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Comunicação Científica_Resenha

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A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E O MOVIMENTO DE ACESSO LIVRE AO 
CONHECIMENTO 
Suzana Pinheiro Machado Mueller¹ 
¹Universidade de Brasília, UnB. Colaborador, Enquadramento Funcional: Professora permanente 
do PGCINF. 
Email: ¹mueller@unb.br 
 
Este artigo foi elaborado por Suzanna Pinheiro Machado Mueller, doutora (PhD) em 
Information Studies pela University of Sheffield (Inglaterra, GB, 1982), atualmente 
Professora Colaboradora do Programa de Pós Graduação em Ciência da Informação da 
Universidade de Brasília, Fundadora do Grupo de pesquisa Comunicação Científica 
(UnB/FCI). Entre as áreas de interesse de pesquisa e docência na Ciência da Informação, 
tem atuado e publicado principalmente nos seguintes temas: Comunicação Científica, 
Periódico científico, Bibliometria e Profissões da Informação. 
O artigo publicado em agosto de 2006, na revista Ciência da Informação (v. 35, n. 2, p. 
27-38), trata do problema de aceitação, pela comunidade científica, dos periódicos 
eletrônicos de acesso aberto que vem crescendo, mas ainda enfrentando preconceitos 
devido ao histórico de ilegitimidade. A autora propõe maior democratização nas 
publicações de cunho científico, não esquecendo do importante papel das editoras na 
incorporação ao sistema de comunicação cientifica das publicações eletrônicas de acesso 
livres. 
Durante o surgimento da crise dos periódicos, as bibliotecas universitárias e de pesquisa 
americanas se depararam com a impossibilidade de manter as suas coleções de periódicos 
e a corresponder a uma crescente demanda de seus usuários devido a falta de 
financiamento para a conta apresentada pelas editoras. Quando esta crise estourou, novas 
alternativas para os periódicos começaram a ser procuradas, ao mesmo tempo que 
começaram a surgir iniciativas concretas de acesso livre a textos acadêmicos. Diante 
desse cenário, essas primeiras ideias não foram recebidas como formas legítimas de 
certificação da ciência, fazendo haver grandes discussões sobre periódicos eletrônicos, 
acesso livre e legitimidade do texto científico. A legitimidade foi negada às publicações 
eletrônicas porque prevalecia a crença de que somente autoridades (hierarquia científica) 
eram responsáveis pela validação do conhecimento científico. Atualmente, sabe-se que 
as publicações eletrônicas de acesso livre ainda não são bem aceitas, no entanto, o 
evidente aumento de citações gerou interesse econômico por parte de grandes editoras. 
A legitimidade já parece ter sido atribuída aos periódicos eletrônicos que seguem o 
modelo tradicional. Avaliando as barreiras que dificultam a maior aceitação às essas 
iniciativas, especialmente do movimento pelo acesso aberto, chega a conclusão de que 
não há, em nenhum dos autores envolvidos no processo, incentivo real para a completa 
aceitação do acesso livre. Desta forma, a posição adotada no trabalho considera que as 
publicações de acesso ainda não conseguiram obter a plena legitimidade na crença das 
comunidades científicas, e reforça a tese de que a tradição das práticas da comunidade 
científica aliada aos interesses das grandes editora, vem influenciando e retardando a 
trajetória das publicações eletrônicas e do movimento rumo ao acesso livre ao 
conhecimento científico. 
mailto:mueller@unb.br
Diante das argumentações apresentadas no texto, concordo que a hierarquia de trabalhos 
e autores, criada pela academia, retarda o conhecimento científico, deixando-o mais 
distante da realidade da sociedade acadêmica no geral. Desta forma, reforço a ideia da 
importância da democratização do conhecimento, assim como a importância do acesso 
livre aos periódicos eletrônicos ou não. Porém, acredito que isso só é possível através de 
um processo cuidadoso, criterioso e desenvolvido de forma a manter a legitimidade. 
Estamos avançando com esse tema e as ideias e argumentações, apresentadas neste artigo, 
enriquecem essa busca pela plena aceitação.

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