Buscar

TERAPIA NUTRICIONAL- TRAUMA E SEPSE

Prévia do material em texto

Profa. Gabriella Belfort 
Resposta metabólica ao 
TRAUMA e Terapia Nutricional 
no Trauma 
IBMR, Rio de Janeiro/RJ 
TRAUMA 
“É qualquer agressão a um 
organismo vivo gerada pela aplicação 
de força externa, que promove 
efeitos locais e sistêmicos e varia 
com sua natureza e magnitude.” 
TERAPIA NUTRICIONAL NO TRAUMA E SEPSE 
- Eventos como traumas, sepses (infecções), queimaduras, 
cirurgias de grande porte, geram um estresse no organismo que 
deflagra uma resposta sistêmica, com alterações fisiológicas e 
metabólicas. 
- Esta resposta tem a intenção de preservar algumas funções 
fundamentais como : volemia, débito cardíaco, oxigenação 
tecidual e a oferta e utilização de substratos. 
RESPOSTA METABÓLICA NO TRAUMA e SEPSE 
- A resposta metabólica ao estresse orgânico pode ser dividida 
em 2 fases: 
- FASE INICIAL (Ebb) 
- Ocorre imediatamente após a lesão 
- Dura em torno de 12 a 24 h (Shills) 
- As catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), cortisol e 
glucagon estão aumentadas nessa fase enquanto que a insulina 
está diminuída. (Shills)  Hiperglicemia 
- Baixa perfusão tecidual. 
 
 
FASE INICIAL (Ebb) 
 Volemia, oxigenação tecidual, debito 
cardíaco e consumo de oxigênio , 
temperatura corporal, e do gasto 
energético. 
Instabilidade Hemodinâmica 
Dieta zero 
A instabilidade Hemodinâmica 
compreende uma contra indicação 
absoluta de nutrição por qualquer via. 
Dan.L 
FASE HIPERMETABÓLICA OU CATABÓLICA (Flow) 
 - Tem por objetivo produzir energia, que será usada para o 
reparo de lesões. Fase em que se inicia a nutrição. 
 
- Aumento da temperatura corporal 
- Ocorre aumento da Taxa metabólica basal (TMB) * 
- Liberação de citocinas inflamatórias (TNF E IL1 e IL6)* 
*irão estimular o organismo a utilizar os aminoácidos do 
musculo esquelético (proteólise) para esses AA serem 
convertidos em glicose via gliconeogênese. 
 
FASE HIPERMETABÓLICA OU CATABÓLICA (Flow) 
 -Produção de glicose acentuada (proteólise; lipólise; 
glicogenólise). 
 
-Catecolaminas e glicocorticóides aumentadas ou 
normais. 
 
-Perfusão tecidual adequada. 
 
- Aumento na produção de insulina (resistência) 
 
 
FASE HIPERMETABÓLICA OU CATABÓLICA 
 
SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA: 
 
Presença de Febre, leucocitose, hiperventilação, e 
taquicardia, não sendo necessariamente resultado de 
processo infeccioso. 
 
2 ou mais critérios devem estar presentes. 
HIPERESTIMULAÇÃO DA PRODUÇÃO 
DE CITOCINAS 
SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA: 
 
Aumento de GLUCAGON; CATECOLAMINAS E CORTISOL 
(FRANCO CATABOLISMO). 
 
Estímulo para produção de ADH e Aldosterona 
(permeabilidade vascular aumentada) 
 
Produção aumentada de citocinas inflamatórias. 
Choque 
“O choque de origem circulatória é definido pela presença de 
insuficiência circulatória que impede o corpo de manter uma 
adequada perfusão orgânica e suprir suas demandas por oxigênio. 
Geralmente, o quadro se caracteriza pela presença de baixos níveis 
pressóricos”. 
 
“ Durante o tratamento, se preciso, a reposição hídrica deve ser 
seguida por agentes vasopressores. 
 
 Vasopressor : é um agente que causa aumento da pressão 
sanguínea. “O tratamento com vasopressor é uma importante 
etapa do suporte hemodinâmico dos pacientes em choque”. 
 
Ex: noradrenalina, dopamina 
Havel, et al., 2011. 
FASE ANABÓLICA/ CONVALESCÊNCIA 
 
- Se o organismo conseguir sobreviver a todo o estresse 
sofrido, vem a fase anabólica. 
 
