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DIFICULDADES MAIS PRESENTES NA DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR NA ÁREA DE ENFERMAGEM Amaury Freitas Miranda1 RESUMO: Este trabalho apresenta os elementos analisados com intuito de ressaltar e centralizar alguns dos problemas e das dificuldades apresentadas pelo profissional docente no ensino superior de enfermagem. PALAVRAS-CHAVE: Dificuldades; Docência; Enfermagem; 1 Introdução As informações aqui apresentadas são baseadas em artigos já publicados, analisando, identificando e ressaltando as dificuldades mais enfrentadas pelo profissional, vejo como de estrema importância, pois o crescimento e a valorização do profissional docente também se dá analisando e buscando melhorias na qualidade de trabalho, assim como suas condições, analisando desde o convívio com os educandos, falta de profissionais capacitados e até dificuldade em relação aos materiais para uma boa pratica da docência. 2 Desenvolvimento 2.1 Docência A docência pode ser abordada por vários ângulos, sendo que essas abordagens permite apresentar diferentes caminhos, sendo que deve-se atentar que a docência não deve ser fragmentada, ela deve estar de acordo com tudo ao seu redor vivencias nacionais ou regionais, do passado ou do presente, através de formação inicial, continuada, currículos, dimensão metodológica, econômica, pelo 1Graduação em Enfermagem, Especialização em Docência no Ensino Superior pela Faculdade de Educação São Luís de Jaboticabal – SP. E-mail do autor: amaury22@gmail.com. Orientadora: Prof.ª Esp. Ana Carolina Caruso Bertonha. compromisso ético-político e vínculo com a escola ao se revelar por meio de concepções, finalidades e papéis, totalizando assim a aprendizagem. (VEIGA, 2015) 2.2 Docência no ensino superior Sobre docência no ensino superior a LDBE – Lei nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996 diz: Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Art. 43. A educação superior tem por finalidade: I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração; VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição. VIII - atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação básica, mediante a formação e a capacitação de profissionais, a realização de pesquisas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão que aproximem os dois níveis escolares. (Incluído pela Lei nº 13.174, de 2015) (LIMA, 2016) O Artigo 66 da LDB ressalta o critério para a prática da docência especificamente do ensino superior sendo “a preparação para o exercício do magistério superior far-se-á em nível de pós-graduação, prioritariamente em programas de mestrado e doutorado”. Entendo que o foco do docente de ensino superior está direcionado a pesquisa, devido sua própria formação. (ARANTES e GEBRAN, 2012) Com intuito de atingir seus objetivos, o docente precisa considerar sua forma de atuação, e vincula-la com a organização da instituição de ensino onde atua, avaliando seu grupo e sua formação pessoal e profissional. O avançar no processo de docência e do desenvolvimento profissional mediante a preparação pedagógica, não se dará em separado de processos de desenvolvimento pessoal e institucional: este é o desafio a ser hoje considerado na construção da docência no ensino superior (PIMENTA e ANASTASIOU p. 259, 2002). E também o docente não pode se abster do que está em seu cotidiano, deve levar em consideração o seu entorno político, social e econômico, pois, tudo está ligado com o processo de aprendizagem, sendo repercutido na educação de todos os envolvidos. (COELHO, 2009) 2.3 Docência em enfermagem A complexidades educacional é uma das características mais importantes no campo da saúde principalmente na área de enfermagem, pois deve estar interligado com campos sociais políticos e econômicos de uma determinada região, pois o atual sistema de saúde esta direcionado e centralizado e a área de enfermagem é uma das áreas que atua na totalidade de da região proposta, sendo assim o profissional docente nessa área deve estar preparado para qualquer eventualidade que possa surgir. (SILVA 2013) De um modo geral, podemos afirmar que é necessário pensar o ensino superior na área de saúde como uma realização conjunta dos docentes e discentes que buscam sua participação social como sujeitos ativos pautados em uma formação técnica e especializada, que valorize a discussão ético-politica, comunicacional e inter-relacional, o que possibilita sua integração com as atuais perspectivas da sociedade. (SILVA apud. GRARANHANI; VALLE, 2013) Atualmente, a graduação em enfermagem tem as Diretrizes Curriculares Nacionais com base, com intuito de proporcionar uma formação dinâmica, contemporânea e contextualizada, voltada a pesquisa e extensão formando um profissional generalista, crítico e apto a atuar em todas as vertentes do cuidado, com objetivo principal promover a saúde da sociedade em geral. As Diretrizes Curriculares dos Cursos de Graduação em Enfermagem (Resolução CNE/CES Nº 1133), afirma que estes cursos devem ter um Projeto Pedagógico – PP, construído coletivamente, centrado no aluno como sujeito da aprendizagem e apoiado no professor como facilitador e mediador do processo ensino-aprendizagem. Afirma ainda que a estrutura dos cursos de graduação em Enfermagem deverá assegurar a implementação de uma metodologia no processo