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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Didática Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Kethlen Leite de Moura Revisão Textual: Jaquelina Kutsunugi Planejamento e Prática Docente I • Planejamento e Prática Docente I • Refl etir sobre a importância do planejamento da prática docente no processo de ensino e aprendizagem. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Planejamento e Prática Docente I Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Planejamento e Prática Docente I Planejamento e Prática Docente I Nossos estudos permeiam as questões que envolvem a prática docente e o plane- jamento. A partir do momento em que nos tornamos professores passamos a pla- nejar as nossas ações, e para isso elaboramos um planejamento. Com a experiência docente, as reflexões e as preparações de atividades fazem com que o docente passe a pesquisar mais sobre as suas práticas em sala de aula, e essa ação irá refletir nas atividades em que professor e aluno irão desenvolver juntos. É por isso que o plane- jamento existe. Mas, será que deve ficar somente no mundo das ideais? O planeja- mento precisa ser registrado? Qual é o papel da direção e/ou equipe pedagógica da escola para fazer com que o planejamento se efetive? Será que o professor precisa estabelecer linhas gerais que delimitem suas ações em sala de aula? Esses questionamentos contribuirão com os nossos estudos à medida que for- mos desenvolvendo o conteúdo, isso porque as perguntas é que devem mover a prática docente. Figura 1 – Planejando a prática docente Fonte: Alphaspirit / 123RF Para Thomazi e Asinelli (2009), o planejar deve ultrapassar o planejamento pro- priamente dito, já que isso implica nas relações de poder que se constituem dentro da escola, e que, querendo ou não, envolvem os atores da escola. Uma coisa que precisa ficar muito clara é que o planejamento irá refletir e também interferir nas relações que ocorrem na escola e na sala de aula, e essa interferência irá chegar até os alunos, famílias, professores, diretores e pedagogos. Por isso, é tão necessário que o planejamento seja estruturado e que esteja de acordo com o contexto e o cotidiano escola, afinal, nós sabemos que a escola não é um local rígido e inflexível. É por isso que o planejamento vem para organizar e também sistematizar o trabalho pedagógico de professores e equipe pedagógica, evitando, assim, que o processo de ensino seja sempre uma improvisação. 8 9 O fato é que o planejamento tem uma intencionalidade, e para compreender- mos melhor essa perspectiva trazemos o que Padilha (2001, p. 63) fala a respeito: Lembramos que realizar planos e planejamentos educacionais e escolares significa exercer uma atividade engajada, intencional, científica, de caráter político e ideológico e isento de neutralidade. Planejar, em sentido amplo, é um processo que visa dar respostas a um problema, através do estabele- cimento de fins e meios que apontem para a sua superação, para atingir objetivos antes previstos, pensando e prevendo necessariamente o futuro, mas sem desconsiderar as condições do presente e as experiências do passado, levando-se em conta os contextos e os pressupostos filosófico, cultural, econômico e político de quem planeja e de com quem se planeja. (PADILHA, 2001. p. 63) Percebe-se que o planejamento envolve diversos contextos que visam contribuir com a prática docente, sendo essa prática a melhor forma de colocar em prática o que está estabelecido no currículo da escola. Assista ao vídeo do programa Papo de Professor, que traz o tema: Como fazer um bom pla- nejamento escolar?. A professora Maria Claudia Junqueira apresenta os pontos fundamen- tais para a elaboração de um bom planejamento. Disponível em: https://bit.ly/2w2Og6i Ex pl or É por meio do planejamento que nós, profissionais da educação, colocamos em prática o currículo da escola que está proposto no Projeto Político-pedagógico da Instituição. Neste momento convém explicar o que é o currículo, afinal, ele é uma das vértebras que sustenta a educação. Para Forquim (1989), o currículo tem diversos usos, já que tem uma grandeza semântica. Logo podemos definir currículo como: Percurso educacional, um conjunto de experiências de aprendizagens efetuadas por qualquer um sob o controle de uma instituição formal ao curso de um dado período. Por extensão, a noção designará menos um percurso efetivamente cumprido que um percurso prescrito por uma