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Jéssica Wellen de Araújo Brandão Patologia Maxilofacial I CISTOS ODONTOGÊNICOS DE DESENVOLVIMENTO NOME ORIGEM DENTES E IDADE CARACT. CLÍNICAS CARACT. RADIOGRÁFICAS CARACT. HISTOLÓGICAS TRATAMENTO E PROGNÓSTICO DIAGNÓSTIC O DIFERENCIAL • Cisto Dentígero • Epitélio Reduzido do Esmalte • 3°MI, C, 3°MS, 2°PMI, Supranumerá rios • 10 a 30 anos de idade, sexo masculino, leucoderma • Dente incluso. • Cisto mais comum dos ossos gnáticos • Lesões extensas • Assimetria facial • Reabsorção dos dentes adjacentes • Assintomático • Imagem radiolúcida unilocular associada a coroa de um dente incluso • Margens bem definidas e radiopacas • Junção amelocementária • Relações cisto- coroa: central, circunferencial e lateral • NÃO INFLAMADO: cápsula de tecido conj fibroso frouxo; subst fundamental amorfa (glicosaminoglicanos) ; revestimento epitelial (2 a 4 camadas não ceratinizadas); interface epitélio-conj plana • INFLAMADO: cápsula fibrosa e mais colagenizada com infiltrado inflamatório crônico variável; revestimento epitelial hiperplásico cm cristas epiteliais e superfície ceratinizada e áreas de células mucosas • Enucleação cística e remoção do dente incluso associado • Remoção da parede cística • Cistos grandes tratatados com marsupialização • Prognóstico excelente, rara recidiva • Complicações neoplásicas (ameloblastoma, carcinoma de células escamosas, carcinoma mucoepidermóid e intra-ósseo) • Alargamento do folículo dental • Queratocisto odontogênico • Ameloblastoma unicístico • Cisto de Erupção “Hematoma de Erupção” • Epitélio Reduzido do Esmalte • Incisivos decíduos inf, 1°M permanentes , Incisivos decíduos sup • Crianças menores de 10 anos • Aumento do volume translúcido de consistência mole na mucosa gengival que recobre o dente • Epitélio oral de superfície na porção superior • Lâmina própria com infiltrado inflamatório variável • Revestido por epitélio escamoso não queratinizado • Traumatismos mastigatórios • Ulotomia • Prognóstico favorável Jéssica Wellen de Araújo Brandão Patologia Maxilofacial I • Cisto Gengival do Recém-Nascido • Remanescentes da Lâmina Dentária • Mucosa alveolar de recém- nascidos • Pequenas pápulas esbranquiçadas (2 a 3mm), superficiais, com conteúdo de ceratina • Acomete mais o rebordo alveolar superior • Revestimento epitelial delgado e achatado • Superfície luminal paraceratótica; • Fragmentos de ceratinano lúmem • Lesões involuem • Ruptura do cisto em contato com a superfície oral • Pérolas de Epstein • Nódulos de Bohn • Cisto Periodontal Lateral • Remanescentes da Lâmina Dentária • PM, Caninos, Incisivos laterais • 5ª a 7ª décadas de vida • Raro (2%) • Superfície radicular de um dente com vitalidade • Assintomático • Botrióide • Imagem radiolúcida lateral a raiz de um dente • <1cm de diâmetro • Aspecto policístico (botrióide) • Cápsula fibrosa delgada • Revestimento epitelial de células escamosas achatadas ou cuboides e focos de células claras (glicogênio) • Enucleação conservadora • Recidiva incomum (exceto botrióide) • Queratocisto • Cisto Radicular Lateral • Cisto Gengival do Adulto • Remanescentes da Lâmina Dentária • Restos de Serres • Caninos, PM, gengiva vestibular, mucosa livre • 5ª e 6ª décadas de vida • Cisto periodontal de tecidos moles • Indolor em forma de cúpula <0,5cm • Cor azulada ou cinza-azulada • Reabsorção em taça • Maior desgaste ósseo • Similar ao cisto periodontal lateral • Revestimento epitelial delgado e achatado • Revestimento endotelial de vasos dilatados • Com ou sem placas focais (células claras) • Excisão cirúrgica simples • Prognóstico excelente • Queratocisto • Remanescentes da Lâmina Dentária • Corpo posterior e ramo da mandíbula • Sexo masculino, • 3 a 11% dos cistos • Mecanismo de crescimento e comportamento • Área radiolúcida de margens