ensinar–aprender que estimule o aluno a refletir sobre a realidade social e aprenda a aprender. (RODRIGUES e SOBRINHO apud BRASIL, 2006) Sendo assim, o curso de enfermagem deve ter uma formação reflexiva, humanista, critica, generalista, rica em conhecimento técnico e científico, regida por princípios éticos. (RODRIGUES e SOBRINHO, 2006) No ensino em saúde, em particular no ensino de enfermagem, há uma lacuna na produção científica sobre a temática. De maneira geral, os estudos abordam as características do trabalho docente em contextos institucionais delimitados, segundo a natureza administrativa ou acadêmica das Instituições de Ensino Superior, não tomando como ponto de partida o processo de trabalho docente em diferentes contextos, mas abordagens específicas, como qualidade de vida e satisfação no trabalho. (LEONELLO e OLIVEIRA, 2014) 2.4 Dificuldades encontradas na docência em enfermagem Através de pesquisas em artigos específicos, pude constatar que a relação ética é uma das dificuldades mais presentes e marcantes, falta de companheirismo e colaboração, competição, desrespeito verbal, exigências e injustiças no plano de carreira, mas também pode ser citado: insatisfação profissionalrelacionada ao excesso de trabalho, falta de reconhecimento e desvalorização salarial. (FRANCO; BUENO; CORRAL-MULATO, 2010) Outras dificuldades também encontradas através dessa busca foram: a precariedade relacionada as estruturas físicas (principalmente em campos de estágio, como aceitação da equipe de enfermagem já presente, falta de materiais básicos para o cuidado), falta de recursos matérias, alunos trabalhadores, sendo que a maioria desses alunos são da área técnica de enfermagem e utilizando dupla e até tripla jornada de trabalho, e ressaltando que a maioria das alunas são do sexo feminino, e tendo que conciliar também os afazeres domésticos, outra dificuldade está relacionada ao conciliar a teoria com a realidade do aluno. Dificuldades observadas também é a falta de qualificação pedagógicas e metodológicas, pois a maioria dos docentes são bacharel, não tendo a formação em licenciatura, com isso a qualidade do ensino em enfermagem acaba decaindo, e também o excesso de instituições que ofereçam o curso acaba contribuindo para essa baixa na qualidade. (FIGUEIREDO, 2012) Segundo uma pesquisa realizada por SILVA, SPESSOTO, REAL e MISSIO aponta que: Com relação às dificuldades encontradas na condição de bacharéis para realizar a docência, quatro egressos elencaram a falta de disciplinas pedagógicas. Os egressos foram formados a partir de uma concepção curricular focada nas questões biomédicas, com maior tempo de formação dedicado ao ambiente hospitalar, com ausência de disciplinas necessárias para a formação do professor, como disciplinas de conteúdo pedagógico. (2015) 3 Conclusão Conclui-se que a área docente específica de enfermagem possui como principal dificuldade o relacionamento interpessoal, pois a competitividade e a falta de apoio e companheirismo estão muito presentes, dificultando e empobrecendo a qualidade do ensino e da formação profissional do docente. Através desse trabalho pude concluir também a importância da especialização em docência, pois com essa formação o profissional de enfermagem docente, sendo ele bacharel, pode se tornar capacitado e qualificado a transmitir e repassar o conhecimento de forma didática e pedagógica, pois irá unir a formação específica já presente com a formação docente, direcionando corretamente esse profissional à atividade acadêmica como decente. 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: LIMA, Fernanda; FIRMINO, Fabiana. LDB esquematizada: comentada e atualizada. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2016. VEIGA, Ilma Passos A.; et al. Docência uma construção ético-profissional. Campinas: Papirus, 2015. ARANTES, Ana Paula P.; GEBRAN Raimunda A. Ensino Superior: trajetórias e saberes docentes. Presidente Prudente: Colloquium Humanarum, 2012. COELHO, Emilia Aparecida D. Docência no ensino superior: dilemas e desafios do professor iniciante. Londrina: 2009. SILVA, Marlucilena P. Docência universitária no curso de enfermagem: formação profissional, processo de ensino-aprendizagem, saberes docentes e relações interpessoais, associados ao principio da integralidade. Uberlândia: 2013. RODRIGUES, Malvina Thais P.; SOBRINHO, José Augusto de C. M. Enfermeiro professor e a docência universitária. Piaui: 2006. LEONELLO, Valéria Marli; OLIVEIRA, Maria Amélia de C. Educação superior em enfermagem: o processo do trabalho docente em diferentes contextos institucionais. São Paulo: 2014. PIMENTA, Selma Garrido; ANASTASIOU, Lea das Graças C. Docência no ensino superior. São Paulo: Cortez, 2002. FRANCO, Dathiê de Mello; BUENO, Sonia M. V.; CORRAL-MULATO, Sabrina. Docência em enfermagem: insatisfações e indicadores desfavoráveis. Ribeirão Preto, Acta Paul Enferm, 2010. FIGUEIREDO, Alyne do Carmo. As dificuldades enfrentadas pelo enfermeiro no exercício da docência. Goiania, 2012. SILVA, Michelle L. M.; SPESSOTO, Márcia Maria R. L.; REAL, Giselle C. M.; MISSIO, Lourdes. Docência: a vivência de bacharéis enfermeiros. Dourados: 2015. NÓBREGA-THERRIEN, Silvia M.; BARBOSA, Elaine S.; TORRES, Maria Nahir B. F. Docência universitária para enfermeiros: dificuldades e esperanças. Curitiba: XII EDUCERE, 2015.
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