insti- tuição escolar, quer dizer um programa, ou um conjunto de programas de aprendizagem organizadas em curso. (FORQUIM, 1989. p. 213) Essa contribuição do autor demonstra o quanto o currículo é importante para o trabalho pedagógico docente, já que nos permite identificar como será o planeja- mento do professor, pois o saber escolar está assentado nesse processo de trans- missão do conhecimento por meio do currículo. Para Bernstein (1975), o currículo representa uma importante contribuição para a formação dos estudantes, pois, a partir do momento que a escola está inserida em um sistema de saber e esse sistema também está envolvo a um sistema de controle e poder da sociedade, há uma necessidade de selecionar, classificar, avaliar e distribuir os princípios que regem esse poder – e isso acontecerá por meio do currículo. 9 UNIDADE Planejamento e Prática Docente I Acesse o portal do Instituto Ayrton Senna e leia a reportagem que trata sobre a importância do currículo no ambiente educacional. A matéria traz as possibilidades de definir o currículo escolar e selecionar as melhores maneiras de formar o cidadão do futuro. Disponível em: https://bit.ly/2JprbmS Ex pl or Outra questão que envolve a prática docente e o planejamento são as etapas que orientam a construção do planejamento, isso porque a questão do planejamento está ligada à educação e à concepção de ensino e aprendizagem. Logo, quando um professor assume uma disciplina, ele tem a necessidade de delimitar suas ações, ou seja, tomar uma série de decisõesque estejam relaciona- das à sua visão de educação. Por isso, a partir do momento que passa a elaborar o planejamento, o docente precisa tomar decisões que envolvem o que o aluno irá aprender em cada bimestre e como ele irá fazer com que os conteúdos se articulem. Para Castro et al. (2008), o planejamento escolar precisa ser concebido em três etapas: preparação, acompanhamento e aperfeiçoamento. Esses três princípios que estão intrínsecos ao planejamento precisam aparecer ao longo do planejamen- to a ser apresentado, tanto escritos quanto nas ações referentes ao planejamento. A partir do momento da elaboração do planejamento, o professor precisa deixar claro quais valores, atitudes, habilidades, competências e conhecimentos os alunos irão desenvolver ao longo do ano letivo, e isso tem um grande peso na elaboração do plano da disciplina, bem como nos planos de aula. Planejamento Acompanhamento Preparação Aprimoramento Alicerçamento do programa da disciplina, o qual deve cumprir no todo ou em parte a ementa. Nesta fase se estabelece as competências e os objetivos do curso e à previsão de todos os procedimentos para garantir a concretização das competências. Envolve a avaliação do alcance das competências e dos objetivos propostos na fase de preparação. A partir desta avaliação (na pior das hipóteses semestral) procede-se aos ajustes que se �zeram necessárias para a concretização das competências e dos objetivos. Deve-se acompanhar a ação educativa do professor e o aprendizado do aluno. Signi�ca Signi�ca Signi�ca Figura 2 – Mapa conceitual Fonte: Peixoto e Araújo (2012) O mapa conceitual acima busca organizar as três etapas relatadas anteriormen- te. Essa organização é para que você, estudante, consiga compreender como elas estão relacionadas e o que cada uma delas significa para o processo de planejamen- to. Este mapa conceitual nos possibilita ver o quanto o planejamento é influenciado 10 11 por diversos acontecimentos intrínsecos à escola. Por isso, a formação pedagógica para os docentes é tão importante, pois acaba contribuindo para o processo de ensino e aprendizagem de maneira mais efetiva, além de se comprometer com a formação integral do aluno, não pensando em sua formação voltada apenas para o mercado de trabalho. Por isso, o papel do educador é tão importante, e sua função não é ape- nas a de ensinar, mas principalmente de levar o educando a aprender por meio de condições que façam com que o aluno adquira conhecimento. E para que as ações pedagógicas do planejamento se concretizem, é essen- cial que professor elabore o plano de aula. Esse instrumento é a bússola que irá direcionar o trabalho docente e tor- nará as ações do professor facilitadoras para o processo de ensino e de apren- dizagem, isso porque o plano de aula já busca prever as expectativas dos alunos, as dificuldades, os interesses e a catarse. Logo, o planejamento tem sua constituinte essencial, pois o ensino precisa que o planejamento