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DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE GLICÍDIOS

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BIOQUÍMICA – Rafaela Negri 
 
Digestão e absorção de glicídios
Glicídios na dieta: 
-Fornecem de fração significativa de energia na 
dieta (deve constituir de 45 a 65% das colorias 
consumidas por adultos) 
-Forma de armazenamento de energia 
-Componente das membranas celulares, glicocalix 
e matriz extracelular 
-Os carboidratos não são nutrientes essenciais na 
dieta, uma vez que a cadeia carbonada da maioria 
dos aminoácidos pode produzir glicose. No 
entanto, a ausência de carboidrato na dieta, leva 
à degradação de ácidos graxos para obtenção 
de energia e produção de corpos cetônicos, 
bem como à degradação de proteínas teciduais 
e formação de glicose a partir dos aminoácidos 
glicogênicos, sendo que os aminoácidos 
cetogênicos irão produzir corpos cetônicos. 
-O total de açúcar adicionado não deve 
ultrapassar 25% do total de energia 
MONOSSACARíDEOS: 
-Glicose: conhecida popularmente como “açúcar 
do sangue” ou dextrose, serve como fonte 
essencial de energia para todas as atividades do 
corpo. É abundante nas frutas, milho, xarope de 
milho e mel 
-Frutose: é o mais doce dos açúcares, sendo 
conhecida como “açúcar das frutas” ou levulose. 
A combinação dos átomos na estrutura da 
frutose estimula as papilas gustativas para que 
produzam a sensação de doce. É encontrada nas 
frutas, no mel, no xarope (néctar) de agave, além 
bebidas e alimentos processados adoçados com 
xarope de milho rico em frutose em substituição 
à sacarose (ex: refrigerantes, ketchups). 
-Galactose: Aparece poucas vezes naturalmente 
como açúcar único. Faz parte da estrutura da 
lactose (dissacarídeo do leite) e de 
glicoconjugados 
DISSACARÍDEOS: 
-Maltose: É constituída por duas unidades de 
glicose unidas por ligação α-1,4. É produzida na 
hidrólise do amido (germinação de plantas e 
digestão) ou glicogênio (digestão) 
-Sacarose: É constituída por uma unidade de 
frutose unida a uma unidade de glicose por 
ligação α-1,β-2. Pelo fato da frutose estar 
acessível aos receptores gustativos, a sacarose é 
doce, sendo responsável pela doçura do mel, das 
frutas, hortaliças, grãos. O açúcar em grão é 
obtido do suco da cana-de-açúcar e da beterraba 
(refinamento) 
-Lactose: É constituída por uma unidade de 
galactose unida a uma unidade de glicose por 
ligação β-1,4. É conhecida como “açúcar do leite”. 
Contribui com 5% do peso do leite, e 
dependendo da quantidade de gordura no leite, 
pode contribuir com 50% da energia fornecida 
pelo leite. É considerada a principal fonte de 
carboidrato de origem animal 
-Trealose: É constituída por dois resíduos de 
glicose unidos por ligação α-1, α-1. É encontrada 
em insetos, cogumelos, algas e fungos 
CARBOIDRATOS COMPLEXOS: 
-Amido: É um polissacarídeo que contém de 10 
mil a 1 milhão de unidades de glicose. É 
constituído pela amilose e a amilopectina. Na 
amilose, os resíduos de glicose são unidos por 
ligações α-1,4. Já, na amilopectina, a cadeia α-1,4 
contém ramificações conectadas por ligações α-
1,6. Todos os alimentos que contém amido têm 
origem vegetal. O amido está presente nos 
grãos, cereais, raízes, tubérculos e leguminosas 
-Glicogênio: É constituído por unidades de glicose 
unidas por ligações α-1,4 e α-1,6, tendo um 
estrutura similar á amilopectina (porção 
ramificada do amido). É encontrado em pequena 
quantidade em carnes ou peixes e é 
rapidamente hidrolisado após a morte, não sendo 
considerado, portanto, uma fonte importante de 
carboidrato. É produzido e armazenado 
especialmente no fígado e no músculo 
 
 
 BIOQUÍMICA – Rafaela Negri 
 
FIBRAS (são carboidratos complexos): 
-São uma porção da dieta que não pode ser 
hidrolisada pelas enzimas digestivas do nosso 
organismo, embora algumas sejam digeridas por 
bactérias do trato gastrointestinal. Desta forma, as 
fibras não contribuem ou contribuem pouco para 
o fornecimento de energia para o organismo. 
