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4-Organização-do-Trabalho-Docente-U4_1

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Didática
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Kethlen Leite de Moura
Revisão Textual:
Jaquelina Kutsunugi
Planejamento e Prática Docente I
• Planejamento e Prática Docente I
• Refl etir sobre a importância do planejamento da prática docente no processo de 
ensino e aprendizagem.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Planejamento e Prática Docente I
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Planejamento e Prática Docente I
Planejamento e Prática Docente I
Nossos estudos permeiam as questões que envolvem a prática docente e o plane-
jamento. A partir do momento em que nos tornamos professores passamos a pla-
nejar as nossas ações, e para isso elaboramos um planejamento. Com a experiência 
docente, as reflexões e as preparações de atividades fazem com que o docente passe 
a pesquisar mais sobre as suas práticas em sala de aula, e essa ação irá refletir nas 
atividades em que professor e aluno irão desenvolver juntos. É por isso que o plane-
jamento existe. Mas, será que deve ficar somente no mundo das ideais? O planeja-
mento precisa ser registrado? Qual é o papel da direção e/ou equipe pedagógica da 
escola para fazer com que o planejamento se efetive? Será que o professor precisa 
estabelecer linhas gerais que delimitem suas ações em sala de aula?
Esses questionamentos contribuirão com os nossos estudos à medida que for-
mos desenvolvendo o conteúdo, isso porque as perguntas é que devem mover a 
prática docente.
Figura 1 – Planejando a prática docente
Fonte: Alphaspirit / 123RF
Para Thomazi e Asinelli (2009), o planejar deve ultrapassar o planejamento pro-
priamente dito, já que isso implica nas relações de poder que se constituem dentro 
da escola, e que, querendo ou não, envolvem os atores da escola. Uma coisa que 
precisa ficar muito clara é que o planejamento irá refletir e também interferir nas 
relações que ocorrem na escola e na sala de aula, e essa interferência irá chegar 
até os alunos, famílias, professores, diretores e pedagogos.
Por isso, é tão necessário que o planejamento seja estruturado e que esteja de 
acordo com o contexto e o cotidiano escola, afinal, nós sabemos que a escola não 
é um local rígido e inflexível. É por isso que o planejamento vem para organizar e 
também sistematizar o trabalho pedagógico de professores e equipe pedagógica, 
evitando, assim, que o processo de ensino seja sempre uma improvisação. 
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O fato é que o planejamento tem uma intencionalidade, e para compreender-
mos melhor essa perspectiva trazemos o que Padilha (2001, p. 63) fala a respeito:
Lembramos que realizar planos e planejamentos educacionais e escolares 
significa exercer uma atividade engajada, intencional, científica, de caráter 
político e ideológico e isento de neutralidade. Planejar, em sentido amplo, 
é um processo que visa dar respostas a um problema, através do estabele-
cimento de fins e meios que apontem para a sua superação, para atingir 
objetivos antes previstos, pensando e prevendo necessariamente o futuro, 
mas sem desconsiderar as condições do presente e as experiências do 
passado, levando-se em conta os contextos e os pressupostos filosófico, 
cultural, econômico e político de quem planeja e de com quem se planeja. 
(PADILHA, 2001. p. 63)
Percebe-se que o planejamento envolve diversos contextos que visam contribuir 
com a prática docente, sendo essa prática a melhor forma de colocar em prática o 
que está estabelecido no currículo da escola.
