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Responsabilidade Social e Desenvolvimento Sustentável - no âmbito empresarial - do discurso à prática

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Responsabilidade social e desenvolvimento 
sustentável no âmbito empresarial: do 
discurso à prática 
3 
RESUMO 
Os conceitos de responsabilidade social e desenvolvimento sustentável têm como 
definições básicas as decisões estratégicas e operacionais das empresas. Trata-se 
de como devem ser observados quaisquer empreendimentos de maneira mais 
detalhada sempre considerando os aspectos ambientais, econômicos, sociais e 
humanos na organização. O presente trabalho tem como objetivo principal estudar os 
principais aspectos e conceitos que envolvem a temática em torno da 
Responsabilidade Social e Desenvolvimento Sustentável. O intuito é demonstrar a 
tendência que envolve a sociedade junto às organizações por um mundo 
ambientalmente responsável. Para tanto, o trabalho discorre sobre a ISO 26000, que 
trata de um conjunto de normas que pretende padronizar as ações e orientar a 
implantação de projetos de Responsabilidade Social pelas empresas, indiferente de 
porte ou tipo. Além disso, o trabalho busca demonstrar a importância dada a políticas 
de Responsabilidade Social nas empresas. Desta forma, para a concretização deste 
estudo realizou-se uma pesquisa bibliográfica, através de livros e artigos científicos 
relacionados aos conceitos e demais aspectos envolvidos pelo tema, bem como, 
informações disponíveis on-line. 
Palavras-chaves: Responsabilidade Social. Sustentabilidade. Organizações. 
 
ABSTRACT 
The concepts of social responsibility and sustainable development are defined as basic 
strategic decisions and operating companies. This is how they see their business in 
more detail when considering the environmental, economic, social and human 
organization. The present work has as main objective to investigate major issues and 
concepts involving the theme around the Social Responsibility and Sustainable 
Development. The aim is to demonstrate the trend that involves society organizations 
with a world environmentally responsible. To this end, the work discusses the ISO 
26000, which is a set of rules intended to standardize the actions and guide the 
implementation of projects of social responsibility by companies, regardless of size or 
type. Moreover, the work seeks to demonstrate the importance given to Social 
Responsibility policies in companies. Thus, for the realization of this study was 
conducted a literature search through books and scientific papers related to the 
concepts and other aspects involved in the subject, as well as information available 
online. 
Keywords: Social Responsibility. Sustainability. Organizations. 
 
1. INTRODUÇÃO 
O tema responsabilidade social e desenvolvimento sustentável têm recebido cada vez 
mais atenção, tanto por parte de estudos acadêmicos quanto por práticas de várias 
empresas, deixando de ser uma questão complementar, para integrar a estratégia do 
negócio. No âmbito empresarial, o tema tem tomado proporções mundiais, o que pode 
ser visto principalmente pelas propostas da Rio + 20 (Conferência das Nações Unidas 
sobre Desenvolvimento Sustentável), que recentemente (13 a 22 de Junho de 2012) 
abordou temas como Economia Verde e Estrutura Institucional para o 
Desenvolvimento Sustentável. 
Na figura 1, Beel e Morse (2003) propõe uma forma simples e comum de representar 
o conceito de desenvolvimento sustentável. É possível observar três círculos 
interligados, onde cada um representa uma das dimensões (econômica, ambiental e 
social), sendo o desenvolvimento sustentável representado na interseção desses três 
círculos. 
O Brasil está em plena expansão quanto ao processo de construção de práticas de 
responsabilidade social e desenvolvimento sustentável, mas apesar deste 
crescimento e atenção, ainda persiste a confusão de o que seja responsabilidade 
social e desenvolvimento sustentável no âmbito empresarial, bem como as estratégias 
de disseminar corretamente o conceito. 
É o objetivo deste artigo, apresentar a estreita relação entre teoria e prática da 
responsabilidade social e desenvolvimento sustentável, que integra novas estratégias 
de gestão com o desenvolvimento, tanto dos negócios, como da sociedade, mostrando 
ainda como é importante à relação entre a empresa e o meio em que ela está inserida. 
