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História da Enfermagem

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História da Enfermagem 
 
Padrões da ciência da enfermagem 
Teoria Ambientalista 
Escolas de enfermagem - crescimento 
Florence Nightingale 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2020 
 
 
Sumário 
Sumário 2 
Novos padrões da ciência da enfermagem 3 
Enfermagem x medicina 3 
Teoria Ambientalista 5 
Escolas de enfermagem no mundo 5 
Importância de Florence para ciências da saúde e surgimento da profissão 10 
A contribuição de Florence Nightingale 10 
Referências bibliográficas 12 
 
 
2 
 
 
Novos padrões da ciência da enfermagem 
 A Enfermagem Moderna, instaurada no século passado por Nightingale, demandou várias 
e várias décadas para se constituir hoje enquanto campo - de conhecimentos e de práticas - 
reconhecido no meio científico. Nesse processo, constrói-se e reconstrói-se o conhecimento e 
a pesquisa torna se crucial para possibilitar reelaboração dos padrões desta profissão. Trata-se 
de uma profissão social e legalmente reproduzida, fundamentada em quesitos éticos para e 
com a vida, munida ainda de significado estético de educar para a arte do cuidar do ser 
humano. O foco da Enfermagem é o cuidado humano, todas as suas teorias enfatizam a 
multidimensionalidade do ser humano e aceitam que trabalhemos com informações genéticas 
(hereditariedade), informações sociológicas (culturais) e acontecimentos e aleatoriedades 
pontuais. É expressada por meio de ações, comportamentos, atitudes, condutas e interações 
da enfermagem em resposta a outros. Esta até os dias de hoje, mantém inalteradas estruturas 
hierárquicas, divisão de trabalho, entre outras formas de dominação que conferem à 
Enfermagem o mito e o rito da subalternidade dificultando ou mesmo impedindo uma tomada 
de consciência. Produzida e organizada com tais características, o cuidado na enfermagem é 
reconhecido como uma atividade simbolicamente representada pelas mulheres. 
 
 Essa profissão é única, ao passo em que se dedica humana e holisticamente ao atendimento 
das necessidades básicas do ser humano, dos pacientes e familiares, no enfrentamento de 
problemas de saúde reais e potenciais, com autonomia e considerando suas competências. 
Enfermagem x medicina 
Com os avanços científicos, o campo das atividades médicas se ampliou. Nessa mesma época 
houve um significativo aumento no número de hospitais e leitos hospitalares, e é nesse 
momento que “dá-se o encontro das práticas médica e de enfermagem no mesmo espaço 
geográfico - o do hospital - e no mesmo espaço social - o do doente”. O ensino da 
Enfermagem passou a centrar-se no “como fazer”, ficando para segundo plano a justificativa 
das ações. Dessa forma, a competência centrava-se na habilidade manual associada à rapidez 
e à disciplina. Era comum médicos(as) incumbirem-se da profissionalização de suas 
auxiliares, inculcando-lhes qualidades de subalternidade. Inúmeros são os exemplos que 
ilustram ricamente a relação médico(a) e enfermeiro(a), dentre eles, destacam-se: “[...] a arte 
da enfermagem não é mais do que executar o que decide a ciência do médico”. “[...] tratar um 
3 
 
