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Estomatopatologia Maria Luiza Menezes CISTOS ODONTOGÊNICOS De desenvolvimento: os fatores precipitantes que iniciam a formação dos cistos de desenvolvimento são desconhecidos, porém essas lesões não sugerem ser resultantes de uma reação inflamatória; Dentígero; Ceratocisto odontogênico (tumor odontogênico ceratocístico); Periodontal lateral; Gengival; Odontogênico calcificante; Odontogênico glandular; Inflamatório: são resultado de uma inflamação; Periapical; Paradentário; Residual; CISTO DENTÍGERO Etiologia: ‐ Tem origem pela separação do folículo que circunda a coroa de um dente não erupcionado, envolvendo a coroa de um dente incluso, aderindo ao dente em sua junção amelocementária; Características clínicas e radiográficas: ‐ É mais frequente o acometimento dos terceiros molares inferiores; ‐ Prevalência em pacientes entre os 10 e 30 anos de idade, leve predileção pelo gênero masculino; ‐ Pequenos cistos dentígeros são assintomáticos e descobertos apenas em exames radiográficos de rotina, ou quando são realizadas imagens radiográficas para determinar a falta de erupção de um dente; ‐ Cistos dentígeros podem crescer até um tamanho considerável, e amplos cistos podem estar associados à expansão óssea dolorosa na região acometida; ‐ Lesões extensas podem resultar em assimetria facial; ‐ Radiograficamente, os cistos dentígeros demonstram uma área radiolúcida unilocular associada à coroa de um dente incluso, é comum que a lesão radiolúcida possua margens bem definidas e em geral com margens radiopacas, porém um cisto infectado pode apresentar margens pouco definidas; Características histopatológicas: ‐ Fragmento de cavidade cística revestida por uma camada espessa de epitélio pavimentoso estratificado onde observa-se infiltrado inflamatório linfoplasmocitário e extensas áreas hemorrágicas. Subjacente, nota-se cápsula conjuntivo fibrosa Estomatopatologia Maria Luiza Menezes CISTO DE ERUPÇÃO Etiologia: ‐ É um análogo, do tecido mole, do cisto dentígero, se desenvolve a partir do resultado da separação do folículo dentário que envolve a coroa de um dente em erupção que está recoberto pelos tecidos moles do osso alveolar sobrejacente; Características clínicas: Aparece como um pequeno aumento de volume, muitas vezes translúcido na mucosa gengival que se sobrepõe à coroa de um dente decíduo ou um dente permanente em estágio de erupção; Características histopatológicas: ‐ Exibe o epitélio oral de superfície na porção superior; ‐ A lâmina própria mostra infiltrado inflamatório variável; ‐ A porção profunda do espécime, que representa o teto do cisto, mostra uma fina camada de epitélio pavimentoso não queratinizado; CERATOCISTO ODONTOGÊNICO (TUMOR ODONTOGÊNICO CERATOCÍSTICO) Etiologia: ‐ Proveniente da lâmina dentária indiferenciada; Características clínicas e radiográficas: ‐ Os pequenos geralmente são assintomáticos e descobertos somente durante um exame radiográfico de rotina; ‐ Já os de grandes dimensões podem estar associados à dor, aumento de volume ou drenagem de secreção, contudo, alguns cistos extremamente grandes podem ser assintomáticos; ‐ Radiologicamente, exibem uma área radiolúcida, com margens radiopacas regulares bem definidas, lesões grandes, em particular no corpo posterior e no ramo da mandíbula, podem se apresentar multiloculadas; Características histopatológicas: ‐ Cavidade patológica revestida por espessa camada de epitélio pavimentoso estratificado, onde encontra-se camada de células basais em paliçada e hipercoradas e camada superficial de paraceratina corrugada. Em determinadas áreas observa-se disjunção cápsula epitélio. Subjacente, nota-se cápsula conjuntivo fibrosa. Estomatopatologia Maria Luiza Menezes PERIODONTAL LATERAL / BOTRIÓIDE Etiologia: Proliferação e degeneração cística de restos da lâmina dentária pós-ativa; Características clínicas: ‐ Radiograficamente, o cisto aparece como uma área radiolúcida bem circunscrita localizada de modo lateral à raiz ou raízes de dentes com vitalidade; ‐ Por vezes, a lesão pode apresentar um aspecto policístico; tais exemplos foram denominados cistos