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1 MEMBROS INFERIORES - SANARFLIX

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SUMÁRIO
1. Introdução e definição .............................................. 3
2. Quadril e cíngulo do membro inferior ................. 4
3. Coxas ............................................................................16
4. Pernas ..........................................................................29
5. Pés .................................................................................38
6. Vascularização dos membros inferiores .........46
Referências bibliográficas ........................................54
3MEMBROS INFERIORES
1. INTRODUÇÃO E 
DEFINIÇÃO
Os membros inferiores são extensões 
do tronco, responsáveis pela susten-
tação do peso corporal, locomoção 
e manutenção do equilíbrio. Para 
isso, os membros inferiores possuem 
esqueleto formado pelo cíngulo do 
membro inferior e pelos ossos dos 
membros livres. O peso corporal é 
transferido da coluna vertebral para 
o cíngulo do membro inferior através 
das articulações sacroilíacas, que 
unem o quadril ao sacro, e do cíngulo 
para os fêmures por meio das articu-
lações do quadril. 
SE LIGA! Os fêmures não se articulam 
com a fíbula, então o peso corporal é 
transferido totalmente para a tíbia e daí 
para a articulação talocrural, que distri-
bui a carga de forma uniforme entre o 
calcanhar e a parte anterior do pé.
O cíngulo do membro inferior é forma-
do pelos ossos do quadril, unidos an-
teriormente pela sínfise púbica e pelo 
sacro, e com isso ele fixa o membro li-
vre ao esqueleto axial, ou seja, o cíngu-
lo do membro inferior é comum aos 
esqueletos axial e apendicular. Este 
anel ósseo também forma o esqueleto 
da parte inferior do tronco, desempe-
nhando função de proteção e suporte 
para o abdome, pelve e períneo. 
Com isso, o membro inferior é compos-
to por quatro regiões principais: região 
glútea, que é a área de transição entre 
o tronco e os membros inferiores, re-
gião da coxa, composta na maior par-
te pelo fêmur e músculos extensores e 
flexores do quadril, região crural, que 
consiste na perna e a região do pé.
Figura 1. Membro inferior separado por regiões. Fonte: 
https://bit.ly/302jtoY
4MEMBROS INFERIORES
2. QUADRIL E CÍNGULO 
DO MEMBRO INFERIOR
Os ossos do quadril direito e esquer-
do em conjunto com o sacro formam 
a cintura pélvica (pelve), também 
chamada de cíngulo do membro in-
ferior, lembre-se que o sacro é parte 
da coluna vertebral. A cintura pélvica 
tem como principais funções a sus-
tentação do peso do membro supe-
rior e suporte para músculos e movi-
mentos do membro inferior. 
Cada quadril é formado por três os-
sos primários unidos por articulações, 
que são o ísquio, o ílio e o púbis. Em 
lactentes e crianças, esses ossos são 
unidos por uma cartilagem hialina 
trirradiada no acetábulo. Com a pu-
berdade, o ílio, ísquio e púbis se unem 
formando o quadril e na fase adul-
ta não há mais divisão entre esses 
ossos, sendo a nomenclatura utiliza-
da apenas para localização.
A pelve é dividida em pelve maior 
(falsa) e pelve menor (verdadeira). 
A pelve maior é delimitada pelas cris-
tas ilíacas (asas do ílio), enquanto a 
pelve menor é demarcada pelo sacro/
cóccix e púbis, ou seja, pelve, pelve 
menor e cavidade pélvica não são si-
nônimos, visto que pelve é a cintura 
pélvica, a cavidade é o local demarca-
do pela cintura pélvica e a pelve menor 
é a região por onde o bebê atravessa 
durante o parto vaginal. As relações 
de tamanho da pelve são importantes 
para determinar se uma mulher pode 
ou não ter parto normal. 
REGIÃO GLÚTEA
MEMBROS 
INFERIORES
CÍNGULO DO 
MEMBRO INFERIOR
REGIÃO DA COXA REGIÃO CRURAL REGIÃO DO PÉ
MEMBROS LIVRES
COXAS
PERNAS
PÉS
SACRO
OSSOS DO QUADRIL
5MEMBROS INFERIORES
SE LIGA! Diâmetros pélvicos: a pelve possui alguns diâmetros, os quais podem 
ser úteis na determinação da possibilidade de parto natural. São eles o diâmetro 
transversal, diâmetro conjugado e diâmetro oblíquo. O diâmetro transversal é um 
dos diâmetros que mais aumenta com o relaxamento da sínfise púbica e das ar-
ticulações sacroilíacas, favorecendo o parto. O diâmetro verdadeiro (conjugado), 
que é a menor distância (cerca de 11 cm) fixa que a cabeça do feto precisa atra-
vessar em um parto vaginal e o qual é medido no exame de toque. No entanto, por 
conta da localização da bexiga, essa medida não pode ser medida diretamente 
com um exame pélvico, e por isso se mede então o diâmetro diagonal. E o diâme-
tro oblíquo, que vai da junção entre o púbis com o ísquio de um lado ao ligamento 
sacrotuberal e espinhal do outro lado.
Figura 2. Pelve feminina. Fonte: https://bit.ly/3foP4rp
Ossos do Quadril
O ílio forma a maior parte do osso 
do quadril e compõe a parte superior 
do acetábulo, que é a cavidade com a 
qual o fêmur se articula com o quadril. 
Suas partes mediais são espessas, ser-
vindo principalmente para sustentação 
do peso, enquanto as porções laterais 
(asas), que são mais finas, servem para 
a fixação dos músculos glúteos. 
Anteriormente, o ílio tem as espinhas 
ilíacas anterossuperiores (EIAS) e 
anteroinferiores (EIAS), onde se fi-
xam os ligamentos e tendões dos 
músculos dos membros inferiores, e 
entre elas há a crista ilíaca, que é o 
6MEMBROS INFERIORES
limite da pelve maior e serve como 
um “para-choque”, protegendo con-
tra possíveis impactos sofridos nessa 
região. Uma proeminência externa da 
crista ilíaca forma o tubérculo ilíaco. 
A face lateral da asa do ílio possui 
três linhas, que são as linhas glúteas, 
onde se inserem as fixações proximais 
dos três grandes músculos glúteos, o 
máximo, o médio e o mínimo. Na face 
medial, essa asa possui a fossa ilíaca, 
onde se insere a fixação proximal do 
músculo ilíaco, e a tuberosidade ilíaca, 
que se articula com o sacro na articu-
lação sacroilíaca.
O ísquio compõe a porção pos-
teroinferior do osso do quadril, 
sendo formado basicamente pelo cor-
po e ramo. A parte superior do corpo do 
ílio participa da formação do acetábulo, 
enquanto o ramo do ísquio se une ao 
ramo inferior do púbis formando o ramo 
isquiopúbico, que constitui o limite infe-
romedial do forame obturado. Outros 
importantes componentes do ísquio 
são as incisuras isquiáticas maior e 
menor, a espinha isquiática e o túber 
isquiático. A incisura isquiática menor 
funciona como uma tróclea ou polia 
para um músculo que se inicia na pelve 
óssea e o túber isquiático é o local onde 
o peso do corpo se apoia na posição 
sentada, e também é local da fixação 
proximal dos músculos da coxa.
Figura 3. Ossos do quadril – lado direito – face medial. Fonte: https://bit.ly/2CzGWFF
7MEMBROS INFERIORES
O forame obturado é uma abertura ir-
regular no osso do quadril, limitado pelo 
púbis e ísquio. Este forame é fechado 
pela membrana obturadora, exceto no 
local de passagem para o nervo e va-
sos obturatórios, conhecido como canal 
obturatório. A importância desse fora-
me é que ele diminui a massa óssea e 
com isso o peso do quadril, enquanto 
a membrana obturadora serve de local 
para fixação de músculos.
O púbis forma a parte anteromedial 
do osso do quadril, compondo a par-
te anterior do acetábulo e onde se 
fixa os músculos mediais da coxa. O 
púbis é dividido em corpo e ramos 
superior e inferior. Na parte medial, 
possui a face sinfisial, onde os púbis 
direito e esquerdo formam a sínfise 
púbica, cuja margem anterossuperior 
compõe a crista púbica, que é local 
de fixação para músculos abdomi-
nais. Nas laterais, o púbis possui os 
tubérculos púbicos, que são impor-
tantes pontos de referência das regi-
ões inguinais. Na margem posterior 
do ramo superior, o púbis possui a 
linha pectínea, que forma a parte da 
abertura superior da pelve.
O acetábulo, composto pelos três 
ossos primários do quadril, é uma ca-
vidade que se articula com a cabeça 
do fêmur formando a articulação do 
quadril. Ele possui basicamente três 
regiões: incisura, fossa e face se-
milunar, que é a face que recebe pro-
priamente dito a cabeça do fêmur.
Figura 4. Ossos do quadril – lado direito – face lateral. Fonte: https://bit.ly/2OlODSQ
8MEMBROSINFERIORES
SAIBA MAIS: 
As fraturas do anel pélvico costumam ser múltiplas ou associadas à luxação. Essas fraturas 
podem ocorrer na prática de esportes que exigem forças de aceleração e frenagem súbitas, 
como em corridas de velocidade ou chutes no futebol. Essas lesões ocorrem principalmente 
nos locais de fixação dos músculos, que são as espinhas ilíacas anterossuperiores e anteroin-
feriores, túberes isquiáticos e ramos isquiopúbicos. As fraturas da pelve são mais frequentes 
nos ramos do púbis, acetábulos, asas do ílio e regiões das articulações sacroilíacas.
quadril possui as seguintes articu-
lações: sacroilíacas, coxofemoral 
(articulação do quadril) e a sínfise 
púbica.
