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Império Otamano

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1 
ENQUANTO ISSO, NO ORIENTE... 
Até a Era das Grandes Navegações, a história da humanidade aparecia 
como um conjunto de processos fragmentados, no qual sociedades e culturas 
inteiras surgiam e desapareciam sem que tomassem conhecimento um das 
outras. Com as Grandes Navegações e a Revolução Comercial, o mundo a 
tornou-se interligados por uma estreita rede de relações. O comércio passou a 
ser praticado entre os vários continentes, e sociedades muito diversas 
entraram em contato entre si. Os povos europeus foram os grandes agentes 
desse processo, empreendendo viagens aos quatro cantos do mundo. 
Não podemos esquecer, porém, que suas caravelas levavam canhões. 
Assim, muitas das relações estabelecidas com outros povos foram baseadas 
na dominação. Isso permitiu a transferência de uma enorme quantidade de 
riquezas para a Europa. E foram justamente essas riquezas que ajudaram a 
financiar a Revolução industrial, a partir do século XVIII, transformando a 
Europa num continente próspero. 
1.O IMPÉRIO OTOMANO:
Tendo expandido rapidamente sua religião por meio das guerras de 
conquista, os muçulmanos construíram um império que permaneceu unificado 
até meados do século VIII. Esse império estendia-se da península Ibérica até a 
Índia, abarcando todo o norte da África e o Oriente Médio. Além das 
populações árabes, em seus territórios havia povos de outras etnias e religiões, 
nem todos convertidos ao islamismo. Em 750, a dinastia reinante os omíadas 
foi deposta, e a capital do Império transferida para Damasco. Abder Raman, 
descendente dos omíadas, fugiu para a península Ibérica. Ai fundou o Emirado 
de Córdoba, independente do governo de Damasco. 
 A partir desse acontecimento, tinha início uma série infindável de 
divisões do Islã, das quais surgiram inúmeros reinos autônomo, chamados de 
califados, emirados ou sultanatos, conforme o caso. Em meados do século 
XVI, no período das Grandes Navegações europeias, a religião islâmica era a 
mais difundida no mundo. Em compensação, o antigo império dominado pelos 
árabes tornara-se fragmentado em dezenas de grandes e pequenos Estados. 
 
 
2 
 
Na Índia, por exemplo, havia um aglomerado de sultanatos minúsculo e 
principados comerciais islâmicos. Seria com eles que os portugueses 
negociaram ao chegar com suas caravelas a parti de 1498. 
No século XI, os turcos, mais tarde chamados de turcos otomanos 
habitavam o planalto da Anatólia, na Turquia atual, justamente com outros 
povos. Convertidos ao islamismo formaram um reino independente. Por meio 
de guerras de conquistas, expandiram seu território e constituíram o maior e 
mais poderoso Estado muçulmano. Em 1453, ocuparam Constantinopla, capital 
do antigo Império Bizantino. No século XVII, os domínios do Império Otomano 
abarcaram toda a península Balcânica, incluindo a Grécia, na Europa; o 
planalto da Anatólia; a antiga região do Crescente Fértil; o Egito e o norte da 
África. Esse império chegou a ameaçar a Europa ocidental quando, em 1529, 
suas tropas fizeram cerco a Viena, capital do reino austríaco, um dos mais 
poderosos do Sacro Império Romano-Germânico. 
Entretanto, apesar de seu poderio, ele apresentava dois aspectos 
desfavoráveis. O primeiro consistia na rigidez da estrutura social do Império 
Otomano, que estava estruturado como um Estado militarista, no qual a 
administração e a maquina de governo se confundiam como o exército. Os 
militares ocuparam o topo da hierarquia social. Em seguida, vinha o alto clero 
do Islã. Bem abaixo deles, agrupavam-se camponeses muçulmanos ou 
cristãos e por fim os escravos. Não existia, portanto, um grupo social dinâmico, 
formado por pessoas com poder para expandir seus negócios, semelhante à 
burguesia que atuava na Europa no meio socioeconômico produtivo. 
 O segundo aspecto ligava-se ao desenvolvimento técnico. Na verdade, 
do ponto de vista tecnológico, até 1500 o mundo muçulmano esteve bem á 
frente da Europa. Em vários campos do conhecimento (matemática, 
cartografia, medicina) e em certos aspectos da produção manufatureira, 
encontrava-se francamente na dianteira. Ao contrário das europeias, suas 
cidades em grandes e bem urbanizadas, muitas delas dispunham de 
bibliotecas e universidades. Entretanto, esse desenvolvimento tecnológico não 
foi suficiente para promover, na economia do mundo muçulmano, 
transformações da importância das que ocorriam á mesma época na Europa 
Ocidental. 
 
 
 
3 
 
 A principal razão para esse descompasso, como já foi dito, foi à 
ausência de uma burguesia dinâmica, capaz de se transformar no agente 
histórico dessas mudanças. Assim, por volta de 1500, o conhecimento e a 
técnica europeia já rivalizavam como os muçulmanos. A derrota dos turcos 
otomanos na batalha naval de Lepanto, diante dos espanhóis, em 1571, 
marcou o enfraquecimento do poder islâmico no mundo moderno. 
 