Assista ao vídeo do programa Papo de Professor, que traz o tema: Como fazer um bom pla-
nejamento escolar?. A professora Maria Claudia Junqueira apresenta os pontos fundamen-
tais para a elaboração de um bom planejamento. Disponível em: https://bit.ly/2w2Og6i
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É por meio do planejamento que nós, profissionais da educação, colocamos em 
prática o currículo da escola que está proposto no Projeto Político-pedagógico da 
Instituição. Neste momento convém explicar o que é o currículo, afinal, ele é uma 
das vértebras que sustenta a educação. Para Forquim (1989), o currículo tem diversos 
usos, já que tem uma grandeza semântica. Logo podemos definir currículo como: 
Percurso educacional, um conjunto de experiências de aprendizagens 
efetuadas por qualquer um sob o controle de uma instituição formal ao 
curso de um dado período. Por extensão, a noção designará menos um 
percurso efetivamente cumprido que um percurso prescrito por uma insti-
tuição escolar, quer dizer um programa, ou um conjunto de programas de 
aprendizagem organizadas em curso. (FORQUIM, 1989. p. 213)
Essa contribuição do autor demonstra o quanto o currículo é importante para o 
trabalho pedagógico docente, já que nos permite identificar como será o planeja-
mento do professor, pois o saber escolar está assentado nesse processo de trans-
missão do conhecimento por meio do currículo.
Para Bernstein (1975), o currículo representa uma importante contribuição para 
a formação dos estudantes, pois, a partir do momento que a escola está inserida em 
um sistema de saber e esse sistema também está envolvo a um sistema de controle e 
poder da sociedade, há uma necessidade de selecionar, classificar, avaliar e distribuir 
os princípios que regem esse poder – e isso acontecerá por meio do currículo. 
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UNIDADE Planejamento e Prática Docente I
Acesse o portal do Instituto Ayrton Senna e leia a reportagem que trata sobre a importância 
do currículo no ambiente educacional. A matéria traz as possibilidades de definir o currículo 
escolar e selecionar as melhores maneiras de formar o cidadão do futuro. Disponível em: 
https://bit.ly/2JprbmS
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Outra questão que envolve a prática docente e o planejamento são as etapas que 
orientam a construção do planejamento, isso porque a questão do planejamento 
está ligada à educação e à concepção de ensino e aprendizagem.
Logo, quando um professor assume uma disciplina, ele tem a necessidade de 
delimitar suas ações, ou seja, tomar uma série de decisõesque estejam relaciona-
das à sua visão de educação. Por isso, a partir do momento que passa a elaborar 
o planejamento, o docente precisa tomar decisões que envolvem o que o aluno irá 
aprender em cada bimestre e como ele irá fazer com que os conteúdos se articulem.
Para Castro et al. (2008), o planejamento escolar precisa ser concebido em três 
etapas: preparação, acompanhamento e aperfeiçoamento. Esses três princípios 
que estão intrínsecos ao planejamento precisam aparecer ao longo do planejamen-
to a ser apresentado, tanto escritos quanto nas ações referentes ao planejamento. 
A partir do momento da elaboração do planejamento, o professor precisa deixar 
claro quais valores, atitudes, habilidades, competências e conhecimentos os alunos 
irão desenvolver ao longo do ano letivo, e isso tem um grande peso na elaboração 
do plano da disciplina, bem como nos planos de aula.
Planejamento
Acompanhamento
Preparação Aprimoramento
Alicerçamento do programa da 
disciplina, o qual deve cumprir no 
todo ou em parte a ementa. Nesta 
fase se estabelece as competências 
e os objetivos do curso e à previsão 
de todos os procedimentos para 
garantir a concretização das 
competências.
Envolve a avaliação do alcance das 
competências e dos objetivos 
propostos na fase de preparação. A 
partir desta avaliação (na pior das 
hipóteses semestral) procede-se aos 
ajustes que se �zeram necessárias 
para a concretização das 
competências e dos objetivos. 
Deve-se acompanhar a ação 
educativa do professor e o 
aprendizado do aluno.
Signi�ca 
Signi�ca 
Signi�ca 
Figura 2 – Mapa conceitual 
Fonte: Peixoto e Araújo (2012)
O mapa conceitual acima busca organizar as três etapas relatadas anteriormen-
te. Essa organização é para que você, estudante, consiga compreender como elas 
estão relacionadas e o que cada uma delas significa para o processo de planejamen-
to. Este mapa conceitual nos possibilita ver o quanto o planejamento é influenciado 
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por diversos acontecimentos intrínsecos à escola. Por isso, a formação pedagógica 
para os docentes é tão importante, pois acaba contribuindo para o processo de 
ensino e aprendizagem de maneira mais efetiva, além de se comprometer com a 
formação integral do aluno, não pensando em sua formação voltada apenas para 
o mercado de trabalho.