OSSOS DO 
QUADRIL
ÍLIO ÍSQUIO PÚBIS
LINHAS GLÚTEAS
ASAS
FOSSA ILÍACA
TUBEROSIDADE ILÍACA
ESPINHA ISQUIÁTICA
INCISURAS ISQUIÁTICA
TÚBER ISQUIÁTICO
FACE SINFISIAL 
(SÍNFISE PÚBICA)
CRISTA PÚBICA
TUBÉRCULOS PÚBICOS
LINHA PECTÍNEA
FORAME OBTURADO
ACETÁBULO
Articulações do Quadril
Além das articulações que unem os 
ossos primários do quadril, a qual 
o torna um osso único, ou seja, não 
há movimento entre suas partes, o 
9MEMBROS INFERIORES
A articulação sacroilíaca é uma arti-
culação sinovial especial por possuir 
mobilidade limitada, consequência de 
seu papel na transmissão do peso da 
maior parte do corpo para os ossos 
do quadril, principalmente através 
dos ligamentos sacroilíacos inter-
rósseos. Muitas vezes o movimento 
da articulação sacroilíaca é limitado 
a leves movimentos de deslizamen-
to e rotação pelo entrelaçamento dos 
ossos que se articulam e os ligamen-
tos sacroilíacos. Além dos ligamen-
tos sacroilíacos interrósseos, esta 
articulação é composta pelo liga-
mentos sacroilíacos anteriores e 
posteriores.
A sínfise púbica é o disco interpú-
bico fibrocartilagíneo, que une ante-
riormente os ossos do quadril, sendo 
geralmente mais largo em mulheres. 
Anteriormente, essa articulação é re-
forçada pelos músculos reto e oblíquo 
externo do abdome. Em mulheres em 
trabalho de parto, as sínfises púbicas 
ficam mais elastecidas pelo efeito do 
hormônio relaxina. Esta articulação 
também auxilia movi-
mento da articulação sa-
croilíaca com a distribui-
ção do peso da marcha.
A articulação coxofe-
moral, também chamada 
de articulação do quadril, 
é sinovial do tipo esferoi-
de e fica entre a cabeça 
do fêmur e o acetábulo. 
Depois da articulação do 
ombro (glenoumeral), é a mais móvel 
do corpo, realizando papel semelhan-
te à glenoumeral.
A coxofemoral é composta por quatro 
ligamentos: iliofemoral, pubofemo-
ral, isquiofemoral (externos) e o liga-
mento da cabeça do fêmur (interno). 
O ligamento isquiofemoral é mais 
fraco dos três ligamentos externos, 
enquanto o ligamento iliofemoral é 
o mais forte, o qual atua impedindo a 
hiperextensão da articulação do qua-
dril durante a postura ereta. 
Já o ligamento pubofemoral é res-
ponsável por impedir a abdução ex-
cessiva do quadril, sendo tensionado 
durante a abdução e extensão dessa 
articulação. O ligamento da cabeça 
do fêmur é basicamente uma prega 
sinovial que conduz um vaso sanguí-
neo, ou seja, é importante na nutrição 
sanguínea dessa região, sendo assim 
um ligamento fraco e com pouca im-
portância no fortalecimento da articu-
lação do quadril.
10MEMBROS INFERIORES
Figura 5. Ligamentos da articulação do quadril. Fonte: 
Netter F. H. Atlas De Anatomia Humana - 7ª Ed. 2019.
SAIBA MAIS: 
As faces articulares do acetábulo e da cabeça do fêmur coincidem melhor na quadrúpede, 
podendo-se concluir que para assumir a posição bípede, sacrificou-se um grau relativamente 
pequeno de estabilidade articular para maximizar a sustentação do peso. E é por isso os fê-
mures são oblíquos e não retos.
A articulação do quadril (coxofe-
moral) é a mais estável do corpo, 
graças à sua arquitetura, à resistên-
cia de sua cápsula e às fixações de 
músculos que atravessam a articula-
ção. O grau de flexão/extensão pos-
sível nessa articulação depende da 
posição do joelho. Se o joelho estiver 
fletido, relaxando os músculos isquio-
tibiais, o quadril é capaz de fletir até 
a coxa tocar o abdome. Parte desse 
movimento resulta da flexão da colu-
na vertebral, por isso a dor percebida 
no quadril pode ser referida da colu-
na. A partir da posição anatômica, a 
amplitude de abdução é maior que a 
de adução do quadril. Além disso, a 
rotação lateral é muita mais forte que 
a medial.
11MEMBROS INFERIORES
Figura 6. Ligamento da cabeça do fêmur. Fonte: Netter F. H. Atlas De Anatomia Humana - 7ª Ed. 2019.
SE LIGA! LUXAÇÃO DA ARTICULA-
ÇÃO DO QUADRIL: ocorre quando a ca-
beça do fêmur não está bem localizada 
no acetábulo. As luxações posteriores 
são mais comuns, quando a cabeça do 
fêmur é forçada a sair do acetábulo, cau-
sando encurtamento do membro afeta-
do. Pode causar lesão do nervo isquiáti-
co, por estiramento ou compressão, que 
por vez pode gerar paralisia dos múscu-
los isquiáticos e de músculos distais do 
joelho, além de alterações sensitivas na 
pele da perna e sobre grande parte do 
pé.
Músculos
Os músculos da região do quadril for-
mam o assoalho pélvico e a região 
glútea. A região glútea é uma zona 
ARTICULAÇÕES 
DO QUADRIL
SACROILÍACAS
COXOFEMORAL 
(ARTICULAÇÃO DO 
QUADRIL)
SÍNFISE PÚBICA
SINDESMOSE
LIGAMENTOS 
INTERRÓSSEOS
LIGAMENTOS 
ANTERIORES
SINOVIAL 
ESFEROIDE
LIGAMENTO 
PUBOFEMORAL
LIGAMENTO 
ISQUIOFEMORAL
ELASTECIDAS 
NO TRABALHO DE 
PARTO
FIIBROCARTILAGEM
LIGAMENTOS 
POSTERIORES
LIGAMENTO 
ILIOFEMORAL
de transição entre o tronco e o mem-
bro inferior, sendo parte do tronco fi-
sicamente e parte do membro inferior 
funcionalmente. O desenvolvimento 
12MEMBROS INFERIORES
de uma proeminência nessa região é 
associado ao bipedalismo e da pos-
tura ereta.
O assoalho pélvico é formado pelo 
diafragma da pelve, composta pelos 
músculos isquiococcígeo e levanta-
dor do ânus. Assim, o diafragma da 
pelve confere aparência de rede sus-
pensa à pelve menor, fechando gran-
de parte do anel do cíngulo do mem-
bro inferior.
O músculo levantador do ânus é di-
vidido em puborretal, pubococcígeo 
e iliococcígeo. A parte puborretal é 
medial e delimita o hiato urogenital, 
que é a passagem da uretra e do canal 
vaginal, além de atuar na manutenção 
da continência fecal. Este músculo for-
ma um assoalho dinâmico para sus-
tentar as vísceras abdominopélvicas 
e permanece em contração tônica na 
maior parte do tempo, a fim de manter 
a sustentação das vísceras e a conti-
nência urinária e fecal. O levantador do 
ânus é perfurado no centro pelo canal 
anal e sua contração leva ao encurta-
mento anterior deste canal.
Figura 7. Diafragma da pelve – vista 
inferior. Fonte: https://bit.ly/2We8N5u
A contração ativa do músculo levan-
tador do ânus ocorre em situações 
como expiração forçada, tosse, es-
pirro, vômito e fixação do tronco du-
rante fortes movimentos do membro 
superior. Isso serve para aumentar a 
sustentação das vísceras quando do 
aumento da pressão intra-abdominal 
e também para auxiliar no aumento da 
pressão. Para micção e defecção, por 
outro lado, o levantador do ânus deve 
relaxar, elevando o assoalho pélvico, 
o que gera a descida do diafragma 
da pelve, já o aumento da pressão in-
tra-abdominal para defecção é pro-
porcionado pela contração do dia-
fragma torácico e os músculos da 
parede anterolateral do abdome.
Os músculos da região glútea são or-
ganizados em camadas superficial 
13MEMBROS INFERIORES
e profunda. A camada superficial in-
clui os três grandes glúteos, que são 
o máximo, o médio e o mínimo, e ten-
sor da fáscia lata, que atuam princi-
palmente como extensores, abdu-
tores e rotadores mediais da coxa. 
A camada profunda é formada pelos 
músculos piriforme, obturador in-
terno, quadrado femoral e gêmeos 
superior e inferior, que atuam como 
rotadores laterais da coxa além de 
auxiliar na estabilização da cabeça do 
fêmur no acetábulo, reforçando a arti-
culação do quadril. 
SE LIGA! A fenda interglútea é o sulco 
que separa as nádegas e o sulco infra-
glúteo demarca o limiteentre as náde-
gas e as coxas.
O glúteo máximo é o músculo mais 
superficial, com as fibras mais gros-
sas do corpo. Quando a coxa é fleti-
da, a margem inferior desse músculo 
desloca-se para cima, deixando o tú-
ber isquiático em posição subcutânea. 
Assim, não sentamos sobre o glúteo 
máximo, mas sim sobre o tecido fi-
broadiposo e a bolsa isquiática situ-
ada entre o túber isquiático e a pele. 
As principais ações deste múscu-
lo são extensão e rotação lateral 
da coxa. Além disso, embora seja o 
extensor mais forte do quadril, atua 
principalmente quando há necessi-
dade de força (movimento rápido ou 
contra resistência). Seu movimento é 
mais intenso entre as posições fletida 
e reta da coxa, como ao se levantar 
da posição sentada, assumir postura 
ortostática a partir da posição inclina-
da ou subir escadas.