radiopacas bem definidas • Cápsula delgada, friável • Lúmen contendo lâminas de queratina •Epitélio pavimentoso estratificado com 6 à • Enucleação e curetagem (marsupilização – espessamento capsular) Jéssica Wellen de Araújo Brandão Patologia Maxilofacial I entre 10 e 40 anos • Síndrome do Carcinoma Nevóide Basocelular: múltiplos queratocistos biológico diferenciado • Sem expansão óssea • Pequenos são assintomáticos • Grandes geram dor, edema e drenagem • Lesões grandes podem ser multiloculadas • 25 a 40% relacionados a dentes não erupcionados 8 células de espessura • Superfície luminal com células epiteliais paraqueratóticas onduladas; • Camada basal epitelial hipercromática e em paliçada • Tendência a recidiva de 5 a 62% (fragmentos císticos ou lâmina dental) • Controle clínico e radiográfico • Bom prognóstico • Cisto Odontogênico Glandular “Cisto Sialo- Odontogênico” • Epitélio Reduzido do Esmalte • Região anterior da mandíbula • Adultos de meia-idade • Raro, de comportamento agressivo • Características glandulares e salivares • Tamanhos variáveis • Imagem radiolúcida unilocular ou multilocular • Margens bem definidas • Bordas escleróticas •Epitélio escamoso de espessura variável •Células cúbicas à colunares ciliadas •Pequenos microcistos e agrupamentos de células mucosas no epitélio • Enucleação e curetagem • Taxa de recidiva de 30% • Ressecção em bloco para lesões multiloculares • Cisto Odontogênico Calcificante • Epitélio Reduzido do Esmalte • Incisivos e caninos sup e inf • 2ª e 3ª décadas de vida • Intraósseo •Lesão incomum • Comportamento clínico variável • Pode ser associado a tumores • Calcificação de células fantasmas • Imagens radiolúcidas, uniloculares e bem definidas • Estruturas radiopacas na lesão • Dente não erupcionado •Reabsorção radicular ou divergência dos dentes adjacentes • Formas císticas (não neoplásicas) •Revestimento epitelial (4 a 10 células) cubóide ou colunar • Células epiteliais fantasmas (sem núcleo) • Excisão cirúrgica simples • Prognóstico favorável Jéssica Wellen de Araújo Brandão Patologia Maxilofacial I CISTOS ODONTOGÊNICOS INFLAMATÓRIOS NOME ORIGEM CARACT. CLÍNICAS CARACT. RADIOGRÁFICAS CARACT. HISTOPATOLÓGICAS TRATAMENTO E PROGNÓSTICO • Cisto Periapical ou Cisto Radicular •Resíduo de Malassez •O epitélio no ápice de um dente não vital é estimulado por inflamação •Crescem lentamente • Assintomático •Mobilidade dos dentes adjacentes •Não responde a testes térmicos •Radiolucidez arredondada cerca o ápice do dente •Perda da lâmina dura •Reabsorção radicular •Epitélio pavimentoso estratificado não ceratinizado, preenchido por líquido e células descamadas • Endodontia • Cirurgia apical • Exodontia • Cisto Periapical Residual ou Cisto Radicular Residual • Restos do elemento dentário, que induzem a formação de uma cavidade cística • Redondo ou oval • Localizado dentro da crista alveolar no sítio de uma extração prévia • Radiolucidez de tamanho variável • Excisão cirúrgica • Enucleação, marsupialização e descompressão • Acompanhamento clínico e radiográfico • Cisto Paradentário • Remanescentes do epitélio reduzido do órgão do esmalte ou de restos epiteliais do periodonto • Região distal ou vestibular de 3º MI parcialmente erupcionados com um histórico de periocoronarite. • Cisto inflamatório incomum • Lesão radiolúcida bem delimitada adjacente a dentes semi-inclusos • Remoção cirúrgica dos cistos e dos dentes associadosJéssica Wellen de Araújo Brandão Patologia Maxilofacial I CISTOS NÃO ODONTOGÊNICOS NOME ORIGEM CARACT. CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS CARACT. HISTOPATOLÓGICAS TRATAMENTO E PROGNÓSTICO • Cisto Palatino Do Recém-Nascido •Processos palatinos que se encontram e se fusionam na linha mediana, podendo ficar aprisionadas pequenas ilhas de epitélio (Pérolas de Epstein) •Remanescentes