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Hidrocefalia e Microcefalia: Causas, Diagnóstico e Tratamento

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HIDRICEFALIA
A hidrocefalia é uma patologia que ocorre mais comumente na população infantil, presente na forma congênita em 3 a 4 por 1000 nascidos vivos, resultando do desequilíbrio entre a produção e absorção do líquido céfalo-raquídeo (LCR). Os relatos históricos fazem referência à hidrocefalia já na era hipocrática (468 – 377 A.C.). A Galeno foi atribuída à frase “water on the brain”. A relação entre o aumento anormal das dimensões do crânio e o acúmulo de LCR não esteve bem esclarecida até Vesalius (século XVI), que descreveu o acúmulo anormal de líquido dentro dos ventrículos cerebrais (CUNHA, 2014).
CAUSAS
As hidrocefalias podem aparecer na vida intra-uterina (hidrocefalias congênitas) ou podem ser adquiridas ao longo da infância ou fase adulta por uma diversidade de causas. O líquor se acumula nos ventrículos por uma obstrução em alguma via de passagem (hidrocefalia obstrutiva) ou por um desequilíbrio entre a velocidade de produção do LCR e a capacidade de absorção (hidrocefalia comunicante) (AMATO, 2020).
DIAGNOSTICO
O especialista suspeita de hidrocefalia a partir dos sinais e sintomas apresentados acima. Alguns dados do exame neurológico podem comprovar a suspeita, mas geralmente são necessários exames complementares para a confirmação: ultrassom transfontanelar, tomografia e ressonância magnética do crânio (AMATO, 2020).
TRATAMENTO
A hidrocefalia pode ser tratada de forma transitória ou definitiva, através de condutas invasivas e não invasivas. Nas condutas transitórias não invasivas são utilizadas drogas com a finalidade de inibir a produção liquórica, diminuir o conteúdo de água do cérebro ou estimular a absorção. A acetazolamida e a furosemida podem reduzir a produção liquórica em 50 – 60%, como redutoras da anidrase carbônica. As doses preconizadas para a acetazolamida são entre 50 a 150 mg/kg/dia e para a furosemida é de 1mg/kg/dia. Além do limitado efeito sobre o controle da hidrocefalia e da hipertensão intracraniana, foram observados efeitos colaterais como acidose metabólica, desmielinização e nefrocalcinose. Coma intervenção multidisciplinar, em especialidades pediátricas (CUNHA, 2014).
MICROCEFALIA
Em 2015, o Brasil enfrentou um surto de Microcefalia relacionado ao zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. A Microcefalia ocorre quando não há crescimento craniano anormal, menor do que o tamanho padrão indicado para bebês e crianças com o mesmo sexo e idade. A medição do crânio é um dos indicadores mais importantes para detectar a condição.
CAUSAS
Conhecida como microcefalia verdadeira, vera ou primária, a má-formação tem causa genética hereditária, de caráter autossômico recessivo e é identificável logo ao nascer. São consideradas causas secundárias da microcefalia por craniossinostese: consumo de cigarro, álcool e outras drogas ou de alguns medicamentos, doenças infecciosas (rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus, varicela, herpes zóster, entre outras), fenilcetonúria materna não controlada, intoxicação por metilmercúrio, exposição à radiação, desnutrição materna, má-formação da placenta, traumatismo cranioencefálico e hipóxia grave (falta de oxigenação nos tecido e no sangue)  na hora do parto.
DIAGNOSTICO
A medida mais confiável para avaliar se um bebê tem microcefalia é medir a circunferência da cabeça no momento do nascimento e, novamente, 24 horas após o nascimento. A ultrassonografia obstétrica é precisa no diagnóstico de microcefalia. O exame é capaz de identificar, inclusive, outras malformações cerebrais que também poderiam determinar a microcefalia e que não têm relação com o vírus zika.
TRATAMENTO 
Entretanto, para que a criança tenha uma qualidade de vida melhor, é importante que seja acompanhada e estimulada precocemente. Por enquanto, a microcefalia não tem cura. O objetivo maior do tratamento é controlar as complicações, estimular o desenvolvimento de habilidades e garantir melhor qualidade de vida para os portadores da má-formação. Para tanto, é preciso contar com equipe multidisciplinar composta por médicos de diferentes especialidades, dentistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, e recorrer ao uso de medicamentos.
REFERÊNCIAS
CUNHA, Artur Henrique Galvão Bruno da. HIDROCEFALIA NA INFÂNCIA. Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria, Recife, v. 2, n. 18, p. 85-93, ago. 2014.
AMATO, Marcelo. Hidrocefalia. Disponível em: https://neurocirurgia.com/hidrocefalia/#:~:text=As%20principais%20causas%20de%20hidrocefalia,ou%20seja%2C%20sem%20causa%20aparente.. Acesso em: 10 out. 2020.
FIOCRUZ (org.). Virus da zika: perguntas e respostas. 2016. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/pergunta/ultrassonografia-obstetrica-e-precisa-no-diagnostico-da-microcefalia. Acesso em: 10 out. 2020.
CABRAL, Cibelle Mendes et al. Descrição clínico-epidemiológica dos nascidos vivos com microcefalia no estado de Sergipe, 2015. Epidemiologia e Serviços de Saúde, [S.L.], v. 26, n. 2, p. 245-254, mar. 2017. FapUNIFESP (SciELO).
VARELLA, Drauzio. Microcefalia. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/microcefalia/. Acesso em: 10 out. 2020.

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