O glúteo máximo não é usado na po-
sição em pé/imóvel e é pouco usado 
na marcha, apenas na parte inicial da 
fase de apoio, assim, sua paralisia não 
afeta seriamente a marcha em super-
fície plana, apenas em declives. Em 
conjunto com o tensor da fáscia lata, 
este músculo promove a estabiliza-
ção do joelho estendido, porém sem 
a liberdade necessária para produzir 
movimento.
Além disso, o glúteo máximo é sepa-
rado das estruturas adjacentes por 
bolsas da região glútea, que são sa-
cos membranáceos revestidos por 
membrana sinovial. O objetivo des-
sas bolsas é reduzir o atrito e permitir 
movimento livre. No glúteo máximo, 
há três bolsas associadas: trocanté-
rica, isquiática e intermuscular do 
músculo glúteo.
Os músculos glúteo médio e míni-
mo possuem fibras convergem para 
o mesmo alvo, possuindo mesmas 
ações e inervações. Atuam na abdu-
ção ou estabilização da coxa e na sua 
rotação medial.
O tensor da fáscia lata é basicamen-
te flexor da coxa em razão da loca-
lização anterior, mas não tem ação 
independente. Para gerar flexão, atua 
em conjunto com os músculos iliop-
soas e reto femoral. Com a paralisia 
14MEMBROS INFERIORES
do iliopsoas, o tensor da fáscia lata 
hipertrofia para compensar. Também 
atua em conjunto com músculos ab-
dutores e rotadores medias da coxa, 
provavelmente contribuindo como si-
nergista ou fixador. O tensor da fáscia 
lata tensiona também o trato iliotibial 
(fáscia longa localizada lateralmente 
à coxa), gerando pouco ou nenhum 
movimento na perna. Porém, quan-
do em extensão completa do joelho, 
contribui para a força de extensão, 
aumentando estabilidade.
SE LIGA! Os abdutores e rotadores me-
diais da articulação do quadril desem-
penham essencial papel na locomoção, 
avançando e evitando a queda do lado 
não sustentado da pelve durante a mar-
cha. A boa atuação desses músculos 
depende do nervo glúteo superior, arti-
culações do quadril além de resistência 
e angulação do fêmur. Além disso, todos 
os músculos da região glútea realizam 
rotação lateral da coxa, exceto os glúte-
os médio e mínimo.
O músculo piriforme serve como 
ponto de referência da região glútea, 
visto que os vasos e nervo glúteos 
superiores emergem superiormente a 
ele e os vasos e nervo glúteos inferio-
res emergem inferiormente a ele.
Os músculos obturador interno e 
gêmeos formam o tríceps do qua-
dril. Os músculos gêmeos são refor-
ços extrapélvicos do obturador inter-
no. Embora o gêmeo inferior receba 
inervação separada do quadrado 
femoral, deve-se considerar esses 
três músculos, pois não possuem 
ação independente.
O músculo quadrado femoral é um 
forte rotador lateral da coxa, enquanto 
o músculo obturador externo atua 
como rotador lateral da coxa, princi-
palmente com o quadril fletido, e as-
sim como outros músculos curtos ao 
redor da articulação do quadril, esta-
biliza a cabeça do fêmur no acetábulo.
Figura 8. Músculo da região glútea – vista posterior. 
Fonte: https://bit.ly/32jUxvA
15MEMBROS INFERIORES
Inervação dos membros inferiores 
Os membros inferiores são controla-
dos pelo plexo sacral e coccígeo. O 
plexo sacral é formado pelo tronco 
lombossacral, ramos ventrais de S1, 
S2 e S3 e parte de S4 (a outra par-
te de S4 se une ao plexo coccígeo). 
Esses nervos atravessam pelo fora-
me isquiático maior, e com isso emite 
MÚSCULOS 
DO QUADRIL
M. ISQUIOCOCCÍGEO
ASSOALHO PÉLVICO
(DIAFRAGMA DA PELVE)
REGIAO GLÚTEA
M. LEVANTADOR DO ÂNUS
M. ILEOCOCCÍGEO
M. PUBORRETAL
M. PUBOCOCCÍGEO
SUSTENTAÇÃO DE 
VÍSCERAS E CONTINÊNCIA 
FECAL E URINÁRIA
SUPERFICIAL PROFUNDA
ROTADORES LATERAIS E 
REFORÇO DA ARTICULAÇÃO 
COXOFEMORAL
M. PIRIFORME
M. OBTURADOR INTERNO
M. QUADRADO FEMORAL
M. GÊMEOS SUPERIOR E 
INFERIOR
EXTENSORES, 
ABDUTORES E ROTADORES 
MEDIAIS DA COXA
M. GLÚTEOS MÁXIMO, 
MÉDIO E MÍNIMO
M. TENSOR DA FÁSCIA 
LATA
seus ramos colaterais 
e um ramo que forma 
uma das parte do nervo 
isquiático (ciático). Os ramos colate-
rais desse plexo formam os nervos 
glúteos superior e inferior e os nervos 
para os músculos piriforme, obtura-
dor interno, quadrado da coxa, gêmio 
superior, levantador do ânus, coccí-
geo, e outros nervos para vísceras da 
região pélvica.
O nervo isquiático é composto pelo 
nervo fibular comum e nervo tibial. O 
nervo fibular comum, na 
região da fossa poplítea, 
bifurca-se nos nervos 
fibulares superficial e 
profundo.
Os plexos lombar e sa-
cral também inervam os 
dermátonos dos mem-
bros inferiores, refe-
rentes à sensibilidade 
cutânea.
16MEMBROS INFERIORES
Figura 9. Plexo sacral. Fonte: Netter F. H. Atlas De Anatomia Humana - 7ª Ed. 2019.
coxas. Além disso, 
essa região também 
compreende uma 
parte da articulação 
do joelho e conse-
quentemente a pa-
tela, osso que prote-
ge essa articulação.
SE LIGA! Injeções na região glútea de-
vem ser realizadas no quadrante sú-
perolateral para evitar a lesão do nervo 
isquiático. A parestesia do nervo isquiá-
tico irradia para o pé por conta da anes-
tesia dos nervos plantares, que são ra-
mos terminais do nervo tibial derivado 
do isquiático. Se o nervo ciático sofrer 
secção completa, ocorre o comprometi-
mento da extensão do quadril e da fle-
xão da perna, além da perda de todos os 
movimentos do tornozelo e do pé.
3. COXAS
As coxas são compostas basicamen-
te pelo fêmur e pelos músculos an-
teriores, posteriores e mediais das 
17MEMBROS INFERIORES
Figura 10. Visão lateral da coxa. Fonte: https://bit.
ly/2Zn3en1
Ossos da Coxa
O fêmur é o mais pesado e o mais 
longo osso do corpo. Este osso pos-
sui um corpo e duas extremidades, 
uma proximal, que se articula com o 
quadril, e uma distal, que se articu-
la com a tíbia e a patela. A extremi-
dade distal é composta por cabe-
ça, colo e dois trocanteres (maior e 
menor). Na cabeça do fêmur, há uma 
depressão medial chamada de fóvea 
da cabeça do fêmur, onde se encaixa 
o ligamento da cabeça do fêmur (ar-
ticulação coxofemoral), nos primeiros 
anos de vida, esse ligamento dá pas-
sagem para uma artéria que irriga a 
epífise da cabeça.
Para melhor sustentar 
a postura bípede ere-
ta, os fêmures são oblí-
quos. Esse fenômeno 
é mais acentuado em 
mulheres por conta da 
maior largura da pel-
ve. Essa obliquidade 
é conferida pelo colo 
do fêmur, que forma o 
ângulo de inclinação 
com o corpo do osso, 
tendo maior abertu-
ra ao nascimento e sendo menor em 
mulheres, por conta da maior largu-
ra do acetábulo. Este ângulo também 
permite maior mobilidade do fêmur 
na articulação do quadril. 
Quando o ângulo de inclinação é re-
duzido, chama-se coxa vara, e quan-
do está aumentado, chama-se coxa 
valga. A coxa vara causa leve encur-
tamento do membro inferior e limita a 
abdução passiva do quadril. 
O fêmur possui ainda o ângulo de 
torção/declinação (vista superior), 
que associado ao ângulo de inclina-
ção, permite que os movimentos gi-
ratórios da cabeça do fêmur dentro 
do acetábulo sejam convertidos em 
flexão/extensão, abdução/adução e 
movimentos giratórios da coxa.
18MEMBROS INFERIORES
Figura 11. Fêmur direito – vista anterior. Fonte: https://
bit.ly/3gTJYDB
O trocanter 
menor serve de 
local para fixa-
ção para o ten-
dão do músculo 
iliopsoas, enquan-
to o trocanter maior 
serve de fixaçãoe ala-
vanca para os abduto-
res e rotadores da coxa. 
A linha intertroncantérica, 
região de união entre o cor-
po e o colo do fêmur, é for-
mada pelo ligamento iliofe-
moral, e esta linha segue pelo 
corpo como a linha espiral.
O corpo do fêmur é curvo 
anteriormente, e essa conve-
xidade pode ficar mais acen-
tuada em condições como ra-
quitismo. A maior parte do corpo é 
local de fixação proximal dos exten-
sores do joelho, exceto na linha áspe-
ra, que serve de fixação para os adu-
tores da coxa.
Na extremidade distal, o fêmur pos-
sui os côndilos medial e lateral, os 
quais se articulam com os meniscos 
e com os côndilos da tíbia, formando 
a articulação do joelho, lembrando 
que a fíbula não se articula com o 
fêmur. 
Posteriormente, os côndilos são se-
parados pela fossa intercondilar e 
anteriormente se fundem formando a 
face patelar, onde a patela se articu-
la com o fêmur. Na lateral do côndilo 
lateral e na face medial do côndilo 
medial há os epicôndilos lateral e 
medial, respectivamente, os quais 
são locais de fixação proximal dos li-
gamentos colaterais medial e lateral 
da articulação do joelho.