Por isso, o papel do educador é tão 
importante, e sua função não é ape-
nas a de ensinar, mas principalmente 
de levar o educando a aprender por 
meio de condições que façam com 
que o aluno adquira conhecimento.
E para que as ações pedagógicas do 
planejamento se concretizem, é essen-
cial que professor elabore o plano de 
aula. Esse instrumento é a bússola que 
irá direcionar o trabalho docente e tor-
nará as ações do professor facilitadoras 
para o processo de ensino e de apren-
dizagem, isso porque o plano de aula já 
busca prever as expectativas dos alunos, 
as dificuldades, os interesses e a catarse.
Logo, o planejamento tem sua constituinte essencial, pois o ensino precisa que 
o planejamento exista para que a organização, seleção e explicação de conteúdos 
passem a fazer sentido para os educandos e para que o resultado final seja a apren-
dizagem. É no planejamento que nós, docentes, iremos estabelecer os objetivos 
da disciplina, os métodos que iremos desenvolver o conteúdo e a maneira como 
iremos avaliar o processo. Portanto, no que tange à aprendizagem, sabemos que 
as atividades a serem aplicadas aos alunos precisam ter a função de assimilação de 
conhecimentos e desenvolvimento de habilidades. 
De acordo com Libâneo (1990), esse processo visa, na verdade, realizar a me-
diação dos objetivos estipulados previamente, de maneira que os conteúdos e os 
métodos possam ser sintetizados na aula e na ação didática do professor.
Veja a reportagem que trata sobre o plano de aula. Esse instrumento, segundo a Revista 
Nova Escola, traz prática e refl exão, o que irá resultar num plano de aula perfeito. Disponível 
em: https://bit.ly/2h0DlGb
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Para Silva (2007), para que o professor desenvolva um planejamento coeren-
te, ele precisa contemplar os interesses dos alunos sobre determinados conteú-
dos, além de propor a resolução de problemas para que os alunos pesquisem e 
se direcionem pela pergunta norteadora. Portanto, o processo de ensino pre-
cisa permitir a interação de ideias entre alunos e professores, como forma do 
Figura 3 – Os ideais do planejamento docente 
Fonte: Alphaspirit / 123RF
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UNIDADE Planejamento e Prática Docente I
desenvolvimento do ensino e da aprendizagem. É justamente por isso que, em 
seu planejamento, o professor precisa delimitar objetivos mais amplos que alcan-
cem as delimitações da disciplina.
Para que os objetivos sejam coerentes com a proposta disciplinar, é necessário 
que os docentes selecionem verbos de ação. O verbo é essencial no processo de 
construção do planejamento, pois é a partir da palavra escolhida que haverá a pos-
sibilidade de desenvolver o conteúdo previamente organizado. Um exemplo disso 
é: se em um determinado momento do planejamento o professor apresentar que o 
aluno deverá resumir o tópico apresentado, provavelmente o verbo a ser escolhido 
para desenvolver o objetivo cognitivo envolvido, seguindo a taxonomia de Bloom, 
é o verbo sintetizar. Já, em um outro momento, o professor solicita ao aluno que 
ele relacione os fenômenos que envolvem a disciplina e o mundo, logo, o objetivo 
que deve ser utilizado é valorizar. Consegue perceber, estudante, a importância 
dos objetivos nas ações cognitivas?
Importante!
A aprendizagem por projetos está relacionada às metodologias ativas. É uma aborda-
gem pedagógica que busca enfatizar atividades que foquem no desenvolvimento de 
habilidades e competências. Para saber mais a respeito, leia o texto do portal Hoper, que 
traz sobre essa prática. Disponível em: https://bit.ly/2Q5B8Xa
Você Sabia?
Para Teixeira (2005), os objetivos a serem elencados para o desenvolvimento 
do planejamento, principalmente no que tange às ações a serem desenvolvidas 
em sala de aula, devem ser claros e compreensíveis nos termos que estão sendo 
empregados. Abaixo apresentamos uma pequena tabela com alguns verbos que 
podem ser empregados na especificação de objetivos a serem desenvolvidos em 
um planejamento docente.