2. A REALIDADE DO TEMA RESPONSABILIDADE SOCIAL E 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO ÂMBITO EMPRESARIAL 
2.1. RESPONSABILIDADE 
Quero primeiramente chamar a atenção para o entendimento do que seja 
responsabilidade e sustentabilidade. Na língua portuguesa, Responsabilidade 
significa “Dever de arcar com o próprio comportamento ou com as ações de outrem” 
(Dic. Online de Português), significado este que nos direciona ao pensamento de que 
não somos responsáveis apenas pelos nossos atos, mas, responsáveis pelos atos de 
terceiros, compreendesse também que, nossos atos são impregnados de ações que 
causam e geram impactos efetivos ao nosso redor. Em se tratando de empresas, 
responsabilidade é muito mais do que só cumprir leis, segundo Peter Drucker o 
desempenho econômico não é a única responsabilidade de uma empresa, assim como 
o desempenho educacional não é a única responsabilidade de uma escola. 
Neste sentido, podemos perceber que responsabilidade social, não se trata somente 
de ações eventuais e assistencialistas, mas de atitudes de valor no processo de 
gestão, aonde se vai além do obrigatório, do legal, seja com os colaboradores ou com 
os clientes, sobre este ponto, Lima (2000, p. 62) afirma: 
A empresa competitiva não precisa da cidadania empresarial para sobreviver. Ela 
precisa da cidadania empresarial para mostrar o quanto é importante a sua 
participação no processo de desenvolvimento da sociedade em geral, ultrapassando 
as barreiras da sua função econômica, participando ativamente como um ator de 
transformação social [...]. 
2.2. SUSTENTABILIDADE 
Sustentabilidade é a forma de desenvolvimento que, mesmo suprindo nossas 
necessidades atuais, se preocupa em atender essas mesmas necessidades das 
gerações futuras, sem prejudicar o meio ambiente e garantindo uma formação 
saudável e uma interação de respeito entre homem e natureza. 
Para a WWF-Brasil a colaboração e as parcerias com o mundo privado representam 
um pressuposto essencial para um futuro sustentável, ajudando desta forma a trazer 
o conceito de sustentabilidade da teoria para a prática. 
Focar na sustentabilidade é o caminho necessário para não voltarmos aos primórdios 
do mercado, quando havia escassez de produtos. Essa teoria se firma quando Kotler 
diz que “se negligenciarmos a sustentabilidade, vamos entrar numa era de escassez”. 
Como disse Kofi Annan (sétimo secretário geral das Nações Unidas) “nosso maior 
desafio neste século é pegar uma ideia que parece abstrata – desenvolvimento 
sustentável – e torná-la uma realidade para todas as pessoas do mundo”. 
3. CARACTERIZAÇÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL E DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL NO ÂMBITO EMPRESARIAL HOJE 
As mudanças que a sociedade vem enfrentando nos últimos anos fez com que as 
empresas diminuíssem o foco na maximização dos lucros, no cenário atual, não é raro 
ver empresários de pequeno, médio e grande porte buscarem a participação em 
projetos sociais ou apoio nos mesmos. Isso porque as pessoas estão cada vez mais 
informadas, e impactos da poluição ambiental e outros aspectos relacionados à 
responsabilidade social tais como, trabalho infantil, trabalho forçado, saúde e 
segurança, começaram a pesar na decisão de compra dos consumidores. 
A partir desta consciência, torna-se clara a escolha de bens e serviços provenientes 
de empresas que mostram preocupação e atuam de fato na preservação do meio 
ambiente e na utilização sustentável dos recursos naturais. Observa-se então que os 
objetivos referentes às responsabilidades das empresas foram ampliados ou 
redirecionados a fim de estas se tornarem instituições que possibilitem o 
enriquecimento da sociedade e gerem lucro como meio de garantir o cumprimento de 
sua função social. 
4. ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL - ISE 
Objetivandoo retorno de uma carteira composta por ações de empresas com 
reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade 
empresarial, em 2005, a BOVESPA (Bolsa de Valores de São Paulo) lançou o primeiro 
indicador financeiro de sustentabilidade do Brasil, o ISE (Índice de Sustentabilidade 
Empresarial), que além do já mencionado, visa também atuar como promotor das boas 
práticas no meio empresarial brasileiro. 
