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Introdução ao SUAS

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AT 1
INTRODUÇÃO AO 
SISTEMA ÚNICO DE 
ASSISTÊNCIA SOCIAL
2 32
S
U
M
Á
R
IO
3 UNIDADE 1 - Introdução
5 UNIDADE 2 - A trajetória do Sistema Único da Assistência Social – SUAS
10 UNIDADE 3 - O SUAS: Antes e Depois
17 UNIDADE 4 - A Norma Operacional Básica - NOB/SUAS
17 4.1 A divisão de competências e responsabilidades entre as três esferas de governo
21 4.2 Os níveis de gestão de cada uma dessas esferas
22 4.3 Quadro sinótico com os principais instrumentos de gestão para elaboração do Plano de Assistência Social
23	 4.4	A	forma	de	gestão	financeira	e	orçamentária
30 UNIDADE 5 - NOB/RH
33 UNIDADE 6 - Atuação de psicólogos e assistentes sociais na assistência social
33 6.1 O Serviço Social e a Assistência Social
35 6.2 Psicologia e Assistência Social
37 6.3 Atuação de assistente sociais na Assistência Social
41 6.4 Atuação de psicólogos(as) na Assistência Social
46 REFERÊNCIAS
2 33
UNIDADE 1 - Introdução
Com esta notícia vinda da Agência Sena-
do, iniciamos o nosso curso de Gestão do 
SUAS:
O Sistema Único de Assistência Social 
(SUAS) agora é lei. O Projeto de Lei da Câma-
ra dos Deputados nº 189/10 que criou o sis-
tema, foi sancionado em junho de 2011 pela 
presidente Dilma Rousseff durante cerimô-
nia realizada no Palácio do Planalto, com a 
presença dos presidentes do Senado; da 
Câmara; além de ministros; senadores; de-
putados federais e representantes da área 
de assistência social. A proposta, de autoria 
do Poder Executivo, foi aprovada pelo Se-
nado no dia 8 de junho (BAPTISTA, 2011).
Quanto ao formato, a agência de notícias 
do Senado informa que o SUAS é inspira-
do no modelo do Sistema Único de Saúde 
(SUS), com atendimento e organização dos 
serviços em bases regionais (abrangên-
cias municipal, estadual ou regional), e tem 
como objetivo garantir o direito à assistên-
cia social e proteção das famílias e indivídu-
os em situação de risco e vulnerabilidade 
social. 
Na realidade, o SUAS foi criado em 15 
de julho de 2005, por meio da resolução 
do Conselho Nacional da Assistência Social 
(CNAS). A coordenação nacional do sistema 
é do Ministério do Desenvolvimento Social 
e Combate à fome (MDS), mas a gestão dos 
serviços é feita, de forma descentralizada, 
por municípios, Estados e Distrito Federal. A 
fiscalização é de responsabilidade dos con-
selhos de assistência social, integrados por 
representantes dos governos e sociedade 
civil. Faltava ao sistema, entretanto, reco-
nhecimento legal. Com a sanção da Presi-
dência da República, o SUAS, que já tem a 
adesão de 99,5% dos municípios brasilei-
ros, passa a vigorar como lei.
Atualmente, o Sistema conta com cerca 
de 7,6 mil Centros de Referência de Assis-
tência Social (CRAS) e 2,1 mil Centros de 
Referência Especializados de Assistência 
Social (CREAS), nos quais cerca de 220 mil 
profissionais atuam para assegurar os direi-
tos da população mais vulnerável. 
Além disso, 3,7 milhões de idosos (65 
anos ou mais) e pessoas com deficiência re-
cebem o Benefício de Prestação Continua-
da (BPC) no valor de um salário mínimo. No 
Projovem Adolescente, são 642 mil rapazes 
e moças beneficiados, e no Programa de Er-
radicação do Trabalho Infantil (PETI), 819 
mil crianças (AGÊNCIA SENADO, 2011).
De antemão vale guardar que o 
Sistema Único de Assistência Social 
(SUAS) é:
 um sistema de proteção social público 
não-contributivo;
 com gestão descentralizada e partici-
pativa, que regula e organiza, no território 
nacional, os serviços, programas e benefí-
cios socioassistenciais; e que,
 a União, os estados, o Distrito Federal 
e os Municípios são corresponsáveis por sua 
gestão e co-financiamento.
Com essas notícias de instâncias do Go-
verno Federal, iniciamos o curso de Gestão 
do SUAS e esperamos que apreciem o ma-
terial buscando nas referências anotadas 
ao final da apostila subsídios para sanar 
possíveis lacunas que venham surgir ao lon-
4 54
go dos estudos.
Ressaltamos que, embora a escrita aca-
dêmica tenha como premissa ser científica, 
baseada em normas e padrões da acade-
mia, fugiremos um pouco às regras para 
nos aproximarmos de vocês e para que os 
temas abordados cheguem de maneira cla-
ra e objetiva, mas não menos científicos. 
Em segundo lugar, deixamos claro que este 
módulo é uma compilação das ideias de vá-
rios autores, incluindo aqueles que conside-
ramos clássicos, não se tratando, portanto, 
de uma redação original.
4 55
UNIDADE 2 - A trajetória do Sistema Único 
da Assistência Social – SUAS
Para compreender a Assistência Social 
é preciso analisá-la, de um lado, como re-
lação histórica das classes sociais frente 
à desigualdade social, resultante de uma 
tensão permanente entre capital e tra-
balho. De outro, por meio da condição do 
Estado como mediador desta questão, 
que historicamente na gestão da Assis-
tência Social defende ideias de igualda-
de, liberdade individual e práticas que 
as contrariam a partir de relações de fa-
vor, de dependência, determinadas por 
ações clientelistas, populistas, distancia-
das das reais necessidades da população 
(LAJÚS, 2010).
A sociedade brasileira em sua trajetó-
ria histórica concebe a Assistência Social 
como dever moral, com base no mérito 
individual, sob a perspectiva do supér-
fluo, das sobras, distante da concepção 
de política social, afirmadora de direitos, 
tendo como consequência o desenvolvi-
mento de políticas sociais compensató-
rias, residuais, que atendem apenas situ-
ações emergenciais.
A Assistência Social no Brasil até 1930 
esteve ligada ao paternalismo individual 
e institucional. Após este período com a 
introdução no país das primeiras formas 
de legislação social sistemática, o Esta-
do passa a reconhecer a questão social, 
mas no sentido de reprodução da clas-
se operária e como forma de integração 
das massas em apoio ao governo (LAJÚS, 
2010).
A institucionalização das políticas so-
ciais no Brasil, portanto, se dá vinculada a 
uma estrutura corporativista, enquanto 
sistema de dominação, que tem como ob-
jetivo a cooptação do operariado, a legiti-
mação do sistema, a reprodução da força 
de trabalho e a garantia do processo de 
acumulação.
Ao fim do Estado Novo acontece um 
processo de democratização do proces-
so político, com a elaboração de leis so-
ciais pelo Congresso Nacional, porém os 
trabalhadores não conseguem interferir 
na elaboração da legislação social e o Es-
tado privilegia o crescimento econômico, 
estabelecendo políticas sociais que aten-
dem apenas a questões emergenciais, 
não alterando em sua essência a questão 
social.
Quando nos anos de 1960, a sociedade 
passa por um processo de rearticulação, 
com reivindicação por parte da popula-
ção de melhores condições de vida e de 
trabalho, um golpe de Estado determina 
uma nova correlação de forças no quadro 
político. Os militares assumem o poder e 
as leis sociais passam a ser elaboradas 
por tecnocratas e orientadas por orga-
nismos vinculados à Presidência da Re-
pública e subordinadas aos preceitos da 
segurança nacional.
Segundo Lajús (2010), as políticas so-
ciais passam a ser usadas como forma de 
neutralizar a oposição, conseguir apoio 
ao regime, despolitizar a organização dos 
trabalhadores e reguladora do conflito 
social.
A crise da ditadura militar determi-
nou a emergência dos movimentos so-
ciais e com eles a exigência de um dire-
6 7
cionamento para as propostas sociais. A 
instauração do governo civil que se deu 
por uma aliança ampla, a partir do gover-
no militar e sob a hegemonia das forças 
conservadoras, manteve o modelo eco-
nômico, não aconteceram mudanças es-
truturais, não permitindo assim romper 
com a desigualdade e as políticas sociais, 
manteve o seu caráter assistencialista, 
emergencial, atendendo às reivindica-
ções imediatas da população como forma 
de conter o avanço dos movimentos or-
ganizados.
Em 1988, foi promulgada a nova cons-
tituição brasileira, que contou com forte 
apoio popular, permitido introduzir sig-
nificativos avanços na área social. A As-
sistência Social passa aser tratada como 
política pública, integrante da Segurida-
de Social, junto às políticas de Saúde e 
Previdência Social. O fato de alçar a As-
sistência Social à condição de política pú-
blica, direito do cidadão e dever do Esta-
do, implica na mudança de concepção da 
Assistência Social, retirando-a do campo 
da benemerência, do dever moral e do as-
sistencialismo para o dos direitos sociais.
[...] a assistência social brasileira 
deixou de ser, em tese, uma alterna-
tiva de direito, ou dever moral, para 
transformar-se em direito ativo ou po-
sitivo, da mesma forma que os deman-
dantes dessa assistência deixaram de 
ser meros clientes de uma atenção 
assistencial espontânea – pública e 
privada - para transformar-se em su-
jeitos detentores do direito à prote-
ção sistemática devida pelo Estado 
(PEREIRA, 1996, p.99-100).
O texto constitucional referente à As-
sistência Social remete a necessidade 
de regulamentação. Este processo du-
rou cinco anos e dependeu da pressão 
de setores organizados da sociedade. O 
primeiro projeto de Lei de nº 3099/89, 
mesmo tendo sido aprovado na Câmara 
e no Senado foi vetado na íntegra pelo 
Presidente Fernando Collor de Melo. Um 
expressivo e importante movimento pela 
regulamentação da Assistência Social 
determinou a aprovação da Lei nº 8742, 
de 07 de dezembro de 1993, Lei Orgânica 
da Assistência Social (LOAS) que dispõe 
sobre a organização da Assistência So-
cial.
A Assistência Social passa a ser direi-
to do cidadão e dever do Estado, política 
não contratual, que deve prover os míni-
mos sociais por meio de um conjunto arti-
culado de ações de iniciativa pública e da 
sociedade para garantir o atendimento 
às necessidades básicas.
