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Fichamento - Kennedy Ascensão e Queda das Grandes Potências capitulos 1 e 2

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KENNEDY, Paul. Ascensão E Queda Das Grandes Potências Transformação
Econômica e Conflito Militar de 1500 a 2000. Rio de Janeiro: Campus, 1989.
Cap. 1 (p. 13 - 38) A Ascensão do Mundo Ocidental
Na introdução do capítulo o autor destaca que em 1500 não era claro para os
europeus que estes iriam dominar o mundo alguns séculos depois. Isso porque os
outros estados - turcos, chineses, indianos e árabes - se não eram superiores
tecnologicamente, estavam em relativa igualdade. A diferença entre esses e os
europeus é o fato de que estavam organizados em grandes estados ao passo que a
Europa estava dividida em diversos principados e cidades-estado que viam uns aos
outros como rivais.
A China Ming
O autor destaca a exuberância da civilização chinesa à época. Contava com enorme
população, grandes áreas férteis, uma burocracia centralizada e bem-educada e
uma enorme capacidade de produção de conhecimento e técnicas - imprensa,
pólvora, grandes embarcações, enorme produção de ferro entre outros. O almirante
Cheng Ho realizou expedições que chegaram até a África e poderiam ter chegado à
Europa e América.
No entanto, pressões mongóis no norte fizeram com que os chineses
abandonassem sua marinha. Mesmo depois de vencidas as hordas a navegação
não foi retomada. O conservadorismo dos mandarins via com desconfiança a guerra
- e consequentemente a manutenção de um exército e uma marinha - e o comércio.
Não utilizaram sua imprensa para divulgar técnicas, mas somente textos clássicos.
Não houve apoio ao comércio nem o surgimento de uma burguesia chinesa que
pudesse fomentar a indústria. Com o tempo foi abandonado também a metalurgia e
instrumentos técnicos para a navegação.
Dessa forma, quando houve o contato com os europeus o grande império chinês já
havia declinado muito em relação a pujança que experimentara séculos antes. (p.
14 - 18)
O Mundo Muçulmano
O autor destaca que durante o século XVI a civilização muçulmana foi a que mais se
expandiu. Os otomanos tomaram o leste da europa até a Arábia e Egito, o império
Mogol dominou a Índia e outros chegaram até a atual Indonésia.
Os otomanos criaram uma magnífica máquina de guerra composta de marinha e
canhões, o que possibilitou a tomada de Constantinopla e depois do Mar Negro
além de estenderem seus domínios até o Egito. Toda essa expansão se encerrou
em meados do século XVI, o que ele credita ao fato - como os chineses - dos turcos
terem fechado-se sobre si próprios. Apesar a sociedade otomana ser muito mais
pujante do que a europeia, com grandes cidades, um comércio volumoso
controlando os bens vindos da Ásia e tecnologia superior, o motor de seu
desenvolvimento era a expansão territorial, que garantia divisas ao império. Quando
a expansão se encerra logo o império passa a declinar.
Outro fator importante é o despotismo. O grau de centralização na mão do sultão
era muito maior do que existia em uma Europa formada por estados independentes.
Desse modo, um líder sem gênio ou excessivamente conservador afetaria os rumos
do império durante todo seu reinado. Por fim houve as expensas militares, manter
uma grande marinha, exércitos na Europa e Arábia, pressões dos russos na Crimeia
e dos xiitas persas a leste demandavam recursos e atenção que não podia ser
voltada para expansão externa. A somatória desses acontecimentos vai gerando
declínio econômico o que faz com que militares passem a atacar os camponeses
por suas terras e recursos e mina o crescimento da outrora grande potência militar.
Mesmo nesse campo houve demora em atualizar sua máquina de guerra, ficando
atrás das inovações europeias.
Na Índia o império Mogol logrou grandes conquistas e contava com uma burguesia
que era desejosa de investir seus lucros, o que poderia ter gerado industrialização
anterior à invasão europeia. No entanto o império era perdulário com gastos
enormes que só poderiam ser mantidos às custas de conquistas, que quando
cessaram tiveram que ser substituídas por pesados impostos à população.