-São constituídas pelos componentes da parede 
celular vegetal que não são degradados pelas 
enzimas digestivas do nosso organismo, na maior 
parte derivados dos polissacarídeos. 
-O consumo diário varia de 19-38g/dia, 
dependendo da idade e sexo (Exemplo: homem 
adulto = 38g/dia; mulher adulta = 25g/dia). 
Classificação: 
-Fibras polissacarídeo não-amido (celulose, 
hemicelulose, pectinas, gomas e mucilagens), e 
fibras não-polissacarídeo (ligninas, cutinas e 
taninos) 
-Fibras dietéticas (de origem natural). 
-Fibras funcionais (isoladas, extraídas de plantas 
ou manufaturadas e que têm efeitos benéficos 
ao organismo). 
-Fibras totais (conjunto de fibras dietéticas + 
fibras funcionais) 
-Fibras solúveis: que absorvem água, formam gel 
viscoso no estômago, que diminui a velocidade 
de esvaziamento gástrico. São digeridas pelas 
bactérias do cólon - fermentáveis; 
Compreendem as gomas, mucilagens, 
hemicelulose e pectinas. São encontradas em 
leguminosas e frutas 
-Fibras insolúveis: são insolúveis, mas absorvem 
água inchando e aumentando o volume fecal. Isso 
resulta em fezes mais moles e em maior volume. 
Há um aumento no trânsito do bolo alimentar no 
trato digestivo e à uma diminuição na pressão no 
cólon. São não-viscosas e não fermentam tão 
rapidamente. Compreendem a celulose, 
hemicelulose e ligninas. São encontradas em 
grãos e hortaliças 
Efeitos na saúde: 
-Redução da constipação e da formação de 
hemorróidas, fezes mais amolecidas. 
-Aumento da motilidade intestinal, reduzindo, 
assim, a exposição do intestino à carcinógenos. 
As fibras insolúveis favorecem os movimentos 
intestinais e aliviam a constipação. 
-Diminuição da absorção de gorduras e colesterol 
da dieta, aumentando a perda fecal de colesterol. 
As ligninas (insolúveis), além de aumentarem o 
volume fecal, ligam moléculas orgânicas, como o 
colesterol, reduzindo a sua absorção. As fibras 
solúveis reduzem o colesterol LDL, por meio da 
excreção de sais biliares e da interferência na 
reabsorção de sais biliares pelo intestino. 
-As fibras solúveis retardam o esvaziamento 
gástrico e podem aumentar a saciedade, além de 
reduzir o pico de glicemia pós-prandial, por 
reduzir a digestão e absorção de glicose e, 
consequentemente, a insulinemia. 
-Redução da ingestão calórica. 
Exemplos: 
-Celulose: é o principal constituinte da parede 
celular vegetal, sendo encontrada em alimentos 
como hortaliças, frutas e leguminosas. Pode ser 
adicionada aos alimentos como anti-aglomerante, 
espessante e texturizante. É constituída de vários 
resíduos de glicose unidos por ligações β-1,4. É 
um tipo de fibra insolúvel e não digerível pelas 
enzimas humanas 
-Hemi-Celulose: é o principal constituinte das 
fibras dos cereais. São compostos de esqueletos 
de monossacarídeos (como xilose, manose e 
galactose) com cadeias laterais de vários 
monossacarídeos (como arabinose, ácidos 
glucurônico e galactose). Algumas são solúveis, 
sendo a maioria insolúvel 
-Pectinas: é constituída principalmente de 
unidades de ácido galacturônico. São encontradas 
em hortaliças e frutas (especialmente frutas 
cítricas e maçã). Pode ser usada com espessante 
para geleias, controlador de textura e 
consistência de temperos. São um tipo de fibra 
solúvel. Há estudos mostrando que a pectina 
pode reduzir os níveis de colesterol por meio da 
redução da reabsorção de ácidos biliares pelo 
intestino; além de apresentar benefícios a 
pacientes diabéticos ao reduzir a velocidade de 
 BIOQUÍMICA – Rafaela Negri 
 
absorção de açúcares e prevenir a elevação da 
glicemia. 
