se baseava na monocultura de produtos tropicais, na grande 
propriedade da terra e no trabalho escravo. Com êxito, essa politica 
definiria as características básicas de toda a colonização portuguesa na 
América. 
Um produto de luxo. 
Antes de ser cultivada na América portuguesa, a cana-de-açúcar 
fez um longo caminho desde que saiu da Ásia, de onde é originaria. 
Trazida para o Ocidente pelos árabes, no século XIII já era cultivada 
no sui da península Itálica e na península ibérica (regiões sob 
domínio muçulmano). Consta que, em 1300, já se vendia na Europa o 
açúcar produzido na península Ibérica. Produzido em pequena 
quantidade, era um artigo extremamente caro, considerado uma 
especiaria. Segundo o historiador Caio Prado Júnior, "o açúcar 
entrava até nos enxovais de rainhas como um dote valioso". 
Com o inicio das expedições marítimas, os portugueses 
introduziram o cultivo da cana nas ilhas do Atlântico. Inicialmente, o 
açúcar fabricado nessa região era distribuído por comerciantes da 
península Ibérica, passando depois para as mãos dos flamengos. O 
mercado consumidor se expandia rapidamente. Dessa forma, os 
portugueses puderam fazer nas ilhas do Atlântico um ensaio do que 
viria a ser o empreendimento açucareiro instalado em larga escala na 
colônia americana. 
2 
 
Açúcar e povoamento. 
 
As primeiras mudas de caria foram trazidas para a América por 
iniciativa de Martini Afonso de Sousa e plantadas no núcleo fundado por 
ele em São Vicente. Com as mudas, vieram também alguns peritos nas 
técnicas de produção de açúcar. 
Em seguida, tentou-se, com maior ou menor sucesso, produzir açúcar 
em varias capitanias hereditárias. Quando a Coroa criou o cargo de 
governador-geral, era o desenvolvimento da lavoura canavieira que tinha 
em mira. O regimento de Tomé de Sousa previa o incentivo dessa cultura 
por meio da concessão de vantagens aos colonos, como isenção 
temporária de impostos. 
 
Condições para o êxito da produção. 
 
Plantada nas capitanias da Bahia e de Pernambuco, a cana-de-
açúcar consolidaria a colonização portuguesa na América. 
Algumas circunstancias econômicas, históricas, geográficas e ecológicas 
se combinaram para que isso se tornasse possível. Entre elas: 
 A experiência portuguesa nas ilhas do Atlântico; 
 A existência, na Colônia, de condições ecológicas apropriadas, 
sobretudo o clima tropical e o solo de massapé (terra argilosa, 
especialmente fértil para a cultura da cana-de-açúcar); 
 A possibilidade de obtenção de créditos de banqueiros holandeses 
dispostos a financiar a produção e o transporte do açúcar até portos 
europeus; 
 O interesse de capitalistas flamengos em refinar na Holanda a maior 
pane do açúcar bruto que era produzido na Colônia portuguesa e 
comercializa-lo na Europa. 
 
Já em meados do século XVI, Pernambuco e Bahia se tomaram os 
principais centros produtores de açúcar da Colônia. As duas capitanias 
contavam com adequado regime de chuvas e terras de boa qualidade próximas 
da costa ou de grandes rios. Essas características foram decisivas, pois assim 
não havia a necessidade de explorar o interior do continente dominado por 
3 
 
paisagem e povos hostis. Por volta de 1585, Pernambuco dispunha de 66 
engenhos e a Bahia, de 36, de m total de 120 existentes na Colônia. Nessa 
Época a produção anual de açúcar chegava a 400 mil arrobas (ou 6 mil 
toneladas). 
 
O engenho. 
 
A unidade de produção do açúcar era o engenho. A palavra designava 
inicialmente apenas o moinho onde se fazia a moagem da cana. Com o tempo, 
passou a incluir também o canavial, as pastagens, as maquinas e o conjunto 
das edificações, fossem elas destinadas ou não à produção. 
Situada cm geral num local mais elevado das tetras do engenho, ficava 
a casa-grande, residência do proprietário. Localizada nas proximidades, a 
senzala era a habitação coletiva dos escravizados. A capela, local dos cultos 
religiosos e de encontro dos moradores dos arredores, completava o cenário 
do engenho. A produção do açúcar era uma operação complexa que passava 
por varias fases. Apos o cone, a caria era transportada para a moagem. O 
caldo extraído na moagem seguia para a casa de caldeiras, onde era fervido e 
transformado em melaço. Depois de esfriar, passava para a casa de purgar. Ali 
se procedia à "purga", isto e, a drenagem e a secagem do açúcar. Para isso, o 
melaço era depositado em formas de barro. 
 