No tocante à população, apesar de seu ímpeto empreendedor contava com fortes
travas culturais indianas. Não era permitido o controle de roedores e insetos, o que
ocasionava a perda de grande quantidade de alimentos. A estrutura social
rigidamente dividida em castas impedia uma maior ascensão e flexibilidade além de
restringir o mercado consumidor. (p. 18 - 23)
Dois estranhos - Japão e Rússia
O Japão conta com uma vantagem em relação à China que é seu isolamento
insular. Isso evitou invasões, mas não foi suficiente para impedir o comércio e a
influência cultural chinesa. No início do século XVI o Japão ainda era dividido em
clãs guerreando entre si, mas foi unificado sob o xogunato Tokugawa, o que
garantiu paz interna à nação e prosperidade econômica, semelhante aos estados
europeus no mesmo período.
A grande diferença para com os europeus foi a grande aversão ao contato externo.
O xogunato proibiu o comércio externo e mesmo que seus súditos viajassem a
outras partes do mundo. Os portos eram fechados a outras nações, com exceção
dos holandeses que podiam comerciar em um porto de Nagasaki. A razão para o
isolacionismo era a eliminação de rivais que pudessem contestar o domínio dos
Tokugawa.
Em razão disso, apesar do sucesso econômico e desenvolvimento bancário - no
entanto, sem o mesmo prestígio que tiveram na Europa - o Japão isolou-se das
inovações desenvolvidas em outras partes do mundo, estando enfraquecidos para
resistir às canhoneiras de Perry no século XIX.
A Rússia iniciou sua expansão territorial também no século XVI. Com as novas
tecnologias militares desenvolvidas na Europa - mosquetes e canhões - conseguiu
expandir seu domínio para o leste e sul, chegando ao pacífico em meados do século
XVII. Mesmo com uma expansão formidável o estado russo tinha diversas
debilidades: uma centralização despótica enorme, sistema feudal na agricultura,
enormes distâncias com dificuldade de transportes e comunicação. (p. 23 - 25)
O “milagre europeu”
Nessa seção, o autor busca explicar como os relativamente atrasados e
politicamente fragmentados europeus conseguiram o desenvolvimento econômico e
tecnológico que lhes logrou a liderança comercial e militar do mundo. Ele defende a
ideia apresentada por Watson em seu texto - de que já havia uma dinâmica
econômica e tecnológica em curso desde a idade média.
Lembra que, ao contrário de seus vizinhos descritos nas seções anteriores, a
Europa nunca contou com uma unidade política, sendo o mais perto disso o império
romano. A regra foi a fragmentação política em unidades menores. Ele credita esse
fato à geografia europeia. Terreno acidentado que, além de dificultar o controle por
um único senhor, garantiu o desenvolvimento de núcleos populacionais autônomos.
A mesma geografia foi responsável pelo desenvolvimento do comércio. A diferença
climática propiciou variedade de produtos que eram trocados entre as comunidades.
Os rios navegáveis e o fato do continente ser cercado por mar levou ao
desenvolvimento de uma indústria naval ainda na idade média. O crescente
comércio internacional levou ao desenvolvimento de um sistema bancário e ao
enriquecimento das cidades comerciais. E a descentralização foi o ponto forte para
o crescimento econômico, porque não havia uma autoridade central para proibi-lo
em todo território, ou para aumentar a cobrança de impostos ou para impedir o
comércio exterior, como foi o caso dos grandes reinos centralizados descritos
anteriormente. Dessa forma houve o desenvolvimento da região europeia, mesmo
que em cada estado de modo desigual, pois se um determinado líder perseguia os
comerciantes, logo esses mudavam para outro estado e levavam consigo seu
conhecimento.
O sistema descentralizado de estados na Europa associado ao fato de que várias
nações possuíam acesso às inovações tecnológicas impediu que houvesse a
unificação da região sob uma única bandeira - por mais que tenha havido tentativas
- quando um estado ameaçava destacar-se era impedidopor uma coalizão de
estados menores ciosos da manutenção do equilíbrio, seja na fragmentada Itália ou
com países maiores. Canhões, mosquetes, navios e mercenários estavam
disponíveis a todos, de forma que não houve, como no Japão ou Índia, uma
potência militar capaz de subjugar as demais.
A descentralização teve papel também no desenvolvimento tecnológico. Quando os
exércitos passam a ser pagos por ricos comerciantes ou mesmo quando estão a
serviço do rei - ao invés de serem nobres feudais lutando com suas próprias forças -
passa a exigir-se que os recursos sejam bem aplicados, ou seja, que logrem uma
rápida vitória. Isso estimulou os cientistas de então a desenvolverem mais e
melhores armas e defesas a fim de fazerem frente aos rivais em uma verdadeira
corrida armamentista. Os reinos centralizados não contaram com esse incentivo,
principalmente após conquistarem a hegemonia sobre seus territórios. Não tardou a
essas inovações chegarem à marinha, equipando os grandes navios com canhões o
que deu uma vantagem enorme às forças europeias comparadas aos demais povos.