doente é aplicar-se a prestar corretamente os cuidados prescritos pelos médicos”32. “A 
enfermeira é a mais modesta, mas talvez a mais preciosa colaboradora dos médicos, dos 
cirurgiões e parteiros dos hospitais”. 
Pode-se constatar que a Enfermagem existia à sombra da Medicina, sua função era servir e 
obedecer. 
No Brasil, o cuidado se manteve desvalorizado, e a atenção, limitada às ações curativas. As 
atenções se deslocaram do(a) doente para a doença; o(a) paciente deixou de ter uma 
identidade, reduzindo-se a um número de leito, e o ser reduziu- se a um órgão. Eram 
freqüentes as perguntas do tipo: “Como está o rim do 220A?”. O uso da modalidade de escala 
funcional de trabalho requeria que cada funcionário(a) executasse um tipo de tarefa. Assim, 
enquanto um(a) verificava os sinais vitais de todos(as) os(as) pacientes, outro(a) administrava 
os medicamentos. Essa prática dificultava o estabelecimento de uma relação de confiança 
entre paciente e profissional de Enfermagem. 
A habilidade e a destreza, associadas à capacidade de memorização, postura e senso de 
organização, eram aspectos indispensáveis à atuação profissional do(a) enfermeiro(a). 
Manuais de procedimentos descrevem tanto o material necessário a cada técnica quanto às 
etapas de execução. Até a Segunda Guerra Mundial, os manuais eram descritos quase 
exclusivamente por médicos. Merece destaque a criação da Revista Brasileira de 
Enfermagem, no ano de 1932, originalmente com o nome de Anais de Enfermagem. Esse 
periódico, até hoje editado pela Associação Brasileira de Enfermagem, constitui um marco 
histórico, um verdadeiro ato de coragem, pois surgiu num período em que o número de 
enfermeiros(as) era muito reduzido, na realidade, menor do que cem. 
O advento dos princípios científicos - 3a fase 
Nela,uma época curta se comparada com as anteriores, a Enfermagem procurou se tornar 
científica. Assim, princípios científicos de anatomia, fisiologia, microbiologia, física e 
química começaram a respaldar suas ações. A partir daí, cada etapa de um procedimento era 
relacionada a um princípio científico que correspondia ao porquê de sua execução. Essa 
característica dava uma certa cientificidade ao trabalho da Enfermagem. Esses princípios, no 
entanto, eram transmitidos nas escolas apenas para o(a) enfermeiro(a), “reforçando o poder e 
a qualificação para o controle da prestação do cuidado e legitimando, assim, a dicotomia 
gerência/execução”. 
A organização do trabalho em equipe foi introduzida nessa época. Nessa época o foco da 
Enfermagem desloca-se da tarefa para o(a) paciente. O cuidado de Enfermagem a partir desse 
momento deve satisfazer as necessidades biológicas, psicológicas e sociais do(a) paciente, 
4 
 
além de basear-se em princípios científicos. No entanto, é possível apreender que embora a 
emergência de um saber cientifizado reforce a autoridade da enfermeira e a hierarquização 
dentro da equipe de enfermagem, mantiveram-se “intocadas a subordinação e a falta de 
autonomia que caracterizam a relação médico/ enfermeira e instituição/enfermagem enquanto 
profissão”. 
Damas de caridade de Caxias do Sul 
Teoria Ambientalista 
 A teoria ambientalista foi desenvolvida por Florence Nightingale na segunda metade do 
século XIX, na Inglaterra. Apresenta como foco principal o meio ambiente, que pode ser 
interpretado como todas as condições e influências externas que afetam a vida e o 
desenvolvimento de um organismo, capazes de prevenir, suprimir ou contribuir para a doença 
e a morte. Em seus escritos, Nightingale aborda o provimento de fatores para a manutenção 
de um ambiente favorável, a fim de facilitar o processo de cura e o viver saudável, tais como: 
ventilação, limpeza, iluminação, calor, ruídos, odores e a alimentação, de modo que o 
processo de reparação, instituído pela natureza, não seja impedido. 
 Nessa teoria, a doença é considerada como um processo restaurador da saúde, portanto, a 
função da enfermeira é equilibrar o meio ambiente para conservar a energia vital do paciente 
a fim de recuperar-se da doença, priorizando o fornecimento de um ambiente estimulador do 
desenvolvimento da saúde para o paciente. Tem-se, então, a concepção do ser humano como 
um ser integrante da natureza, sendo visto como um indivíduo, cujas defesas naturais são 
influenciadas por um ambiente saudável ou não. Essa teoria trouxe resultados inovadores ao 
tratamento de doentes . 
 E é este preceito que fundamenta a Teoria Ambientalista: fornecer um ambiente adequado, 
para a recuperação dos doentes. A preocupação com o meio ambiente, no âmbito da 
enfermagem, existe desde a fundação da enfermagem profissional na segunda metade do 
século XIX, isso reflete nos dias de hoje, em uma assistência humanizada e fundamentada no 
5 
 
controle do ambiente ao redor do paciente, que é vistocomo um ser de relações e interações 
com o meio em que está inserido. 
 