Os objetivos da LOAS estão ligados à 
proteção da família, da infância, da ado-
lescência, da velhice, da habilitação e re-
abilitação profissional e a garantia de um 
salário mínimo mensal a idosos e pessoas 
portadoras de deficiência, que compro-
vem não possuir meios de prover a pró-
pria subsistência ou tê-la provida por sua 
família.
Segundo Lajús (2010), no enfrenta-
mento da pobreza, na garantia dos míni-
mos sociais, no provimento de condições 
para atender a contingência e a universa-
lização dos direitos sociais, a LOAS pres-
supõe como fundamental a integração 
das políticas setoriais.
Tem como princípios a supremacia do 
atendimento às necessidades sociais so-
6 7
bre as exigências da rentabilidade eco-
nômica, da dignidade, autonomia, direi-
to a benefícios e serviços de qualidade, 
igualdade de direito. Esta nova concep-
ção tem o significado de afastar a Assis-
tência Social da condição de assistencia-
lista, clientelista, mediada pelo favor.
A afirmação da Assistência Social é 
garantida legalmente pela descentrali-
zação político-administrativa, comando 
único das ações em cada esfera de gover-
no, a participação da população na for-
mulação e controle das ações e primazia 
da responsabilidade do Estado na condu-
ção desta política.
As políticas para a área passam a ser 
fixadas pela União, Estados e Municípios 
e aprovadas pelos Conselhos Nacional, 
Estaduais, do Distrito Federal e Munici-
pais de Assistência Social, instâncias de-
liberativas do sistema descentralizado 
e participativo de Assistência Social de 
composição paritária entre o governo e a 
sociedade civil, no sentido de garantia da 
afirmação e legitimidade da política.
A LOAS, ao respaldar a Assistência So-
cial tanto nos seus aspectos legais como 
políticos, dá um significado e um caráter 
novo que a afasta do assistencialismo, 
clientelismo, alçando-a a condição de 
política de seguridade dirigida à univer-
salização da cidadania social, garantindo 
direitos e serviços sociais de qualidade 
sob a responsabilidade do Estado e com 
a participação da população no controle 
das suas ações (LAJÚS, 2010).
Apesar de inegáveis avanços na cons-
trução da política, a tradição histórica 
da Assistência Social no Brasil tem-se 
constituído em dificuldade significativa 
para afirmação, consolidação da política 
de Assistência Social, pois contraditoria-
mente ao previsto na LOAS, ainda encon-
tram-se práticas de caráter assistencia-
lista, a partir de relações mediadas pelo 
favor.
Desde 1993, quando da promulgação 
da LOAS, existe um movimento perma-
nente de ações políticas com a participa-
ção dos profissionais da área, usuários, 
entidades de assistência social, conse-
lhos de direitos, entre outros, no senti-
do de consolidar a Política de Assistência 
Social. Como resultado concreto tem-se 
a Política Nacional de Assistência Social 
(PNAS) de 2004 e a NOB-SUAS.
Já na I Conferência Nacional de Assis-
tência Social, em 1995, a construção do 
SUAS é apresentada como forma de ope-
rar a Assistência Social na perspectiva de 
política pública de seguridade social, que 
tem no seu interior a possibilidade de am-
pliar o sistema de bem-estar-social, rom-
per com a fragmentação dos programas 
de Assistência Social, garantir a relação 
orgânica entre as três esferas de gover-
no como política de proteção social ativa.
O SUAS hoje é uma realidade do pon-
to de vista legal e sua implantação vem 
ocorrendo nas diferentes instâncias go-
vernamentais, mas a realidade política, 
econômica, social e cultural brasileira se 
constitui num importante desafio para 
sua consolidação.
A linha do tempo apresentada abaixo 
retrata de maneira didática, clara e su-
cinta, a trajetória percorrida pela Assis-
tência Social no Brasil, tomando como 
ponto de partida o ano de 1937.
8 9
1937 1988 1990
A assistência social
como campo de ação
governamental registra
no Brasil duas ações
inaugurais: a criação do
Conselho Nacional de
Serviço Social (CNSS); e,
na década de 40, a
criação da Legião
Brasileira de Assistência
(LBA).
Promulgada a Consti-
tuição que reconhece 
a assistência social 
como dever de Estado 
no campo da seguri-
dade social e não mais 
política isolada e com-
plementar à Previdên-
cia.
Primeira redação: A Lei 
Orgânica da Assistência 
Social (LOAS) é vetada no 
Congresso Nacional.
1977 1989
É criado o Ministério da 
Previdência e Assistência 
Social, baseado na cen-
tralidade e exclusividade 
da ação federal.
Cria-se o Ministério do Bem Estar Social que, na con-
tramão da CF, fortalece o modelo simbolizado pela 
LBA (centralizador, sem alterar o modelo já existen-
te).
8 9
1993 1998 2004
Negociação de movimen-
to nacional envolvendo 
gestores municipais, es-
taduais e organizações 
não governamentais com 
o Governo Federal e re-
presentantes no Con-
gresso permitiram a apro-
vação da LOAS. Inicia-se 
o processo de construção 
da gestão pública e parti-
cipativa da assistência so-
cial através de conselhos 
deliberativos e paritários 
nas esferas federal, esta-
dual e municipal.
Nova edição da NOB 
diferencia serviços, 
programas e projetos; 
amplia as atribuições 
dos Conselhos de As-
sistência Social; e cria 
os espaços de nego-
ciação e pactuação 
– Comissões Interges-
tores Bipartite e Tri-
partite que reúnem 
representações muni-
cipais, estaduais e fe-
derais de Assistência 
Social
Criação, em 23 de janei-
ro de 2004, do MDS, em 
substituição ao Ministé-
rio da Assistência Social 
e o responsável pelas 
políticas nacionais de de-
senvolvimento social, de 
segurança alimentar e 
nutricional, de assistên-
cia social e de renda de 
cidadania no país. Publi-
cação em 28/10/04, da 
nova PNAS que define o 
novo modelo de gestão 
para a nova política de se-
guridade social: o SUAS.
1997 2003 2005
Editada NOB que concei-
tua o sistema descentra-
lizador e participativo, 
amplia o âmbito de com-
petência dos governos 
Federal, municipais e es-
taduais e institui a exi-
gência de Conselho, Fun-
do e Plano Municipal de 
Assistência Social para o 
município poder receber 
recursos federais.
IV Conferência Nacional 
de Assistência Social – 
realização de um gran-
de debate nacional para 
avaliação dos 10 anos 
de regulamentação da 
assistência social no 
país tendo como base a 
pesquisa “LOAS + 10 – 
Avaliação dos Dez Anos 
de Implementaçãoda 
LOAS: o olhar dos Conse-
lhos Estaduais”. Um dos 
apontamentos do even-
to foi a construção e im-
plementação do SUAS.
Publicação, em 15/07/05, 
da NOB/SUAS regula-
mentando o disposto na 
PNAS 2004 e definindo 
os parâmetros para a re-
gulamentação e implan-
tação do SUAS.
V Conferência Nacional 
de Assistência Social e 
criação dos CRAS e CRE-
AS.
10 1110
UNIDADE 3 - O SUAS: Antes e Depois
Integram o Sistema Único de Assis-
tência Social (SUAS), órgãos, instân-
cias, entidades e trabalhadores dos 
três entes federados, sendo:
 Órgãos gestores;
 Instâncias de controle social como os 
conselhos de assistência social;
 Instâncias de pactuação como as 
Comissões Intergestores Bipartite (CIB) e 
Tripartite (CIT);
 Instâncias de deliberação - Confe-
rências de Assistência Social;
Também são parte do sistema, todos os 
trabalhadores que planejam e operam a 
política em todo o território nacional. São 
importantes componentes, ainda, para a 
realização do SUAS a atuação das instân-
cias de articulação política em torno da 
sua implementação:
 o Colegiado Nacional de Gestores 
Municipais de assistência social (CONGE-
MAS) e suas referências estaduais e mu-
nicipais;
 o Fórum Nacional de Secretários Es-
taduais de Assistência Social (FONSEAS); 
e,
 os Fóruns de discussão política.
O Fórum Nacional de Secretarias de 
Estado de Assistência Social (FONSEAS) 
e o Colegiado Nacional de Gestores Muni-
cipais de Assistência Social (CONGEMAS) 
são reconhecidos como as entidades que 
representam, respectivamente, as secre-
tarias estaduais e as secretarias munici-
pais de assistência social, responsáveis 
para indicação dos seus representantes 
na Comissão Intergestores Tripartite – CIT.
Os Colegiados Estaduais de Gestores 
Municipais de Assistência Social (COEGE-
MAS) são reconhecidos como as entida-
des que representam as secretarias muni-
cipais de assistência social, responsáveis 
para indicação da suas reapresentações 
nas Comissões Intergestores Bipartite – 
CIB.
Os COEGEMAS são reconhecidos como 
entidades que representam as secreta-
rias municipais de assistência social, des-
de que vinculados institucionalmente ao 
CONGEMAS, na forma que dispuser seus 
estatutos.
As CIB se constituem como espaços 
de interlocução de gestores, conforme 
disposto na NOB/SUAS 2005, sendo um 
requisito central em sua constituição a 
representatividade do Estado e dos mu-
nicípios em seu âmbito, levando em conta 
o porte dos municípios e sua distribuição 
regional. Isto porque os seus membros 
devem representar os interesses e as ne-
cessidades coletivas referentes à política 
de assistência social de um conjunto de 
municípios e/ou de todos os municípios, 
dependendo da representação. 
As CIB são instâncias com particulari-
dades diferenciadas dos conselhos e não 
substituem o papel do gestor. Cabem a 
essas um lugar importante para pactuar 
procedimentos de gestão a fim de qualifi-
cá-la para alcançar o objetivo de ofertar e/
ou de referenciar serviços de qualidade ao 
10 1111
usuário. 
As CIB atuam no âmbito estadu-
al com a seguinte composição:
I. (três) representantes dos estados 
indicados pelo gestor estadual de As-
sistência Social; 
II. (seis) gestores municipais indica-
dos pelo COEGEMAS, observando a re-
presentação regional e porte dos mu-
nicípios, de acordo com o estabelecido 
na Política Nacional – PNAS, sendo 02 
(dois) representantes de municípios 
pequeno porte I; 01 (um) representan-
te de municípios de porte II; 01 (um) 
representante de municípios de médio 
porte; 01 (um) representante de muni-
cípios de grande porte; 01 (um) repre-
sentante da capital. 