Quadro 1 – Verbos utilizados nos objetivos do planejamento docente
Palavras passíveis de várias interpretações Palavras passíveis de poucas interpretações
 · saber
 · compreender
 · realmente compreender
 · avaliar
 · avaliar completamente
 · perceber o significado de
 · desfrutar
 · acreditar 
 · ter fé em
 · escrever
 · expressar
 · identificar
 · diferenciar
 · resolver
 · construir
 · relacionar
 · comparar
 · contrastar
Fonte: Teixeira, 2005
Nesse processo é importante deixar bem claro que o objetivo precisa ter infor-
mações que irão contribuir para a materialização da aula. A partir do momento 
que algumas informações são omitidas, o professor passa a ter dificuldades para 
ensinar seus alunos. Apresentamos três especificações que indicam as relações 
entre o verbo e a ação:
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• especificação de desempenho ou comportamento;
• especificação de condições em que o aprendizado será observado;
• especificação dos padrões a serem alcançados.
A partir disso há uma tabela que contribui para que os objetivos afetivos a serem 
desenvolvidos se associem a verbos de ação. Vejamos:
Quadro 2 – Relação dos objetivos afetivos com os verbos de ação
CLASSE VERBOS DE AÇÃO ASSOCIADOS
RECEBER
ouvir
atender
preferir
aceitar
receber
perceber
estar consciente
favorecer
selecionar
RESPONDER
especificar
responder
completar
selecionar
listar 
escrever
gravar
desenvolver
derivar
VALORIZAR
aceitar 
reconhecer
participar
incrementar
desenvolver
realizar
indicardecidir
influenciar
ORGANIZAR
organizar
julgar
relacionar
encontrar
determinar
correlacionar
associar
formar
selecionar
CARACTERIZAR
revisar
modificar
enfrentar
aceitar
julgar
desenvolver
demonstrar
identificar
decidir
Fonte: Teixeira, 2005
Agora apresentaremos os objetivos cognitivos e os verbos de ação associados 
que têm diferentes domínios de compreensão.
Quadro 3 – Objetivos cognitivos e os verbos de ação
CLASSE VERBOS DE AÇÃO ASSOCIADOS
CONHECIMENTO definir, declarar, listar, nomear, escrever, relembrar, reconhecer, rotular, sublinhar, selecionar, reproduzir, medir.
COMPREENSÃO identificar, justificar, selecionar, indicar, ilustrar, representar, nomear, formular, explicar, julgar, contrastar, classificar
APLICAÇÃO predizer, selecionar, avaliar, explicar, escolher, encontrar, mostrar, demonstrar, construir, computar, usar, desempenhar.
ANÁLISE analisar, identificar, concluir, diferenciar, seleccionar, separar, comparar, contrastar, justificar, resolver, separar, criticar.
SÍNTESE combinar, repetir, sumarizar, sintetizar, aguir, discutir, organizar, derivar, selecionar, relacionar, generalizar, concluir.
AVALIAÇÃO julgar, avaliar, determinar, reconhecer, suportar, defender, atacar, criticar, identificar, evitar, selecionar, escolher.
Fonte: Teixeira, 2005
Para a utilização dos verbos apresentados, o professor precisa ter conhecimen-
to de que os conteúdos a serem ensinados são conhecimentos sistematizados e 
selecionados da base científica, advindos da experiência social da humanidade e 
organizados para que possam ser ensinados na escola.
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UNIDADE Planejamento e Prática Docente I
A jornada para a construção do planejamento é uma atitude importante, pois 
acaba revelando a importância de se investir no saber disciplinar, em que a trans-
missão de conhecimentos a serem realizadas pelo professor deverá ser definida 
com primazia. É a partir da daí que surge a importância da competência a ser 
desenvolvida, para que o docente possa escolher os verbos a serem utilizados para 
atingir objetivos já determinados, ou seja, é preciso estabelecer um processo de 
apreensão e construção do conhecimento. 
