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DIREITO CIVIL
Parte Geral
ALYNE RIBEIRETE PELISSON
Pessoas Naturais
- CAPACIDADE JURÍDICA
- PERSONALIDADE
- TEORIAS DO INÍCIO DA 
PERSONALIDADE
-
2
3
Pessoa
•Ente físico ou jurídico capaz de direitos e deveres na 
esfera civil.
•Toda pessoa tem personalidade jurídica e uma
proteção fundamental, por meio dos Direitos de
Personalidade.
4
Pessoa física
Outras acepções: Pessoa natural ou pessoa de existência 
visível 
Ente dotado de estrutura, complexidade biopsicológica.
5
Personalidade Jurídica da Pessoa Natural 
- Soma de caracteres e aptidões das pessoas, indicando o que ela 
representa para si e para os outros (relacionada a valores)
- Atributo relacionado à essência do ser humano
- Atributo que permite à pessoa titularizar e reivindicar direitos 
fundamentais 
- A personalidade não se esgota na capacidade de ser sujeito de 
direitos (poder titularizar direitos e contrair deveres) 
-
6
Análise sob a perspectiva clássica
Análise sob a perspectiva clássica:
- A personalidade fundamenta-se na norma jurídica
- Associação do início da personalidade à teoria natalista
- Associação com a capacidade de direito 
- Embriões e nascituros seriam entes despersonalizados
7
 Análise sob a perspectiva contemporânea 
- A personalidade fundamenta-se na condição existencial, na 
dignidade da pessoa humana 
- Relaciona-se mais ao direito civil constitucional
- Permite que o ser humano , ainda que não tenha nascido, 
reclame direitos fundamentais
- A capacidade de direto seria apenas um atributo da 
personalidade.
- O Estado apenas reconhece a personalidade e concebe a 
capacidade 
8
Qual a diferença entre capacidade e personalidade?
 A capacidade é apenas um aspecto da personalidade, apenas
uma consequência, mais ligado a aspectos patrimoniais
 Como diz Francisco Amaral: Você pode ser mais ou manos 
capaz, mas você não pode ser mais ou menos pessoa
 Pode haver restrições do Estado à capacidade jurídica, mas 
jamais à personalidade pois ela é inerente à natureza 
humana (emana do próprio indivíduo)
9
Entes despersonalizados.
 Sujeitos de direitos que não possuem personalidade mas 
que têm aptidão para titularizar direitos e deveres, 
criadas para concretizar finalidades institucionais 
específicas e figurar nas relações jurídicas 
ex: massa falida, espólio, herança jacente, herança 
vacante (art. 75, CPC)
10
A partir de que momento a pessoa natural adquire 
personalidade?
O Art. 2° do Código Civil diz que “A personalidade civil da pessoa 
começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a 
concepção, os direitos do nascituro”
Nascimento com vida: [Ser expulso do ventre materno e respirar] -
Docimasia Hidrostática de Galeno – ver se entrou ar no pulmão
No entanto, a resposta a essa questão depende da leitura
constitucionalizada ou positivista formal clássica.
11
Teorias da aquisição da personalidade 
•O nascituro não é pessoa humana, pois a personalidade começa com o 
nascimento com vida
•Defensores: Silvio Rodrigues, Washigton de Barros Monteiro, Fabio Ulhoa)
•Decisão ADI-3510, ST (2008)
TEORIA NATALISTA OU 
NEGATIVISTA
•O nascituro se nascer com vida é pessoa 
TEORIA DA 
PERSONALIDADE 
CONDICIONADA
•O nascituro é pessoa humana, tendo direitos de personalidade desde a 
concepção (Francisco Amaral, Maria Helena Diniz, Nelson Rosenvald.)
•Há uma ressalva quanto aos direitos patrimoniais decorrentes de herança, 
legado ou doação, que ficam condicionado ao nascimento com vida.
•É a prevalente na doutrina e no STJ
 TEORIA DA CONCEPÇÃO
12
VOCÊ CONSEGUE ME TRAZER 
EXEMPLOS DE SITUAÇÕES QUE 
DEMONSTRAM A RECEPÇÃO DA 
TEORIA CONCEPCIONISTA?