exista para que a organização, seleção e explicação de conteúdos passem a fazer sentido para os educandos e para que o resultado final seja a apren- dizagem. É no planejamento que nós, docentes, iremos estabelecer os objetivos da disciplina, os métodos que iremos desenvolver o conteúdo e a maneira como iremos avaliar o processo. Portanto, no que tange à aprendizagem, sabemos que as atividades a serem aplicadas aos alunos precisam ter a função de assimilação de conhecimentos e desenvolvimento de habilidades. De acordo com Libâneo (1990), esse processo visa, na verdade, realizar a me- diação dos objetivos estipulados previamente, de maneira que os conteúdos e os métodos possam ser sintetizados na aula e na ação didática do professor. Veja a reportagem que trata sobre o plano de aula. Esse instrumento, segundo a Revista Nova Escola, traz prática e refl exão, o que irá resultar num plano de aula perfeito. Disponível em: https://bit.ly/2h0DlGb Ex pl or Para Silva (2007), para que o professor desenvolva um planejamento coeren- te, ele precisa contemplar os interesses dos alunos sobre determinados conteú- dos, além de propor a resolução de problemas para que os alunos pesquisem e se direcionem pela pergunta norteadora. Portanto, o processo de ensino pre- cisa permitir a interação de ideias entre alunos e professores, como forma do Figura 3 – Os ideais do planejamento docente Fonte: Alphaspirit / 123RF 11 UNIDADE Planejamento e Prática Docente I desenvolvimento do ensino e da aprendizagem. É justamente por isso que, em seu planejamento, o professor precisa delimitar objetivos mais amplos que alcan- cem as delimitações da disciplina. Para que os objetivos sejam coerentes com a proposta disciplinar, é necessário que os docentes selecionem verbos de ação. O verbo é essencial no processo de construção do planejamento, pois é a partir da palavra escolhida que haverá a pos- sibilidade de desenvolver o conteúdo previamente organizado. Um exemplo disso é: se em um determinado momento do planejamento o professor apresentar que o aluno deverá resumir o tópico apresentado, provavelmente o verbo a ser escolhido para desenvolver o objetivo cognitivo envolvido, seguindo a taxonomia de Bloom, é o verbo sintetizar. Já, em um outro momento, o professor solicita ao aluno que ele relacione os fenômenos que envolvem a disciplina e o mundo, logo, o objetivo que deve ser utilizado é valorizar. Consegue perceber, estudante, a importância dos objetivos nas ações cognitivas? Importante! A aprendizagem por projetos está relacionada às metodologias ativas. É uma aborda- gem pedagógica que busca enfatizar atividades que foquem no desenvolvimento de habilidades e competências. Para saber mais a respeito, leia o texto do portal Hoper, que traz sobre essa prática. Disponível em: https://bit.ly/2Q5B8Xa Você Sabia? Para Teixeira (2005), os objetivos a serem elencados para o desenvolvimento do planejamento, principalmente no que tange às ações a serem desenvolvidas em sala de aula, devem ser claros e compreensíveis nos termos que estão sendo empregados. Abaixo apresentamos uma pequena tabela com alguns verbos que podem ser empregados na especificação de objetivos a serem desenvolvidos em um planejamento docente. Quadro 1 – Verbos utilizados nos objetivos do planejamento docente Palavras passíveis de várias interpretações Palavras passíveis de poucas interpretações · saber · compreender · realmente compreender · avaliar · avaliar completamente · perceber o significado de · desfrutar · acreditar · ter fé em · escrever · expressar · identificar · diferenciar · resolver · construir · relacionar · comparar · contrastar Fonte: Teixeira, 2005 Nesse processo é importante deixar bem claro que o objetivo precisa ter infor- mações que irão contribuir para a materialização da aula. A partir do momento que algumas informações são omitidas, o professor passa a ter dificuldades para ensinar seus alunos. Apresentamos três especificações que indicam as relações entre o verbo e a ação: 12 13 • especificação de desempenho ou comportamento; • especificação de condições em que o aprendizado será observado; • especificação dos padrões a serem alcançados. A partir disso há uma tabela que contribui para que os objetivos afetivos a serem desenvolvidos se associem a verbos de ação. Vejamos: Quadro 2 – Relação dos objetivos afetivos com os verbos de ação CLASSE VERBOS DE AÇÃO ASSOCIADOS RECEBER ouvir atender preferir aceitar receber perceber estar consciente favorecer