2. A CHINA DOS MANDARINS: 
 
De todas as sociedades do período que antecedeu as Grandes 
Navegações, nenhuma pareia mais poderosa do que a chinesa. Sua 
população, um pouco superior a 100 milhões de habitantes, constituía mais que 
o dobro da população da Europa. Uma burocracia treinada para as funções 
públicas dirigia sua administração de maneira unificada e disciplinada. 
Um aspecto importante da sociedade chinesa era sua precocidade 
tecnológica. Muito antes do que na Europa, já no século XI fazia-se aí a 
impressão de textos com tipos móveis, o que permitia a publicação de um 
grande numero de livros. O comércio e a produção artesanal, estimulados pela 
construção de canais e pelo crescimento da população, eram igualmente 
intensos. Havia extensas rotas comerciais, o papel-moeda circulava desde o 
final do século XI, muito antes do que na Europa. 
Nesse mesmo século, a produção de ferro chegava a 125 toneladas. Os 
chineses foram, provavelmente, os inventores da pólvora e já fabricavam 
canhões no século XIII. Inventores da bússola, sua navegação e comércio de 
além-mar atingiram um estágio altamente desenvolvido. Em suas viagens de 
longa distancia, os navios chineses, que mediam até 120 metros de 
comprimento, chegaram a alcançar à costa da África. 
Possuindo tantos conhecimentos os chineses poderiam perfeitamente 
ter percorrido o caminho de Vasco da Gama em sentido inverso e ter 
”descoberto” Portugal antes mesmo que os navegadores portugueses tivessem 
iniciado suas viagens marítimas. A expansão naval da China durou pouco, 
porém em 1436, um decreto imperial proibiu a construção de navios de grande 
porte. A seguir, outro decreto interditou o comércio em alto-mar. Assim, no 
 
 
4 
 
momento em que reunia condições para dar inicio a uma grande aventura 
transoceânica, a China decidiu voltar às costas para o mundo. 
É possível que isso tenha sido decorrência de uma estrutura social 
conservadora. De fato, a administração do país era controlada e exercida por 
funcionários mais voltados à filosofia e ao culto das tradições, os chamados 
mandarins. Por causa das ideias filosóficas que os orientavam, os mandarins 
não desejam “um futuro mais brilhante para o país, baseado na expansão e no 
comércio de além-mar”. A aversão dos mandarins pelo exército (e marinha) era 
acompanhada de uma desconfiança para com o comerciante. A acumulação de 
capital privado, a prática de comprar barato e vender caro, a ostentação do 
comerciante novo-rico, tudo isso ofendia a elite, a burocracia erudita (...). 
Embora não desejassem paralisar toda a economia de mercado, os mandarins 
intervinham com frequência contra os comerciantes individuais, confiscando- 
lhes as propriedades ou proibindo seus negócios. 
 
3. A O DINAMISMO EUROPEU: 
 
No início do século XV, nada fazia crer que os países europeus estavam 
no caminho de se tronarem, dois séculos depois, líderes econômicos e 
militares do mundo. Afinal, a Europa não era mais populosa, nem mais fértil, 
por exemplo, do que a China. Muitos de seus conhecimentos dematemática, 
de astronomia e química provinham dos árabes. Seu território limitado ficava 
sujeito à invasão, como ocorria, naquele momento, com a expansão dos turcos, 
além disso, estava dividido em inúmeros pequenos reinos e principado rivais 
entre si. 
Uma espiral de mudanças. 
O processo generalizado de transformações sofridas na Europa 
ocidental a partir da Baixa Idade Média estimulou o surgimento de uma 
mentalidade favorável ás mudanças. O surgimento da burguesia, um grupo 
social interessado na expansão de seus negócios, foi um dos grandes fatores 
históricos que agilizaram as transformações. Ao mesmo tempo, o Estado 
absolutista, com o devido apoio dos burgueses, arregimentou os recursos 
materiais e humanos disponíveis e necessários ao empreendimento das 
Grandes Navegações. 
5 
Nesse processo, foram decisivos outros fatores, como o crescimento da 
população, da produção artesanal e do comércio; o avanço da ciência; o 
desenvolvimento do sistema de impressão de livros; a formação do Estado 
Moderno; a Reforma Protestante e a nova orientação adotada pela Igreja 
Católica – a primeira, legitimando e estimulando a realização de lucros como 
atividade lícita e abençoada por Deus; a segunda, proclamando a expansão da 
fé cristã pelas regiões não cristianizadas. 
 Diferentemente de muçulmanos e chineses, os europeus reuniram ao 
mesmo tempo dois fatores imprescindível para o processo expansionista sem 
precedentes que inauguraram: tecnologia e ambição (política, econômica, 
religiosa). Dispondo dos meios técnicos necessários e, principalmente, 
impulsionados pela mentalidade mercantilista, deram inicio a sua aventura 
marítima. O que se seguiu foi à conquista da América, o domínio da África e 
das regiões asiáticas, a escravização e comércio de seres humanos. 
Por meio da chamada exploração colonial, do domínio – e às vezes 
extermínio de populações inteiras, os europeus conseguiram finalmente 
alcançar seu objetivo: obter lucros. Dessa forma, acumularam riquezas que 
permitiram aos burgueses empreender em mais e mais negócios e aos 
governantes aumentar seu poder. Tanto capital acumulado ajudou a burguesia 
a preparar o terreno para a sociedade industrial, que depois lançaria seu 
domínio por quase todo o mundo.

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