odontogênicos botrioides; Características histopatológicas: ‐ Cavidade cística revestida por epitélio pavimentoso estratificado, ora delgado, ora espesso onde ocorrem brotamentos epiteliais. Subjacente, nota- se cápsula conjuntivo fibrosa; GENGIVAL Etiologia: ‐ É considerado um representante da contraparte em tecidos moles do cisto periodontal lateral (próximo tópico), sendo derivado dos restos da lâmina dentária (restos de Serres); Características clínicas e radiográficas: ‐ Eles estão, quase que invariavelmente, localizados na gengiva vestibular ou na mucosa alveolar; ‐ Os cistos aparecem como um nódulo indolor, em forma de cúpula, com menos de 0,5 cm de diâmetro na maior parte das vezes, apesar de raramente poderem apresentar tamanho maior; Características histopatológicas: ‐ Revestimento epitelial delgado e achatado, com ou sem placas focais que contêm células claras; Estomatopatologia Maria Luiza Menezes ODONTOGÊNICO GLANDULAR Etiologia: ‐ Proliferação de restos epiteliais da lâmina dentária que contem células secretoras de muco; Características clínicas e radiográficas: ‐ O tamanho do cisto pode variar desde uma pequena lesão, com menos de 1 cm de diâmetro, até grandes lesões destrutivas que podem envolver a maior parte da maxila ou da mandíbula; ‐ Pequenos cistos podem ser assintomáticos; entretanto, grandes cistos geralmente produzem expansão clínica que, às vezes, pode estar associada à dor e parestesia; ‐ Radiograficamente, a lesão se apresenta como uma imagem radiolúcida unilocular ou multilocular. As margens da lesão radiolúcida normalmente são bem definidas, apresentando margem cortical; Características histopatológicas: ‐ Revestido por epitélio pavimentoso de espessura variada. A interface entre o epitélio e a cápsula de tecido conjuntivo fibroso geralmente é achatada; ‐ A cápsula fibrosa do cisto costuma ser desprovida de qualquer infiltrado inflamatório; ‐ As células epiteliais superficiais que revestem a cavidade cística tendem a ser cúbicas a colunares, resultando em uma superfície irregular e, às vezes, papilar; ‐ Outra característica encontrada são espaços glandulares, semelhantes a ductos no interior do revestimento epitelial. Esses espaços são organizados por células cuboidais e frequentemente contém fluido mucicarmina- positivos; ‐ Em áreas focais, as células do revestimento epitelial podem formar nódulos esféricos, similares aos encontrados nos cistos periodontais laterais; CISTO PARADENTÁRIO Etiologia: ‐ Origem controvertida (restos epiteliais de Malassez/pericoronarite; ‐ Geralmente em 3º molar; CISTOS NÃO ODONTOGÊNICOS Restos de epitélio que ficam nas linhas de fusão embrionária podem se proliferar; CISTO NASOPALATINO Etiologia: ‐ Proliferação dos remanescentes epiteliais do ducto nasopalatino, estrutura embrionária que liga a cavidade oral com a cavidade nasal; Características clínicas e radiográficas: ‐ Tumefação firme ou flutuante na linha média do palato duro, posterior à papila incisiva; ‐ As radiografias oclusais revelam uma lesão radiolúcida na linha média do palato duro; Características histopatológicas: Estomatopatologia Maria Luiza Menezes ‐ Fragmento de cavidade cística revestida ora por epitélio pavimentoso estratificado, ora por epitélio cilindro ciliado. Subjacente, cápsula conjuntivo fibrosa, constituída por feixe de fibras nervosas e vasos sanguíneos por vezes congestos e de calibre variado. CISTO NASOLABIAL Etiologia:‐ Cisto do desenvolvimento raro que ocorre no lábio superior, lateral à linha média; patogênese desconhecida; Características clínicas e radiográficas: ‐ Se apresenta como um aumento de volume do lábio superior lateralmente à linha média, resultando na elevação da asa do nariz; Características histopatológicas: ‐ Revestido por epitélio colunar pseudoestratificado, exibindo muitas vezes células caliciformes e ciliadas; ‐ Áreas de epitélio cúbico e metaplasia escamosa são comuns; ‐ A parede do cisto é composta de tecido conjuntivo fibroso com tecido muscular esquelético adjacente; ‐ A inflamação pode ser observada quando a lesão está secundariamente infectada;
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