13
Vamos 
pensar um 
pouquinho
14
Evidências pró concepcionistas
 Lei de Biossegurança (Lei 11105/05) proibindo a manipulação genética (art. 6°)
 Reconhecimento de filiação Art. 1.609, CC – “O reconhecimento pode preceder o 
nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar 
descendentes.”
 Cabe dano moral pela morte do pai do nascituro (REsp 399.028/SP e AgRg no 
AAREsp: 150297 DF),
 Alimentos gravídicos (11;804/08)
 Direito ao curador (art. 1779, CC), direito à representação, à adoção.
 Rafael Bastos foi condenado a pagar dano moral pela ofensa ao nascituro de 
Wanessa Camargo (REsp: 1.487.089) 
 Cabe indenização por seguro DPVAT em favor do nascituro (REsp 1.120.676/SC de 
2011 e REsp 1.415.727/SC de 2014
“DIREITO CIVIL. ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO. ABORTO. AÇÃO DE COBRANÇA.
SEGURO OBRIGATÓRIO. DPVAT. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. ENQUADRAMENTO
JURÍDICO DO NASCITURO. ART. 2º DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. EXEGESE
SISTEMÁTICA. ORDENAMENTO JURÍDICO QUE ACENTUA A CONDIÇÃO DE PESSOA
DO NASCITURO. VIDA INTRAUTERINA. PERECIMENTO. INDENIZAÇÃO DEVIDA. ART.
3º, INCISO I, DA LEI N. 6.194/1974. INCIDÊNCIA. 1. A despeito da literalidade do art.
2º do Código Civil – que condiciona a aquisição de personalidade jurídica ao
nascimento –, o ordenamento jurídico pátrio aponta sinais de que não há essa
indissolúvel vinculação entre o nascimento com vida e o conceito de pessoa, de
personalidade jurídica e de titularização de direitos, como pode aparentar a leitura
mais simplificada da lei.
2. Entre outros, registram-se como indicativos de que o direito brasileiro confere ao
nascituro a condição de pessoa, titular de direitos: exegese sistemática dos arts. 1º,
2º, 6º, e 45, caput, do Código Civil; direito do nascituro de receber doação, herança
e de ser curatelado (arts. 542, 1.779 e 1.798 do Código Civil); a especial proteção
conferida à gestante, assegurando-se-lhe atendimento pré-natal (art. 8º do ECA, o
qual, ao fim e ao cabo, visa a garantir o direito à vida e à saúde do nascituro);
alimentos gravídicos, cuja titularidade é, na verdade, do nascituro e não da mãe (Lei
n. 11.804/2008); no direito penal a condição de pessoa viva do nascituro – embora
não nascida – é afirmada sem a menor cerimônia, pois o crime de aborto (arts. 124
a 127) sempre esteve alocado no título referente a "crimes contra a pessoa" e
especificamente no capítulo "dos crimes contra a vida" – tutela da vida humana em
formação, a chamada vida intrauterina (MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito
penal, volume II. 25 ed. São Paulo: Atlas, 2007, p. 62-63; NUCCI, Guilherme de
Souza. Manual de direito penal. 8 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012, p. 658).
3. As teorias mais restritivas dos direitos do nascituro – natalista e da personalidade
condicional – fincam raízes na ordem jurídica superada pela Constituição Federal de
1988 e pelo Código Civil de 2002. O paradigma no qual foram edificadas transitava,
essencialmente, dentro da órbita dos direitos patrimoniais. Porém, atualmente isso
não mais se sustenta. Reconhecem-se, corriqueiramente, amplos catálogos de
direitos não patrimoniais ou de bens imateriais da pessoa – como a honra, o nome,
imagem, integridade moral e psíquica, entre outros. 4. Ademais, hoje, mesmo que
se adote qualquer das outras duas teorias restritivas, há de se reconhecer a
titularidade de direitos da personalidade ao nascituro, dos quais o direito à vida é o
mais importante. Garantir ao nascituro expectativas de direitos, ou mesmo direitos
condicionados ao nascimento, só faz sentido se lhe for garantido também o direito
de nascer, o direito à vida, que é direito pressuposto a todos os demais.