- Pode iniciar em alguns dias após o trauma. 
Gastrostomias e jejunostomias podem ser indicadas 
nos traumas graves de face e mandíbulas, nos 
ferimentos do esôfago, ou mesmo lesões de 
duodeno. 
A Nutrição parenteral é indicada quando há 
necessidade de repouso do tubo digestivo, 
peritonite, fistulas gastrointestinais. 
 
Pacientes com trauma de crânio, que permanecem 
em coma por longo período de tempo, seja em 
nutrição enteral ou parenteral, dificilmente é 
possível evitar o catabolismo persistente ( mesmo 
na ausência de infecção). E frequentemente vemos 
o paciente com acentuada perda de peso. E 
somente com a melhora do quadro neurológico 
podemos ver a recuperação do estado nutricional. 
Dan. L 
 
Recomenda-se iniciar o aporte calórico com 15-20 Kcal 
dia e progredir para 25 – 30 kcal/ kg por dia – fase de 
recuperação. 
 
Mais importante do que o aporte total é não retardar a 
terapêutica, escolher a via adequada e verificar se a 
administração está sendo feita de forma correta. 
Recomenda-se um aporte de 1,2 A 
2g/Kg/dia de proteínas. 
É de extrema importância a introdução da precoce 
da dieta a fim de se evitar que a falta de 
nutrientes por tempo prolongado na luz 
intestinal modifique a flora bacteriana, criando 
assim condições para a translocação de bactérias. 
Verificaram que pacientes vitimas de trauma 
abdominal grave desenvolveram menor numero 
de complicações infecciosas quando receberam 
dieta enteral precoce. 
 
 
O volume inicial deve ser de 15mL/hora no 
primeiro dia, devendo chegar até 50mL/hora em 
72 horas , considerando que a dieta tenha 1kcal/ 1 
mL, 38g de aminoácidos, 206g de carboidratos, 3g 
de lipídeos. 
Deve-se observar a distensão abdominal nas 
primeiras 8 horas após o inicio da TN. 
 
 
Existem evidências de uso de fórmulas com 
lipídios anti-inflamatórios (ômega-
3/borragem/antioxidantes) em síndrome de 
angústia respiratória aguda (SDRA)? 
O uso de uma fórmula enteral com ômega 3, óleos de 
borragem e antioxidantes em pacientes com SDRA 
não está indicado. 
Existe indicação de glutamina enteral 
suplementar no paciente crítico? 
Não recomendamos o uso rotineiro de suplementação de 
glutamina enteral em pacientes críticos. 
 Em pacientes traumatizados e queimados, o uso de glutamina 
enteral pode ser considerado. 
O uso de probióticos está recomendado para o 
doente crítico? 
O uso de probióticos pode ser indicado em doentes 
críticos selecionados, desde que não haja 
imunossupressão. 
A ESPEN recomenda que a solução de AA 
deva conter 0,2 a 0,4 g/kg/dia de L-glutamina 
– quando a NP estiver indicada nos pacientes 
em terapia intensiva. 
EXERCÍCIO 
J.P.P, possui 67 anos e apresenta Doença de 
Alzhiemer. Devido a progressão da doença foi feita a 
colocação de gastrostomia para que o paciente 
pudesse realizar sua alimentação. Pois o mesmo não 
consegue deglutir a alimentação por via oral. 
Ao ser atendido pelo nutricionista em sistema de 
home-care foram coletados os seguintes dados: 
 Peso: 50 kg; Estatura: 1,65 m 
 Ao exame físico foi observado ausência da bola 
gordurosa de bichat e atrofia da musculatura 
temporal. 
 Sem exames bioquímicos disponíveis. 
 
 
 
 
1) Qual o diagnóstico nutricional atual do paciente? (imc DE 18,36 – 
BAIXO PESO) 
2) Qual seria o VET a ser prescrito para este paciente, considerando a 
fórmula de bolso? (30-35 KCAL/KG/DIA, COM 30 = 1500KCAL ) 
3) Caso existisse a possibilidade de prescrever uma dieta enteral 
completa com: 
- 1,0 Kcal/ml 
- 0,04g de proteínas/ml 
- 0,12g de carboidratos/ml 
- 0,039g de lipídeos por ml 
 
- Qual seria a quantidade diária a ser prescrita da dieta e qual percentual 
de CHO, PTNS E LIPIDEOS você estaria indicando? 
- De que forma você ofertaria essa dieta, em relação ao fracionamento? 
 
 
EXERCÍCIO

Mais conteúdos dessa disciplina