O ângulo formado pela tíbia e fêmur é 
chamado de ângulo Q. Quando este 
ângulo é pequeno, chama-se joelho 
varo, caracterizado por pernas ar-
queadas, o que acarreta sustentação 
desigual do peso. Quando o ângulo é 
maior, chama-se joelho valgo, o qual 
19MEMBROS INFERIORES
gera distensão exagerada do liga-
mento colateral tibial e consequente 
tensão excessiva no menisco lateral 
e nas cartilagens dos côndilos late-
rais do fêmur e da tíbia. Joelho valgo 
(inclinado para dentro) pode ser con-
sequência da coxa vara, enquanto jo-
elho varo (inclinado para fora) conse-
quência da coxa valga (“quem é valgo 
não cavalga”).
Figura 12. Em A, articulação normal, em B, coxa vara ( joelho valgo) e em C, coxa valga ( joelho varo). Fonte: https://bit.
ly/3gTJYDB
A patela é o maior osso sesamoi-
de do corpo, que se articula com o 
fêmur, cobrindo e protegendo a face 
anterior da articulação do joelho. Este 
osso possui base (superior), ápice 
(inferior), face articular e face an-
terior, e ele é tracionado pelo ten-
dão do quadríceps quando a pessoa 
ajoelha, e pelo ligamento da patela 
quando a perna é estendida. O liga-
mento da patela, na realidade, é uma 
continuação do tendão do quadríceps 
que fixa à tuberosidade da tíbia. Na 
prática, o lado da patela é aquele para 
o qual sua lateral fica mais encostada 
na superfície.
Figura 13. Localização da patela e articulação do joelho 
direito. Fonte: https://bit.ly/303AJdf
20MEMBROS INFERIORES
As fraturas no fêmur ocorrem com 
mais frequência no seu colo, o que 
causa rotação lateral do membro in-
ferior. Geralmente ocorrem no colo, 
porque é a parte mais estreita e mais 
fraca do osso e faz um ângulo acen-
tuado com a linha de sustentação de 
peso (tração da gravidade). Por conta 
do ângulo de inclinação, essas fraturas 
são instáveis e gera impactação, que 
gera encurtamento do membro, assim 
como o espasmo muscular causa.
As fraturas na patela podem resultar 
de um golpe no joelho ou uma contra-
ção súbita do quadríceps, e com isso 
o fragmento proximal é tracionado 
para cima com o tendão do quadrí-
ceps femoral, enquanto o fragmento 
distal permanece com o ligamento da 
patela. 
SAIBA MAIS: 
O reflexo patelar é um reflexo miotático, tendíneo, que avalia a integridade do nervo femoral e 
dos segmentos espinais L2-L4. A diminuição ou ausência do reflexo patelar pode resultar de 
qualquer lesão que interrompa a inervação do quadríceps.
COXAS
FÊMUR PATELA
CABEÇA
COLO
TROCANTERES
CÔNDILOS E EPICÔNDILOS
ÂNGULO DE INCLINAÇÃO
ÁPICE, BASE, FACE ARTICULAR, 
FACE ANTERIOR
TENDÃO DO QUADRÍCEPS
LIGAMENTO DA PATELA
ARTICULAÇÃO DO JOELHO
TÍBIA
21MEMBROS INFERIORES
Articulação do joelho
A articulação do joelho é a maior e 
mais superficial articulação do cor-
po, classificada como sinovial do tipo 
gínglimo. Esta articulação é relativa-
mente fraca mecanicamente, devido 
à incongruência de suas faces arti-
culares. A posição ereta e estendida 
é a mais estável da articulação, pois 
as faces articulares ficam em maior 
contato. Além disso, nessa posição 
os ligamentos colaterais e cruzados 
estão tensionados, imobilizando o jo-
elho juntamente com os tendões que 
circundam a articulação. O músculo 
mais importante na estabilidade do 
joelho é o quadríceps femoral.
A articulação do joelho formada por 
três articulações: duas femoroti-
biais (lateral e medial), entre os côn-
dilos laterais e mediais do fêmur e da 
tíbia, e uma femoropatelar, entre o 
fêmur e a tíbia. A cápsula articular do 
joelho é fortalecida por ligamentos 
extracapsulares, que são o ligamento 
da patela, ligamentos colaterais fibu-
lar e tibial, ligamento oblíquo e liga-
mento poplíteo arqueado, e por liga-
mentos intracapsulares, que são os 
ligamentos cruzados e meniscos, que 
ficam entre as faces articulares. 
O ligamento da patela é importante 
para o alinhamento da patela com a 
face articular patelar do fêmur. O po-
sicionamento oblíquo do fêmur e a li-
nha da tração do quadríceps femoral 
em relação ao eixo do tendão patelar 
e da tíbia favorece o deslocamento 
lateral da patela.
Os ligamentos colaterais são ten-
sionados na extensão completa do 
joelho, contribuindo para a estabilida-
de na posição de pé. Durante a flexão, 
eles se tornam cada vez mais frouxos, 
permitindo e limitando a rotação do 
joelho, ou seja, funcionam como liga-
mento de contenção.
Os ligamentos cruzados cruzam-se 
dentro da cápsula articular, fora da 
cavidade sinovial. Durante a rotação 
medial da tíbia sobre o fêmur, esses 
ligamentos espiralam-se ao redor um 
do outro, e se desenrolam durante 
a rotação lateral, a qual é mais am-
pla com o joelho fletido. O ligamen-
to cruzado anterior limita a rolagem 
posterior do fêmur sobre o platô tibial 
durante a flexão, convertendo este 
movimento em rotação. Além disso, 
impede o deslocamento posterior do 
fêmur sobre a tíbia e a hiperextensão 
da articulação do joelho. 
O ligamento cruzado posterior é o 
mais forte dos dois, limita a rolagem 
anterior do fêmur sobre o platô tibial 
durante a extensão, também conver-
tendo em rotação, além de impedir o 
rolamento anterior do fêmur sobre a 
tíbia e evitar a hiperextensão do jo-
elho. Com o joelho fletido com sus-
tentação de peso, esse ligamento é 
o principal estabilizador do fêmur. A 
ruptura do ligamento cruzado anterior 
pode causar deslizamento anterior da 
22MEMBROS INFERIORES
tíbia livre sob o fêmur fixado, conhe-
cido como sinal da gaveta anterior, 
enquanto as rupturas do ligamento 
cruzado posterior permitem que a tí-
bia deslize posteriormente sob o fê-
mur fixado, conhecido como sinal da 
gaveta posterior. 
Os meniscos, por sua vez, são lâ-
minas de fibrocartilagem no formato 
de meia-lua, sendo importantes na 
absorção de choques. O ligamen-
to transverso do joelho une-se às 
margens anteriores dos meniscos, fi-
xando-os um ao outro durante movi-
mentos do joelho. O menisco medial 
é menos móvel sobre o platô tibial do 
que o menisco lateral, que é menor. 
A ruptura dos ligamentos colaterais 
tibiais costuma resultar em ruptura do 
menisco medial, que se rompe com 
maior facilidade do que o menisco 
lateral, que é mais protegido por ter 
mais mobilidade.
SE LIGA! Estando completamente es-
tendido com o pé apoiado no solo, o jo-
elho “trava” por causa da rotação medial 
dos côndilos do fêmur sobre o platô ti-
bial. Essa posição torna o membro infe-
rior uma coluna sólida e melhor adapta-
da para sustentação de peso. Quando o 
joelho é “travado”, os músculos da coxa e 
da perna podem relaxar sem tornarem o 
joelho instável demais. Para “destravar” 
o joelho, o músculo poplíteo se contrai, 
girando o fêmur lateralmente sobre o 
platô, permitindo o movimento de flexão.
Figura 14. Articulação do joelho – vista anterior. Fonte: https://bit.ly/2DCXi10
23MEMBROS INFERIORES
Postura e marcha
Os membros inferiores são responsá-
veis pela postura ereta, sustentan-
doo peso corporal, bem como pela 
marcha, que possibilita a locomo-
ção. O ciclo da marcha tira vantagem 
da gravidade e do impulso, gerando 
pouco gasto energético, e consiste 
em um ciclo de balanço e um ciclo de 
apoio por cada membro. 
A fase de apoio, que é a maior parte 
da marcha, é composta pelas etapas de 
duplo apoio, quando os dois pés estão 
no chão, apoio simples, a qual inclui os 
momentos em que se estar equilibran-
do em apenas um pé e apoio terminal. 
Essa fase da marcha começa com o to-
que do calcâneo no solo, sustentando 
todo o peso do corpo (resposta à carga), 
o que leva à propulsão, que consiste na 
saída da parte anterior do pé. A propul-
são é feita pela contração concêntrica 
dos flexores plantares, que empurram 
para baixo a parte anterior do pé, per-
mitindo a saída. Nessa fase, os dedos 
são flexionados para se fixarem ao solo, 
potencializando a propulsão. Os inver-
sores e eversores do pé são os prin-
cipais estabilizadores deste membro 
durante a fase de apoio, ajudando a 
sustentar os arcos do pé e auxiliando os 
músculos intrínsecos da planta do pé.