Os representantes titulares e su-
plentes deverão ser de regiões dife-
rentes, de forma a contemplar as di-
versas regiões do estado. É importante 
observar na substituição ou renovação 
da representação municipal, a rotativi-
dade entre as regiões. Esta nova com-
posição da CIB será adotada de acordo 
com o tamanho do estado, distâncias 
internas, porte de municípios e núme-
ro de municípios no estado. 
O regimento interno das CIB deverá 
obedecer à minuta padrão pactuada 
pela CIT e aprovada pelo CNAS. 
Todas as pactuações da CIB deverão 
ser encaminhadas ao Conselho Esta-
dual para conhecimento ou apreciação 
e deliberação e serem encaminhadas 
para conhecimento dos Conselhos Mu-
nicipais, CIT e Conselho Nacional de As-
sistência Social. 
As Competências das CIB são: 
I. pactuar a organização do Sistema 
Estadual de Assistência Social propos-
to pelo órgão gestor estadual, defi-
nindo estratégias para implementar e 
operacionalizar a oferta da proteção 
social básica e especial no âmbito do 
SUAS na sua esfera de governo; 
II. estabelecer acordos acerca de 
encaminhamentos de questões ope-
racionais relativas a implantação dos 
serviços, programas, projetos e bene-
fícios que compõem o SUAS; 
III. atuar como fórum de pactuação 
de instrumentos, parâmetros, meca-
nismos de implementação e regula-
mentação complementar à legislação 
vigente, nos aspectos comuns às duas 
esferas de governo; 
IV. pactuar medidas para aperfeiço-
amento da organização e do funciona-
mento do SUAS no âmbito regional; 
V. pactuar a distribuição/partilha 
de recursos estaduais e federais des-
tinados ao cofinanciamento das ações 
e serviços, sendo os últimos com base 
nos critérios pactuados na CIT e apro-
vados pelo CNAS; 
VI. pactuar critérios, estratégias e 
procedimentos de repasse de recur-
sos estaduais para o cofinanciamento 
das ações e serviços socioassistenciais 
para municípios; 
VII. estabelecer interlocução per-
manente com a CIT e com as demais 
CIB para aperfeiçoamento do processo 
de descentralização, implantação e im-
plementação do SUAS; 
12 13
VIII. observar em suas pactuações, as 
orientações emanadas pela CIT; 
IX. elaborar e publicar seu regimento 
interno; 
X. publicar as pactuações no Diário Ofi-
cial estadual, enviar cópia à Secretaria 
Técnica da CIT e divulgá-las amplamente; 
XI. submeter à aprovação do Conselho 
Estadual de Assistência Social as matérias 
de sua competência; 
XII. pactuar os consórcios públicos e o 
fluxo de atendimento dos usuários; 
XIII. avaliar o cumprimento dos pactos 
de aprimoramento da gestão, de resulta-
dos e seus impactos. 
XIV. estabelecer acordos relacionados 
aos serviços, programas, projetos e be-
nefícios a serem implantados pelo estado 
e municípios enquanto rede de proteção 
social integrante do SUAS no Estado. 
XV. Instituir Comissões Intergestores 
Bipartite Regionais; 
XVI. Pactuar Plano de Providências das 
ações do SUAS com gestores municipais.
A CIB Regional é o espaço colegiado de 
gestão regional, solidária e cooperativa, 
composta pelo conjunto de municípios 
que integram uma região de assistência 
social e representantes da gestão esta-
dual. 
Ela se constitui como lócus de inter-
locução e pactuação entre os gestores 
municipais e o estado nas decisões que 
afetam à região de assistência social, a 
exemplo da organização da rede regional 
de serviços da proteção social especial vi-
sando a integralidade da proteção social; 
articulação entre os serviços socioassis-
tenciais estaduais e municipais, públicos e 
privados, e, entre as demais políticas so-
ciai, a avaliação, monitoramento e acom-
panhamento dos serviços, etc.
A CIB Regional deve ser instituída por 
resolução da CIB conforme a identificação 
das regiões de assistência social e da ne-
cessidade de regionalizar as decisões re-
lativas ao SUAS. A abrangência da CIB Re-
gional e os municípios que a compõe são 
decisões a serem discutidas e pactuadas 
no âmbito da CIB, com a definição das regi-
ões de assistência social por meio dos da-
dos sobre incidência de situações de vul-
nerabilidade, risco e violação de direitos. 
Seu funcionamento é análogo ao fun-
cionamento da CIB no que se refere às de-
cisões por consenso, elaboração de regi-
mento interno, constituição de comissões 
e câmaras técnicas para discussão de as-
suntos específicos conforme a necessida-
de, entre outros. 
Cabe àCIB Regional: 
I. Pactuar a organização regional do 
SUAS e seus aspectos operacionais, de-
finindo estratégias para implementar e 
operacionalizar a oferta dos serviços, be-
nefícios, programas e projetos nas regi-
ões de assistência social; 
II. Negociar e pactuar as decisões sobre 
a regionalização dos serviços de proteção 
social especial de média e alta complexi-
dade, definindo os municípios sede para 
implantação dos serviços regionalizados 
de referência e os municípios vinculados, 
fluxos de encaminhamentos, cofinancia-
mento, gestão e gerência dos equipamen-
tos, etc.; 
12 13
III. Estabelecer prioridades a serem 
planejadas em âmbito regional, com base 
em diagnósticos, estudos e dados sobre a 
incidência de situações de violação de di-
reitos, vulnerabilidade e risco social; 
IV. Pactuar o plano regional de assis-
tência social; 
V. Construir processos de acompanha-
mento, monitoramento e avaliação da 
execução do plano regional de assistência 
social, junto com os conselhos de assis-
tência social; 
VI. Elaborar seu regimento interno; 
VII. Submeter suas decisões à aprova-
ção dos Conselhos de Assistência Social 
dos Municípios da Região de Assistência 
Social e do Estado; 
VIII. Coordenar o trabalho das comis-
sões especiais e câmaras técnicas. 
Em conformidade com o que disposto 
na NOB/SUAS/2005, a Comissão Interges-
tores Tripartite – CIT – é um espaço de ar-
ticulação entre os gestores (federal, esta-
duais e municipais), objetivando viabilizar 
a Política de Assistência Social, caracteri-
zando-se como instância de negociação e 
pactuação quanto aos aspectos operacio-
nais da gestão do Sistema Descentraliza-
do e Participativo da Assistência Social. 
É organizada no âmbito federal 
com a seguinte composição: 
I. 5 (cinco) membros representando a 
União, indicados pelo Ministério do De-
senvolvimento Social e Combate à Fome e 
seus respectivos suplentes; 
II. 5 (cinco) membros e seus respecti-
vos suplentes representando os estados 
e o Distrito Federal, indicados pelo FON-
SEAS; 
III. 5 (cinco) membros e seus respecti-
vos suplentes representando os municí-
pios, indicados pelo CONGEMAS. 
O Regimento Interno da CIT deverá 
obedecer à minuta padrão aprovada pelo 
CNAS. 
Compete à Comissão Intergestores 
Tripartite: 
I. pactuar estratégias para implantação 
e operacionalização do Sistema Único da 
Assistência Social; 
II. estabelecer acordos acerca de enca-
minhamentos de questões operacionais 
relativas à implantação dos serviços, pro-
gramas, projetos e benefícios que com-
põem o SUAS; 
III. atuar como fórum de pactuação de 
instrumentos, parâmetros, mecanismos 
de implementação e regulamentação do 
SUAS; 
IV. pactuar os critérios e procedimen-
tos de transferência de recursos para o 
cofinanciamento de ações e serviços da 
assistência social para municípios; 
V. manter contato permanente com as 
Comissões Intergestores Bipartite – CIB – 
para troca de informações sobre o proces-
so de descentralização; 
VI. promover a articulação entre as três 
esferas de governo, de forma a otimizar a 
operacionalização das ações e garantir a 
direção única em cada esfera; 
VII. elaborar e publicar seu regimento 
interno; 
VIII. publicar e divulgar suas pactua-
ções; 
14 15
IX. submeter suas pactuações ao CNAS 
para apreciação e/ou aprovação (BRASIL, 
2010).
É importante pontuar que antes do 
SUAS, a descentralização atuava como 
um deslocamento de responsabilização e 
depois houve uma descentralização polí-
tico-administrativa efetiva.
Antes do SUAS, tanto no campo da as-
sistência social quanto no campo da ges-
tão governamental e não governamental, 
a regulação era insuficiente e havia uma 
imprecisão conceitual. Depois, a NOB, por-
tarias, resoluções, guias e manuais dentre 
outros instrumentos vieram para estabe-
lecer o marco regulatório inicial do SUAS, 
como por exemplo, as Portarias 440 e 
442 – regulamentação dos pisos.
Antes do SUAS, serviços, programas e 
projetos eram planejados e executados 
de forma fragmentada, segmentada e fo-
calizada no indivíduo. Posteriormente, a 
organização dos serviços passou a acon-
tecer de forma contínua e por níveis de 
proteção social (básica e especial), com 
foco prioritário de atenção à família, seus 
membros e indivíduos.
Antes do SUAS, era inexistente uma 
referência para o atendimento às famílias 
ou aos usuários da Assistência social. Com 
a PNAS/2004 houve o estabelecimento 
de duas referências para o atendimento 
das famílias e indivíduos: CRAS e CREAS, 
universalizando o acesso ao direito.
Antes do SUAS, havia desresponsabi-
lização do Estado na oferta de serviços e 
no atendimento à situação de violação de 
direitos. Após o SUAS, passou a ser dever 
do Estado a oferta dos serviços de refe-
rência local ou regional para a recomposi-
ção dos direitos violados.
Antes do SUAS, a organização de ser-
viços acontecia sem a consideração de 
territórios de vulnerabilidade e risco, o 
que mudou com a organização dos servi-
ços, programas, projetos e benefícios com 
base no território e em sua realidade.
Os serviços que antes retiravam as 
pessoas da convivência familiar e comu-
nitária passou a garantir o direito à con-
vivência familiar e comunitária. Antes ha-
via uma desarticulação dos serviços com 
os benefícios Socioassistenciais, depois 
passou a haver articulação dos serviços e 
benefícios (público prioritário no atendi-
mento são os beneficiários dos benefícios 
de transferência de renda: bolsa família e 
BPC).