5. Portanto, é procedente o pedido de indenização referente ao seguro DPVAT, com
base no que dispõe o art. 3º da Lei n. 6.194/1974. Se o preceito legal garante
indenização por morte, o aborto causado pelo acidente subsume-se à perfeição ao
comando normativo, haja vista que outra coisa não ocorreu, senão a morte do
nascituro, ou o perecimento de uma vida intrauterina. 6. Recurso especialprovido.”
(REsp 1.415.727- SC (2013/0360491-3), Rel. Min. Luis Felipe Salomão- Segunda
Turma - Julgado em 04/09/2014, DJe 29/09/2014). provido.” (REsp 1.415.727- SC
(2013/0360491-3), Rel. Min. Luis Felipe Salomão- Segunda Turma - Julgado em
04/09/2014, DJe 29/09/2014).
19
CAPACIDADE JURÍDICA 
- Capacidade éa medida da personalidade
Art. 1º, III, CC - Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem 
civil 
 A capacidade que o artigo primeiro traz é a capacidade de direito 
- Pessoa: Pessoa natural ou Pessoa humana
- Capaz: Capacidade de direito e de gozo 
CAPACIDADE DE DIREITO, DE GOZO
- Potencialidade que todos têm para serem sujeitos de 
direitos e deveres na ordem civil, titularizando relações 
jurídicas
- É estática e genérica
- Decorre da personalidade 
21
O que é relação jurídica?
 Relação jurídica é a relação regulada pelo Direito. Ela é formada por 
pessoas, que se vinculam e ocupam a posição de 
A) Sujeito ativo: titular do direito. Credor da obrigação.
B) Sujeito passivo: titular do dever jurídico, com sujeição. 
CAPACIDADE DE FATO OU DE EXERCÍCIO
- Poder que o Estado concede ao sujeito de direitos para o exercício concreto de direitos subjetivos e 
potestativos, bem como para cumprir os deveres decorrentes dos direitos que ele adquiriu em razão 
da capacidade de direito 
- É dinâmica, pois está atrelada ao exercício do direito 
- NEM TODOS possuem
- O exercício pode ser limitado pela finalidade e função do direito concedida pelo ordenamento 
jurídico bem como pelos paradigmas decorrentes da constituição (igualdade substancial, 
solidariedade social e dignidade da pessoa humana) sob pena de configurar abuso de direito 
- Ficam excluídos os incapazes – Teoria das incapacidades
 A) Absolutamente incapazes (artigo 3º, CC)
 B) Relativamente incapazes (artigo 4º, CC)
CAPACIDADE CIVIL PLENA
- Capacidade de direito + capacidade de fato
LEGITIMAÇÃO – Capacidade negocial ou privada
- Capacidade especial para o exercício de determinado ato ou negócio
jurídico
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode,
sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; II - pleitear, como autor ou
réu, acerca desses bens ou direitos; III - prestar fiança ou aval;
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros
descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge
se o regime de bens for o da separação obrigatória
TEORIA DAS 
INCAPACIDADES
25
Pessoas Naturais
TEORIA DAS INCAPACIDADES
- A teoria da incapacidade está relacionada com a capacidade de fato e
fundamenta-se na proteção
- Consiste na restrição do poder de exercício pelo Estado visando a proteção dos
incapazes – espécies de vulneráveis, estabelecendo um regime especial de
proteção.
- O poder restrito é delegado pelo Estado aos pais (poder familiar), tutores (tutela,
complementando o poder familiar), curadores (curatela), apoiadores (tomada de
decisão assistida) que exercem o poder junto ou no lugar dos incapazes
Exemplo de proteção: não corre prazo de prescrição e decadência contra
absolutamente incapazes (art. 198, CC), nulidade de atos e negócios realizados pelos
incapazes (art. 166, CC), responsabilização mitigada (art. 928, CC)
27
Quem são os vulneráveis tido incapazes?