A fase de balanço começa depois 
da propulsão, quando os dedos saem 
do solo e termina quando o calcanhar 
ARTICULAÇÃO 
DO JOELHO
LIGAMENTOS 
INTRACAPSULARES
ARTICULAÇÕES 
FEMOROTIBIAIS 
LATERAL E MEDIAL
ARTICULAÇÃO 
FEMOROPATELAR
LIGAMENTOS 
EXTRACAPSULARES
LIGAMENTOS COLATERAIS 
FIBULAR E TIBIAL
LIGAMENTO OBLÍQUO
LIGAMENTO DA PATELA
MENISCOS 
MEDIAL E LATERAL
LIGAMENTO 
CRUZADO ANTERIOR
LIGAMENTO CRUZADO 
POSTERIOR
LIGAMENTO OBLÍQUO 
ARQUEADO
24MEMBROS INFERIORES
toca o solo novamente. Na corrida, 
não ocorre apoio duplo, visto que não 
há tempo para os dois pés tocarem ao 
chão. Esta fase de balanço consiste no 
balanço inicial, balanço média e ba-
lanço terminal, e também exige flexão 
do quadril para que a aceleração do 
membro livre seja maior do que o mo-
vimento anterior do corpo. Durante o 
balanço inicial ocorre flexão do joelho 
(impulso), seguida pela dorsiflexão na 
articulação talocrural (flexão do tor-
nozelo). A contração dos extenso-
res do joelho é mantida durante o 
contato inicial do calcâneo até a fase 
de carga para absorver o choque e 
evitar a deformação do joelho até que 
haja extensão completa. É importan-
te salientar que todas essas etapas 
ocorrem em cada membro, ou seja, se 
a marcha começa pela perna direita 
(membro direito à frente), o toque do 
calcâneo direito começa o movimen-
to, e nesse momento à apoio duplo, 
e esta perna (direita) faz a propulsão, 
para que a perna esquerda se mova 
para à frente e daí sucessivamente. 
Figura 15. Ciclo da marcha. Fonte: https://bit.ly/329MMsh
Na posição ortostática relaxada, as 
articulações do quadril e do joelho 
são estendidas e estão mais estáveis, 
devido ao contato máximo das faces 
articulares para transferência de peso 
e tensão dos ligamentos de susten-
tação. A linha de gravidade fica situ-
ada entre os dois membros. Assim, a 
tendência de cair para frente é neu-
tralizada pela contração bilateral dos 
músculos da panturrilha. O afasta-
mento ou angulação dos pés aumen-
ta a estabilidade lateral, que também 
é controlada pelos músculos abdu-
tores do quadril.
25MEMBROS INFERIORES
Músculos da Coxa
Os músculos da coxa podem ser se-
parados em compartimento an-
terior, medial e posterior. O com-
partimento anterior é formado pelos 
músculos pectíneo, iliopsoas, sartório 
e quadríceps femoral, que são basica-
mente flexores do quadril e extenso-
res do joelho e inervados pelo nervo 
femoral, que é o maior ramo do plexo 
lombar. 
O compartimento medial é forma-
do pelos músculos adutor longo, 
adutor curto, adutor magno, grá-
cil e obturador externo. Todos são 
supridos pelo nervo obturatório, ex-
ceto o adutor magno e o pectíneo. E 
o compartimento posterior é com-
posto pelos músculos isquiotibiais, 
que são os músculos semitendíneo, 
semimembranáceo e bíceps femo-
ral, que são controlados pela parte 
tibial do nervo isquiático. 
O músculo pectíneo aduz, flete e 
auxilia na rotação medial da coxa e, 
devido à inervação dupla (n. femoral 
e ramos do n. obturatório), é um mús-
culo de transição entre os comparti-
mentos anterior e medial da coxa.
O músculo Iliopsoas é principal fle-
xor da coxa, podendo contribuir para 
a deformidade e a incapacidade em 
caso de malformação, disfunção ou 
doença, sobretudo se estiver encur-
tado. É ativo durante a caminhada em 
declive, quando sua contração excên-
trica resiste à gravidade/aceleração. 
Também é um músculo postural, ativo 
na posição ortostática, pois mantém 
lordose lombar normal. A contração 
bilateral do iliopsoas inicia a flexão 
do tronco no quadril sob a coxa fixa, 
como ocorre no exercício abdominal, 
o que gera aumento da lordose lom-
bar da coluna visto que muitas vezes 
o exercício é realizado da maneira 
incorreta.
O músculo sartório flete a articulação 
do quadril e participa da flexão do jo-
elho. Também realiza abdução fraca e 
rotação lateral da coxa. As ações des-
se músculo geram a posição sentada 
CICLO DA 
MARCHA
TOQUE DO CALCÂNEO
RESPOSTA À CARGA
MÉDIO APOIO
APOIO TERMINAL 
(SAÍDA DO CALCÂNEO)
PRÉ-BALANÇO 
(SAÍDA DOS DEDOS)
BALANÇO MÉDIO
BALANÇO TERMINAL
DUPLO APOIO
APOIO SIMPLES
DUPLO APOIO
APOIO SIMPLES
26MEMBROS INFERIORES
com as pernas cruzadas. É essen-
cialmente um músculo sinergista, ou 
seja, não tem força “independente”, 
auxiliando movimento dos músculos 
adjacentes. É importante pontuar que 
a flexão do quadril ocorre em conjun-
to com a flexão do joelho, assim como 
a extensão.
Figura 16. Flexão e extensão do quadril e do joelho. 
Fonte: https://bit.ly/38PMXtY
O quadríceps femoral é um múscu-
lo composto por quatro cabeças: reto 
femoral, vasto lateral, vasto medial 
e vasto intermédio. Ele é o grande 
extensor da perna e responsável pela 
absorção do choque do impacto do 
calcanhar e sua atividade continua à 
medida que sustenta o peso no iní-
cio da fase de apoio em resposta à 
carga durante a marcha. A capaci-
dade do reto femoral de estender o 
joelho é comprometida com a flexão 
do quadril, mas contribui para a força 
de extensão durante a fase de saída 
dos dedos (marcha), quando a coxa 
é estendida. É bastante eficiente em 
movimentos que associam extensão 
do joelho e flexão do quadril a partir 
de uma posição de hiperextensão do 
quadril e flexão do joelho, como chu-
tar uma bola. 
Os músculos vastos são denomina-
dos de acordo com sua posição em 
torno do fêmur, sendo difícil isolar 
suas ações. O músculo articular do 
joelho é derivado do vasto intermé-
dio e ativo na tração da membrana 
sinovial superiormente com a exten-
são da perna, evitando que pregas da 
membrana sejam comprimidas entre 
o fêmur e a patela na articulação do 
joelho.
O músculo grácil é o mais fraco dos 
mediais, sendo sinergista na adução 
da coxa, flexão do joelho e rotação 
medial da perna com o joelho fletido, 
ou seja, ele contrai durante esses mo-
vimentos mas não é o principal mús-
culo para que eles sejam realizados.
Os três músculos adutores, adutor 
curto, adutor longo e adutor magno 
são usados em todos os movimentos 
de adução das coxas.
27MEMBROS INFERIORES
Figura 17. Músculos anteriores da coxa – vista anterior. 
Fonte: Netter F. H. Atlas De Anatomia Humana - 7ª Ed. 
2019.
Os músculos isquiotibiais, também 
chamados de músculos do jarrete, 
são os extensores do quadril, atuan-
do na caminhada em superfície plana, 
quando a atividade do glúteo máximo 
é reduzida. Além disso, também rea-
lizam a flexão do joelho. Esses mús-
culos têm maior atividade durante a 
contração excêntrica, resistindo à 
flexão do quadril e à extensão do jo-
elho durante o balanço terminal na 
marcha. Porém, as duas ações dos 
isquiotibiais não podem acontecer 
ao mesmo tempo: a flexão comple-
ta do joelho exige encurtamento dos 
isquiotibiais, impedindo a contração 
necessária para a extensão comple-
ta da coxa, assim como a extensão 
completa do quadril encurta os is-
quiotibiais, impedindo sua contra-
ção e atuação plena sobre aflexão 
do joelho. Os músculos isquiotibiais 
são ativos na extensão da coxa em 
todas as situações, com exceção da 
flexão completa do joelho, como já 
mencionado, inclusive na manu-
tenção da postura em pé relaxada. 
Uma pessoa com paralisia dos 
isquiotibiais tende a cair 
para frente, porque os 
músculos glúteos má-
ximos não conseguem 
manter o tônus muscu-
lar necessário para manter 
a postura.
O músculo semitendíneo é assim 
chamado porque metade dele é ten-
dínea, sendo formado por um ventre 
fusiforme interrompido por uma inter-
secção tendínea e um tendão longo. 
Na parte distal, esse tendão forma, 
junto com os tendões dos músculos 
sartório e grácil, a chamada pata de 
ganso.
O músculo semimembranáceo é 
assim chamado por conta do forma-
to de sua inserção proximal no túber 
28MEMBROS INFERIORES
isquiático, que é similar à uma mem-
brana achatada. Distalmente, o tendão 
deste músculo se divide em três partes: 
uma parte de fixação direta no côndilo 
medial da tíbia, uma parte que se funde 
à fáscia poplítea e uma parte que for-
ma o ligamento poplíteo oblíquo, que 
é um dos reforços da cápsula articular 
do joelho. Os músculos semitendíneo e 
semimembranáceo são mediais e não 
são tão ativos quanto o bíceps femoral, 
que é lateral e é o verdadeiro “burro de 
carga” da extensão do quadril.
O bíceps femoral é assim denomina-
do por possuir uma cabeça lon-
ga e outra curta, sendo esta 
última inervada pela divisão 
fibular enquanto os isquio-
tibiais têm inervação comum 
da divisão tibial do nervo ciático. 
Este músculo na rotação do joelho 
fletido, em conjunto com o tensor da 
fáscia lata.
Figura 18: Músculos posteriores da coxa – vista posterior. Fonte: Net-
ter F. H. Atlas De Anatomia Humana - 7ª Ed. 2019.
29MEMBROS INFERIORES
4. PERNAS
Os ossos que formam a perna são a 
tíbia e a fíbula. Como já menciona-
do, a tíbia se articula com os côndilos 
do fêmur, formando a articulação do 
joelha, da qual a fíbula não faz parte. 