-Gomas: As gomas são compostas de vários 
monossacarídeos. Podem ser encontradas na 
couve, couve-flor, cenoura, morango, ervilhas, 
batata, aveia. A goma guar e arábica são usadas 
para espessar comidas processadas. A goma 
xanthana é produzido pela bactéria Xanthoma 
campestris, sendo formada por unidades 
repetidas de um pentassacarídeo composto por 
glicose, manose e ácido glucurônico (na 
proporção de 2:2:1), usada como estabilizante e 
espessante em molhos para saladas e para dar 
elasticidade a farinhas sem glúten. São fibras 
solúveis 
-Mucilagens: As mucilagens (psylliume 
carragenana) são estruturalmente semelhantes às 
gomas, sendo usadas como estabilizantes 
alimentares. Podem ser encontradas no psyllium, 
e nas sementes de linho e de mostarda. São 
fibras solúveis 
-Lignina: É uma fibra não-carboidrato, formada 
pela desidratação irreversível de açúcares. Tem 
uma estrutura tridimensional que lhe dá força. É 
um polímero de fenilpropano, com ligações 
internas que a tornam indigerível. É, portanto, 
uma fibra insolúvel. Forma a parte rígida de 
hortaliças e sementes pequenas de frutas 
-Amidos resistentes: Poucos amidos são 
classificados como fibras. São os amidos 
resistentes, que escapam à digestão por várias 
razões como a capacidade individual de digerir 
amidos, amidos com uma percentagem mais alta 
de amilose ou com menos hidratação. O amido 
resistente é comum em leguminosas inteiras, 
grãos secos desidratados, batatas cruas e 
bananas verdes. São, portanto, uma fibra insolúvel 
RESPOSTA GLICÊMICA: 
-É a escala até a qual um alimento aumenta a 
concentração de glicose do sangue e induz uma 
reposta de insulina. Aplica-se à velocidade com 
que glicose é absorvida após uma refeição, ao 
nível que chega o aumento de glicose do sangue 
e à velocidade com que ela retorna à 
normalidade 
-Resposta glicêmica baixa = absorção lenta + 
elevação moderada da glicemia + retorno suave 
à normalidade 
-Reposta glicêmica alta = absorção rápida + pico 
de glicemia + redução brusca à níveis abaixo do 
normal 
ÍNDICE GLICÊMICO (IG): 
-É um método de classificação de alimentos, de 
acordo com o seu potencial de aumentar a 
glicose no sangue. Uma vez que o organismo 
não digere da mesma forma os diferentes tipos 
de carboidratos ingeridos, o índice glicêmico (IG) 
foi criado para avaliar estes efeitos no organismo 
e sobre a glicose sanguínea 
-Alimentos que possuem alto índice glicêmico: 
aumento rápido da glicemia, seguido de declínio 
abrupto. 
-Alimentos que possuem baixo índice glicêmico: 
aumento gradual da glicemia, seguido de declínio 
gradual. 
Digestão de amido e glicogênio: 
-A digestão do amido e do glicogênio inicia na 
boca, onde a mastigação mistura o alimento com 
a saliva. 
-A saliva contém a α-amilase salivar, rompe as 
ligações α-1,4 internas. 
-Os produtos a partir da amilose são: maltose, 
maltotriose, oligossacarídios e muito pouca 
glicose. -Os produtos a partir da amilopectina e 
glicogênio são: maltose, maltotriose, 
oligossacarídios, isomaltose (dissacarídio unido por 
ligação α-1,6), α-dextrinas (oligassacarídios 
ramificados) e muito pouca glicose. 
-As células parietais do estômago secretam HCl, 
o que torna o suco gástrico muito ácido (pH em 
torno de 1-1,5). 
-A acidez do conteúdo estomacal inativa a α-
amilase salivar. 
-O estômago não secreta enzimas para digerir 
carboidratos. 