 Fala-se em presunção de vulnerabilidade aos elencados 
nos arts. 3º e 4º, do CC, alterados pelo Estatuto da 
Pessoa com Deficiência - Lei 13.146/2015
Causas:
a) objetiva: IDADE
b) Subjetiva: ENFERMIDADE, que implique redução do 
discernimento
ABSOLUTAMENTE INCAPAZES
Art. 3 o São absolutamente incapazes de exercer
pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16
(dezesseis) anos. (CRITÉRIO OBJETIVO - ETÁRIO – menores
impúberes)
 Precisam ser representados sob pena de nulidade
absoluta do ato praticado
Nulidade absoluta
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: 
 I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 
RELATIVAMENTE INCAPAZES
Art. 4 o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; (CRITÉRIO OBJETIVO - ETÁRIO – 
menores púberes)
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (CRITÉRIO SUBJETIVO)
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua 
vontade; (CRITÉRIO SUBJETIVO)
IV - os pródigos. (CRITÉRIO SUBJETIVO)
 Precisam ser assistidos, sob pena de nulidade relativa, anulabilidade, do ato
Nulidade relativa- anulabilidade
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, 
é anulável o negócio jurídico: 
I - por incapacidade relativa do agente; 
Observações
1) Quanto aos menores púberes:
Havendo previsão legal podem praticar alguns atos civis mais
complexos, mesmo sem assistência.
ex: Casar, testar, reconhecer filho, ser testemunha... 
Em alguns casos será preciso ocorrer a emancipação (art 5º, CC)
2) Quanto aos ébrios habituais( viciados em álcool ou tóxicos)
Nestes casos, há necessidade de interdição relativa com laudo médico. 
A sentença deve apontar quais atos podem ou não podem ser 
praticados pelo indivíduo
Observações
3) Quanto às pessoas que, por causa transitória ou definitiva, não puderem
exprimir vontade
- são aqueles que se encontram em estado vegetativo ou coma, por exemplo
4) Quanto aos pródigos:
- são as pessoas que gastam de maneira destemperada o seu patrimônio, o que
pode reduzi-los à penúria. Ex: viciado em jogo. A interdição do pródigo
somente diz respeito a atos de disposição direta de bens.
Ex: vender, doar, hipotecar etc. Assim, não há impedimento quanto ao
casamento. Inclusive não há imposição de regime de bens. Ele não está no rol
que impõe a separação obrigatória (1641. CC), assim, em regra, o regime de
casamento do pródigo é o da comunhão parcial de bens
Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, 
hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração. 
CAPACIDADE DOS INDÍGENAS
Art 4°, CC. Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada 
por legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
(Vigência) 
 Dispõe sobre o Estatuto do Índio. (Lei 6.001/1973)
Art. 1º Esta Lei regula a situação jurídica dos índios ou silvícolas e das 
comunidades indígenas, com o propósito de preservar a sua cultura e 
integrá-los, progressiva e harmoniosamente, à comunhão nacional.
- EM REGRA: ABSOLUTAMENTE INCAPAZ – SOB TUTELA DA UNIÃO
CAPACIDADE DOS INDÍGENAS
- O índio adaptado poderá ser considerado plenamente capaz para 
que possa realizar os atos da vida civil, desde que: emancipe-se e 
preencha os requisitos estabelecidos no artigo 9º do Estatuto do 
Índio, quais sejam:
- idade mínima de 21 anos;
- domínio da língua portuguesa;
- habilitação para o exercício de atividade útil à comunidade nacional;
- autorização judicial, diretamente, ou por meio da Funai – mas 
sempre será homologado por órgão judicial. 
- As questões indígenas são de competência da Justiça Federal.
A PRESUNÇÃO DE 
VULNERABILIDADE É 
ABSOLUTA? MUDA 
ALGUMA COISA COM O 
DIREITO CIVIL
CONSTITUCIONAL?
36
Para 
pensar...