O enfoque que acontecia na relação 
convenial entre gestores, implicando bu-
rocracia, demora e atraso no repasse de 
recursos, falta de autonomia na gestão 
por parte dos municípios e estados, en-
controu nova lógica de financiamento, es-
tabelecendo pisos de proteção social; re-
passe fundo a fundo automático e regular 
e critérios técnicos de partilha. A partir do 
esvaziamento de legitimidade das instân-
cias de articulação, pactuação e delibera-
ção, veio o fortalecimento das instâncias 
no processo decisório e no reordenamen-
to da rede socioassistencial.
Antes do SUAS, a estruturação de ser-
viços acontecia sem a devida integração 
em Sistema, sem definição de referências 
e contra referências, fluxos e procedi-
mentos de recepção e intervenção social, 
gerando superposição e/ou paralelismo 
de ações. Após a implantação do SUAS, vi-
mos o estabelecimento de regras, fluxos 
14 15
e procedimentos na lógica de um sistema 
padronizado nacionalmente, devidamen-
te garantindo o respeito às diversidades 
e especificidades regionais e locais. Com-
plementaridade entre os serviços (básica 
e especial): rede socioassistencial gover-
namental e não governamental com crité-
rios de qualidade.
A indefinição de atribuições/compe-
tências dos três níveis de governo quanto 
à gestão da política e seu financiamen-
to que era visível antes do SUAS passou 
por uma Normatização pactuada entre os 
gestores (Governo Federal, Estados e Mu-
nicípios), definindo as atribuições, com-
petências e responsabilidades de cada 
ente da federação na construção do SUAS 
(NOB/SUAS).
O Cofinanciamento de programas e 
serviços que eram decididos no âmbito 
do governo federal, especificamente para 
ações pré-definidas e sem autonomia 
para os municípios, passou a dar respeito 
a autonomia dos municípios na organiza-
ção dos serviços conforme a necessidade 
local e dos territórios.
Antes, o desenvolvimento de ações 
acontecia sem base de dados qualificada, 
dificultando o diagnóstico dos problemas 
e das potencialidades sociais, assim como 
o monitoramento e avaliação. Depois do 
SUAS, a elaboração e estruturação da 
REDE SUAS disponibiliza ferramentas in-
formacionais para gestão, controle social 
e financiamento, com possibilidades de 
insumo para monitoramento e avaliação, 
bem como para tomada de decisão quali-
ficada e controle social.
A ausência de processos continuados 
de capacitação e de política de recursos 
humanos passou a ser importante como o 
novo eixo da PNAS/04, a edição da NOB-
-RH.
Como instrumentosdo SUAS é im-
portante frisar:
 Normas Operacionais – NOB/SUAS 
e NOB-RH/SUAS;
 Índice SUAS – distribuição mais 
equânime dos recursos cobrindo regiões 
e estados com populações mais vulnerá-
veis;
 Rede SUAS – automatização de pro-
cessos de gestão;
 Rede SUAS – automatização de pro-
cessos de gestão local e finalização da 
automatização dos processos gerenciais 
- Suasweb gerencial;
 Indicadores de habilitação e Ges-
tão – Plano de controle e acompanha-
mento de gestão e das ações e serviços 
socioassistenciais no âmbito do SUAS;
 Criação de Núcleo de Monitora-
mento no DG/SUAS;
 Pesquisa de informação básica 
municipal (MUNIC, IBGE);
 Censo de entidades da rede priva-
da (PEAS, IBGE);
 Regulação – cofinanciamento/ser-
viços socioassistenciais/Decreto BPC/
Decreto artigo 3 da LOAS/Decreto Bene-
fícios Eventuais;
 Processo de trabalho CNAS – Sic-
nasweb.
 Pacto de Aprimoramento da Gestão 
Estadual / Incentivo para aprimoramento 
da Gestão Estadual /Plano de cogestão do 
16 1716
monitoramento dos serviços – acompa-
nhamento e supervisão (BRASIL, 2008).
Pelo exposto até o momento, não 
há dúvidas que os impactos provoca-
dos pelo SUAS são muitos, a saber:
 Maior racionalidade dos gastos em 
Assistência Social;
 Transparência nos gastos em Assis-
tência Social;
 Ampliação da efetividade das ações 
de Assistência Social;
 Melhoria na avaliação dos resultados 
da Assistência Social;
 Respeito ao pacto federativo;
 Marca política – consolidação da po-
lítica de Assistência Social como política 
pública;
 Definição do campo de intervenção 
da política de assistência social, com uni-
ficação de conceitos fundamentais. 
16 1717
UNIDADE 4 - A Norma Operacional Básica 
- NOB/SUAS
Como vimos, o SUAS reorganiza os ser-
viços, programas, projetos e benefícios re-
lativos à assistência social considerando as 
cidadãs e os cidadãos que dela necessitam. 
Garante proteção social básica e especial de 
média e alta complexidade, tendo a centrali-
dade na família e base no território, ou seja, o 
espaço social onde seus usuários vivem.
A Norma Operacional Básica – NOB – disci-
plina a operacionalização da gestão da Políti-
ca de Assistência Social, conforme a Consti-
tuição Federal de 1988, a LOAS e legislação 
complementar aplicável nos termos da Polí-
tica Nacional de Assistência Social de 2004, 
considerando a construção do SUAS, abor-
dando, dentre outras questões:
 a divisão de competências e responsa-
bilidades entre as três esferas de governo;
 os níveis de gestão de cada uma dessas 
esferas;
 as instâncias que compõem o processo 
de gestão e como elas se relacionam;
 os principais instrumentos de gestão a 
serem utilizados; e,
 a forma de gestão financeira que con-
sidera os mecanismos de transferência, os 
critérios de partilha e de transferência de re-
cursos. 
O CNAS aprovou também em 13/12/2006, 
a Norma Operacional Básica de Recursos Hu-
manos (NOB/RH) – instrumento responsável 
pela definição das responsabilidades na po-
lítica de trabalho na área. A NOB/RH foi uma 
das deliberações da 5ª Conferência Nacional 
de Assistência Social que aconteceu em de-
zembro de 2005.
Os princípios contidos na Norma engloba 
todos os trabalhadores do Sistema Único de 
Assistência Social (SUAS), órgãos gestores e 
executores de ações, serviços, programas, 
projetos e benefícios da área. Refere-se, 
também, a consórcios públicos e entidades e 
organizações da assistência social.
4.1 A divisão de competên-
cias e responsabilidades en-
tre as três esferas de gover-
no
Conforme estabeleceu a NOB/SUAS 
2005, o Sistema Único de Assistência Social 
comporta quatro tipos de Gestão: dos Muni-
cípios; do Distrito Federal; dos Estados; e, da 
União.
De acordo com suas competências, as es-
feras de gestão do SUAS assumem responsa-
bilidades na gestão do sistema e na garantia 
de sua organização, eficiência e efetividade 
na prestação dos serviços, projetos, progra-
mas e benefícios socioassistenciais.
Responsabilidades da gestão munici-
pal e do distrito federal:
1. Cumprir o que determina os arts. 14 e 
15 da LOAS, que estabelecem as competên-
cias dos municípios e Distrito Federal com a 
política de Assistência Social; 
2. Atender aos requisitos previstos no art. 
30 e seu parágrafo único da LOAS, incluído 
pela Lei nº 9.720/98, ou seja, a efetiva insti-
tuição e funcionamento do: 
a. Conselho de Assistência Social, de com-
posição paritária entre governo e sociedade 
18 19
civil; 
b. Fundo de Assistência Social, com orien-
tação e controle dos respectivos Conselhos 
de Assistência Social, sendo que o gestor do 
fundo deverá ser nomeado e lotado na Se-
cretaria Municipal de Assistência Social ou 
congênere; 
c. Plano de Assistência Social; 
d. Alocação de recursos próprios destina-
dos à Assistência Social, em seus respectivos 
Fundos de Assistência Social. 
3. Coordenar e organizar o SUAS em âmbi-
to local e Distrital; 
4. Garantir a integralidade da proteção so-
cioassistencial à população, exercendo essa 
responsabilidade de forma solidária e coope-
rativa com municípios, Estado e a União; 
5. Ofertar serviços em quantidade e quali-
dade aos usuários, conforme Tipificação Na-
cional de Serviços; 
6. Organizar a oferta de serviços de forma 
territorializada, em áreas de maior vulnera-
bilidade e risco, de acordo com diagnóstico 
sócio-territorial; 
7. Organizar a rede socioassistencial por 
níveis de proteção social básica e especial; 
8. Organizar, articular e coordenar toda a 
rede de entidades de assistência social vin-
culadas ao SUAS, com o objetivo de confor-
mar uma rede local organizada de proteção 
social às famílias e indivíduos em situação de 
vulnerabilidade e risco pessoal ou social; 
9. Organizar e regular o fluxo de referên-
cias entre a rede de serviços da Proteção So-
cial Básica e Especial, seja no município/DF 
ou município de referência, de acordo com a 
regionalização estabelecida, de modo a ga-
rantir o acesso da população; 
10. Estabelecer, em conjunto com outros 
municípios e o estado, mecanismos formais 
de cooperação intergovernamental que via-
bilize técnica e financeiramente serviços de 
referência regional; 
11. Participar da gestão do BPC, integran-
do-o a Política de Assistência Social do muni-
cípio e Distrito Federal, garantindo o acesso 
às informações a seus beneficiários; 
12. Manter estrutura para recepção, iden-
tificação, encaminhamento, orientação e 
acompanhamento dos beneficiários do BPC 
e dos Benefícios Eventuais; 
13. Realizar a Gestão Integrada de Servi-
ços, Benefícios e Transferência de Renda; 
14. Promover a articulação intersetorial 
dos serviços socioassistenciais com as de-
mais políticas públicas e sistema de garantia 
de direitos; 
15. Promover a participação da sociedade 
na elaboração da Política Municipal e do Dis-
trito Federal de Assistência Social, especial-
mente dos seus usuários; 
16. Estimular a mobilização e organização 
dos usuários e trabalhadores do SUAS para 
a participação nas instâncias de controle so-
cial da Política de Assistência Social; 
17. Garantir condições políticas, financei-
ras e materiais para o pleno funcionamento 
dos Conselhos Municipais de Assistência So-
cial e Conselhos Gestores de Unidades Pres-
tadoras de Serviços de Assistência Social, 
para o pleno exercício do Controle Social; 
18. Cofinanciar os serviços de proteção 
social básica e especial e benefícios eventu-
ais; 
19. Aperfeiçoar o Sistema Único de As-
sistência Social no âmbito local através da 
18 19
instituição da cultura permanente de plane-
jamento da gestão, organização e execução 
de serviços, programas e benefícios socioa-
ssistenciais; 
20. Publicizar os gastos com recursos pú-
blicos destinados à Assistência Social; 
21. Planejar, continuamente e de forma 
participativa, a política de Assistência Social 
em seu âmbito, submetendo-o à aprovação 
do Conselho de Assistência Social; 
22. Produzir, registrar, processar e utilizar 
informação como subsídio fundamental ao 
processo de planejamento egestão do SUAS 
e manter atualizadas as bases de dados dos 
subsistemas e aplicativos da REDE SUAS; 
23. Prestar informações que subsidiem o 
acompanhamento estadual e federal; 
24. Gerir os Programas de Transferência 
de Renda e Benefícios; 
25. Implantar os serviços de vigilância so-
cial; 
26. Instituir capacitação e educação per-
manente, para técnicos e conselheiros da as-
sistência social; 
27. Elaborar e executar a política de re-
cursos humanos de acordo com a NOB/RH; 
28. Monitorar a qualidade da oferta dos 
serviços vinculadas ao SUAS. 