De acordo com Anastasiou (1998), os programas de aprendizagem, ou de 
aprendizagem por meio de projetos, têm a responsabilidade de conquistar o conhe-
cimento, a partir do momento que se adota processos de parceria e colaboração no 
desenvolvimento dos conteúdos a serem ministrados.
Nesse processo de aprendizagem, a relação entre a apreensão e o tipo de pro-
jeto a ser trabalhado em sala de aula deve deter os princípios dos conteúdos para 
que assim haja uma aprendizagem significativa. 
Logo, a aprendizagem deve seguir quatro princípios que serão dispostos no 
infográfico a seguir:
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Os quatro 
princípios da 
aprendizagem
Conteúdos fatuais
São conhecimentos de fatos, 
acontecimentos, situações e fenômenos 
concretos, em que a aprendizagem é 
veri�cada de maneira literal.
Conteúdos atitudinais
Que podem ser agrupados em valores, 
atitudes e normas.
Conteúdos procedimentais
São ações ordenadas e que visam um 
determinado �m, isso inclui técnicas, 
métodos, destrezas e habilidades.
Aprendizagem de conceitos
Nesse momento é necessário 
possibilitar a elaboração e, também a 
construção pessoal a respeito das 
interpretações de novas situações 
(ZABALA, 1998).
Figura 4 – Os quatro princípios da aprendizagem
Fonte: Zabala, 1998
Portanto, a construção do conhecimento é um movimento dialético e também 
operacional, em que as atividades desenvolvidas pelos alunos precisam ter uma 
predominância perceptiva e reflexiva. Por isso, os princípios da aprendizagem são 
essenciais a serem adquiridos pelo docente, para que ele tenha conhecimento do 
que ensinar e como ensinar os seus alunos. Uma prática docente que garanta 
um processo de aprendizagem que seja sucesso só será possível ser desenvolvida 
a partir de estudo de textos, vídeos, pesquisas, debates em grupos, seminários, 
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exercícios, entre outros. Essas metodologias possibilitam a constituição do conhe-
cimento e visam superar a visão caótica do conhecimento. 
Nesse momento, apresentamos o quadro que demonstra as possíveis estratégias 
que podem ser aplicadas no processo de aprendizagem. Vejamos:
Quadro 4 – Objetivos e estratégias no processo de aprendizagem
OBJETIVOS ESTRATÉGIAS
Conhecimento do Grupo
aquecimento de um grupo
desbloqueio
manifestação de expectativas
 · apresentação simples
 · apresentação cruzada em duplas
 · complementação de frases
 · desenhos em grupo
 · deslocamentos físicos pela sala ou fora dela
 · tempestade cerebral
Aquisição de conhecimentos
 · leitura de textos
 · leitura com roteiro de questões
 · material de instrução programada
 · excursão
 · aulas expositivas dialogadas
 · visitas técnicas
 · estudo de caso
Desenvolvimento de Habilidades
 · dramatização, desempenho de papéis
 · atividades em grupos
 · grupo de observação
 · painel integrado
 · pequenos grupos para formular questões
 · grupos de oposição
 · aulas práticas
Desenvolvimento de Atitudes
 · debate em pequenos grupos
 · estudo de caso
 · relatórios com opiniões fundamentais
 · estágios
 · excursões
 · dramatização
Confronto com a realidade
 · estágios
 · excursões
 · pesquisa de opinião
 · estudo de caso
 · estudo do meio
Desenvolvimento da capacidade de
trabalho em equipe
 · pequenos grupos com uma só tarefa
 · pequenos grupos com tarefas diferentes
 · painel integrado
 · diálogo sucessivos
Iniciativa na busca de informações
 · projeto de pesquisa
 · estudo do meio
 · estudo de caso
Fonte: Peixoto e Araújo, 2012, p. 9
Assim, quando pensamos em atividades ou avaliações baseadas em projetos, 
precisamos, enquanto docentes, definir as orientações e atividades que os alunos 
irão desenvolver; logo, a escolha de estratégias que permitam esse momento de 
construção do conhecimento é imprescindível.