selecionar RESPONDER especificar responder completar selecionar listar escrever gravar desenvolver derivar VALORIZAR aceitar reconhecer participar incrementar desenvolver realizar indicardecidir influenciar ORGANIZAR organizar julgar relacionar encontrar determinar correlacionar associar formar selecionar CARACTERIZAR revisar modificar enfrentar aceitar julgar desenvolver demonstrar identificar decidir Fonte: Teixeira, 2005 Agora apresentaremos os objetivos cognitivos e os verbos de ação associados que têm diferentes domínios de compreensão. Quadro 3 – Objetivos cognitivos e os verbos de ação CLASSE VERBOS DE AÇÃO ASSOCIADOS CONHECIMENTO definir, declarar, listar, nomear, escrever, relembrar, reconhecer, rotular, sublinhar, selecionar, reproduzir, medir. COMPREENSÃO identificar, justificar, selecionar, indicar, ilustrar, representar, nomear, formular, explicar, julgar, contrastar, classificar APLICAÇÃO predizer, selecionar, avaliar, explicar, escolher, encontrar, mostrar, demonstrar, construir, computar, usar, desempenhar. ANÁLISE analisar, identificar, concluir, diferenciar, seleccionar, separar, comparar, contrastar, justificar, resolver, separar, criticar. SÍNTESE combinar, repetir, sumarizar, sintetizar, aguir, discutir, organizar, derivar, selecionar, relacionar, generalizar, concluir. AVALIAÇÃO julgar, avaliar, determinar, reconhecer, suportar, defender, atacar, criticar, identificar, evitar, selecionar, escolher. Fonte: Teixeira, 2005 Para a utilização dos verbos apresentados, o professor precisa ter conhecimen- to de que os conteúdos a serem ensinados são conhecimentos sistematizados e selecionados da base científica, advindos da experiência social da humanidade e organizados para que possam ser ensinados na escola. 13 UNIDADE Planejamento e Prática Docente I A jornada para a construção do planejamento é uma atitude importante, pois acaba revelando a importância de se investir no saber disciplinar, em que a trans- missão de conhecimentos a serem realizadas pelo professor deverá ser definida com primazia. É a partir da daí que surge a importância da competência a ser desenvolvida, para que o docente possa escolher os verbos a serem utilizados para atingir objetivos já determinados, ou seja, é preciso estabelecer um processo de apreensão e construção do conhecimento. De acordo com Anastasiou (1998), os programas de aprendizagem, ou de aprendizagem por meio de projetos, têm a responsabilidade de conquistar o conhe- cimento, a partir do momento que se adota processos de parceria e colaboração no desenvolvimento dos conteúdos a serem ministrados. Nesse processo de aprendizagem, a relação entre a apreensão e o tipo de pro- jeto a ser trabalhado em sala de aula deve deter os princípios dos conteúdos para que assim haja uma aprendizagem significativa. Logo, a aprendizagem deve seguir quatro princípios que serão dispostos no infográfico a seguir: SALES 1 2 3 4 Os quatro princípios da aprendizagem Conteúdos fatuais São conhecimentos de fatos, acontecimentos, situações e fenômenos concretos, em que a aprendizagem é veri�cada de maneira literal. Conteúdos atitudinais Que podem ser agrupados em valores, atitudes e normas. Conteúdos procedimentais São ações ordenadas e que visam um determinado �m, isso inclui técnicas, métodos, destrezas e habilidades. Aprendizagem de conceitos Nesse momento é necessário possibilitar a elaboração e, também a construção pessoal a respeito das interpretações de novas situações (ZABALA, 1998). Figura 4 – Os quatro princípios da aprendizagem Fonte: Zabala, 1998 Portanto, a construção do conhecimento é um movimento dialético e também operacional, em que as atividades desenvolvidas pelos alunos precisam ter uma predominância perceptiva e reflexiva. Por isso, os princípios da aprendizagem são essenciais a serem adquiridos pelo docente, para que ele tenha conhecimento do que ensinar e como ensinar os seus alunos. Uma prática docente que garanta um processo de aprendizagem que seja sucesso só será possível ser desenvolvida a partir de estudo de textos, vídeos, pesquisas, debates em grupos, seminários, 14 15 exercícios, entre outros. Essas metodologias possibilitam a constituição do conhe- cimento e visam superar a visão caótica do conhecimento. Nesse momento, apresentamos o quadro que demonstra as possíveis estratégias que podem ser aplicadas no processo de aprendizagem. Vejamos: Quadro 4 – Objetivos e estratégias no processo de aprendizagem OBJETIVOS ESTRATÉGIAS Conhecimento do Grupo