O autor lembra, no entanto, que a hegemonia europeia não se deu imediatamente,
mas foi construída aos poucos ao longo do período. Se na América o domínio sobre
astecas e incas foi rápido, o mesmo não aconteceu com chineses e japoneses.
Outras inovações tiveram de surgir para que os europeus subjugassem as nações
asiáticas. Destaca também a intenção da colonização. Europeus tinham o objetivo
de manter suas posses por longo prazo, visando lucros comerciais, muito diferentes
das viagens de Cheng Ho anos antes.
Conclui dizendo que essa soma de características presente nos povos europeus é o
que propiciou o avanço econômico e tecnológico intenso em relação aos outros
povos e que permitiu aos ocidentais dominarem-nos. A vantagem dos europeus era
ter menos desvantagens. Não havia um sistema centralizado e despótico para
obstaculizar o comércio. Não havia uma paz absoluta para impeir o avanço da
tecnologia militar - e a civil em sua esteira - e não havia uma aversão do governo
central ao comércio e aos maiores lucros. Pelo contrário, e a ausência desses
fatores permitiu o acúmulo de capitais e desenvolvimento tecnológico que garantiu
aos europeus a dominação do mundo nos séculos seguintes. (p. 25 - 38)
Cap. 2 (p. 39 - 77) A Tentativa de Domínio dos Habsburgos, 1519 - 1659
Este capítulo trata da tentativa hegemônica dos Habsburgo espanhóis e austríacos
para conseguir a hegemonia sobre a Europa e sobre como foram impedidos por
uma coalizão de outras nações menores. A derrota Habsburgo em meados do XVII,
consagrou a Europa como uma região onde existirá um equilíbrio de poder entre
potências locais, além de outros estados menores, mas não uma hegemonia de
uma única nação. Destaca que no período estudado houve um aumento de
intensidade das guerras e sua ampliação geográfica, que passou a ser generalizada
quando, anteriormente, era local.
O significado e a cronologia da luta
Uma das causas da generalização das guerras foi a disputa causada pela reforma
protestante e a contra-reforma. A Europa combateu uma guerra transnacional, por
mais de 100 anos sobre esse aspecto, até aceitar a tolerância religiosa.
Outro fator para a generalização das guerras na Europa do XVI foi a grande
extensão territorial controlada pela família Habsburgo. Originários da Áustria e
detentores do título de imperador há muito, durante o século XV buscou aumentar
seus territórios pela guerra e pelo casamento. Assim, em 1519, Carlos I da Espanha
(e Carlos V da Áustria - Imperador do SIRG) herdou de seus avós, Maximiliano I da
Áustria e Fernando de Espanha, o reino da Espanha, Nápoles, a Sicília, a Áustria, a
Borgonha e os Países Baixos , além de laços de casamento com Hungria e Boêmia.
Esse enorme ganho territorial não se refletia em ganho de poder. Carlos V parecia
não ser capaz de administrar seu território e não considerar um todo político - pela
própria fragmentação - e garantia a administração das terras austríacas e recém
adquiridas da Hungria e Boêmia, para seu irmão. Mas a presença desse novo
hegemon despertou reações nos estados vizinhos.
Na França, os Valois tinham acabado de estabilizar seu poder internamente e
desejavam uma expansão rumo à Itália, viam as possessões Habsburgo como uma
restrição ao estado francês. Durante os anos seguintes o principal interesse francês
passa a ser combater a influência Habsburgo. Também os principados da Alemanha
se preocupavam com a ascensão de um imperador muito poderoso que pudesse
aumentar a centralização de poder. O papa também via com desconfiança o
aumento de território, mas via como necessário para combater os otomanos e os
protestantes. A reforma teve papel fundamental na existência de tantos conflitos no
período. Os imperadores e os reis da Espanha foram os maiores defensores do
catolicismo e opositores da reforma.
O autor defende que não houve uma real tentativa Habsburgo de dominar a Europa,
como houve em Napoleão ou Hitler. Ainda assim, se houvessem conquistado todos
seus objetivos, os Habsburgo teriam dominado ou sob sua influência toda a Europa
Ocidental e Mediterrâneo. Com a derrota da reforma teriam conseguido diminuir o
pluralismo, característica importante do continente.