A primeira delas é a significação. Esse momento visa estabelecer vínculos 
com o conteúdo a ser ministrado, além de associar à prática social do aluno.
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UNIDADE Planejamento e Prática Docente I
Nessa proposta de atividades baseadas em projetos, as atividades precisam ser 
significativas e estarem vinculadas com as relações existentes entre as necessidades 
dos alunos e as finalidades da disciplina.
Já a segunda é a problematização. Nesse momento, o professor deve apresentar 
os conceitos e a origem para o desenvolvimento de determinado projeto. Por isso, 
para Anastasiou (1998), a essência pedagógica precisa ser mediada pelo conheci-
mento docente. Esse professor precisa construir ações que sejam inovadoras e que 
mobilizem o comprometimento dos alunos com o conhecimento a ser transmitido. 
Portanto, é imprescindível que o professor desenvolva princípios racionais em seus 
alunos, para que eles possam compreender os conceitos básicos sobre o assunto 
que está sendo trabalhado. Além de acompanhar esse processo de aprendizagem, 
o professor precisa dar um feedback aos seus educandos, e isso ocorre por meio 
da avaliação, que deve ser compreendida como um processo que visa corrigir as 
possíveis distorções que ocorreram no processo de ensino e aprendizagem.
Quadro 5 – A avaliação e suas técnicas
O QUE AVALIAR TÉCNICAS AVALIATIVAS
Objetivos Cognitivos
 · prova discursiva ou dissertativa
 · prova de testes
 · entrevista
 · prova com questões de lacunas
 · exercícios com questões verdadeiro/falso
 · prova com consulta
 · trabalhos e pesquisas
 · soluções de casos
Objetivos de habilidades
 · observação com roteiro e registro
 · provas práticas
 · relatórios
Objetivos de atitudes
 · solução de caso
 · observação
 · entrevista
 · dissertação
Objetivos de um programa
 · pré/pós-testes
 · indicadores de aproveitamento
 · questionários· debates
Objetivos de um curso
 · debates
 · observação
 · questionários
 · entrevistas
Desempenho docente
 · debates com alunos
 · questionários
 · indicadores de aproveitamento
 · observação por escrito
Fonte: Silva, 2007, p. 87
Acesse o texto do Portal Pedagogia e tenha maior compreensão sobre a pedagogia de pro-
jetos. Disponível em: https://bit.ly/2HnIyCtEx
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Assim, a aprendizagem baseada em projetos torna-se um modelo inovador de 
ensino e também de aprendizagem, já que esse processo envolve não somente os 
professores, mas principalmente os alunos, que atuam em atividades de pesquisa 
para solucionar problemas, permitindo que os alunos construam seu conhecimento 
de forma autônoma. As características que definem a aprendizagem baseada em 
projetos incluem: conteúdo, condições, atividades e resultados. 
No quadro a seguir, sintetizamos esse processo em tópicos para que você estu-
dante consiga ter uma melhor visualização desse processo:
Quadro 6 – A relação entre conteúdo, atividades, condições e resultados
CONTEÚDO
1. Problemas apresentados em sua complexidade.
2. Os alunos é quem procuram estabelecer relações de 
interdisciplinaridade.
3. Os alunos se deparam com a complexidade.
4. Questões que norteiam o mundo real com que os alunos 
se preocupam. 
ATIVIDADES
1. Os alunos precisam desenvolver trabalhos de pesquisa.
2. Os alunos se deparam com obstáculos e visam 
transpô-los.
3. Os alunos buscam estabelecer relações entre ideais e 
competências.
4. Os alunos utilizam materiais autênticos.
5. Os alunos recebem feedback de suas ações.
CONDIÇÕES
1. Os alunos se integram a um grupo de pesquisa.
2. Os alunos são chamados para compreender a gestão de 
tarefas que serão desenvolvidas pelo grupo.
3. Os alunos é quem conduzem o seu próprio trabalho.
4. Os alunos passam a valorizar o trabalho profissional do 
professor.
RESULTADOS
1. Os alunos passam a gerar produtos intelectuais 
condizentes com sua formação.