aquecimento de um grupo desbloqueio manifestação de expectativas · apresentação simples · apresentação cruzada em duplas · complementação de frases · desenhos em grupo · deslocamentos físicos pela sala ou fora dela · tempestade cerebral Aquisição de conhecimentos · leitura de textos · leitura com roteiro de questões · material de instrução programada · excursão · aulas expositivas dialogadas · visitas técnicas · estudo de caso Desenvolvimento de Habilidades · dramatização, desempenho de papéis · atividades em grupos · grupo de observação · painel integrado · pequenos grupos para formular questões · grupos de oposição · aulas práticas Desenvolvimento de Atitudes · debate em pequenos grupos · estudo de caso · relatórios com opiniões fundamentais · estágios · excursões · dramatização Confronto com a realidade · estágios · excursões · pesquisa de opinião · estudo de caso · estudo do meio Desenvolvimento da capacidade de trabalho em equipe · pequenos grupos com uma só tarefa · pequenos grupos com tarefas diferentes · painel integrado · diálogo sucessivos Iniciativa na busca de informações · projeto de pesquisa · estudo do meio · estudo de caso Fonte: Peixoto e Araújo, 2012, p. 9 Assim, quando pensamos em atividades ou avaliações baseadas em projetos, precisamos, enquanto docentes, definir as orientações e atividades que os alunos irão desenvolver; logo, a escolha de estratégias que permitam esse momento de construção do conhecimento é imprescindível. A primeira delas é a significação. Esse momento visa estabelecer vínculos com o conteúdo a ser ministrado, além de associar à prática social do aluno. 15 UNIDADE Planejamento e Prática Docente I Nessa proposta de atividades baseadas em projetos, as atividades precisam ser significativas e estarem vinculadas com as relações existentes entre as necessidades dos alunos e as finalidades da disciplina. Já a segunda é a problematização. Nesse momento, o professor deve apresentar os conceitos e a origem para o desenvolvimento de determinado projeto. Por isso, para Anastasiou (1998), a essência pedagógica precisa ser mediada pelo conheci- mento docente. Esse professor precisa construir ações que sejam inovadoras e que mobilizem o comprometimento dos alunos com o conhecimento a ser transmitido. Portanto, é imprescindível que o professor desenvolva princípios racionais em seus alunos, para que eles possam compreender os conceitos básicos sobre o assunto que está sendo trabalhado. Além de acompanhar esse processo de aprendizagem, o professor precisa dar um feedback aos seus educandos, e isso ocorre por meio da avaliação, que deve ser compreendida como um processo que visa corrigir as possíveis distorções que ocorreram no processo de ensino e aprendizagem. Quadro 5 – A avaliação e suas técnicas O QUE AVALIAR TÉCNICAS AVALIATIVAS Objetivos Cognitivos · prova discursiva ou dissertativa · prova de testes · entrevista · prova com questões de lacunas · exercícios com questões verdadeiro/falso · prova com consulta · trabalhos e pesquisas · soluções de casos Objetivos de habilidades · observação com roteiro e registro · provas práticas · relatórios Objetivos de atitudes · solução de caso · observação · entrevista · dissertação Objetivos de um programa · pré/pós-testes · indicadores de aproveitamento · questionários· debates Objetivos de um curso · debates · observação · questionários · entrevistas Desempenho docente · debates com alunos · questionários · indicadores de aproveitamento · observação por escrito Fonte: Silva, 2007, p. 87 Acesse o texto do Portal Pedagogia e tenha maior compreensão sobre a pedagogia de pro- jetos. Disponível em: https://bit.ly/2HnIyCtEx pl or 16 17 Assim, a aprendizagem baseada em projetos torna-se um modelo inovador de ensino e também de aprendizagem, já que esse processo envolve não somente os professores, mas principalmente os alunos, que atuam em atividades de pesquisa para solucionar problemas, permitindo que os alunos construam seu conhecimento de forma autônoma. As características que definem a aprendizagem baseada em projetos incluem: conteúdo, condições, atividades e resultados. No quadro a seguir, sintetizamos esse processo em tópicos para que você estu- dante consiga ter uma melhor visualização desse processo: Quadro 6 – A relação entre conteúdo, atividades, condições e resultados CONTEÚDO 1. Problemas apresentados em sua complexidade. 2. Os alunos é quem procuram estabelecer relações de interdisciplinaridade. 3. Os alunos se deparam com a complexidade. 