Monocultura da fome. 
 
A produção para a subsistência constituía uma questão problemática na 
vida colonial, pois a maior parte dos esforços concentrava-se na monocultura 
da cana-de açúcar. A consequência disso foram às crises de fome que 
afetaram a colônia, como ocorreu na Bahia em 1638 e 1750, e no Rio de 
Janeiro, em 1660, 1666 e novamente de 1680 a 1682. O governo português 
foi obrigado a estabelecer uma lei obrigando os colonos a plantar mandioca e 
outros alimentos. 
 
 
 
 
4 
 
Presença holandesa. 
 
No decorrer dos séculos XVI e XVII, o açúcar torna-se popular e 
indispensável na dieta dos europeus. O aumento do consumo provocou 
também um aumento no preço do produto e a América portuguesa era a 
grande fornecedora desse produto. Todo o processo de comercialização do 
produto, sob responsabilidade quase exclusiva dos holandeses, foi de grande 
importância para a popularização do açúcar no continente europeu. 
Os senhores de engenhos passou a investir maciçamente na produção 
de açúcar, fazendo uso de mão de obra escrava para a realização das tarefas 
que envolviam o corte da cana e a produção em larga escala do açúcar. 
Outras atividades econômicas. 
 
Ao lado da produção de açúcar, outras atividades Foram desenvolvidas 
na colônia, entre as quais as lavouras de fumo e de algodão e a pecuária. 
 
Fumo e algodão. 
 
A exemplo do que aconteceu com a mandioca, o fumo foi outro produto 
incorporado da cultura indígena. Logo passou a ser produzido para exportação, 
embora tivesse menor importância que o açúcar. O cultivo de fumo era viável 
em pequena escala, o que permitiu que fosse praticado, também por pequenos 
proprietários estabelecidos nas imediações do Recôncavo Baiano, logo 
convertido na maior região produtora. 
Não existem estatísticas sobre a exportação do fumo nos séculos XVI e 
XVII, mas sabemos da importância do produto no trafico negreiro, quando era 
usado como mercadoria de troca para a obtenção de escravos na costa 
africana. Da mesma forma que a mandioca e o fumo, o algodão já era 
conhecido dos indígenas. Ainda no século XVI, os colonos passaram a cultivá-
lo e emprega-lo como matéria-prima na produção de tecidos turísticos que 
vestiam os escravizados. 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Pecuária. 
 
A vasta área que constitui o interior do Nordeste brasileiro de hoje, o 
chamado sertão, foi ocupada pela pecuária. Ate o final do século XVI, essa 
atividade era praticada nos próprios engenhos, onde se empregava a força dos 
animais para fazer a moenda funcionar. O gado também era usado como 
transporte ate os portos de embarque do açúcar, e sua came, depois de 
salgada e secada ao sol, destinava-se a alimentação nos engenhos. Assim, as 
terras litorâneas foram ocupadas gradativamente peta cana-de-açúcar, ao 
mesmo tempo em que os rebanhos aumentavam. 
Com o espago cada vez mais reduzido para a pastagem, a criação de 
gado acabou se deslocando para o interior do continente. O avanço não foi 
pacifico, pois os indígenas opuseram forte resistência aos invasores. Na Bahia, 
por exemplo, o govenador chegoua recorrer a grupos armados de São Paulo, 
os sertanistas de contratos, para enfrentar os indígenas da região. Os que 
sobreviviam aos conflitos eram transformados em mão de obra escrava nos 
engenhos e nas fazendas de gado. 
Apesar dos contratempos, porem, a pecuária se expandiu para todo o interior 
do Nordeste, acompanhando o curso dos rios, como o São Francisco, o 
Jaguaribe e o Parnaíba, e garantindo a ocupação desse vasto trecho de terra. 
Diferentemente da região produtora de açúcar, a sociedade que se formou em 
função da criação de gado era mais flexível. O peão era um trabalhador livre 
que, apos alguns anos de trabalho, tinha direito a uma participação no rebanho, 
recebendo, como pagamento uma cria cm cada quatro. Assim, com o tempo, 
ele conseguia formar sua própria criação. A pecuária sertaneja tinha seu 
mercado na própria Colônia. Nos séculos XVI e XVII, abastecia apenas os 
engenhos e os núcleos de povoamento do litoral. No entanto, no século XVIII, 
com o povoamento das áreas de mineração, a criação de gado ganhou espaço 
e acabou se transformando em importante atividade econômica do país.

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