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Enzimas de Diagnóstico (Casos Clínicos)

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Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 
Disciplina de Bioquímica 
Aluno: Cauê dos Santos de Oliveira Curso: Medicina Turma: A 
 
Leitura Complementar - Enzimas de Diagnóstico (Casos Clínicos) 
 
1. Homem de 53 anos chegou ao setor de emergência do hospital apresentando uma forte dor no peito que se 
irradiava ao longo do braço esquerdo. Ele tinha histórico de angina durante o esforço. Que testes enzimáticos 
específicos você solicitaria do laboratório de bioquímica para auxiliar no diagnóstico de infarto do miocárdio? 
Justifique. 
A avaliação enzimática é uma rotina nos pacientes suspeitos de terem desenvolvido infarto agudo do miocárdio. 
As enzimas mais utilizadas na investigação do infarto agudo do miocárdio são: aminotransferases (principalmente AST), 
lactato desidrogenases (principalmente LD-1) e a creatina quinase (principalmente CK-2, também chamada de CK-MB). 
A TGO (AST) aumenta 6-8 h após a dor, atingindo o pico 18-24 h, retornando aos níveis normais em 4 ou 5 
dias. A TGO não é específica do tecido cardíaco e aumenta em enfermidades do fígado, pulmão e músculo esquelético. 
Os valores do pico máximo são 5 a 10 vezes maiores que o limite superior de referência. No entanto, a sensibilidade 
combinada com a especificidade tem mostrado que a TGO (AST) é uma enzima cardíaca diagnosticamente redundante. 
Deste modo, esta enzima está sendo gradativamente abandonada no diagnóstico laboratorial do infarto do miocárdio. 
A atividade da LD total aumenta 8 a 12 h a partir da dor precordial, atinge o máximo em 24 a 48 h e permanece 
elevada por 7 ou mais dias. As elevações são três a quatro vezes o valor de referência superior, mas pode atingir até 10 
vezes. A fração LD-1 apresenta uma trajetória semelhante à LD total, no entanto, devido a sua especificidade tecidual, a 
isoenzima tem maior utilidade diagnóstica. 
O miocárdio contém expressivas quantidades de CK-MB. Em outros tecidos, a CK-MB é encontrada em 
pequenos teores. No miocárdio esta fração pode ser liberada para o soro em quantidades significantes. A elevação da 
atividade plasmática da CK-MB (igual ou maiores que 6% da CK total) é o indicador mais específico de lesão miocárdica 
(98-100% dos casos), particularmente, de infarto agudo do miocárdio. A CK-MB começa a elevar-se em 4-8 horas a partir 
da dor precordial, atingindo o máximo em 12-24 horas, retornando ao normal, nos casos não complicados, em 48-72 
horas. Pacientes que atingem o pico máximo rapidamente (8-12 h), tem melhor pro gnóstico do que aqueles que demoram 
para alcançar o pico (24 h). 
 
2. Mulher de 48 anos chegou ao consultório médico com história de oito dias de anorexia, náusea e sintomas 
semelhantes a uma gripe. Ela relatou que nos últimos dois dias a urina estava escura. O exame físico revelou 
sensibilidade no quadrante superior direito do abdômen. Os testes da função hepática sugerem que o diagnóstico 
provável seja hepatite viral aguda: 
 
Bilirrubina AST ALT 
Fosfatase 
Alcalina 
γ-GT Proteína total Albumina 
63μmol/L 
936Ul/L 
(Valores de 
referência = 8-20U/L) 
 
2.700U/L 
(Valores de 
referência = 8-20U/L) 
410U/L 
(Valores de 
referência = 42-
128U/L) 
312U/L 
(Valores de 
referência = 8-38U/L) 
68g/L 42g/L 
 
Comente os resultados da AST, ALT, fosfatase alcalina e γ-GT. 
 
No fígado, a fosfatase alcalina está localizada na membrana celular que une a borda sinusoidal das células 
parenquimais aos canalículos biliares. Portanto, a hiperfosfatemia alcalina se deve, fundamentalmente, ao incremento na 
síntese da enzima, à retenção de ácidos biliares no fígado, que solubilizam a fosfatase alcalina e a removem da membrana 
plasmática dos hepatócitos, e à regurgitação da enzima para a circulação pelo impedimento da excreção. Desse modo, 
em um quadro provável de hepatite viral, é normal que ocorram pequenas elevações nos níveis séricos da fosfatase 
alcalina. 
A AST (GOT) e a ALT (TGP) são enzimas intracelulares presentes em grandes quantidades no citoplasma dos 
hepatócitos. Lesões ou destruição das células hepáticas liberam estas enzimas para a circulação. A ALT (GPT) é encontrada 
principalmente no citoplasma do hepatócito, enquanto 80% da AST(GOT) está presente na mitocôndria. Esta diferença 
tem auxiliado no diagnóstico e prognóstico de doenças hepáticas. Em dano hepatocelular leve a forma predominante no 
soro é citoplasmática, enquanto em lesões graves há liberação da enzima mitocondrial, elevando a relação AST/ALT. Na 
fase aguda da hepatite viral ou tóxica, a ALT (GPT), geralmente, apresenta atividade maior que a AST (GOT). A r elação 
AST/ALT é menor que 1. Geralmente, se encontram hiperbilirrubinemia e bilirrubinúria com pequena elevação dos teores 
séricos da fosfatase alcalina. 
Apesar da atividade enzimática ser maior no rim, a enzima presente no soro é de origem, principalmente, do 
sistema hepatobiliar. No fígado, a -GT está localizada nos canalículos das células hepáticas e, particularmente, nas células 
epiteliais que revestem os ductos biliares. Deste modo, o principal valor clínico na avaliação da -GT é no estudo das 
desordens hepatobiliares. O grau de elevação é útil no diagnóstico diferencial entre as desordens hepáticas e do trato biliar. 
Nas hepatites virais, é comum aumentos de 2 a 5 vezes os valores de referência (nestes casos a determinação das 
aminotranferases é de maior utilidade).

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