A fíbula atua basicamente como local 
para fixação dos músculos da perna, 
os quais são divididos em comparti-
mentos anterior, lateral e posterior, e 
também é importante na estabilidade 
da articulação do tornozelo. 
Ossos e Articulações da Perna
A tíbia é o segundo maior osso do 
corpo e serve de local para fixação 
distal do ligamento da patela, que se 
insere na tuberosidade da tíbia. A ex-
tremidade superior da tíbia é forma-
da pelos côndilos medial e lateral, 
que constituem o platô tibial. Este 
platô é formado por duas faces arti-
culares, uma medial (côncava) e uma 
MÚSCULOS 
DA COXA
ANTERIORES MEDIAIS POSTERIORES(ISQUIOTIBIAIS)
M. PECTÍNEO
M. ILIOPSOAS
M.SARTÓRIO
M. QUADRÍCEPS FEMORAL
M. ADUTOR LONGO
M. OBTURADOR 
EXTERNO
M. GRÁCIL
M. ADUTOR CURTO
M. ADUTOR MAGNO
M. SEMIMEMBRANÁCEO
M. SEMITENDÍNEO
M. BÍCEPS FEMORAL
RETO FEMORAL
VASTO LATERAL
VASTO MEDIAL
VASTO INTERMÉDIO
30MEMBROS INFERIORES
lateral (convexa), as quais se articu-
lam com os côndilos do fêmur. Essas 
faces articulares são separadas pelos 
tubérculos intercondilares, que se 
encaixam na fossa intercondilar do 
fêmur. Esses tubérculos e as áreas 
intercondilares são locais de fixação 
dos meniscos e ligamentos principais 
do joelho. O côndilo lateral possui ain-
da uma face articular fibular, a qual se 
articula com a cabeça da fíbula.
Abaixo dos côndilos, há a tuberosida-
de da tíbia, onde se fixa o ligamento 
da patela. A parte distal deste osso é 
composta pelo maléolo medial, qual 
se articula com o tálus, assim como o 
maléolo lateral da fíbula, formando a 
articulação talocrural. A tíbia possui 
também, na sua porção posterior pro-
ximal a linha do músculo sóleo.
A fíbula, como já mencionado, não 
tem função de sustentação de peso, 
sua principal função é de fixação 
muscular. Ela é fixada pela sindes-
mose tibiofibular na tíbia, cujas fibras 
são organizadas para resistir à tração 
descendente final da fíbula. A sindes-
mose tibiofibular inclui a membrana 
interóssea, a qual une a tíbia à fíbula 
pelo corpo, assim como ocorre no an-
tebraço com o rádio e a ulna. 
A fíbula possui cabeça na sua parte 
proximal, a qual possui um ápice. Há 
ainda o colo e o corpo. O corpo da fí-
bula é triangular ao corte transversal, 
assim como a tíbia, possuindo três 
margens, a anterior, a interóssea e a 
posterior, e três faces: medial, poste-
rior e lateral. A extremidade distal é 
composta pelo maléolo lateral, que 
compõe a articulação talocrural.
A articulação tibiofibular é sinovial 
do tipo plana, realiza pouco movi-
mento durante a dorsiflexão do pé. 
A sindesmose tibiofibular é fibrosa e 
constitui a união entre a tíbia e a fíbu-
la por meio da membrana interóssea 
e os ligamentos tibiofibulares ante-
rior, interósseo e posterior. A inte-
gridade dessa sindesmose é essen-
cial para a estabilidade da articulação 
talocrural, porque mantém o maléolo 
lateral firmemente contra a face la-
teral do tálus. Além da sindesmose 
tibiofibular (tibiofibular inferior), que 
compreende a membrana interóssea, 
a tíbia e a fíbula também são unidas 
na articulação tibiofibular superior. 
As fraturas dos maléolos lateral e 
medial são comuns em jogadores 
de futebol e basquete. As fraturas da 
fíbula podem ser dolorosas em razão 
da ruptura das fixações musculares. 
A marcha é comprometida em razão 
do osso na estabilidade do tornozelo.
31MEMBROS INFERIORES
Figura 19. Tíbia e fíbula – vista anterior e posterior. Fonte: https://bit.ly/32ceRz3
32MEMBROS INFERIORES
Músculos da perna
Os músculos da perna são divididos 
em compartimento anterior, poste-
rior e lateral. Os músculos de cada 
compartimento possuem funções e 
inervações iguais. Os músculos ante-
riores são os músculos tibial anterior, 
extensor longo dos dedos, extensor 
longo do hálux e fibular terceiro. 
Eles são dorsiflexores da articulação 
talocrural, elevando a parte anterior 
do pé e abaixando o calcanhar. O 
compartimento anterior é inervado 
pelo nervo fibular profundo, um dos 
ramos do nervo fibular comum.
Embora seja um movimento fraco e 
curto (1/4 da força da flexão plantar), 
a dorsiflexão é usada ativamente na 
fase de balanço da marcha, quando a 
contração concêntrica mantém a par-
te anterior do pé elevada para sair do 
solo enquanto o membro livre avan-
ça. Na fase de apoio, a contração ex-
cêntrica do tibial anterior controla a 
descida da parte anterior do pé até o 
solo após o toque do calcâneo. Isso é 
OSSOS DA 
PERNA
TÍBIA FÍBULA
ARTICULAÇÃO DO JOELHO
TUBEROSIDADE DA TÍBIA 
SUSTENTAÇÃO DE PESO
MEDIAL
MALÉOLO MEDIAL
FIXAÇÃO MUSCULAR
MALÉOLO LATERAL
LATERAL
ARTICULAÇÃO TIBIOFIBULAR 
SUPERIOR
SINDESMOSE TIBIOFIBULAR
MEMBRANA INTERÓSSEA
ARTICULAÇÃO TALOCRURAL
33MEMBROS INFERIORES
importante para a marcha uniforme e 
para desaceleração em relação à cor-
rida e marcha em declive.
Na posição de pé, os dorsiflexores pu-
xam anteriormente a perna, de forma 
reflexa, sobre o pé fixo quando o corpo 
começa a se inclinar posteriormente. 
Na marcha em declive, principalmen-
te em superfícies moles, a dorsiflexão 
é usada fortificar o calcanhar.
O músculo tibial anterior é o dorsi-
flexor mais forte graças à sua vanta-
gem mecânica promovida pela maior 
distância do eixo da articulação do 
tornozelo. Possui ação sinérgica, as-
sim como o tibial posterior, na inver-
são do pé. Isso porque, embora sejam 
antagonistas (tibial posterior e ante-
rior), ambos cruzam as articulações 
talocalcânea e transversa do tarso.
O músculo fibular terceiro é deriva-
do do músculo extensor dos dedos e 
contribui pouco para a dorsiflexão, mas 
também atua nas articulações talocal-
cânea e transversa do tarso, contribuin-
do para eversão relativa do pé, permi-
tindo que as plantas dos pés se apoiem 
de maneira mais completa no solo.
O músculo extensor longo dos dedos 
é o mais lateral dos músculos anteriores. 
Este músculo se torna tendíneo acima 
do tornozelo, formando quatro tendões, 
um para cada dedo do pé com exceção 
do hálux, e uma bainha sinovial circun-
da esses quatro tendõese o músculo 
fibular terceiro no ponto em que eles 
divergem até suas fixações distais. 
Cada tendão forma uma expansão so-
bre a falange proximal, dividindo-se em 
duas faixas laterais, que se inserem 
na falange distal, e uma central, que se 
insere na falange média.
O músculo extensor longo do hálux 
fica situado entre o extensor longo dos 
dedos e o tibial anterior, seguindo ao lon-
go da crista do dorso do pé até o hálux.
Figura 20. Movimentos dos pés. Fonte: https://bit.ly/304b1FD
34MEMBROS INFERIORES
SAIBA MAIS: 
Contração concêntrica é quando o músculo encurta suas fibras na contração, enquanto na 
contração excêntrica as fibras se alongam. Em outras palavras, na contração concêntrica a 
força supera a resistência, enquanto na contração excêntrica ocorre o contrário, ou seja, a 
força muscular é superada pela resistência.
Os músculos laterais são 
os músculos fibulares 
longo e curto. Ambos são 
eversores do pé, atuando 
nas articulações talocalcâ-
nea e transversa do tálus, e 
contribuem também para a 
flexão plantar no tornozelo. 
Esses músculos são inerva-
dos pelo nervo fibular su-
perficial, um ramo terminal 
do nervo fibular comum.
Na prática, a principal fun-
ção dos eversores do pé não 
é elevar a margem lateral do 
pé e sim deprimir ou fixar 
a margem medial do pé 
na sustentação da fase de 
saída dos dedos na mar-
cha, sobretudo na corrida, 
e resistir à inversão aciden-
tal ou excessiva do pé. Na 
posição de pé, os músculos 
fibulares contraem-se para 
resistir ao balanço medial, 
ou seja, ajudam a recentra-
lizar a linha de gravidade que sofreu 
desvio medial por tração lateral da 
perna enquanto deprime a margem 
medial do pé. 
Figura 21. Músculos da perna – vista anterior. Fonte: 
https://bit.ly/38Sj2kU
Os músculos posteriores da perna, 
assim como na coxa, são divididos 
35MEMBROS INFERIORES
em grupo superficial e profundo, 
separados pelo septo intermuscular 
transverso. Esses músculos realizam 
flexão plantar do tornozelo, inver-
são das articulações talocalcânea e 
transversa do tarso, além de flexão 
dos dedos. A flexão plantar gera im-
pulso, aplicado basicamente no arco 
transverso do metatarso, que é usado 
para impulsionar o corpo para frente e 
para cima, sendo o principal compo-
nente das forças geradas durante as 
subfases de saída e da fase de apoio 
da marcha e corrida. A ausência de 
flexão plantar gera rotação lateral do 
pé durante a fase de apoio para evitar 
a dorsiflexão passiva e permitir movi-
mento efetivo por meio da extensão 
do quadril e do joelho exercida pela 
parte média do pé.
