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Capacidade Jurídica

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CAPACIDADE JURÍDICA
Antes de nascermos, já temos nossos direitos resguardados pela lei, principalmente os direitos existenciais de personalidade, ou seja, a soma das aptidões da pessoa. 
Existem três tipos de capacidade: a capacidade de direito ou de gozo; a capacidade de fato ou de exercício; e a capacidade plena, que é a soma da capacidade de direito com a de fato. 
A capacidade de direito é comum a toda pessoa humana, só se perde com a morte. Já a capacidade de fato, só algumas pessoas a têm, e está relacionada com os exercícios dos atos vida civil. Ou seja, toda pessoa possui capacidade de direito, mas não necessariamente a capacidade de fato.
A capacidade de direito ou jurídica nada mais é que a aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações na vida civil que a pessoa natural possui. Todo ser humano é dotado de personalidade, mas muitos deles não apresentam condições necessárias para exercer, por si próprio, seus direitos (capacidade de fato). Portanto, àqueles que a lei restringe o exercício de seus direitos denominam-se incapazes. 
A incapacidade civil é o estado no qual se limita legal ou judicialmente o exercício da vida civil a um indivíduo, ou seja, é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil, devendo ser sempre encarada como exceção. 
A incapacidade pode ser relativa (aqueles que podem praticar por si atos da vida civil, desde que assistidos por quem a lei encarrega deste ofício) ou absoluta (aquele impossibilitado totalmente do exercício de direito dos atos da vida civil, sendo representado).
· Incapacidade Absoluta
Art. 3º, CC: São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I - os menores de dezesseis anos[footnoteRef:1]; [1: A lei entende que o ser humano, até atingir essa idade, não alcançou ainda o discernimento para distinguir o que lhe convém ou não, de sorte que, desprezando sua vontade, impede que atue pessoalmente na vida jurídica. O que se leva em conta na fixação desse limite é o desenvolvimento mental do indivíduo, em nada se vinculando com a maturidade sexual, apesar de serem chamados de menores impúberes.] 
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos (revogado em 2015 pela Lei 13.146)
III -  os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade (revogado em 2015 pela Lei 13.146)
Em suma, não existe mais, no sistema privado brasileiro, pessoa absolutamente incapaz que seja maior de idade. Como consequência, não há que se falar mais em ação de interdição absoluta no nosso sistema civil, pois os menores não são interditados. Todas as pessoas com deficiência, das quais tratava o comando anterior, passam a ser, em regra, plenamente capazes para o Direito Civil, o que visa a sua plena inclusão social, em prol de sua dignidade.
· Incapacidade Relativa[footnoteRef:2] [2: Na incapacidade relativa há assistência; reconhece ao incapaz certo discernimento, razão pela qual ele é quem pratica o ato, mas não sozinho, e sim acompanhado, isto é, assistido por seu representante legal.] 
Art. 4º, CC: São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido (revogado em 2015 pela Lei 13.146);
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo (revogado em 2015 pela Lei 13.146);
 II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei 13.146)
 III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (Redação dada pela Lei 13.146)
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial (revogado em 2015 pela Lei 13.146)
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.
LEMBRETE: No direito brasileiro NÃO existe incapacidade de direito, porque todos se tornam, ao nascer, capazes de adquirir direitos (art. 1º, CC: “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”). O que existe, portanto, somente incapacidade de fato ou de exercício, donde se conclui que incapacidade é a restrição legal ao exercício de atos da vida civil.

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