Escolas de enfermagem no mundo 
O ensino de enfermagem na Inglaterra (1860) 
 
 A história da Enfermagem Moderna tem início a partir da segunda metade do século XIX 
com Florence Nightingale, na Inglaterra, o qual baseava-se em criteriosa seleção das 
candidatas ao curso, na sistematização do ensino teórico e da prática correspondente e na 
total autonomia da escola em assuntos financeiros e pedagógicos. Apesar disso, mantinha o 
caráter religioso e caritativo, a fim de servir ao próximo como meio de aperfeiçoamento 
espiritual, principalmente aos pobres e necessitados. 
 Para o curso, a aluna deveria ser sóbria, honesta, leal, digna de confiança, pontual, calma, 
ordeira, correta e elegante. Era esperado que houvesse várias habilidades em seu currículo, 
entre estas, curativos de pústulas, queimaduras, escaras, ferimentos, na aplicação de fricções 
terapêuticas, cataplasmas e curativos menores,na aplicação de sanguessugas, externa e 
internamente. 
 O Sistema Nightingale expandiu-se rapidamente a princípio na própria Inglaterra e países 
escandinavos e, posteriormente nos Estados Unidos e Canadá. Assim, o que se encontrava na 
Inglaterra neste momento interfere no ensino nos Estados Unidos que por sua vez, vem 
influenciar o ensino na Enfermagem brasileira. 
 
O ensino de enfermagem nos Estados Unidos (1870) 
 
6 
 
 Nos Estados Unidos, segundo, entre 1873 a 1890 foram criadas trinta e cinco escolas; em 
1900 o número subiu a 432; em 1909 já existiam 1096 escolas em funcionamento. O primeiro 
curso universitário para a formação de enfermeiras foi criado na Universidade de Minnesota, 
em 1909. Após seis anos, em 1916, existiam quinze desses cursos em funcionamento nos 
Estados Unidos. 
 Estas escolas norte americanas tinham como finalidade prover assistência aos paciente 
indigentes por meio do trabalho das estudantes para preparar enfermeiras para a comunidade. 
No entanto, houve um predomínio em interesse de torná-las rápidas e eficientes no 
atendimento aos doentes. Sem a preocupação com o crescimento intelectual das estudantes. 
 Em 1917, a National League of Nursing Education publicou uma obra na tentativa de 
trazer a padronização do currículo das escolas, sugerindo para tanto, o curso de três anos 
(teoricamente, cerca de 590 horas), exigência do secundário completo para admissão, prática 
obrigatória nos diversos serviços hospitalares e práticas eletivas. 
 Falhas graves nas condições de vida e de estudos das alunas de Enfermagem foram 
apontadas em um relatório publicado em 1923, que enuncia uma série de recomendações, tais 
como a necessidade do curso secundário para admissão na escola; colocação de algumas 
escolas nas universidades; programas com objetivos educacionais; trabalho das estudantes a 
um máximo de 48 horas por semana; curso com duração mínima de 28 meses. 
 O currículo de Enfermagem passou por várias revisões até os anos 50, passou por análises 
das falhas do sistema educacional e modificações baseadas nas funções e no papel que as 
enfermeiras deveriam desempenhar na equipe de saúde e na competência e eficiência técnica 
delas exigidas, visando melhorar o programa das escolas. 
 