A porção superficial dos músculos 
posteriores da perna incluem os mús-
culos gastrocnêmio e sóleo, que for-
mam tríceps sural e possuem um 
tendão comum, o tendão do calcâ-
neo, também chamado de tendão 
de Aquiles, o qual possui capacidade 
elástica para absorção de choques. 
Quando ocorre ruptura do tendão do 
calcâneo, esses músculos não conse-
guem gerar a força necessária para 
levantar o peso do corpo (ficar nas 
pontas dos pés).
O tríceps sural é composto pelas 
duas cabeças do gastrocnêmio e 
uma do sóleo e eles geram a maior 
parte da força da flexão plantar. No 
entanto, apesar de possuírem um 
tendão em comum, os músculos só-
leo e o gastrocnêmio agem separada-
mente (“você passeia com o músculo 
sóleo, mas ganha a corrida de salto à 
distância com o gastrocnêmio”). 
O músculo gastrocnêmio é o mais 
proeminente da panturrilha. Como a 
maioria de suas fibras é do tipo bran-
co, de contração rápida, suas contra-
ções produzem movimentos rápidos 
durante a corrida e salto. Além disso, 
esse músculo atua sobre as articula-
ções do joelho e talocrural, mas não 
pode exercer toda sua força sobre as 
duas ao mesmo tempo. O gastroc-
nêmio é mais eficaz quando o joelho 
está estendido e é ativado ao máximo 
quando a extensão do joelho é asso-
ciada à dorsiflexão, como na partida 
de uma corrida. Esse músculo é inca-
paz de produzir flexão plantar quando 
o joelho está completamente fletido.
O músculo sóleo, por sua vez, é o 
“burro de carga” da flexão plantar. 
Pode ser palpado de cada lado do 
músculo gastrocnêmio quando se fica 
nas pontas dos pés. Além disso, pode 
agir em conjunto com o gastrocnê-
mio na flexão plantar da articulação 
talocrural, não podendo agir sozinho 
sobre a articulação do joelho e atu-
ando sozinho quando o joelho está 
fletido. Quando o pé está apoiado no 
solo, o músculo sóleo traciona os os-
sos da perna para trás. Isso é impor-
tante para ficar de pé porque a linha 
da gravidade passa anteriormente ao 
eixo ósseo da perna. 
36MEMBROS INFERIORES
Figura 22. Músculos posteriores profundos da perna. 
Fonte: https://bit.ly/32dfF6T
A porção profunda do compartimento 
posterior da perna inclui os músculos 
poplíteo, flexor longo dos dedos, fle-
xor longo do hálux e tibial posterior. 
O músculo poplíteo é insignifican-
te como flexor da articulação do joe-
lho propriamente dita, mas durante a 
flexão, ele ajuda a tracionar o menisco 
lateral posteriormente, um movimento 
produzido passivamente por compres-
são, como ocorre com o menisco me-
dial. Quando a pessoa está de pé com 
o joelho parcialmente fletido, o músculo 
poplíteo contrai para ajudar o ligamen-
to cruzado posterior na prevenção do 
deslocamento anterior do fêmur sobre 
o platô tibial inclinado. Além disso, o po-
plíteo pode auxiliar os músculos isquio-
tibiais mediais a girar a tíbia mediamen-
te sob os côndilos do fêmur quando pé 
está fora do solo e o joelho está fletido.
O músculo flexor longo do hálux 
atua na marcha logo depois do tríceps 
sural dá o impulso da flexão plantar 
para a parte proeminente da planta 
do pé, abaixo do 1
º e 2º metatarsais, dando o impulso final 
através da flexão do hálux para a fase 
de pré-balanço da marcha. Porém, vale 
ressaltar que isso ocorre quando se 
está descalço, com o uso de calçados o 
impulso da flexão plantar é propiciado 
pela parte anterior do pé.
O músculo tibial posterior, quando 
o pé está fora do solo, pode ter ação 
sinérgica ao tibial anterior para inver-
ter o pé, com anulação mútua de suas 
funções normalmente antagonistas. 
Entretanto, o principal papel do tibial 
posterior é manter o arco longitudi-
nal medial do pé durante a sustenta-
ção do peso, sendo assim, há contra-
ção estática do músculo durante toda 
a fase de apoio da marcha, exceto se a 
frenagem exigir contração excêntrica.
Figura 23. Músculos poste-
riores profundos da perna. 
Fonte: https://bit.ly/2OnbmxQ
37MEMBROS INFERIORES
Na posição de pé, principalmente 
com apoio em um pé só, os músculos 
tibial anterior e posterior cooperam 
para abaixar a face lateral do pé e tra-
cionar medialmente a perna quando 
necessário para neutralizar a inclina-
ção lateral e manter o equilíbrio. 
O nervo tibial supre todos os mús-
culos do compartimento posterior 
da perna (superficiais e profundos), 
sendo o maior dos dois ramos ter-
minais do nervo isquiático. Um ramo 
do nervo tibial, o nervo cutâneo sural 
medial, geralmente se une ao ramo 
fibular comunicante do nervo fibular 
comum para formar o nervo sural, 
que inerva a pele da parte lateral e 
posterior do terço inferior da perna e 
região lateral do pé.
SE LIGA! Como o nervo e vasos san-
guíneos que suprem o compartimento 
posterior e a planta do pé atravessam 
a parte profunda deste compartimen-
to, quando há um edema nessa região 
ocorre uma síndrome compartimental 
com consequências graves, como ne-
crose muscular e paralisia, devido ao 
bloqueio do fluxo sanguíneo e transmis-
são nervosa.
FLEXÃO E INVERSÃO
MÚSCULOS 
DA PERNAANTERIORES LATERAIS
POSTERIORES
M. EXTENSOR 
LONGO DO HÁLUX
M. FIBULAR TERCEIRO
M. TIBIAL ANTERIOR
M. EXTENSOR 
LONGO DOS DEDOS
DORSIFLEXÃO
M. FIBULAR LONGO
M. FIBULAR CURTO
EVERSÃO
PROFUNDOS SUPERFICIAIS
M. POPLÍTEO
M. FLEXOR LONGO 
DOS DEDOS
M. FLEXOR 
LONGO DO HÁLUX
M. TIBIAL POSTERIOR
M. SÓLEO
M. GASTROCNÊMIO
38MEMBROS INFERIORES
5. PÉS
O pé e seus ossos são divididos em 
três partes anatômicas e funcionais: 
retropé (tálus e calcâneo),mediopé 
(navicular, cuboide e cuneiformes) e 
antepé (metatarsais e falanges). A 
região do pé também compreende o 
tornozelo, que é formado pelas par-
tes estreita e maleolar da região dis-
tal da perna, proximal ao dorso do 
pé e calcanhar, e inclui a articulação 
talocrural.
Os ossos dos pés com os ligamentos 
formam os arcos dos pés, os quais 
são importantes na marcha e na sus-
tentação do peso corporal.
Ossos e Articulações dos pés
O pé possui 7 ossos tarsais, 5 me-
tatarsais e 14 falanges. O tarso é 
formado pelos ossos tálus, calcâneo, 
cuboide, navicular e três cuneiformes, 
dos quais apenas o tálus articula-se 
com os ossos da perna. Além disso, o 
tálus é o único osso tarsal que não 
tem fixações musculares ou tendí-
neas e maior parte de sua superfície 
é coberta por cartilagem articular. 
O calcâneo é o maior e mais forte 
osso do pé, transmite a maior par-
te do peso do corpo do tálus para o 
solo. Os três cuneiformes são o osso 
cuneiforme medial, cuneiforme inter-
médio e cuneiforme lateral, sendo o 
maior deles o cuneiforme medial e o 
menor, o cuneiforme intermédio.
O metatarsal I é o mais curto e mais 
forte dos metatarsais e o metatar-
so II é o mais longo. Além disso, as 
bases dos ossos metatarsais I e V 
possuem grandes tuberosidades que 
permitem a fixação de tendões. O 
metatarso I se comunica com o hálux.
O hálux, osso do dedão do pé, possui 
duas falanges e os outros quatro de-
dos do pé possuem três falanges cada, 
que são as falanges proximal, média e 
distal. O hálux também possui ossos 
sesamoides, que sustentam o peso do 
corpo, principalmente na última parte 
da fase de parada da marcha. 
Figura 24. Ossos do pé. Fonte: https://bit.ly/2ZlXpGu
Entre as articulações intertarsais, que 
ligam os ossos tarsais entre si, as mais 
importantes são articulação talocal-
cânea e a articulação transversa 
do tarso. Os principais movimentos 
dessas articulações são inversão e 
eversão do pé. As outras articulações 
39MEMBROS INFERIORES
intertarsais e as articulações tarsome-
tatarsais e intermetatarsais são relati-
vamente pequenas e firmemente uni-
das por ligamentos, havendo apenas 
pequenos movimentos entre elas.
A articulação talocalcânea anatômica 
fica entre a face articular calcânea poste-
rior do tálus, sustentada pelos ligamen-
tos talocalcâneos medial, lateral, poste-
rior e interósseo. Os ortopedistas usam 
este termo (articulação talocalcânea) 
para designar a articulação funcional 
formada pela articulação talocalcânea 
anatômica mais a parte talocalcânea da 
articulação talocalcaneonavicular.