-O duodeno recebe o bolo alimentar misturado 
ao suco gástrico. Recebe, também, as secreções 
do pâncreas (~1,5L/dia). Estas secreções contém 
bicarbonato (HCO3 -), que neutraliza o pH ácido 
 BIOQUÍMICA – Rafaela Negri 
 
do conteúdo gástrico, e enzimas digestivas, 
como a amilase pancreática. 
-A amilase pancreática dá continuidade na 
hidrólise do amido e do glicogênio, rompendo as 
ligações α-1,4. Sua ação maior é no duodeno. 
-Os produtos da ação da amilase pancreática são: 
maltose, maltotriose, oligossacarídios, isomaltose 
(dissacarídio unido por ligação α-1,6), α-dextrinas 
(oligassacarídios ramificados) e muito pouca 
glicose 
Digestão de dissacarídeos: 
Os dissacarídeos da dieta e os produtos de 
hidrólise do amido e glicogênio serão convertidos 
nas suas unidades fundamentais 
(monossacarídeos) a partir da ação das 
glicosidases específicas, ligadas a membrana de 
borda em escova: 
-Glicoamilase: é uma exoglicosidase que hidrolisa 
ligações α-1,4 a partir da extremidade não-
redutora do carboidrato. Os substratos são 
amilase, amilopectina, glicogênio e α-dextrinas, 
que são convertidas em isomaltose e glicose, 
além de maltose que será convertida em glicose. 
Sua maior ação é no íleo. 
-Complexo sacarase-isomaltase: possui duas 
subunidades, cada uma com um sítio ativo. Sua 
ação maior é no jejuno. O sítio sacarase-maltase 
hidrolisa sacarose (ligação α-1, β-2) e maltose 
(ligação α-1,4) . O sítio isomaltase-maltase hidrolisa 
ligações α-1,6 (nas dextrinas e isomaltoses), e 
ligações α-1,4 de maltose e maltotriose. Juntos 
estes sítios contam com cerca de 80% da 
atividade da maltase no intestino delgado. O 
restante da atividade de maltase é encontrado na 
glicoamilase 
-Trealase: Quebra ligações α-1, α-1 presentes na 
trealose. O consumo excessivo de alimentos que 
contem trealose por indivíduos com deficiência 
de trealase causa náuseas, vômitos e 
desconforto gastrointestinal. 
-Complexo β-Glicosidase (Lactase-
Glicosilceramidase): O sítio catalítico da lactase 
hidrolisa ligações β entre a glicose e a galactose 
na lactose (atividade β-galactosidase). Sua 
atividade maior é no jejuno. Outros sítios 
catalíticos (glicosilceramidase/flurozinahidrolase) 
hidrolisam ligações β entre a glicose e a 
galactose e ceramidas em glicolipídios 
Digestão de Fibras: 
-Na boca, é feita a mastigação completa das 
fibras, o que desacelera a ingestão e estimula o 
fluxo de saliva. As glândulas salivares secretam 
em torno de 1 litro de saliva/dia. 
-As fibras solúveis demoram no estômago e 
retardam o seu esvaziamento, provocando a 
sensação de satisfação e saciedade. 
-De 1-4h após a refeição, todos os açúcares e a 
maioria dos amidos já foram digeridos. Somente 
as fibras permanecem no trato digestivo 
-A flora bacteriana intestinal fermenta as fibras 
solúveis, gerando água, gases, ácidos graxos de 
cadeia curta, especialmente ácidos acético, 
propiônico e butírico. 
-Os ácidos de cadeia curta são absorvidos pela 
mucosa das células do intestino. Eles podem ser 
utilizados pelo cólon intestinal na produção de 
energia, ou podem ser metabolizados pelo fígado. 
Podem ser obtidos até 10% da caloria total do 
corpo humano a partir dos compostos 
produzidos pelas bactérias intestinais. 
-Os principais gases formados são gás hidrogênio 
(H2), dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4). 
Esses gases são liberados através do cólon, 
resultando em flatulência, ou pela boca, causando 
mau hálito. 
-Produtos incompletos da digestão aumentam a 
retenção de água, resultando em diarreia 
Absorção de glicose pelo epitélio intestinal: 
-O duodeno e jejuno superior absorvem a maior 
parte dos glicídios da dieta. A glicose é 
transportada pelas células absortivas do intestino 
até a corrente sanguínea por transporte facilitado 
dependente de Na+ e por difusão facilitada . A 
insulina não é requerida para a absorção de 
glicose pelo intestino. 