Este projeto contou com o apoio de diversas instituições, como a ABRAPP: 
Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar, ANBID: 
Associação Nacional dos Bancos de Investimento, APIMEC: Associação dos Analistas 
e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais, IBGC: Instituto Brasileiro de 
Governança Corporativa, IFC: International Finance Corporation, Instituto ETHOS de 
Empresas e Responsabilidade Social e o Ministério do Meio Ambiente. 
5. MARKETING VERDE 
O marketing verde é um dos mais novos nichos do marketing, voltado a atender as 
demandas de seus clientes que, preocupados com o meio ambiente, exigem que as 
empresas realizem algumas modificações nos processos de fabricação de seus 
produtos a fim de ajudar na preservação e aumentar a qualidade ambiental, além de 
servir também para atender às diversas legislações ambientais que vem surgindo. 
O marketing ambiental (como também é conhecido) também foi discutido por Kotler 
que o definiu como sendo: “(...) um movimento das empresas para criarem e 
colocarem no mercado produtos ambientalmente responsáveis em relação ao meio 
ambiente”. 
Polonsky, autor de várias obras sobre o tema, propõe um conceito para o marketing 
verde, que ele próprio considera como sendo o conceito mais abrangente: 
Marketing Verde ou Ambiental consiste em todas as atividades desenvolvidas para 
gerar e facilitar quaisquer trocas com a intenção de satisfazer os desejos e 
necessidades dos consumidores, desde que a satisfação de tais desejos e 
necessidades ocorra com o mínimo de impacto negativo sobre o meio ambiente. 
6. EMPRESAS VERDES 
Com a moda verde tomando conta do ramo empresarial, surge cada vez mais 
iniciativas de preservação, um exemplo dessas práticas responsáveis é o Grupo 
HSBC, que em 2011 implantou diversas formas de proteção ao meio ambiente, unindo 
boas ideias de conscientização a parceiras de renome mundial: 
6.1. ECOEFICIÊNCIA 
Uma forma consciente de reduzir e gerenciar o impacto ambiental de nossas 
operações. 
Em linha com as diretrizes mundiais do Grupo HSBC, as unidades brasileiras 
monitoram seus indicadores ambientais estabelecendo metas anuais de redução de 
consumo de energia, água, emissão de resíduos e CO2, além de adotar programas 
internos de conscientização dos colaboradores como a Campanha Ser Ecoeficiente, 
que fornece orientações práticas sobre como cada um pode contribuir para a redução 
dos impactos ambientais. 
6.2. PROGRAMA HSBC CLIMATE PARTNERSHIP 
Promovendo a conservação ambiental ao redor do mundo. 
O HSBC Climate Partnership é um programa ambiental inovador, resultado da parceria 
entre o Grupo HSBC e quatro organizações ambientais de renome internacional 
(WWF, The Climate Group, Earthwatch Institute e Smithsonian Tropical Research 
Institute). 
Com investimento global de 100 milhões de dólares, o programa tem duração de cinco 
anos (2007 - 2012) e visa combater as ameaças das mudanças climáticas, inspirando 
ações de indivíduos, empresas e governos ao redor do mundo, trabalhando em frentes 
específicas como: 
- Apoiar o desenvolvimento de cidades mais limpas e verdes; 
- Coordenar a maior pesquisa de campo sobre os impactos climáticos em florestas; 
- Proteger alguns dos maiores rios do mundo (Amazonas (Brasil), Ganges (Índia), 
Tamisa (Inglaterra) e Yang-Tzé (China)) e as populações que vivem em torno deles, 
promovendo a adaptação destas comunidades para as mudanças climáticas; 
- Criar e desenvolver “Campeões do Clima”: colaboradores do HSBC em todo o mundo 
que participarão ativamente de pesquisas científicas e levarão seus conhecimentos e 
experiências adquiridas para atuarem em suas comunidades. 
7. EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
Outro grande exemplo é a marca de cosméticos Natura, que vem aplicando conceitos 
sustentáveis em seu empreendimento. 