epiteliais derivados do desenvolvimento de glândulas salivares menores do palato (Nódulos de Bohn) • Ocorre em 65 a 85% dos recém- nascidos • Pequenas pápulas brancas ou branco- amareladas • 1 a 3mm de tamanho, ao longo da linha média • Em grupos ou isolados • Preenchido por ceratina • Revestido por espitélio escamoso estratificado • Pode comunicar com a superfície da mucosa • Nenhum tratamento é necessário, regridem espontaneamente • O epitélio degenera ou os cistos se rompem • Cisto Nasolabial •Remanescentes epiteliais retidos ao longo da linha de fusão dos processos nasal lateral, nasal mediano e maxilar •Deposição de epitélio do ducto nasolacrimal devido à sua localização e histologia semelhantes •Tumefação do lábio superior, lateralmente à linha média, causando elevação da asa do nariz •Eleva a mucosa vestíbulonasal e apaga o sulco mucolabial •Pode romper-se espontaneamente e drenar para cavidade oral ou nasal •IMPLICAÇÃO CLÍNICA: Obstrução nasal e/ou dificuldade uso de próteses •Indolor, exceto se houver infecção secundária •Maior prevalência entre a 4 ª e 5ª décadas de vida •Relação de incidência de 3:1 (mulher/homem) • 10% são bilaterais • Epitélio colunar estratificado • Células caliciformes e ciliadas • Cápsula de tecido conj fibroso e tecido muscular • Excisão cirúrgica completa do cisto por acesso intra-oral • Pode ser necessária a retirada da mucosa nasal para remoção completa • A recidiva é rara • Cisto Globulomaxilar •Epitélio retido durante a fusão da porção globular do processo nasal mediano com o processo maxilar • Entre canino e incisivo lateral superior ou entre incisivo central e lateral • Lesão radiolúcida unilocular bem circunscrita • Associado à cistos periapicais, queratocistos e cistos periodontais laterais. Jéssica Wellen de Araújo Brandão Patologia Maxilofacial I • Cisto do Ducto Nasopalatino • Remanescentes do ducto nasopalatino • Mais comum • Entre a 4ª e 6ª décadas de vida, sexo masculino • Natureza intermitente • Tumefação da região anterior do palato, drenagem e dor • Próximo ou na linha média da região anterior da maxila, entre os ápices dos incisivos centrais • Área radiográfica bem circunscrita • Radiolúcido, redondo ou oval, forma de coração, borda esclerosada • Epitélio escamoso estratificado (3/4 dos cistos) • Epitélio colunar pseudoestratificado (1/3 dos casos) • Epitélio colunar simples (menos frequente) • Epitélio cúbico simples (menos frequente) • Enucleação cirúrgica • Recomenda-se biópsia • O melhor acesso é por retalho palatino • A recorrência é rara • Cisto Palatino Mediano ou Cisto Palatal Mediano • Epitélio retido ao longo da linha de fusão embrionária dos processos palatinos laterais da maxila. • Raro e difícil de ser diferenciado do cisto do ducto nasopalatino • Adultos jovens • Assintomático • Linha média do palato duro, posterior à papila palatina • Tumefação firme ou flutuante • 2cm de diâmetro • Aparência grosseiramente simétrica ao longo do palato duro • Ausência de comunicação com o canal incisivo • Formato circular ou ovóide na radiografia • Limitado por epitélio escamoso estratificado • Epitélio colunar pseudoestratificado ciliado • Uma inflamação crônica pode estar presente na cápsula do cisto • Remoção cirúrgica • Não há recorrência • Cisto Mandibular Mediano • Restos epiteliais retidos durante a fusão das metades da mandíbula • Cisto fissural na linha média anterior da mandíbula • Cisto Epidermoide da Pele • Desenvolvem-se após inflamação localizada do folículo piloso •Limitado por um epitélio semelhante à epiderme •COMUNS: áreas da cabeça, pescoço e costas propensas a acne •INCOMUNS: antes da puberdade, a menos que estejam associados com a Síndrome de Gardner •Cavidade limitada por epitélio escamoso estratificado • Camada de células granulares bem desenvolvida • Excisão