37
Sim 
 A incapacidade não pode mais ser considerada de forma 
abstrata. É preciso analisar no caso concreto, de modo 
associado com a dignidade da pessoa humana e a valorização 
da pessoa humana.
Questione se a pessoa precisa esmo ser destinatária de um 
regime de proteção naquela situação concreta
 A incapacidade deve ser vista como exceção, cada vez mais 
restrita, para potencializar a dignidade.
 Incapacidade formal x incapacidade material
PESSOA COM 
DEFICIÊNCIA É CAPAZ?
38
Para 
pensar...
Pessoas Naturais 
Teoria das 
incapacidades
INCAPACIDADE X 
ESTATUTO DA PESSOA 
COM DEFICIÊNCIA
39
Considerações sobre o Estatuto das Pessoas com Deficiência 
 a) Lei 13.146 - Regulamenta a Convenção de Nova Iorque, 
que é um tratado de direitos humanos. Tal tratado tem força 
de Emenda à Constituição, conforme art. 5º, § 3º, CF . 
 b) Premissas fundamentais do Estatuto das Pessoas com 
Deficiência (art. 4º, Lei 13.14610/2015): 
✓ Igualdade.
✓ Inclusão com autonomia.
✓ Vedação da discriminação. c) Pessoa com deficiência passou a ser considerada 
capaz, em regra. (PRESUNÇÃO DE CAPACIDADE)
- Capacidade civil plena para os atos existenciais e 
familiares. 
- Restrições atingem apenas atos patrimoniais e negociais 
(art. 83, 84 e 85 do ETD) – busca a preservação da 
autodeteminação existencial 
- Faculta-se a tomada de decisão apoiada (1783, cc) 
Influência do estatuto no CC
O estatuto motivou a revogação da antiga redação dos 
artigos 3° e 4°, CC.
O CC não faz mais referência à pessoa portadora de 
deficiência.
A deficiência está ainda associada a uma vulnerabilidade, 
mas não à incapacidade
43
Quem é a pessoa com deficiência?
Art. 2º, Lei nº 13.146 - Considera-se pessoa com deficiência
aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação
com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com
as demais pessoas.
Deficiência não afeta a capacidade
Lei 13.146/2015, “Art. 6°-A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive 
para:
I -casar-se e constituir união estável;
II -exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III -exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações 
adequadas sobre reprodução e planejamento familiar;
IV -conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;
V -exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária;
VI -exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em 
igualdade de oportunidades com as demais pessoas.”
Deficiência não afeta a capacidade
Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal 
em igualdade de condições com as demais pessoas.
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei. 
(CURATELA ESPECÍFICA OU INTERDIÇÃO)
§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão 
apoiada. (TDA – há possibilidade de autodeterminar-se, mas busca um apoio)
§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva 
extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o 
menor tempo possível. (ESPECIFICA, TEMPORÁRIA E EXTRAORDINÁRIA)
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administração ao juiz, 
apresentando o balanço do respectivo ano.
46
TDA
 Instituto protetivo menos invasivo que garante mais autonomia à 
pessoa com deficiência.
 Facilita comunicação, compreensão e a manifestação da vontade 
com pessoa com deficiência.
Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a 
pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, 
com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para 
prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, 
fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que 
possa exercer sua capacidade.
47
Regime protetivo aplicável à pessoa com deficiência
Deficiência que NÃO 
afeta o discernimento:
•Aplica o estatuto
Deficiência que afeta o 
discernimento:
•Divergência entre o 
estatuto e o artigo 4º, III, 
CC
•Ou se constrói soluções 
no caso concreto ou 
aplica todo o regime da 
incapacidade
Pessoas Naturais EMANCIPAÇÃO
48
49
Cessação da menoridade
Art. 5 o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica 
habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento 
público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido 
o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; 
II - pelo casamento; 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, 
desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia 
própria. 
Emancipação
A antecipação de um dos efeitos da maioridade para data 
anterior aos 18 anos
A antecipação se refere a efeitos civis: O menor passa a 
ter capacidade de fato
A emancipação não retira a proteção do menor e não 
afasta a incidência do ECA 
Emancipação - Modalidades
 ✓Voluntária: feita por concessão dos pais (escritura pública, 
devidamente levada a registro), tendo o filho 16 anos completos.