A Natura busca disseminar a cultura da responsabilidade ambiental, individual e 
coletiva, entre colaboradores, equipes de vendas, fornecedores, prestadores de 
serviços e consumidores. Capacita colaboradores para a prática da sustentabilidade 
nas atividades profissionais e estende esse compromisso às parcerias com 
fornecedores, inclusive por meio de cláusulas contratuais. Desenvolve ações de 
educação ambiental e treinamento sobre a prática da responsabilidade ambiental para 
colaboradores, estimulando o debate; promove campanhas internas dirigidas a 
familiares de colaboradores e à comunidade do entorno imediato da empresa; e 
participa e apoia projetos e programas de educação ambiental voltados para a 
sociedade em geral. 
8. METODOLOGIA 
Trata-se de um estudo de caso sobre a ISO 26000 e a sua importância para as 
organizações que buscam o sucesso através de práticas sociais e sustentáveis. Foram 
utilizadas nesta pesquisa, descrições das ações já executadas e dados de alguns 
resultados alcançados com a implantação das normas da ISO 26000. 
9. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
9.1. SOBRE A ISO 
É a Organização Internacional de Normalização, com sede em Genébra, na Suíça. Foi 
criada em 1946 e tem como associados organismos de normalização de cerca de 160 
países. 
A ISO tem como objetivo criar normas que facilitem o comércio e promovam boas 
práticas de gestão e o avanço tecnológico, além de disseminar conhecimentos. 
9.2. SOBRE A ISO 26000 
Foi criada durante a reunião do Comitê de Políticas de Consumidores da ISO, em 
2001, que se cogitou, pela primeira vez, a criação de uma norma global de 
Responsabilidade Social Corporativa. No entanto, o documento só passou a ser 
discutido em 2005. Desde então, uma série de encontros do comitê organizador já 
ocorreram em diversas partes do mundo. 
http://www.ansi.org/consumer_affairs/iso_copolco.aspx?menuid=5
http://www.ecodesenvolvimento.org.br/iso26000/agenda
Sua versão final foi publicada em 2010 com o objetivo de traçar diretrizes para ajudar 
empresas de diferentes portes, origens e localidades na implantação e 
desenvolvimento de políticas baseadas na sustentabilidade. 
Essa norma traz a proposta de servir como um importante norte para as corporações 
e não como uma certificadora, ou seja, a adesão das organizações será voluntária. 
Por isso, além dos princípios de Responsabilidade, Transparência, Comportamento 
Ético, Consideração pelas partes Interessadas, Legalidade, Normas Internacionais e 
Direitos Humanos, o documento envolve também áreas de Práticas de Trabalho, Meio 
Ambiente, Práticas Legais de Operação, Combate a Corrupção e a Propina e 
Desenvolvimento aliado à participação comunitária. 
9.3. ÓRGÃOS ENVOLVIDOS 
Atualmente, segundo o instituto ETHOS 78 países estão envolvidos na constituição da 
norma, representados por 392 experts e 132 observadores, desta forma, com base 
nos contatos e na disposição de posições ocorridas durante as reuniões 
internacionais, o processo de elaboração da ISO 26000 conforma um verdadeiro 
mutirão internacional. 
9.4. PRINCÍPIOS PARA ADEQUAÇÃO A NORMA 
A ISO 2600 estimula as organizações a irem além do cumprimento da lei e 
complementa outros instrumentos e iniciativas relacionadas à Responsabilidade 
Social. 
De acordo com a própria ISO 26000 a Responsabilidade Social define-se pela 
responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades 
na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento transparente e 
ético que contribua para o desenvolvimento sustentável, levando em conta as 
expectativas dos stakeholders (as partes envolvidas). 
Abaixo, os setes princípios mais importantes a serem considerados no processo de 
desenvolvimento da norma: 
- Prestar contas e assumira responsabilidade pelo seu impacto; 
- Transparência nas decisões e atividades; 
- Comportamento ético; 
- Respeito pelo interesse dos stakeholders; 
- Respeito às regras legais; 
- Respeito às normas internacionais de relacionamento; 
- Respeito aos direitos humanos. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
9.5. A IMPORTÂNCIA DA IMPLANTAÇÃO DA NORMA 
Faltava um instrumento oficial capaz de integrar a forma como as organizações lidam 
com o mundo à sua volta. Essa é a grande importância da ISO 26000, que apesar de 
reconhecer que já existem muitas respostas para tal demanda, entende, ao mesmo 
tempo, que há a necessidade de estruturá-las. Vivemos em um tempo de crise nos 
setores econômico, ambiental e social em todo o mundo. Empresas e associações de 
todos os segmentos pecam pela ausência de ética, ao desconsiderarem seus públicos 
e até mesmo os próprios funcionários. Soma-se aí o fato de que o conceito de 
sustentabilidade empresarial ainda é novo, o que provoca ruídos na comunicação das 
empresas em relação ao tema. Todos esses fatores favorecem a consolidação da ISO 
26000 como mecanismo internacional. 