-Transportador Dependente de Na+ (Não 
pertencente à família GLUT): Permite a entrada 
de glicose a partir do lúmen intestinal, que possui 
menor [glicose], para o interior da célula da 
mucosa intestinal, que, por sua vez, possui maior 
 BIOQUÍMICA – Rafaela Negri 
 
[glicose]. Isto é possível devido ao co-transporte 
com o Na+ (que é mais concentrado no lado de 
fora da célula). A pequena concentração 
intracelular de Na+ é mantida pela bomba de Na+ 
,K+ - ATPase, localizada no lado serosa da célula, 
que utiliza a energia de hidrólise do ATP para 
bombear Na+ para fora da célula 
-Transportador Independente de Na+ 
(Transporte Facilitado - Família GLUT): O 
Transportador GLUT2 está localizado no lado da 
membrana serosa das células da mucosa 
intestinal. Transporta glicose do interior da célula, 
maior [glicose], para o sangue, lado menos 
concentrado. Há, também, transportadores 
facilitados localizados no lado luminal. 
Absorção de galactose e frutose: 
-Transporte de Galactose: Utiliza o mesmo 
transporte da glicose. 
-Transporte de Frutose: Entra e deixa as células 
por difusão facilitada. O transportador luminal tem 
sido identificado como GLUT5. O transportador 
GLUT2 parece transportar a frutose da célula 
para a circulação 
Degradação anormal de dissacarídeos: 
Alterações na degradação de dissacarídeospode 
ter várias causas: 
-Deficiências hereditárias 
-Doenças intestinais 
-Má-nutrição 
-Ingestão de fármacos que danificam a mucosa 
do intestino delgado 
Intolerância a lactose: 
-Corresponde à uma condição de dor, náusea e 
flatulência após a ingestão de alimentos contendo 
lactose (leite e derivados). Os sintomas se 
manifestam quando a ingestão ultrapassa a 
capacidade de digestão e absorção de lactose 
-A intolerância à lactose diferencia-se da alergia 
ao leite, que é, por sua vez, causada por uma 
reação imunológica à proteína do leite 
-As moléculas de lactose permanecerão não-
digeridas. As bactérias intestinais irão converter a 
lactose em ácido lático, gás metano e gás 
hidrogênio. O efeito osmótico da lactose e do 
ácido lático retém água, causando desconforto 
abdominal e diarreia. 
-Há a deficiência primária, associada à baixa 
produção de lactase no intestino e, a deficiência 
secundária, em decorrência de alguma patologia 
da mucosa intestinal (doenças que lesionam as 
células absortivas e diminuem a atividade de 
lactase). Neste último caso, a lactase é a primeira 
atividade a ser perdida a última a ser recuperada, 
uma vez que os níveis de sacarase, maltase, 
isomaltase e glicoamilase são mais elevados 
-A atividade da lactase evolui por volta da 6ª a 8ª 
semanas de gestação e aumenta durante o 
período final de gestação (21ª e 32ª semanas) até 
o seu término. Ela permanece alta até um mês 
após o nascimento. Em seguida, a atividade da 
enzima começa a diminuir, pois diminui a 
quantidade de enzima. 
-A maioria da população mundial exibe um 
fenótipo lactase não-persistente, onde o nível da 
lactase no adulto é 10% menor do que aquele 
presente em crianças (hipolactasia adulta). 
-Indivíduos do oeste ocidental e norte europeu e 
de certas tribos nômades do Saara africano 
possuem níveis de lactase idênticos ou muito 
pouco abaixo aos níveis das crianças. São aqueles 
que exibem um fenótipo lactase-persistente. 
-Na deficiência congênita de lactase, uma doença 
autossômica-recessiva severa, a atividade da 
lactase é significativamente reduzida ou 
completamente ausente. 
-O tratamento consiste: 
Na redução no consumo de leite e derivados 
(muitos conseguem consumir alimentos 
contendo até 6g de lactose = ½ xícara de leite); 
Em consumir alimentos que assegurem o 
fornecimento de cálcio; 
Em usar produtos tratados com lactase; 
Em ingerir lactase em pílulas antes das refeições

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