cirúrgica conservadora • Recorrência é incomum • A transformação maligna pode ser relatada, porém é rara Jéssica Wellen de Araújo Brandão Patologia Maxilofacial I •Adultos jovens são mais propensos a desenvolver na face •Sexo masculino •Raramente se desenvolvem na boca •Ocorrem na linha média do assoalho da boca •Lesões nodulares subcutâneas, flutuantes, que podem ou não estar associadas a inflamações • Lúmen preenchido por ceratina degenerada • Cisto Dermóide • Malformação cística de desenvolvimento incomum • Forma benigna de teratoma • Raros e de natureza congênita • Ocorre na linha média do assoalho da boca • Podem se localizar lateralmente ou se desenvolver em outros locais • Comuns em crianças e adultos jovens (15% dos casos são congênitos) • Indolor, crescimento lento e borrachóide • ACIMA DO MÚSCULO GÊNIO- HIOIDEO: a tumefação sublingual pode deslocar a língua superiormente • ABAIXO DO MÚSCULO GÊNIO- HIOIDEO: pode causar tumefação submentoniana, dando aparência de um “queixo duplo” •Limitado por epitélio escamoso estratificado ceratinizado • Camada de células granulares proeminente • Parede formada por tecido conj fibroso com glândulas sebáceas, folículos pilosos ou glândulas sudoríparas • Remoção cirúrgica • ACIMA DO MÚSCULO GÊNIO-HIOIDEO:incisão intra- oral • ABAIXO DO MÚSCULO GÊNIO-HIOIDEO: acesso extra- oral • Recorrência é incomum • Raros relatos de transformação maligna para um carcinoma de células escamosas • Cisto do Ducto Tireoglosso •O epitélio do ducto tireoglosso sofre atrofia e o ducto se oblitera •Remanescentes deste epitélio podem persistir e dar origem a cistos ao longo deste trato • Desenvolvem-se na linha média • Ocorrem em qualquer lugar, desde o forame cego na língua até a chanfradura supraesternal • Pode ser submentoniano. 60 a 80% abaixo do osso hioide. Raramente é intralingual • Duas primeiras décadas de vida. Sem predileção por sexo. • Indolor, tumefação móvel e flutuante • Revestido por epitélio escamoso estratificado ou colunar • Pode ser cúbico ou epitélio do intestino delgado • Podem estar presentes vários tipos de epitélio, pode aparecer tecido da tireoide na parede • Técnica de Sistrunk • Recorrência menor que 10% com a cirurgia • Carcinoma oriundo deste cisto é raro (1%) Jéssica Wellen de Araújo Brandão Patologia Maxilofacial I • Cisto Linfoepitelial Cervical •Desenvolve de remanescentes das fendas branquiais devido a região ser de aparatos dos arcos embrionários •Origina da degeneração cística do epitélio da glândula parótida que ficou retido nos nódulos linfáticos cervicais • Móvel, flutuante e indolor • Região lateral do pescoço • 1 a 10cm • Comum entre 20 e 40 anos • Pode fistular para a pele da mucosa bucal por infecção ou sequela cirúrgica •Limitado por epitélio escamoso estratificado, que pode ser ou não ceratinizado • Epitélio respiratório • Parede com tecido linfoide, com formação de centros germinativos • Remoção cirúrgica • Quase nunca recorre • Raros casos de transformação maligna tem sido relatados • Cisto Linfoepitelial Oral •Se desenvolve no tecido linfoide oral •Massa submucosa pequena (1cm) branca ou amarela, contendo camadas de ceratina •Mucosa é macia e não ulcerada •Tumefação ou drenagem •Assintomático, dor apenas em casos de traumatismo • Firme ou mole •Assoalho bucal, superfícieventral, margem lateral, amídala e palato mole • Comum em adultos jovens •Cavidade limitada por um epitélio escamoso estratificado sem projeções para o conj •Tipicamente paraceratinizado com células epiteliais descamadas preenchendo a luz do cisto •Presença de tecido linfoide na parede e/ou circundando o cisto • Excisão cirúrgica • Recorrência não é comum • Caso seja possível o diagnóstico clinicamente de forma característica, não há necessidade de biópsia
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