9.6. RESULTADOS OBTIDOS COM A IMPLANTAÇÃO DA NORMA 
Desde sua criação, a norma incentivou a implementação das melhores práticas de 
responsabilidade social a partir de exemplos desenvolvidos pelas iniciativas existentes 
nos setores públicos e privados. 
Como exemplo do mencionado, podemos citar a Petrobrás, a Natura, a Suzano Papel 
e Celulose, a CPFL Energia e o Banco Santander, que após se adequarem as normas 
da ISO 2600, fortaleceram a sua credibilidade no meio comercial, otimizaram seus 
meios de produção e distribuição de seus serviços e maximizaram os seus ganhos. 
9.7. DIFICULDADES ENCONTRADAS 
A norma ISO 26000 deverá servir pelo menos a 50 países de todo o mundo. Como 
cada país possui uma particularidade em si, as diferenças culturais foram o principal 
entrave para a aceleração do projeto. Nos Estados Unidos, por exemplo, as empresas 
não têm a cultura das doações e, quando as praticam, são vistas com maus olhos. Lá, 
o tradicional é que as pessoas públicas tenham o engajamento social. Ou seja, os 
presidentes ou donos das corporações fazem as doações em seus nomes. No Brasil, 
é feito justamente o contrário. 
Mais apesar das distinções, os líderes internacionais da ISO 26000 sempre estiveram 
otimistas e acreditaram que estas diferenças é o que iria fazer da norma algo relevante 
e verdadeiro. 
10. PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS OBSERVADOS 
Ao me aprofundar no estudo da norma, percebi que a mesma apresenta duas “faces”, 
onde um lado se caracteriza pelos aspectos fortes (positivos) e o outro pelos aspectos 
fracos (negativos). 
10.1. PONTOS POSITIVOS 
Uma característica que merece destaque na ISO 26000 é o fato de que, como se trata 
de uma norma de diretrizes, a ISO 26000 facilitará a adesão das pequenas e médias 
empresas e outras organizações do terceiro setor, fator este, que irá enriquecer o 
público das organizações que utilizarão a norma (um dos grandes objetivos da ISO 
26000). 
Outro fator relevante, é a quebra no modelo, no padrão das organizações devido à 
grande mobilização para desenvolver uma norma que trata de um conjunto de 
recomendações, segundo a autora Mello (2006) “isto reflete um posicionamento de 
uma corrente que parte da premissa de que as organizações estarão mais 
interessadas na revisão de seus valores do que na obtenção de certificados 
adicionais”. 
Para os países pobres ou de poucos recursos, a adoção de um padrão internacional 
tipo a ISO 26000, ajudaria a quebrar a visão preconcebida da comunidade 
internacional sobre os seus desafios internos (tais como, trabalho infantil, péssimas 
condições sanitárias, alto índice de pobreza, entre outros), que resultam em embargos 
e boicotes comerciais. Ao colocar em prática as ações propostas pela norma (que são 
aceitas no mundo todo), estes países poderão ganhar maior presença e visibilidade, 
além de melhor acesso ao comércio internacional. 
10.2. PONTOS NEGATIVOS 
No que tange aos custos de adequação a norma, a análise custo benefício em especial 
das médias e pequenas empresas e ONGs, a adesão a ISO 26000 pode ser 
responsável por um aumento tão significativo nos custos de tal forma que, ao final do 
processo, obrigue essas organizações a transferirem esses repasses ao consumidor 
final. 