2. Os alunos participam ativamente do processo de 
avaliação.
3. Os alunos demonstram suas competências.
4. Os alunos mostram seu processo de desenvolvimento.
Fonte: MEC (2012)
Portanto, tanto o ato de planejar quanto às atividades baseadas em projetos são 
ações orgânicas, que estão presentes em nossa vida profissional e pessoa. Por isso 
o professor precisa levar em consideração a realidade em que o aluno está inserido, 
isso permite com que o educando tenha uma maior proximidades com as ativida-
des e o conteúdo a ser ministrado. 
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UNIDADE Planejamento e Prática Docente I
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto político-pedagógico
Vasconcellos apresenta em seu livro textos que nos auxiliam a compreender questões 
que envolvem o planejamento na prática docente. Ao longo desse volume teórico, o 
autor enfatiza a importância do planejamento e como ele contribui de fato para a or-
ganização do trabalho docente no âmbito escolar e na sala de aula.
Planejamento: como prática educativa
Gandin apresenta o contexto da educação no século XX. A intenção do autor com esse 
prenúncio é trazer reflexões para que o docente consiga impulsionar a sua prática ao 
longo de sua trajetória tanto acadêmica quanto profissional. Vale a leitura!
 Vídeos
Gestão da Sala de Aula – Celso Vasconcellos
O vídeo que traz uma fala do Professor Doutor Celso Vasconcellos é um momento 
muito agradável de conversa e reflexões, principalmente porque ele propõe questio-
namentos que nos ajudam a pensar sobre a interação entre o professor, a escola e 
o aluno. Ele ressalta que o professor é o mediador do conhecimento no espaço da 
sala de aula, sendo que suas ações são fundamentais para possibilitar o processo de 
ensino e aprendizagem.
https://bit.ly/2LTu8yc
Entrevista – Celso Vasconcellos
A entrevista de Celso Vasconcellos é apresentada de maneira a suscitar reflexões 
sobre a importância da afetividade na prática docente, tendo em vista que a ati-
vidade exercida pelo professor é algo humano, sendo que a todo tempo ele está 
envolvido com o processo de aprendizagem de sujeitos que estão a receber todo o 
conhecimento científico.
https://bit.ly/2HADwRQ
18
19
Referências
ANASTASIOU, L. G. C. Metodologia do Ensino Superior: da prática docente a 
uma possível teoria pedagógica. Curitiba: IBPEX, 1998.
CASTRO, P. A. P. P. de; TUCUNDUVA, C. C.; ARNS, E. M. A importância 
do planejamento das aulas para organização do trabalho do professor em sua 
prática docente. Revista Científica de Educação, Rio de Janeiro, v. 10, n. 10, 
p. 49-62, 2008.
DUARTE, N. As pedagogias do aprender a aprender e algumas ilusões da assim 
chamada sociedade do conhecimento. Revista Brasileira de Educação, Rio de 
Janeiro, n. 18, p. 35-40, 2001.
FORQUIN, J. C. Ecole et Culture. Le point de vue des sociologues britanniques. 
Bruxelles: De Boeck Université, 1989.
LIBÂNEO, J. C. Fundamentos práticos e teóricos do trabalho docente: um 
estudo introdutório sobre pedagogia e didática. Tese (Doutorado em Educação) - 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1990.
PADILHA, P. R. Planejamento Dialógico: Como construir o projeto político-
pedagógico da escola. São Paulo: Ed. Cortez, 2001.
SILVA, D. Didática. Formação pedagógica em Biologia. Maceió: Cesmac, 2007.
TEIXEIRA, G. Planejamento educacional e planejamento do ensino. Ebah, [201-
]. Disponível em: <https://www.ebah.com.br/content/ABAAABRNAAF/didatica-
planejamento-educacional-planejamento-ensino>. Acesso em: 14 mai. 2019.
THOMAZI, A. R. G.; ASINELLI, T. M. T. Prática docente: considerações sobre o 
planejamento das atividades pedagógicas. Educar, Curitiba, n. 35, p. 181-195, 2009.
ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: ArtMed, 1998.
19

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