Responsabilidades da Gestão Esta-
dual:
1. Cumprir o que determina o artigo 13 da 
LOAS, que estabelece as competências dos 
Estados com a política de Assistência Social; 
2. Atender aos requisitos previstos no art. 
30 e seu parágrafo único da LOAS, incluído 
pela Lei nº 9.720/98, ou seja, a efetiva insti-
tuição e funcionamento do: 
a. Conselho de Assistência Social, de com-
posição paritária entre governo e sociedade 
civil; 
b. Fundo de Assistência Social, com orien-
tação e controle dos respectivos Conselhos 
de Assistência Social, sendo que o gestor do 
fundo deverá ser nomeado e lotado na Se-
cretaria Municipal de Assistência Social ou 
congênere; 
c. Plano de Assistência Social; 
d. Alocação de recursos próprios destina-
dos à Assistência Social, em seus respectivos 
Fundos de Assistência Social. 
3. Organizar e coordenar o SUAS em âmbi-
to Estadual; 
4. Organizar a oferta de serviços de forma 
territorializada, em áreas de maior vulnera-
bilidade e risco, de acordo com diagnóstico 
sócio-territorial; 
5. Apoiar, técnica e financeiramente, os 
municípios para estruturação do SUAS; 
6. Organizar e garantir o acesso da popu-
lação à proteção especial; 
7. Promover a integração com o sistema 
de garantia de direitos, 
8. Organizar a oferta de serviços regio-
nais, de acordo com diagnóstico sócio-terri-
torial, que identifique a incidência de situa-
ções de vulnerabilidade, risco e violação de 
direitos; 
9. Coordenar o processo de definição dos 
territórios para implantação de serviços re-
gionalizados, realizado em conjunto com os 
municípios; 
10. Coordenar o processo de definição de 
competências do estado e dos municípios na 
gestão e cofinanciamento dos serviços re-
20 21
gionalizados; 
11. Coordenar o processo de definição 
dos fluxos de referência e contra-referência 
dos serviços regionalizados e os serviços dos 
municípios referenciados; 
12. Instituir instância colegiada para ges-
tão partilhada (Comissão Intergestores Bi-
partite Regional) dos territórios regionaliza-
dos; 
13. Instituir o Plano Estadual de Capacita-
ção e Educação Permanente; 
14. Garantir condições políticas, financei-
ras e materiais para o pleno funcionamento 
do Conselho Estadual de Assistência Social e 
Conselhos Gestores de Unidades Prestado-
ras de Serviços de Assistência Social, quan-
do o serviço estiver sob gerência do Estado, 
para o pleno exercício do Controle Social; 
15. Garantir condições políticas, financei-
ras e materiais para o pleno funcionamento 
das Comissões Intergestores Bipartite esta-
dual e regionais; 
16. Cofinanciar os serviços de proteção 
básica e especial, de média e alta complexi-
dade e a melhoria da gestão; 
17. Produzir, registrar, processar e utilizar 
informação como subsídio fundamental ao 
processo de planejamento e gestão do SUAS 
e manter atualizadas as bases de dados dos 
subsistemas e aplicativos da REDE SUAS; 
18. Implantar serviço estadual de vigilân-
cia social;
19. Promover e apoiar a gestão integrada 
de serviços, benefícios e transferência de 
renda; 
20. Promover e apoiar o aprimoramento 
da gestão do PBF e CadÚnico; 
21. Implantar sistema estadual de moni-
toramento e avaliação; 
22. Acompanhar e monitorar a rede es-
tatal e privada vinculada ao SUAS no âmbito 
estadual e regional. 
Responsabilidades da união 
1. Consolidar e aprimorar a implementa-
ção do SUAS, através do Pacto de Aprimo-
ramento da Gestão do SUAS, observando as 
propostas das Conferências Nacionais e as 
deliberações e competências do Conselho 
Nacional de Assistência Social (CNAS); 
2. Coordenar e regular o acesso às segu-
ranças de proteção social, que devem ser 
garantidas pela Assistência Social, conforme 
indicam a PNAS/2004 e a NOB; 
3. Definir as condições e o modo de aces-
so aos direitos relativos à Assistência Social, 
visando a sua universalização, dentre todos 
os que necessitem de proteção social, ob-
servadas as diretrizes emanadas do CNAS; 
4. Coordenar, regular e cofinanciar a im-
plementação de serviços e programas de 
proteção social básica e especial, a fim de 
prevenir e reverter situações de vulnerabili-
dade social e riscos; 
5. Orientar e acompanhar a implementa-
ção da Tipificação Nacional de Serviços So-
cioassistenciais, que estabelece as bases de 
padronização nacional dos serviços e equi-
pamentos físicos do SUAS, monitorando a 
qualidade dos serviços prestados; 
6. Coordenar a gestão do Benefício de 
Prestação Continuada (BPC), articulando-o 
aos demais programas e serviços de Assis-
tência Social e regular os benefícios eventu-
ais, com vistas à cobertura de necessidades 
advindas da ocorrência de contingências so-
ciais; 
20 21
7. Fomentar a implantação do Protocolo 
de Gestão Integrada de serviços, benefícios 
e transferência de renda no âmbito do SUAS, 
considerando que as famílias beneficiárias 
dos programas e benefícios de transferência 
de renda, devem se constituir público priori-
tário nos serviço socioassistenciais;
8. Formular diretrizes e participar das de-
finições sobre o financiamento e o orçamen-
to da Assistência Social, assim como gerir, 
acompanhar e avaliar a execução do Fundo 
Nacional de Assistência Social (FNAS); 
9. Articular as políticas socioeconômicas 
setoriais, com vistas à integração das políti-
cas sociais para o atendimento das deman-
das de proteção social e enfrentamento da 
pobreza; 
10. Propor, pactuar e coordenar o siste-
ma de informação da Assistência Social com 
vistas ao planejamento, controle das ações e 
avaliação dos resultados da Política Nacional 
de Assistência Social, implementando-o em 
conjunto com as demais esferas de governo; 
11. Apoiar técnica e financeiramente os 
estados, o Distrito Federal e os municípios na 
implementação dos serviços e programas de 
proteção social básica e especial, dos proje-
tos de enfrentamento à pobreza e das ações 
assistenciais de caráter emergencial; 
12. Propor diretrizes para a prestação de 
serviços socioassistenciais e pactuar as re-
gulações entre os entes públicos federados, 
entidades e organizações não governamen-
tais; 
13. Incentivar a criação de instâncias pú-
blicas de defesa dos direitos dos usuários 
dos programas, serviços e projetos de Assis-
tência Social; 
14. Articular e coordenar ações de forta-
lecimento das instâncias de pactuação, par-
ticipação e de deliberação do SUAS; 
15. Implantar a política nacional de capa-
citação, de acordo com a NOB/RH para a for-
mação sistemática e continuada de recursos 
humanos no campo da Assistência Social; 
16. Desenvolver estudos e pesquisas 
para fundamentar as análises de necessi-
dades e formulação de proposições para a 
área, em conjunto com o órgão competente 
do Ministério e com instituições de ensino e 
de pesquisa; 
17. Elaborar e executar a política de recur-
sos humanos, de acordo com a NOB/RH, com 
a implantação de carreira para os servidores 
públicos que atuem na área de Assistência 
Social; 
18. Instituir Sistema de Informação, 
Acompanhamento, Monitoramento e Ava-
liação, apoiando estados, Distrito Federal e 
municípios na sua implementação. 
4.2 Os níveis de gestão de 
cada uma dessas esferas
O nível de gestão dos municípios será de-
finido conforme estágios de organização da 
gestão e dos serviços a ser atribuído com 
base em indicadores mensurados a partir 
dos diagnósticos socioterritorial e de res-
ponsabilidades que estarão contidos na Ma-
triz de Responsabilidades. Dessa maneira, 
o nível de gestãoserá o reflexo das respon-
sabilidades realizadas. Quanto mais respon-
sabilidades realizadas mais aprimorada é a 
gestão descentralizada do SUAS. 
O plano dos municípios deverá, portanto, 
refletir o estágios de organização dos SUAS 
alcançado pelos municípios, reconhecendo 
o esforço realizado na assunção das respon-
sabilidades estabelecidas para cada um dos 
22 23
níveis de gestão estabelecidos pela NOB/
SUAS 2005 e apontar para o aprimoramen-
to da gestão e qualificação dos serviços do 
SUAS. 
Da mesma maneira, o plano dos estados 
que aderiram ao SUAS, conforme NOB/SUAS 
2005, deverá refletir o estágios de organiza-
ção dos SUAS alcançado pelo estado, reco-
nhecendo o esforço realizado na assunção 
das responsabilidades estabelecidas para 
gestão estadual e apontar para o aprimora-
mento da gestão e qualificação dos serviços 
do SUAS sob sua responsabilidade.
4.3 Quadro sinótico com os 
principais instrumentos de 
gestão para elaboração do 
Plano de Assistência Social
INSTRUMENTOS PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Diagnóstico 
Socioterritorial
Matriz de 
responsabilidades
Plano de Assistência 
Social
Termo de Pactuação
Monitoramento
INSTRUMENTOS
Identificação de oferta: localização da rede de serviços 
socioassistenciais e de outras políticas setoriais.
Identificação da demanda: situações de vulnerabilidade, ris-
co social e violação de direito e sua localização no território.