 ✓Judicial: feita por suprimento do juiz, por sentença judicial que 
deve ser levada a registro, tendo o menor 16 anos completo 
 ✓Legal (não tem necessidade de formalidade)
 1º) Matrimonial: decorrente do casamento. 
 2º) Exercício de emprego público efetivo;
 3º) Colação de grau em Ensino Superior;
 4º) Estabelecimento civil/empresarial do menor ou relação de emprego (emancipação 
profissional). Nestes casos , o menor deve ter 16 anos completos e economia própria
Emancipação
Art. 9 o Serão registrados em registro público: 
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do 
juiz; 
A emancipação é irrevogável, salvo nos casos de 
invalidade do casamento. 
VAMOS RESOLVER 
ALGUMAS QUESTÕES
53
Exercícios 
práticos
54
(Procurador – Prefeitura de Francisco Morato - SP – VUNESP – 2019) 
Pode-se corretamente afirmar que o menor de 17 anos de idade 
divorciado é:
(A) capaz.
(B) incapaz.
(C) relativamente incapaz.
(D) capaz, se foi expressamente requerida no divórcio a não revogação 
da emancipação
(E) capaz, desde que emancipado pelos pais, por meio de escritura 
pública.
55
(IPREV/IBEG – Procurador Previdenciário – 2017) Sobre a capacidade civil, analise as assertivas e indique a 
opção correta.
I – São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 
(dezesseis) anos;
II – São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de exercê-los os maiores de dezesseis e 
menores de dezoito anos;
III – São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de exercê-los os ébrios habituais, os viciados 
em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
IV – São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer aqueles que, por causa 
transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade.
(A) apenas as alternativas I e II são verdadeiras.
(B) apenas as alternativas I e III são verdadeiras.
(C) apenas as alternativas II e III são verdadeiras.
(D) apenas as alternativas I, II e IV são verdadeiras.
(E) apenas as alternativas I, III e IV são verdadeiras.
5613. (Magistratura Federal/TRF4 – 2014) Dadas as assertivas abaixo, assinale a 
alternativa correta.
O Código Civil de 2002 (Lei 10.406/2002), na redação vigente, dedica o seu Livro I à 
tutela jurídica das pessoas. Com base nas disposições respectivas às pessoas 
naturais, é possível afirmar que:
I. A incapacidade é a restrição legal aos atos da vida civil, sendo esta, na Ordem 
Jurídica brasileira, dividida em incapacidade de fato ou exercício.
II. Os pródigos, ainda que relativamente incapazes, podem praticar, validamente, 
atos de administração patrimonial, como são exemplos a transação financeira 
perante bancos e a constituição de hipotecas sobre bens imóveis.
III. A emancipação voluntária pode ser concedida por ambos os pais ao menor com 
no mínimo 16 (dezesseis) anos de idade, independentemente de homologação 
judicial, mas necessariamente concretizada em instrumento público, sob pena de 
nulidade, devendo a escritura respectiva ser registrada no cartório do registro 
civil, à margem do assento de nascimento.
Quais estão corretas?
Encerramento
57
58
O que vimos hoje?
 Sujeitos da relação jurídica
Conceito de pessoa natural
Começo da personalidade
Capacidade jurídica 
Emancipação
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Na próxima aula...
Morte
Ausência
 Forma de Individualização das Pessoas
Teorias dos direitos da personalidade
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REFERÊNCIAS 
 FIGUEIREDO, Luciano;FIGUEIREDO, Roberto. Direito Civil. 
Parte Geral. 5 ed. Salvador: JusPodivm, 2015
 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro - Parte 
geral . Vol.1.18. ed. São Paulo : Saraiva, 2020
 JANKOVIC, Elaine Karina. Direito Civil: pessoas e Bens. 
Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2015.
 TARTUCE, Flávio. Direito civil: lei de introdução e parte 
geral . 16. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020.

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