Esse século de conflitos presenciou uma revolução militar, aumentando em muito o
custo das guerras - materiais e humanos.
A cronologia do conflito mostra uma França pragmática, que aliou-se aos otomanos
e agiu em defesa dos protestantes a fim de combater o ganho de poder pelos
Habsburgos. Após a vitória dos principados protestantes com apoio francês, Carlos
V abdica da coroa do SIRG em favor de seu irmão e da coroa espanhola em favor
de seu filho, marcando a separação dos domínios Habsburgo em 1556 mas
mantendo uma relação estreita - como a águia de duas cabeças.
A restrição do crescimento dos Habsburgos por seus rivais continuou. A Espanha
teve de reprimir uma revolta protestante nos Países Baixos, porém após a união de
coroas com Portugal em 1580 a revolta local tomou contornos de disputa
internacional. A Inglaterra apoiava os rebeldes dos Países Baixos, e ambos
apoiavam os huguenotes em disputa com a Liga Católica (apoiada pelos espanhóis)
pelo trono da França. A presença de corsários ingleses e holandeses levaram a
batalha para o mar, na Europa, África e Caribe.
Em 1600 a Espanha havia falhado na tentativa de invasão à Inglaterra e ficou claro
que não derrotaria os Países Baixos (assinando trégua em 1609). Na França, o
protestante Henrique se converteu ao catolicismo após ser coroado e passou a
combater os invasores franceses. Assim o século XVII se iniciava com vários pólos
de poder e não uma hegemonia.
Em 1618 montava-se novo conflito, desta vez baseado na divisão entre católicos e
protestantes no SIRG. O imperador tinha apoio de seu primo espanhol e dos
estados da Liga Católica, criada em 1609, um ano depois da União Evangélica. Esta
tinha em seu apoio a Inglaterra e os Países Baixos. A tensão estourou em 1618,
após a Defenestração de Praga (revolta da Boêmia com seu novo rei católico)
dando início à Guerra dos 30 anos. Mais uma vez uma coalizão de potências evitou
a hegemonia Habsburgo: Suécia, A União Protestante, os Países Baixos e depois a
França, que inicialmente dava apoio aos protestantes, mas entra de fato na guerra
após o apoio espanhol ao SIRG. Em 1640, estoura uma revolta em Portugal que
consegue retomar a soberania do reino. Os ataques holandeses às colônias
espanholas na Ásia, África e América (Brasil) tornam a guerra dos 30 anos a
primeira guerra global. A Espanha negocia a paz com os Países Baixos,
reconhecendo sua independência em 1648, visando privar a França de um aliado,
no mesmo ano no entanto a Áustria se retira da guerra após a Paz de Westphalia,
que define a tolerância religiosa dentro do SIRG - e, de modo geral, a autonomia
dos estados em seus assuntos internos - a guerra continua entre França e Espanha
e maisuma vez o pragmatismo francês se impôs: uma aliança com a Inglaterra de
Cromwell derrotou os espanhóis e sepultou as tentativas hegemônicas dos
habsburgo em 1659.
Pontos fortes e fracos do bloco Habsburgo
Um dos pontos fortes do bloco era sua enorme fonte de riquezas: a Espanha e seu
império americano, os Países Baixos e as cidades italianas além dos grandes
bancos da época ficarem localizados em território Habsburgo, o que era fonte de
liquidez. Contava ainda com vantagem militar, o dinheiro permitia a contratação de
mercenários e também contavam com uma grande marinha além da infantaria
espanhola.
Um ponto fraco era a própria corrida armamentista. Apesar do grande exército e
marinha, a tecnologia era intensiva em mão de obra. Assim quanto mais seus
inimigos se fortaleciam, mais os Habsburgos tinham de se armar, precisando de
mais homens e consumindo muito mais recursos, tanto em terra quanto no mar.
Ainda que os soberanos espanhóis aumentassem suas receitas, seus gastos
aumentavam ainda mais, sendo a questão financeira um problema marcante
durante o período. Outro grande problema era o grande número de inimigos com
que contavam os Habsburgo, sendo caro manter tantas frentes de defesa.
Outra deficiência era social. A economia espanhola cobrava mais impostos dos
pobres e empresas do que dos produtores de terra. Numa sociedade que não
valorizava tanto o comércio era mais importante comprar um título de nobreza ou
entrar para o exército, assim havia falta crônica de artesãos.