Mapeamento de responsabilidades: identificação das 
responsabilidades realizadas ou não, conforme estágio de 
organização da gestão e oferta dos serviços socioassisten-
ciais.
Etapa de Planejamento das ações relacionadas com as 
responsabilidades apontadas na matriz. As ações serão 
geradas automaticamente pelo sistema e as atividades que 
detalham a sua execução serão cadastradas pelo gestor, 
indicando metas, resultados esperados, cronograma de 
execução e orçamento.
O Planejamento das responsabilidades resultará em um 
Termo de Pacto de Aprimoramento da Gestão do SUAS a ser 
celebrado nas instâncias de pactuação – CIB e CIT
Acompanhamento contínuo do cumprimento das responsa-
bilidades, envolvendo os Conselhos de Assistência Social e 
gestores estaduais e federal.
DESCRIÇÃO SUCINTA
22 23
4.4 A forma de gestão 
financeira e orçamentária
A opção brasileira, quanto ao modelo 
de seguridade social adotado, traz como 
princípio para a assistência social a uni-
versalidade da cobertura e do atendi-
mento, reconhecendo esse campo como 
política pública de direito do cidadão e 
dever do Estado, operado por meio de 
um processo de gestão descentralizada 
e participativa, ou seja, partilhada com a 
sociedade e próxima dela. 
No processo de financiamento da polí-
tica de assistência social, isso se efetiva 
especialmente pelo papel dos conselhos 
deliberativos no controle social exercido 
em relação ao orçamento e ao cofinan-
ciamento, o que deve se voltar para a im-
plementação de ações planejadas nesta 
área, as quais devem ser demonstradas 
por meio dos planos de assistência social. 
O SUAS inaugurou uma nova lógica de 
financiamento para esta política pública, 
pautada principalmente no reconheci-
mento de que as ações se efetivam, des-
centralizadamente, nos espaços locais, 
ou seja, nos municípios, estados e Distri-
to Federal. Assim sendo, é nesses espa-
ços que o financiamento deve se operar, 
com a coparticipação dos entes federa-
dos na efetivação das provisões afeta-
das a esta política. 
A Política Nacional de Assistência So-
cial de 2004 e a Norma Operacional Bá-
sica de 2005, assim, trouxeram à tona 
importantes mudanças na gestão finan-
ceira desta política e reforçando o fundo 
de assistência social como instância pri-
vilegiada de seu financiamento.
Os fundos vinculados a esta área tem 
como base legal, além da LOAS, a Lei 
4.320/64, que, ao tratar do orçamento 
público, dispõe sobre os fundos espe-
ciais. A instituição dos fundos caracteriza 
uma forma de gestão transparente e ra-
cionalizadora de recursos, que contribui 
para o fortalecimento e visibilidade da 
assistência social no interior da adminis-
tração, bem como para o controle social 
de toda execução financeira. 
Com base nesses parâmetros legais, 
pode-se afirmar que o fundo de assistên-
cia social se caracteriza como um fundo 
especial por se constituir na reunião de 
recursos financeiros para determinadas 
ações, ou seja, por ter vinculação a uma 
área e a objetivos específicos. 
Os fundos dessa natureza não pos-
suem personalidade jurídica própria, ou 
seja, devem ser vinculados a um órgão 
da administração pública. De acordo com 
orientações do Tribunal de Contas da 
União, os fundos de assistência social 
devem ser inscritos no Cadastro Nacio-
nal de Pessoa Jurídica – CNPJ, porém, tal 
orientação tem o intuito de assegurar 
maior transparência na identificação das 
contas e não de lhe atribuir autonomia 
administrativa e de gestão. Assim, na as-
sistência social, os fundos devem estar 
vinculados ao órgão gestor desta políti-
ca e deve o seu responsável (o gestor da 
área) ser o seu ordenador de despesas. 
Além disso, retomando-se o já tratado 
na NOB/SUAS 2005, os fundos de assis-
tência social devem se configurar como 
unidades orçamentárias, a fim de que 
haja maior visibilidade do montante de 
recursos destacados orçamentariamen-
te para o campo da assistência social em 
24 25
cada esfera de governo. 
Também cabe destacar que, além da 
questão estratégica e democrática que é 
o fortalecimento dos fundos nas três es-
feras de governo, algumas outras ques-
tões são fundamentais no processo de 
gestão financeira da assistência social. A 
primeira delas diz respeito à aplicação dos 
princípios da administração pública, em 
especial a legalidade, a impessoalidade, 
a moralidade, a publicidade e a eficiência. 
Na operacionalização do financiamento 
da assistência social, tais princípios de-
vem estar sempre presentes, uma vez 
que a gestão financeira desta política 
tem caráter público, submetendo-se ao 
regramento aplicável a toda a adminis-
tração pública. 
A observação dos princípios orça-
mentários também se configura como 
relevante, uma vez que, como visto, os 
fundos devem se constituir unidades or-
çamentárias. Dentre os vários princípios 
que norteiam o processo do orçamento 
público brasileiro, destacam-se, por sua 
sinergia com os objetivos e concepções 
inscritos na NOB, os relacionados:
 à anterioridade, que determina 
que nenhum gasto ocorrerá sem a pré-
via destinação orçamentária, atentando 
para a necessária previsão das necessi-
dades de aplicação de recursos em de-
terminadas áreas e da providência de sua 
devida inserção no documento orçamen-
tário (incluindo-se todas as despesas a 
serem efetuadas, seja com recursos pró-
prios, seja com recursos transferidos en-
tre as esferas de governo);
 à exatidão, que prevê a adequação 
entre o diagnóstico da realidade local 
(sob os aspectos econômico, político, so-
cial, entre outros) e a capacidade do se-
tor público na arrecadação e execução do 
orçamento;
 a programação, que trata da for-
mulação de objetivos e o estudo das al-
ternativas da ação a ser desenvolvida 
para seu alcance, aludindo ao plano de 
ação governamental, o qual representa 
o efetivo planejamento da administra-
ção pública, como técnica de interseção 
entre as funções de planejamento e de 
gerenciamento. 
O orçamento é instrumento essencial 
para a gestão da política pública de assis-
tência social, e expressa o planejamento 
que orienta e garante condições para o 
atendimento à população usuária des-
ta política. O orçamento, a partir dessa 
concepção de planejamento na adminis-
tração pública, visa evitar que as ações 
tenham caráter de improviso, pois traz 
como exigência que se defina diretrizes, 
objetivos e metas que se preveja a orga-
nização das ações, que se calcule a pro-
visão de recursos, se defina a forma de 
acompanhamento das ações, se realize 
a revisão crítica das propostas, dos pro-
cessos e dos resultados. 
O orçamento expressaas prioridades 
da gestão e, como viabilizador das con-
dições objetivas para a operacionaliza-
ção das ações de assistência social, se-
jam elas voltadas à prestação direta dos 
serviços, sejam pela criação dos meios 
necessários a essa prestação pela via da 
operacionalização de sua gestão, tem pa-
pel central no processo de financiamento 
desta política. 
Ressalte-se que o financiamento da 
24 25
assistência social no SUAS deve, neces-
sariamente, ter este sistema como re-
ferência. Portanto, as três esferas de 
governo devem operar o financiamento 
desta área a partir das instruções norma-
tivas, orientações e instruções inerentes 
ao processo de gestão instaurado em seu 
escopo, primando pelo fortalecimento da 
descentralização político-administrativa 
e financeira que se caracteriza como sua 
diretriz constitucional e legal e expressa 
todo esse conjunto nos instrumentos de 
planejamento, dentre os quais o orça-
mento público com grande centralidade. 
O financiamento da política de assis-
tência social assim organizado, com ên-
fase nos fundos e garantia de orçamento 
como forma planejada de viabilizá-lo, im-
prescinde de outras circunstâncias e con-
dições que devem ser também objeto de 
atenção da parte de todos os atores en-
volvidos com o processo de gestão e ope-
racionalização na área. Nessa direção, 
é preciso que sejam bem definidas em 
cada esfera de governo quais são as fon-
tes de financiamento desta política, as 
quais devem ser inseridas na lei que cria 
o fundo e em seu orçamento. Além disso, 
é de fundamental relevância que haja no 
âmbito dos municípios, estados e Distri-
to Federal a declaração dos montantes 
aplicados na política de assistência social 
nos sistemas oficiais de informação, em 
especial o Sistema do Tesouro Nacional 
– SISTN, no qual devem ser mencionadas 
todas as receitas e despesas, de acordo 
com sua fonte e classificação. Vale sa-
lientar que todos os recursos transferi-
dos entre esferas de governo devem ser 
aplicados enquanto não utilizados pela 
esfera responsável pela sua execução.
Também é importante entender que 
a forma de apresentação no orçamen-
to das ações planejadas seja compatível 
com as funções desta política, com seus 
níveis de proteção social básica e espe-
cial e com as condições necessárias ao 
aprimoramento da gestão na área, bem 
como com a efetivação do exercício do 
controle social; que se estabeleçam cri-
térios de partilha para orientar a transfe-
rência dos recursos seja entre esferas de 
governo, seja no financiamento das esfe-
ras locais em relação a suas redes de ser-
viços; que haja a aprovação da proposta 
orçamentária e acompanhamento da sua 
execução pelos Conselhos de Assistência 
Social nas três esferas; e que, de fato, se 
viabilize o cofinanciamento.
O cofinanciamento
A NOB/SUAS 2005, ao abordar o tema 
do cofinanciamento, buscou destacar a 
responsabilidade compartilhada entre os 
entes federados na efetivação das con-
dições para a oferta dos serviços, pro-
gramas, projetos e benefícios em âmbito 
local, reportando-se aos artigos da LOAS 
que regulam o financiamento. 
Um salto importante que figura na 
NOB/SUAS 2005 é o reconhecimento de 
que o financiamento deve ser orientado 
pela gestão desta política, ou seja, tendo 
destaque novamente a diretriz constitu-
cional da descentralização político-admi-
nistrativa e financeira. 
Pensar o cofinanciamento segundo 
essa lógica, considerando o disposto no 
capítulo III da Lei Orgânica de Assistên-
cia Social, que trata da “Organização e da 
Gestão” desta política pública, pressu-
põe, portanto, reconhecer em seu con-
26 27
teúdo a intrínseca relação dos serviços, 
programas, projetos e benefícios com o 
componente da gestão, pois, ao se ope-
rar uma política descentralizada, o mo-
delo de corresponsabilidade no financia-
mento deve envolver essas dimensões, 
eminentemente vinculadas. 
