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Direito Civil I | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 1 A teoria da personalidade se completa pela teoria das capacidades. ® Adquirida a personalidade jurídica, toda pessoa passa a ser capaz de direitos e obrigações. ® Art. 1º do CC: toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. ¨ Capacidade jurídica É conceituada como a aptidão genérica para adquirir direitos. Em alguns momentos históricos, entes que atuavam no plano do Direito (tinham personalidade), muito embora não pudessem adquirir direito (não tinham capacidade). A capacidade jurídica da pessoa se desdobra em: 1. Capacidade de direito: Grau de aptidão para o exercício para adquirir direitos ou praticar, por si ou por outrem, atos não proibidos pela lei. Todo ente a quem se atribui personalidade jurídica tem capacidade de direito, em maior ou menor grau, dependendo do número de direitos que tem o potencial para adquirir, por isso, grau de aptidão. 2. Capacidade de fato: Aptidão para o exercício, por si, dos atos da vida civil. Mas, nem toda pessoa tem capacidade de fato, pois não se pode exercer um direito sem ser capaz de adquiri- lo. Exemplo: Uma pessoa de 15 anos, pode ser emancipada, e com isso adquire capacidade de fato para atos da vida civil, mas nem por isso pode elaborar testamento, pois a lei somente atribui capacidade de direito para o testamento aos 16 anos de vida completos. A prática dos atos da vida civil com relação aos direitos que podem adquirir (os de capacidade reduzida) depende de REPRESENTAÇÃO. Importante: Pode-se ter capacidade de direito, sem capacidade de fato. Portanto, fala-se na impossibilidade do exercer o direito, ou seja, na incapacidade. Capacidade X Legitimidade A legitimação é uma capacidade específica. ® Nem toda pessoa capaz pode estar LEGITIMADA para a pratica de determinado ato jurídico. ® Trata-se de impedimentos circunstanciais para a pratica de determinado ato. Exemplo: O tutor, embora maior e capaz, não poderá adquirir bens móveis ou imóveis do tutelado (art. 1749 do CC). Isto é, o tutor encontra-se IMPEDIDO de praticar o ato por falta de LEGITIMIDADE ou de capacidade específica para o ato. Teoria das Capacidades Direito Civil I | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 2 ¨ Da Incapacidade civil Fala-se em incapacidade quando se é AUSENTE a capacidade de fato, ou seja, falta de aptidão para praticar pessoalmente atos da vida civil. Incapacidade civil: absoluta ou relativa. 1. Incapacidade absoluta No Direito Brasileiro vigente, ante a alteração efetuada pelo EPD, somente são ABSOLUTAMENTE INCAPAZES os menores de dezesseis anos ¨ Art. 3º do CC. 2. Incapacidade relativa Configuram pessoas situadas em zona intermediaria, por não gozarem de total capacidade de discernimento e autodeterminação. Na redação do art. 4º do CC são relativamente incapazes: ® Os maiores de 16 e menores de 18 anos; ® Os ébrios habituais e os viciados em tóxico; ® Aqueles que não puderem exprimir sua vontade (por causa transitória ou permanente); ® Os pródigos. Pródigos: são aqueles que inexplicavelmente dissipam seu patrimônio, com gastos excessivos ou endividam-se. Atos praticados sem assistência pelos relativamente incapazes são anuláveis. ¨ art. 171, I. ¨ Maioridade e emancipação Aos 18 anos completos a pessoa adquire a CAPACIDADE PLENA para a pratica por si dos atos da vida civil – art. 5º do CC. Entretanto, a lei admite que menores de 18 anos, admiram a capacidade por meio da emancipação. ¨ Parágrafo único do art. 5º do CC. Hipóteses de cessão da menoridade: 1. Emancipação parental e emancipação judicial: Concedida pelos pais, via escritura pública, e judicial se por meio de sentença. ® O menor deve ter, no mínimo, 16 anos completos. 2. Casamento: trata-se de emancipação legal, ocorre por comando da lei. Admite-se o casamento dos maiores de 16 anos, exigindo-se autorização dos pais ou dos representantes legais – art. 1517 do CC. 3. Pelo exercício de emprego público efetivo – não é tão comum, pois a CF instituiu a seleção por concurso público, e é exigido que os candidatos sejam maiores de 18 anos. 4. Pela colação de grau em curso superior- pode considerar tal hipótese “impossível”. 5. Menor que se lança em carreira para adquirir economia própria, também não muito frequente na sociedade contemporânea.
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