O ensino da Enfermagem moderna no Brasil 
● Antecedentes do ensino da Enfermagem 
 Antes da "Enfermagem Moderna" no país, a Enfermagem brasileira estava nas mãos de 
irmãs de caridades e de leigos (sobretudo, ex-pacientes e serventes de hospitais contratados), 
à mercê do empirismo de ambos. Entretanto, a Enfermagem exercida desde a fundação das 
Santas Casas tinha um cunho prático, daí não havendo exigência de nível de escolarização 
para aqueles que as exerciam. Essa situação, da Enfermagem exercida com bases puramente 
empíricas, perdurou até o século XX. 
 Estudos apontam que os índios foram os primeiros a se ocuparem dos cuidados daqueles 
que adoeciam em suas tribos. Com a colonização, outros elementos assumiram também essas 
responsabilidades, dentre eles os jesuítas e posteriormente por religiosos, voluntários leigos e 
7 
 
escravos selecionados para tal tarefa. Dessa forma, gradativamente surge a Enfermagem, com 
fins mais curativos que preventivos e exercida no início, ao contrário de hoje, praticamente 
por pessoas do sexo masculino. 
 Na virada deste século houve um impulso para a criação de escolas de enfermagem, 
portanto, em 1923 teve seu auge. A primeira tentativa para o estabelecimento da Enfermagem 
profissional no país foi a criação da Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras do 
Hospital Nacional de Alienados, no Rio de Janeiro pelo Decreto nº 791/1890, que seguia 
mais o Sistema Francês que o Sistema Nightingale, já então espalhado por todo o mundo 
inglês. 
 Após a Proclamação da República, as relações entre Igreja e Estado estremecem, 
chegando ao rompimento. A desanexação do Hospício Nacional de Alienados da Santa Casa 
de Misericórdia repercutiu na estatização da assistência aos doentes mentais e assim os 
médicos assumem o poder. A relação das irmãs de caridade com a administração interna dos 
hospitais não sustentam mais o sistema e ocorre assim o abandono repentino do serviço. Com 
a saída das religiosas, consequentemente vem a falta de mão de obra para assumir os 
trabalhos, então convidam enfermeiras francesas à suprir a demanda de cuidado e ao mesmo 
tempo surge a ideia de solucionar o problema com a criação de uma escola de enfermeiros e 
Enfermeiras. Os objetivos do cursos fixados por um Decreto, no entanto, não contemplava 
recursos para viabilização do mesmo, assim como normas para sua concretização. Essa 
escola, posteriormente denominada Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, hoje uma unidade 
da UNIRIO. 
 Em 1892 foi instalado em São Paulo o "Hospital Evangélico", para estrangeiros, hoje 
Hospital Samaritano, com um corpo de enfermeiras inglesas oriundas de escolas orientadas 
por Florence Nightingale. Esse curso de Enfermagem, iniciado em 1901-02 tratava de 
preparar pessoal para a Instituição, sendo uma iniciativa totalmente privada, não foi tão 
reconhecido. 
 Em 1916, a Cruz Vermelha Brasileira criou uma Escola no Rio de Janeiro, subordinada ao 
Ministério da Guerra, a fim de preparar enfermeiras em curso de dois anos de duração. Q 
criação se deve a repercussão do movimento mundial de melhoria nas condições de 
assistência aos feridos da Primeira Grande Guerra. 
 Posteriormente o programa foi ampliado para três anos e a escola foi subordinada ao 
Ministério da Educação e Cultura, como as demais. Foi equiparada à Escola de Enfermeiras 
"Anna Nery", conforme Dec. 20209/31, pelo Dec. 24768/48, constituindo de fato, uma nova 
era para a Enfermagem Brasileira. A pedido de Carlos Chagas, um grupo de enfermeiras 
8 
 