Tal relação se faz fundamental, pois 
o fortalecimento da gestão descentrali-
zada no âmbito municipal e estadual do 
SUAS é fator preponderante para que se 
possa vislumbrar a garantia da provisão 
da proteção social da assistência social 
com qualidade, pressupõe um rol de ini-
ciativas de gestão que a assegure, com a 
primazia da responsabilidade do Estado.
A LOAS estabelece que as três esferas 
de governo têm competências relacio-
nadas ao financiamento desta política 
pública. Todos os entes são corresponsá-
veis, devendo cofinanciá-la, consignando 
receitas próprias e específicas para pro-
visionar as despesas sociais, observando 
a diretriz do comando único em cada es-
fera de governo.
Ela indica que o cofinanciamento fe-
deral, em nível local, somente pode se 
efetivar se houver destinação de recur-
sos próprios também pelas referidas 
esferas de governo em seus fundos de 
assistência social. Mais uma vez se con-
figura a responsabilidade compartilhada 
no financiamento, pois a lei destaca a co-
participação entre as esferas, sem deixar 
de responsabilizar as esferas locais pela 
priorização da área em seus orçamentos. 
O orçamento do FNAS integra o orça-
mento do MDS, órgão coordenador da Po-
lítica Nacional de Assistência Social, que 
o gere por intermédio de sua Secretaria 
de Assistência Social, sob orientação e 
controle do Conselho Nacional de Assis-
tência Social – CNAS, que é o responsá-
vel pelo estabelecimento dos critérios 
de repasse à vista de avaliações técnicas 
periódicas realizadas pela Secretaria de 
Assistência Social do MDS. 
A proposta orçamentária do FNAS 
consta das Políticas e Programas Anuais 
e Plurianuais do Governo e é submetida à 
apreciação e aprovação do CNAS. 
As receitas nele alocadas tem por ob-
jetivo proporcionar recursos e meios 
para financiar o benefício de prestação 
continuada e apoiar serviços, programas 
e projetos de assistência social. Os recur-
sos de responsabilidade da União desti-
nados à assistência social são mensal-
mente repassados pelo Tesouro Nacional 
ao FNAS, à medida que se forem realizan-
do as receitas. 
O FNAS é, portanto, um fundo espe-
cial, no âmbito da União, sem personali-
dade jurídica e autonomia administrativa 
e financeira, estando vinculado ao MDS, 
a quem compete sua gestão, sendo nele 
alocados os recursos destinados ao cofi-
nanciamento das ações da política de as-
sistência social.
Os recursos federais são repassados 
automaticamente para o fundo de assis-
tência social estadual, do Distrito Fede-
ral ou municipal, independentemente de 
celebração de convênio, ajuste, acordo 
ou contrato, e são aplicados segundo as 
prioridades estabelecidas nos planos de 
assistência social aprovados pelos res-
pectivos Conselhos. 
É a Lei 9.604, de 1998, que estabele-
ce que o cofinanciamento federal pode-
26 27
rá ser viabilizado sem a necessidade de 
convênios, ajustes ou congênere, desde 
que cumprido o artigo 30 da LOAS, com 
observância da destinação de recursos 
próprios em cada esfera de governo aos 
fundos de assistência social, e compatibi-
lizadas as ações nos Planos de Assistên-
cia Social. Evidencia-se, assim, o processo 
de planejamento, a corresponsabilidade, 
a importância do investimento pelas três 
esferas de governo e do pacto federativo 
no processo de gestão do SUAS. 
As leis mencionadas corroboram com 
o entendimento de que as transferên-
cias de recursos destinadas a ações vin-
culadas à política de assistência social se 
qualificam como transferências legais ou 
obrigatórias, pois se referem a transfe-
rências regulamentadas em leis especí-
ficas. Essas transferências são operacio-
nalizadas de duas formas: transferências 
automáticas e/ou transferências fundo a 
fundo. 
As transferências fundo a fundo, se-
gundo Silva (2009), são aquelas que se 
caracterizam pelo repasse de recurso 
diretamente de fundo da esfera federal 
para fundos da esfera estadual, munici-
pal e do Distrito Federal sem exigência 
de celebração de convênio. 
Com base nos dispositivos legais e 
doutrinários acima, a NOB, ao se reforçar 
o papel do fundo como instância de finan-
ciamento, busca-seviabilizar que esse 
preceito legal seja cada vez mais possí-
vel e fortalecido e que o repasse fundo a 
fundo se efetive e se consolide no campo 
da assistência social, reconhecendo, ain-
da, a intrínseca relação entre os serviços 
e o processo de gestão. 
Nessa direção, prevê-se a operacio-
nalização de duas formas de cofinancia-
mento, a ser operado pela esfera federal 
sob a forma de repasse fundo a fundo: o 
cofinanciamento dos serviços socioassis-
tenciais e o cofinanciamento da gestão. 
O que se busca configurar na NOB/2005, 
além da responsabilidade compartilhada 
entre as esferas de governo na provisão 
da assistência social é que o cofinancia-
mento se configure como indutor da me-
lhoria da qualidade e dos indicadores.
A NOB/SUAS 2005 inovou grandemen-
te ao adotar os pisos de proteção como 
critério de transferência dos recursos 
para cofinanciamento dos serviços. Foi 
o início do processo de reconhecimento 
das transferências vinculadas à assistên-
cia social como transferências legais. 
O repasse dos pisos se caracterizou 
como transferência regular e automáti-
ca fundo a fundo, caráter esse que deve 
ser cada vez mais fortalecido. Essa NOB 
tenta avançar ainda um pouco mais. Pro-
põe-se neste momento histórico que o 
cofinanciamento se dê por blocos de fi-
nanciamento. Tais blocos se destinam 
a cofinanciar a Proteção Social e seus 
conjuntos de serviços, classificados em 
proteção social básica e especial e tipifi-
cados conforme resolução específica do 
Conselho Nacional de Assistência Social 
e a Gestão do SUAS, que inclui também 
a Vigilância Socioassistencial e a Defesa 
Social e Institucional, com o respectivos 
monitoramento e controle. 
Todos os blocos poderão conter, além 
dos seus componentes, incentivos que 
sejam afetos às ações e serviços a que se 
referem. Assim, cada bloco poderá con-
tar com uma parte fixa e uma variável. 
28 29
Os recursos referentes a cada bloco de 
financiamento devem ser aplicados nas 
ações e serviços relacionados ao próprio 
bloco e serão utilizados conforme pro-
gramação pactuada nas comissões inter-
gestores e também conforme orientação 
dos planos de assistência social. 
O MDS estabelecerá critérios e condi-
ções mínimas exigidas para aprovação 
dos planos dos municípios, estados e 
Distrito Federal, após pactuação na CIT 
e deliberação do CNAS. Também, nessa 
direção, serão definidos mecanismos de 
acompanhamento da conformidade da 
aplicação dos recursos transferidos em 
relação à programação dos serviços e de-
mais ações previstas nos planos. 
Os recursos transferidos pelo FNAS 
serão movimentados, em cada esfera de 
governo, sob a fiscalização do respectivo 
Conselho de Assistência Social, sem pre-
juízo da fiscalização exercida pelos ór-
gãos de controle interno e externo, sen-
do vedada a realização de transferência 
para financiamento de ações não previs-
tas nos respectivos planos, exceto em 
situações emergenciais e de calamidade 
pública devidamente decretadas. 
Os repasses desses recursos serão 
efetivados pela via fundo a fundo em 
conta única para cada bloco, respeitada 
a especificidade de seus componentes 
quando for o caso, e o detalhamento da 
forma de operacionalização desses re-
passes, dos critérios de partilha, dos flu-
xos a serem adotados, bem como deta-
lhamento da forma de sua prestação de 
contas e outras questões afetas à aplica-
ção e operacionalização desse modo de 
cofinanciamento será objeto de ato nor-
mativo específico e devendo-se utilizar 
aplicativos informatizados. 
As despesas referentes ao recurso 
federal transferido fundo a fundo de-
vem ser efetuadas segundo as exigên-
cias legais requeridas a quaisquer ou-
tras despesas da Administração Pública 
(processamento, empenho, liquidação e 
efetivação do pagamento), mantendo a 
respectiva documentação administrati-
va e fiscal pelo período mínimo legal exi-
gido. Tais documentos comprobatórios 
das despesas realizadas na execução dos 
serviços e gestão de forma descentra-
lizada, tais como notas fiscais, recibos, 
faturas, dentre outros legalmente acei-
tos, deverão ficar arquivados na sede do 
município, Distrito Federal ou estado, em 
boa conservação, identificados e à dispo-
sição do órgão repassador e dos órgãos 
de controle interno e externo. 
Os recursos dos blocos de financia-
mento dos serviços de proteção social 
básica e especial podem ser aplicados 
para transferência a entidades privadas 
vinculadas ao SUAS, desde que não se re-
firam aos valores relativos a componen-
tes voltados ao financiamento de servi-
ços cuja prestação seja exclusivamente 
estatal, conforme disposto na Tipificação 
Nacional dos Serviços Socioassistenciais. 
As transferências de recursos deverão 
ocorrer para cofinanciamento de serviços 
socioassistenciais, de acordo com o pro-
cesso de planejamento municipal, regio-
nal e/ou estadual. Dessa forma, também 
são contemplados os serviços regionali-
zados prestados pelas esferas estaduais, 
a partir do diagnóstico territorial realiza-
do. Os municípios poderão estabelecer 
consórcios para execução de ações pre-
vistas nos blocos, exceto no que tange 
28 29
à Proteção Social Básica, podendo, para 
tanto, remanejar entre si parcelas de re-
cursos, de acordo com os planos munici-
pal e regional e com a pactuação estabe-
lecida para o território a que se referem 
os serviços regionalizados. É condição 
para essa pactuação o planejamento e a 
existência de fundos em todos os muni-
cípios que componentes dos territórios 
regionalizados em comento. 
Os recursos que formam cada bloco 
e seus respectivos componentes, bem 
como os montantes financeiros a serem 
transferidos, sob essa forma, aos Esta-
dos, Distrito Federal e aos Municípios 
devem ser expressos em memórias de 
cálculos, para fins de histórico e monito-
ramento, respeitada a especificidade de 
cada bloco. 
O controle e acompanhamento das 
ações e serviços financiados pelos blocos 
de financiamento devem ser efetuados 
por meio dos instrumentos específicos 
adotados pelo MDS no âmbito do SUAS, 
cabendo aos estados, ao Distrito Federal 
e aos municípios a prestação das infor-
mações de forma regular e sistemática. 