Mesmo contraindo os princípios da ISO 2600, a adesão à norma pode resultar, para 
algumas organizações, de razões puramente comerciais. Que pressionadas pela 
crescente cobrança da sociedade civil e temendo perder seus clientes e 
consumidores, algumas empresas podem vir a adotar a norma com o fim único de 
manter uma boa imagem perante o público, deixando de lado a oportunidade de criar 
um melhor ambiente de reflexão sobre seus valores, comportamentos e modelos 
atuais de gestão. 
Outro fator é a tendência histórica do caráter empresarial das certificações ISO e sua 
força de mercado, uma norma internacional, aplicada de maneira não certificável pode 
reduzir a influência de outros protocolos e iniciativas já existentes. Seguindo a mesma 
linha de raciocínio, caso no futuro esta norma se torne certificável, haverá muita 
dificuldade em se criar um padrão de auditoria, já que se trata de questões não 
mensuráveis ou intangíveis. 
Por último, um aspecto que se caracteriza como limitante a ISO 26000 é a possível 
dificuldade de comprovar a adesão à norma. Pois, como se trata apenas de diretrizes, 
como as empresas irão comprovar que suas atividades estão de acordo com as 
especificações recomendadas? 
11. RECOMENDAÇÕES 
A responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável nos dias atuais devem ser 
considerados como uma nova abordagem de negócios, como uma nova governança 
coorporativa, pois ambos agregam valor à empresa, aos produtos e a marca. Por isso, 
a exemplo do que foi apresentado, que as instituições tanto públicas como privadas 
tomem conhecimento de que há uma norma que oferece a elas diretrizes capazes de 
mudar o comportamento das mesmas tornando-as competitivas neste novo mercado. 
12. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A responsabilidade social nos dias atuais está diretamente ligada à razão e missão da 
empresa, exercendo papel relevante para avaliação do comportamento da empresa 
como um todo, uma vez que, é a partir dela que verificamos todos os elementos que 
influenciam e são influenciados diretamente não só pela empresa, mas também pela 
sociedade e indivíduos. 
A partir deste contexto, o presente estudo apresentou os pontos mais relevantes da 
norma de Responsabilidade Social ISO 26000, onde a sustentabilidade passa a ser 
entendida como a forma pela qual, a responsabilidade social agregará a empresa 
valores à sua marca e produtos executando uma abordagem de negócios, isto é, a 
empresa sustentável é aquela que gera lucros aos acionistas sem que haja impacto 
negativo aos seus funcionários, clientes, meio ambiente e comunidade que estão 
direta ou indiretamente relacionados a ela. 
Todo este discurso é, sem dúvida, de grande importância. No entanto, aplicar esta 
logística à empresa de forma concreta e bem sucedida não é uma tarefa fácil. Pois, 
trata-se de uma mudança na política empresarial e implantação de novos conceitos, 
os quais exigem tempo, paciência, inovação e trabalho integrado com as partes 
interessadas. 
Para isso, este artigo apresentou algumas ideias sobre responsabilidade social 
empresarial, ressaltando a importância de se pensar no aprofundamento, não só 
teórico, mas de estratégias práticas que integrem esforços de ambos os setores. 
13. REFERÊNCIAS 
REDE DA SUSTENTABILIDADE. O que é sustentabilidade? – Disponível em: 
< http://www.sustentabilidade.org.br/>. Acesso em: 10/08/2012. 
WWF-BRASIL. Sustentabilidade: Da teoria à prática. São Paulo, 2011. 
ISO 26000 Norma Internacional de Responsabilidade Social. Novo site do Instituto 
ETHOS sobre a normaISO 26000. Disponível em: <www.ethos.org.br/iso26000>. 
Acesso em: 08/08/2012. 
DRUCKER, Peter F. As novas realidades: no governo e na política, na economia e 
nas empresas, na sociedade e na visão de mundo. São Paulo: Pioneira, 1993. 
ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial - Disponível em: 
< http://www.bmfbovespa.com.br>. Acesso em: 07/08/2012. 
 
Fonte: https://oestatistico.com.br/banco-de-dados-voce-tem-acesso/ Acessado em 16 de 
janeiro de 2020. 
http://www.sustentabilidade.org.br/
http://www.ethos.org.br/iso26000
http://www.bmfbovespa.com.br/
https://oestatistico.com.br/banco-de-dados-voce-tem-acesso/

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