Comparações internacionais
Neste título busca-se mostrar como os rivais dos Habsburgo emergiram desse
século de conflitos. A França foi a potência que se impôs sobre a Espanha e será a
primeira a ser analisada. A França passou por crises internas, culminando em
sangrenta guerra civil, quando as casas nobres capturaram a causa religiosa para
disputar o trono. Apenas com a ascensão de Henrique IV ao trono (e sua posterior
conversão ao catolicismo) a estabilidade foi alcançada, mas com um país debilitado
após confrontos internos e externos. Em contraste com a administração espanhola,
no entanto, a França buscou estimular sua indústria e comércio e investir em
infraestrutura. A França sofreu com a falta de uma liderança no perído entre o
assassinato de Henrique IV em 1610 e a consolidação do poder por Richelieu em
1630.
A Inglaterra após a derrota na Guerra dos Cem Anos e da guerra civil conseguiu
uma recuperação econômica com Henrique VII. No campo militar porém a Inglaterra
estava atrasada, além de ter uma população muito menor do que Espanha ou
França, não contava com exército regular e utilizava armamento antiquado. No
entanto Henrique VIII realizou incursões militares que causaram derrocada
econômica no país, só solucionada durante o governo de Cromwell. A abdicação
das pretensões territoriais na França em 1550 foram um alívio para a Inglaterra.
Elizabeth soube reconhecer as limitações e travou combates com os espanhóis
principalmente no mar. Manteve apoio aos rebeldes holandeses, como forma de
manter a Espanha ocupada pois considerava que a manutenção do equilíbrio de
poder na Europa era essencial para a independência inglesa. Após a guerra civil a
Inglaterra da Commonwealth pôde emergir como grande potência: um exército
reformado que competia com os do continente, uma marinha bem preparada que
era a melhor do mundo e uma economia renovada permitiram intervenções na
Europa e vitórias sobre a Espanha.
A Suécia era um país subdesenvolvido e pobre até o início do XVII. O reinado de
Gustavo Adolfo assiste inversões estrangeiras que veem a Suécia como
possibilidade de lucros, primeiro comprando matérias-primas e depois criando
fábricas na região que fortaleceram a economia tornando o reino autossuficiente em
armamentos. Esse ponto é um dos destaques do reinado: uma enorme reforma
militar com novas técnicas que tornou o exército sueco uma potência, além de uma
grande marinha para transportar suas forças pelo Bálitco, essa combinação permitiu
o apoio aos protestantes no norte da Alemanha em 1630. Mas a potência militar foi
a ruína sueca, o grande exército era caro demais para o país e precisava do saque
para manter-se. Ao final do XVIII a Suécia já havia reconhecido seu papel regional e
deixado as pretensões continentais.
Por último o surgimento improvável dos Países Baixos. Iniciado como uma revolta
de regiões pouco conectadas naquela província espanhola, a república comercial
floresceu pelo apoio estrangeiro e pelas divisas conquistadas com o comércio e
mercado financeiro. Por muitas vezes os espanhóis chegaram perto de sufocar a
revolta, mas os flamengos mantiveram os portos e os espanhóis só podiam atacar
por terra, tendo que frequentemente retornar suas tropas para a França, o que deu
tempo para a recuperação holandesa. Vão enfrentando essas dificuldades até a
trégua de 1609, a partir daí a região recebe um enorme afluxo de cidadãos aptos a
darem grandes contribuições ao estado: artistas, filósofos, banqueiros e cientistas,
isso representou grande vantagem àquela nação. Se especializaram no comércio e
indústria gerando grande vantagem econômica.
A guerra, o dinheiro e o estado-nação
As várias guerras ocorridas nos séculos XVI e XVII são reflexos da formação dos
estados-nação na Europa. Sua formação e tentativa de ganho territorial tornaram a
guerra lugar comum e maior consumidor de recursos financeiros do período. Isso
porque como demonstrado as máquinas de guerra eram pesadas e caras, sendo
ineficientes. Todas as nações passaram por dificuldades financeiras e militares,
tomada de empréstimos e motins de exércitos de mercenários. Assim a derrota
Habsburgo não foi acachapante, mas uma derrota marginal por outras nações
enfrentando problemas semelhantes. O ensinamento adquirido foi a importância do
cidadão produtivo na máquina do estado e um uso mais cuidadoso do tesouro.

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