norte americanas assumiram a responsabilidade de direção do ensino da Escola Ana Neri, 
tornando-a a "escola padrão" segundo a legislação, e seu currículo que deveria ser adotado 
como padrão. 
 A publicação dos livros "Essentials of a Good School of Nursing" e Nursing for the 
Future" e tradução de ambos para o português pelo então Serviço Especial de Saúde Pública, 
tiveram grande repercussão no desenvolvimento da Enfermagem brasileira. Junto a isso 
houve influência também das escolas universitárias norte-americanas, às quais eram 
encaminhadas as docentes de algumas das escolas do país para cursos de aperfeiçoamento e 
de pós-graduação. 
 É importante apontar ainda que a partir de então, a Enfermagem procura consolidar-se 
buscando garantir seu espaço profissional com a fundação em 1926 da Associação Nacional 
de Enfermeiras Diplomadas Brasileiras, com a regulamentação do exercício da Enfermagem 
pelo Decreto 20109/31 e também com a publicação da revista "Anais de Enfermagem" em 
1932. 
 A expansão do ensino da enfermagem nas décadas de 30,40 e 50 aconteceu a partir de 
umarealidade social definida, num contexto de acelerados processos de urbanização e 
industrialização, das quais as políticas educacionais de saúde eram reflexos. 
 
O relatório de levantamento de recursos e necessidades de enfermagem no Brasil realizado 
nos anos de 1956 a 1958 pela Associação Brasileira de Enfermagem - ABEn explicita esta 
expansão: 
 
FLUTUAÇÃO DO NÚMERO DE ESCOLAS DE ENFERMAGEM, SEGUNDO A DATA 
DE INSTALAÇÃO: 1916 - 1956 
 
FONTE: ABEn, 1980. 
 O ensino da Enfermagem Moderna em nosso país emerge num momento histórico em que 
a questão da saúde ganha um nova dimensão ao surgirem os primeiros traços de uma política 
de saúde enquanto uma das atribuições do Estado. No entanto, apesar de ter sido 
9 
 
institucionalizado em 1923, sua consolidação se efetiva somente em 1949 com a Lei nº 775, 
como resultado de pressões profissionais através da Associação Brasileira de Enfermeiras 
Diplomadas. 
 A iniciativa de criação da Escola de Enfermeiras do DNSP, ao contrário das anteriores, 
somente foi possível por ter surgido de dentro do aparelho de Estado após várias décadas do 
modelo nightingaleano no mundo e, principalmente, por este não causar qualquer ameaça à 
hegemonia médica, isto é, em seu projeto de estruturação, tira as mulheres do ambiente 
doméstico, colocando-as no mercado de trabalho explorando ideologicamente os sentimentos 
cívicos, o espírito de religiosidade, de caridade e altruísmo cristãos, garantindo a manutenção 
da figura do médico como elemento central da assistência e não questionando o papel social 
que a nova profissão desempenha (PIRES, 1989). 
 Na primeira metade do século XX, com destaque para as décadas de 30, 40 e 50 houve um 
crescimento significativo do número de escolas de enfermagem no país. Neste período 
ocorreram importantes mudanças; no modelo econômico agro-exportador para um rápido 
processo de industrialização, a urbanização é crescente, cresce a demanda dos serviços 
voltados para a atenção ao doente, aumenta o número de hospitais que passa a necessitar de 
um maior contingente de profissionais de enfermagem e com melhor qualificação. 
 Portanto, ensino assume importância nas políticas estatais que estimulam a 
profissionalização com o objetivo de ensinar a trabalhar visando a formação da mão-de-obra 
necessária. A expansão do número de escolas de enfermagem aconteceu a partir de 
determinantes sociais, políticos e econômicos acompanhando as políticas educacionais e de 
saúde. 
 A Associação Brasileira de Enfermagem exerceu importante papel nesse movimento de 
expansão das escolas de enfermagem, adotando medidas que buscavam a qualificação do 
ensino. 
10 
 
 
Importância de Florence para ciências da saúde e surgimento da profissão 
A contribuição de Florence Nightingale 
 
 Foi na segunda metade do século XIX, na Inglaterra Vitoriana, que Florence foi a mulher 
mais notável e expressiva para o surgimento da enfermagem como profissão e como um 
campo do saber.​ Possuidora de incomum conhecimento para a época, ​ Florence Nightingale 
dominava diversos idiomas, entre eles o grego e o latim, além de ter estudado artes, 
matemática, estatística, filosofia, história, política e economia. Atentando para sua trajetória 
de vida, percebe-se grande empenho em identificar quais ações, relativas ao paciente e ao 
ambiente, poderiam desencadear a manutenção e a recuperação da saúde. Além disso, 
delineou o perfil do profissional de Enfermagem por meio da definição dos padrões morais. 
A constante preocupação e o envolvimento com o sofrimento de seus semelhantes seriam, 
segundo registro em seu diário, decorrentes dos chamados de Deus, portanto, crenças 
espiritualistas nortearam sua trajetória de vida. 
11 
 