4. Questões que norteiam o mundo real com que os alunos se preocupam. ATIVIDADES 1. Os alunos precisam desenvolver trabalhos de pesquisa. 2. Os alunos se deparam com obstáculos e visam transpô-los. 3. Os alunos buscam estabelecer relações entre ideais e competências. 4. Os alunos utilizam materiais autênticos. 5. Os alunos recebem feedback de suas ações. CONDIÇÕES 1. Os alunos se integram a um grupo de pesquisa. 2. Os alunos são chamados para compreender a gestão de tarefas que serão desenvolvidas pelo grupo. 3. Os alunos é quem conduzem o seu próprio trabalho. 4. Os alunos passam a valorizar o trabalho profissional do professor. RESULTADOS 1. Os alunos passam a gerar produtos intelectuais condizentes com sua formação. 2. Os alunos participam ativamente do processo de avaliação. 3. Os alunos demonstram suas competências. 4. Os alunos mostram seu processo de desenvolvimento. Fonte: MEC (2012) Portanto, tanto o ato de planejar quanto às atividades baseadas em projetos são ações orgânicas, que estão presentes em nossa vida profissional e pessoa. Por isso o professor precisa levar em consideração a realidade em que o aluno está inserido, isso permite com que o educando tenha uma maior proximidades com as ativida- des e o conteúdo a ser ministrado. 17 UNIDADE Planejamento e Prática Docente I Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto político-pedagógico Vasconcellos apresenta em seu livro textos que nos auxiliam a compreender questões que envolvem o planejamento na prática docente. Ao longo desse volume teórico, o autor enfatiza a importância do planejamento e como ele contribui de fato para a or- ganização do trabalho docente no âmbito escolar e na sala de aula. Planejamento: como prática educativa Gandin apresenta o contexto da educação no século XX. A intenção do autor com esse prenúncio é trazer reflexões para que o docente consiga impulsionar a sua prática ao longo de sua trajetória tanto acadêmica quanto profissional. Vale a leitura! Vídeos Gestão da Sala de Aula – Celso Vasconcellos O vídeo que traz uma fala do Professor Doutor Celso Vasconcellos é um momento muito agradável de conversa e reflexões, principalmente porque ele propõe questio- namentos que nos ajudam a pensar sobre a interação entre o professor, a escola e o aluno. Ele ressalta que o professor é o mediador do conhecimento no espaço da sala de aula, sendo que suas ações são fundamentais para possibilitar o processo de ensino e aprendizagem. https://bit.ly/2LTu8yc Entrevista – Celso Vasconcellos A entrevista de Celso Vasconcellos é apresentada de maneira a suscitar reflexões sobre a importância da afetividade na prática docente, tendo em vista que a ati- vidade exercida pelo professor é algo humano, sendo que a todo tempo ele está envolvido com o processo de aprendizagem de sujeitos que estão a receber todo o conhecimento científico. https://bit.ly/2HADwRQ 18 19 Referências ANASTASIOU, L. G. C. Metodologia do Ensino Superior: da prática docente a uma possível teoria pedagógica. Curitiba: IBPEX, 1998. CASTRO, P. A. P. P. de; TUCUNDUVA, C. C.; ARNS, E. M. A importância do planejamento das aulas para organização do trabalho do professor em sua prática docente. Revista Científica de Educação, Rio de Janeiro, v. 10, n. 10, p. 49-62, 2008. DUARTE, N. As pedagogias do aprender a aprender e algumas ilusões da assim chamada sociedade do conhecimento. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 18, p. 35-40, 2001. FORQUIN, J. C. Ecole et Culture. Le point de vue des sociologues britanniques. Bruxelles: De Boeck Université, 1989. LIBÂNEO, J. C. Fundamentos práticos e teóricos do trabalho docente: um estudo introdutório sobre pedagogia e didática. Tese (Doutorado em Educação) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1990. PADILHA, P. R. Planejamento Dialógico: Como construir o projeto político- pedagógico da escola. São Paulo: Ed. Cortez, 2001. SILVA, D. Didática. Formação pedagógica em Biologia. Maceió: Cesmac, 2007. TEIXEIRA, G. Planejamento educacional e planejamento do ensino. Ebah, [201- ]. Disponível em: <https://www.ebah.com.br/content/ABAAABRNAAF/didatica- planejamento-educacional-planejamento-ensino>. Acesso em: 14 mai. 2019. THOMAZI, A. R. G.; ASINELLI, T. M. T. Prática docente: considerações sobre o planejamento das atividades pedagógicas. Educar, Curitiba, n. 35, p. 181-195, 2009. ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: ArtMed, 1998. 19
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