São requisitos mínimos para que 
Estados, Distrito Federal e Municí-
pios recebam os recursos dos blocos 
de financiamento previstos nesta 
norma: 
a) Conselho de assistência social insti-
tuído e em funcionamento; 
b) Plano de assistência social elabo-
rado, aprovado pelo conselho respectivo 
e implantado, com previsão de forma de 
acompanhamento e monitoramento de 
sua execução;
c) Fundo de assistência social criado 
em lei, constituído como unidade orça-
mentária, com alocação de recursos pró-
prios e vinculado ao órgão gestor da po-
lítica de assistência social, inclusive com 
ordenação de despesas pelo titular dessa 
área, executado com base nas normas da 
administração pública e com organização 
contábil compatível com o ordenamento 
legal afeto; 
d) Compromisso com o cumprimento 
das metas do pacto (ou da matriz de res-
ponsabilidades) de aprimoramento da 
gestão e apresentação de relatórios de 
gestão conforme modelo estabelecido 
(BRASIL, 2010).
30 3130
UNIDADE 5 - NOB/RH
A Gestão do trabalho compõe os as-
pectos fundamentais na implantação do 
SUAS, somando-se a descentralização, o 
financiamento e o controle social.
Isso significa que para a consolidação 
do SUAS, faz-se necessário incluir no es-
copa da Política de Assistência Social a 
gestão do trabalho.
Dessa forma, a partir das discussões 
iniciadas na NOB/SUAS, consolidou-se as 
diretrizes da gestão do trabalho, apre-
sentadas na Norma Operacional Básica de 
Recursos Humanos (NOB-RH)/SUAS, que 
são:
 Conhecer os profissionais que atuam 
na Assistência Social, caracterizando suas 
expectativas de formação e capacitação 
para a construção do SUAS;
 vislumbrar o desafio proposto para 
esses profissionais, a partir dos com-
promissos dos entes federativos com os 
princípios e diretrizes da universalidade, 
equidade, descentralização político-ad-
ministrativa, intersetorialidadee partici-
pação da população;
 Propor estímulos e valorização des-
ses trabalhadores;
 Identificar os pactos necessários en-
tre gestores, servidores, trabalhadores 
da rede socioassistencial, com base no 
compromisso da prestação de serviços 
permanentes ao cidadão e da prestação 
de contas de sua qualidade e resultados;
 Identificar os pactos necessários en-
tre gestores, servidores, trabalhadores 
da rede socioassistencial, com base no 
compromisso da prestação de contas de 
sua qualidade e resultados.
Enfim, é uma política de gestão do tra-
balho que privilegia a qualificação técnico-
-política desses agentes, conforme Mar-
tins (2009), e, diante dessa necessidade 
de consolidar um política de gestão do 
trabalho, faz-se necessário, para atender 
aos princípios e diretrizes estabelecidos 
para a política de Assistência Social, que 
a gestão do trabalho no SUAS ocorra com 
a preocupação de estabelecer uma Políti-
ca Nacional de Capacitação, fundada nos 
princípios da educação permanente, que 
promova a qualificação de trabalhadores, 
gestores e conselheiros da área, de for-
ma sistemática, continuada, sustentável, 
participativa, nacionalizada e descentra-
lizada, com a possibilidade de supervisão 
integrada, visando o aperfeiçoamento da 
prestação dos serviços socioassistenciais, 
deve também:
 garantir a desprecarização dos víncu-
los dos trabalhadores do SUAS e o fim da 
terceirização;
 garantir a educação permanente dos 
trabalhadores;
 realizar planejamento estratégico;
 garantir a gestão participativa com 
controle social;
 integrar e alimentar o sistema de in-
formação.
Nesse sentido, a elaboração, o de-
bate e a aprovação da NOB/RH é um 
avanço incontestável. A NOB/RH apro-
30 3131
vada pelo CNAS, em 13 de dezembro 
de 2006, objetiva:
 padronizar as carreiras do SUAS, por 
meio de diretrizes nacionais para a imple-
mentação dos Planos de Cargos, Carreiras 
e Salários;
 definir equipes mínimas para a ges-
tão da assistência social como política pú-
blica e a prestação dos serviços, progra-
mas, projetos e benefícios;
 formar p cofinanciamento, pelas três 
esferas de governo, dos trabalhadores do 
SUAS (salários e capacitação);
 apresentar as diretrizes para o Plano 
Nacional de Capacitação; 
 identificar os trabalhadores do SUAS 
no Cadastro Nacional do SUAS (CadSUAS), 
entre outros temas essenciais para a ga-
rantia de qualidade dos serviços socioas-
sistenciais.
Na construção de uma política pública, 
os recursos humanos constituem parte 
prioritária e definidora dos parâmetros de 
qualidade e eficácia dos serviços presta-
dos. O conjunto diversificado dos serviços 
que compões a rede do SUAS, o padrão de 
qualidade necessário aos atendimentos, 
a complexidade de diversos serviços de 
proteção social, básica e especial, e a ne-
cessária integração das ações da assistên-
cia social com as demais políticas setoriais 
exigem um número de profissionais com-
patível e a sua capacitação permanente.
Além disso, conforme Martins (2009), 
como política pública, a assistência social 
tem diversificado o conjunto de serviços, 
demandando hoje novas especializações 
profissionais.
A Resolução nº 269/06 aprovou a NOB-
-RH/SUAS e a Resolução nº 01/07, tratan-
do-se de um primeiro esforço nesta área 
objetivando delinear os principais pontos 
da gestão pública do trabalho e propor 
mecanismos reguladores da relação entre 
gestores e trabalhadores e os prestado-
res de serviços socioassistenciais, o que 
não esgota as possibilidades de aprimora-
mento desta Norma (BRASIL, 2006).
Segundo Patrus Ananias (BRASIL, 
2006), esta Norma é um instrumento de 
gestão que só terá eficácia se o seu conte-
údo for amplamente pactuado e assumido 
entre os gestores da Assistência Social e 
se houver adesão às suas diretrizes. Estas 
devem auxiliar os Conselhos de Assistên-
cia Social em relação às suas tarefas de 
controle social da gestão do trabalho no 
SUAS, e devem ser também uma referên-
cia para os trabalhadores.
A NOB-RH/SUAS consolida os principais 
eixos a serem considerados para a gestão 
do trabalho na área da assistência social, 
sendo que tais eixos definem o conteúdo 
disposto nesta Norma, considerando a re-
alidade atual do SUAS no Brasil.
São princípios éticos para os traba-
lhadores da assistência social:
1. A Assistência Social deve ofertar 
seus serviços com o conhecimento e com-
promisso ético e político de profissionais 
que operam técnicas e procedimentos 
impulsionadores das potencialidades e da 
emancipação de seus usuários;
2. Os princípios éticos das respectivas 
profissões deverão ser considerados ao 
se elaborar, implantar e implementar pa-
drões, rotinas e protocolos específicos, 
para normatizar e regulamentar a atua-
32 3332
ção profissional por tipo de serviço socio-
assistencial.
São princípios éticos que orientam 
a intervenção dos profissionais da 
área de assistência social:
a) Defesa intransigente dos direitos 
socioassistenciais;
b) Compromisso em ofertar serviços, 
programas, projetos e benefícios de qua-
lidade que garantam a oportunidade de 
convívio para o fortalecimento de laços 
familiares e sociais;
c) Promoção aos usuários do acesso a 
informação, garantindo conhecer o nome 
e a credencial de quem os atende;
d) Proteção à privacidade dos usuários, 
observado o sigilo profissional, preser-
vando sua privacidade e opção e resga-
tando sua história de vida;
e) Compromisso em garantir atenção 
profissional direcionada para construção 
de projetos pessoais e sociais para auto-
nomia e sustentabilidade;
f) Reconhecimento do direito dos usu-
ários a ter acesso a benefícios e renda e 
a programas de oportunidades para inser-
ção profissional e social;
g) Incentivo aos usuários para que es-
tes exerçam seu direito de participar de 
fóruns, conselhos, movimentos sociais e 
cooperativas populares de produção;
h) Garantia do acesso da população a 
política de assistência social sem discri-
minação de qualquer natureza (gênero, 
raça/etnia, credo, orientação sexual, clas-
se social, ou outras), resguardados os cri-
térios de elegibilidade dos diferentes pro-
gramas, projetos, serviços e benefícios;
i) Devolução das informações colhidas 
nos estudos e pesquisas aos usuários, no 
sentido de que estes possam usá-las para 
o fortalecimento de seus interesses;
j) Contribuição para a criação de meca-
nismos que venham desburocratizar a re-
lação com os usuários, no sentido de agili-
zar e melhorar os serviços prestados.
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UNIDADE 6 - Atuação de psicólogos e 
assistentes sociais na assistência social
Visto que Assistentes Sociais e Psicólogos 
são alguns dos profissionais mais atuantes 
na área em tela, acreditamos ser importan-
te abordar alguns parâmetros ético-políticos 
e profissionais que perspectivam a atuação 
destes profissionais, tomando como refe-
rência as normas reguladoras dessas profis-
sões e baseando em reflexões do Conselho 
Federal de Serviço Social (CFESS) e pelo Con-
selho Federal de Psicologia (CFP).
No caso do Serviço Social, o texto funda-
menta-se nos valores e princípios do Código 
de Ética Profissional, nas atribuições e com-
petências asseguradas na Lei de Regula-
mentação da Profissão (Lei nº 8662/1993), 
na Resolução CFESS nº 493/06 e nas Diretri-
zes Curriculares do Serviço Social elaboradas 
pela Associação Brasileira de Ensino e Pes-
quisa em Serviço Social (ABEPSS). No caso da 
Psicologia, referencia-se no Código de Ética 
Profissional e nas Diretrizes Nacionais Curri-
culares para os cursos de graduação em Psi-
cologia/MEC. Os conteúdos referentes à Psi-
cologia são de autoria do CFP e os do Serviço 
Social foram elaborados pelo CFESS.
Tal reflexão torna-se imprescindível no 
momento atual, tendo em vista a aprova-
ção da Política Nacional de Assistência So-
cial (PNAS) em 2004, da Norma Operacional 
Básica - NOB/ SUAS em 2005 e da NOB/RH/
SUAS em 2006, que definem normas e dire-
trizes para estruturação da política de Assis-
tência Social e estabelecem a exigência de 
constituição de equipes técnicas

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