 Nightingale procurou mostrar que era possível e necessário um preparo formal e 
sistemático para a aquisição de conhecimentos no campo da Enfermagem. Inteirou-se do 
trabalho desenvolvido pelas Irmãs de Caridade de São Vicente de Paulo, onde conheceu e 
acompanhou o tipo de trabalho assistencial e administrativo realizado, suas regras, sua forma 
de cuidar dos doentes, fazendo anotações, gráficos e listas das atividades desenvolvidas, 
aplicando o mesmo questionário de levantamento de situação de trabalho, que já havia 
distribuído pelos hospitais da Alemanha e Inglaterra. 
 
 Florence, com seu espírito humanizado, não se limitou à saúde e à doença, enfatizando o 
interesse da Enfermagem pelo ser humano, estivesse ele saudável ou adoentado. Nas 
concepções nightingaleanas não há conduta conformista mas sim o ser humano, que por meio 
da educação, poderia desvelar suas potencialidades e mudar sua situação. 
 Também adquiriu e contribuiu com grande conhecimento acerca de construção e reforma 
de hospitais, apregoando que uma simples melhoria de construção e manutenção física 
poderia diminuir as taxas de mortalidade, além de aspectos indispensáveis ao adequado 
funcionamento de um hospital: melhor maneira de distribuir a roupa limpa, de manter a 
comida quente, de posicionar as camas, entre outros. 
 Publicou o livro Anotações sobre hospitais, na qual mostra ao mundo porque temiam ir ao 
hospital e como se poderia remediar os problemas. Outro legado importante para 
Enfermagem mundial foi a Teoria Ambientalista de Florence Nightingale, esta se orientava 
por princípios relacionados ao ambiente físico, psicológico e social, que eram essenciais para 
o bem-estar e recuperação dos pacientes internados. Florence salienta a necessidade de troca 
de ar e de luz solar nos quartos dos hospitais, o destino adequado dos esgotos e a importância 
de uma alimentação saudável. 
 Em 1859, Florence publicou Notes of nursing, com tradução para o português em 1989, 
sob o título de Notas sobre enfermagem: o que é e o que não é. Por meio dele a autora 
procurou distinguir o saber da Enfermagem, do saber Médico. Com base em suas sistemáticas 
12 
 
observações, em dados estatísticos, em suas reflexões sobre o cuidado e na teoria miasmática 
vigente na época, ela enfoca os fundamentos da Enfermagem moderna. Escreveu mais de 
cinqüenta textos, entre Manuais e Livros sobre o cuidado nos hospitais, assim como, nos 
campos de batalhas e através dessas obras e cartas que enviava a seus amigos e conhecidos, 
ela descrevia suas esperanças, seus desejos e observações para modificar a assistência 
sanitária. 
 Então os conceitos de Florence mudaram totalmente a enfermagem, pois eles faziam 
diferença no cuidado. 
 
13 
 
Referências bibliográficas 
https://www.scielo.br/pdf/ean/v19n3/1414-8145-ean-19-03-0518.pdf 
http://www.ee.usp.br/REEUSP/upload/pdf/599.pdf 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002012000400001 
[21/10 http://scielo.isciii.es/pdf/eg/v14n37/pt_reflexion2.pdf 
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-71672020000400163&script=sci_arttext&tlng=
pt 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672020001700153&lng=p
t&nrm=iso&tlng=pt 
http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0120-53072007000200010 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672011000100021 
https://scielosp.org/article/rsp/1988.v22n4/347-365/pt/ 
https://www.scielo.br/pdf/reben/v47n3/v47n3a08.pdf 
https://revistas.ufg.br/fen/article/view/666/736 
 
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