A articulação transversa do tar-
so é composta por duas articulações 
separadas alinhadas transversal-
mente: a parte talonavicular da ar-
ticulação talocalcaneonavicular e 
articulação calcaneocubóidea, as 
quais são reforçadas pelos ligamen-
tos calcaneonavicular plantar, calca-
neocubóideo plantar e plantar longo. 
O ligamento calcaneonavicular 
plantar sustenta a cabeça do tálus 
e tem papel importante na transfe-
rência de peso do tálus e na manu-
tenção do arco longitudinal do pé. O 
ligamento plantar longo também é 
importante para manter o arco longi-
tudinal do pé, bem como o ligamento 
calcaneocubóideo plantar.
Figura 25. Articulações do pé-tornozelo. Fonte: Netter F. H. Atlas De Anatomia Humana - 7ª Ed. 2019.
40MEMBROS INFERIORES
SAIBA MAIS: 
Os arcos do pé distribuem o peso sobre o pé, agindo na absorção de choques e na produção 
do impulso para a marcha, corrida e salto. Os arcos também aumentam a capacidade do pé 
de se adaptar a alterações no contorno da superfície. Se os pés fossem estruturas rígidos, 
cada impacto no solo produziria choques enormes que seriam propagados pelo sistema es-
quelético. Como o pé é formado por muitos ossos unidos por ligamentos, tem considerável 
flexibilidade, o que permite sua deformação a cada contato com o solo e a absorção de gran-
de parte do choque. Somado a isso, os arcos auxiliam na sustentação do peso e resiliência do 
pé. Desse modo, forças musculares menores e de maior duração são transmitidas através do 
sistema esquelético.
Figura 26. Arcos do pé. Fonte: https://bit.ly/3eqRqVk
A articulação talocrural é a arti-
culação do tornozelo, classificada 
como sinovial do tipo gínglimo. Essa 
O pé possui dois arcos longitudi-
nais, um lateral e outro medial, e um 
arco transverso. O arco longitudinal 
medial é mais alto e mais importan-
te que o arco longitudinal lateral. O 
arco medial é formado pelo calcâneo, 
tálus, navicular, os três cuneiformes e 
três metatarsais mediais, sendo que a 
cabeça do tálus é a parte mais impor-
tante deste arco. O arco lateral é for-
mado pelo calcâneo, cuboide e dois 
metatarsais laterais (4º e 5º), é mais 
plano do que a parte medial, apoian-
do-se no solo na posição de pé.
O arco transverso do pé é formado 
pelo cuboide, cuneiformes e bases 
dos metatarsais. As partes medial 
e lateral do arco longitudinal atuam 
como pilares para o arco transverso. 
Os ligamentos plantares e a aponeu-
rose plantar suportam a maior tensão 
e são importantes na manutenção 
dos arcos do pé.
41MEMBROS INFERIORES
articulação é relativamente instável 
durante a flexão plantar porque a tró-
clea do tálus é mais estreita na parte 
posterior e, assim fica relativamente 
frouxa no encaixe com os maléolos 
medial e lateral. É durante a flexão 
plantar que ocorre a maioria das le-
sões do tornozelo (com inversão sú-
bita, por exemplo). Essa articulação é 
reforçada pelos ligamentos colaterais 
medial e lateral. 
O ligamento medial se divide nas 
partes tibionavicular, tibiocalcâ-
nea e partes tibiotalares anterior e 
posterior, e é responsável por esta-
bilizar a articulação talocrural durante 
a eversão e impede a subluxação da 
articulação. O ligamento lateral, por 
sua vez, é composto por três ligamen-
tos separados: ligamento talofibular 
anterior, ligamento talofibular pos-
terior e ligamento calcaneofibular.
Os principais movimentos da articu-
lação talocrural são dorsiflexão e fle-
xão do pé, que ocorrem em torno de 
um eixo transversal que passa pelo 
tálus. Como a extremidade estreita da 
tróclea do tálus está situada frouxa-
mente entre os maléolos quando o pé 
está em flexão plantar, é possível al-
gum movimento de abdução, adução, 
inversão e eversão.
OSSOS 
DOS PÉS
RETROPÉ MEDIOPÉ ANTEPÉ
TÁLUS
CALCÂNEO
NAVICULAR
CUNEIFORMES
(MEDIAL, INTERMÉDIO 
E LATERAL)
CUBOIDE
METATARSAIS
(I – V)
FALANGES 
(PROXIMAIS, 
MÉDIA E DISTAL)
42MEMBROS INFERIORES
ARTICULAÇÕES 
DOS PÉS
ARTICULAÇÃO 
TALOCALCÂNEA
ARTICULAÇÃO 
TRANSVERSA 
DO TARSO
ARTICULAÇÕES 
TARSOMETATARSAIS
ARTICULAÇÕES 
INTERMETATARSAIS
ARTICULAÇÃO 
TALOCRURAL
LIGAMENTOS 
TALOCALCÂNEOS
LIGAMENTO 
CALCANEOCUBÓIDEO 
PLANTAR
LIGAMENTO 
CALCANEONAVICULAR 
PLANTAR
LIGAMENTO 
PLANTAR LONGO
LIGAMENTO 
COLATERAL MEDIAL
LIGAMENTO 
COLATERAL LATERAL
TIBIONAVICULAR
TIBIOCALCÂNEO
TIBIOTALARES 
(ANTERIOR E 
POSTERIOR)
TALOFIBULARES
(POSTERIOR E 
ANTERIOR)
CALCANEOFIBULAR
43MEMBROS INFERIORES
Músculos dos Pés
Os músculos do pé se dividem em 
músculos plantares, dorsais e in-
termediários. Os músculos plantares 
atuam basicamente como um grupo 
durante a fase de suporte do apoio, 
mantendo os arcos do pé. Essencial-
mente, eles resistem às forças que 
tendem a reduzir o arco longitudinal 
quando o peso é recebido pelo calca-
nhar e transferido para a bola do pé 
e para o hálux . Esses músculos tor-
nam-se mais ati-
vos na última par-
te do movimento 
para estabilizar o 
pé para a propul-
são, um momento 
em que as forças 
também tendem 
a achatar o arco 
transverso do pé. 
Além disso, tam-
bém são capazes 
de refinar ainda 
mais as ações dos 
músculos longos, 
produzindo supi-
nação e pronação 
para permitir que 
o pé se ajuste ao 
solo irregular.
Os músculos do 
pé são pouco im-
portantes indivi-
dualmente, pois o controle fino dos 
dedos não é importante para a maio-
ria das pessoas. Eles são mais ativos 
na fixação do pé ou no aumento da 
pressão aplicada contra o solo por 
várias áreas da planta ou dosdedos 
para manter o equilíbrio.
Os músculos dorsais incluem o 
músculo extensor curto dos dedos 
e o extensor curto do hálux, que na 
verdade é parte do extensor curto dos 
dedos. A parte média do pé inclui as 
inserções distais dos músculos tibial 
anterior e tibial posterior.
Figura 27. Músculos dorsais do pé. Fonte: https://bit.
ly/2CyEKy9
44MEMBROS INFERIORES
Os músculos plantares, por sua vez, 
são dispostos em cerca de quatro 
camadas. A camada mais superficial 
é composta pelos músculos abdutor 
do hálux, flexor curto dos dedos e 
abdutor do dedo mínimo. Depois há 
uma camada formada pelos músculos 
quadrado plantar e lumbricais. A 3ª 
camada é composta pelos músculos 
flexor curto do hálux, adutor do hálux 
e flexor do dedo mínimo. A camada 
mais profunda da planta do pé possui 
os músculos interósseos plantares e 
interósseos dorsais. 
O músculo quadrado plantar auxilia 
o músculo flexor longo dos dedos na 
flexão dos quatro dedos laterais, en-
quanto os músculos lumbricais são 
responsáveis pela flexão das falan-
ges proximais e extensão das falan-
ges médias e distais dos quatro de-
dos laterais.
O músculo adutor do hálux é pro-
vavelmente o mais ativo durante 
a fase de saída do apoio na tração 
dos quatro metatarsais laterais em di-
reção ao hálux, fixação do arco trans-
verso do pé e resistência às forças 
que afastariam as cabeças dos meta-
tarsais quando há aplicação de peso 
e força à parte anterior do pé.
O nervo tibial divide-se, posterior-
mente ao maléolo medial, em nervos 
plantares medial e lateral. Esses ner-
vos suprem os músculos intrínsecos 
da face plantar do pé.
Figura 28: Músculos da 1ª e 2ª camadas da planta do pé. Fonte: https://bit.ly/2Wdsqui
45MEMBROS INFERIORES
Os músculos dorsais são inerva-
dos pelo nervo fibular profundo e 
os músculos plantares são contro-
lados pelos nervos plantar lateral e 
plantar medial.
MÚSCULOS 
DOS PÉS
DORSAIS
EXTENSOR 
CURTO DO HÁLUX
INTERMEDIÁRIOS
PLANTARES 
EXTENSOR 
CURTO DOS DEDOS
TIBIAL ANTERIOR
TIBIAL POSTERIOR
ABDUTOR DO HÁLUX
FLEXOR CURTO 
DOS DEDOS
ABDUTOR DO 
DEDO MÍNIMO
LUMBRICAIS
QUADRADO 
PLANTAR
FLEXOR DO 
DEDO MÍNIMO
ADUTOR DO HÁLUX
FLEXOR 
CURTO DO HÁLUX
1ª CAMADA
2ª CAMADA 
3ª CAMADA 
INTERÓSSEOS 
PLANTARES
INTERÓSSEOS 
DORSAIS
4ª CAMADA 
46MEMBROS INFERIORES
6. VASCULARIZAÇÃO DOS 
MEMBROS INFERIORES
Irrigação Arterial
A irrigação arterial dos membros in-
feriores é derivada principalmente 
das artérias ilíacas. Assim, a região 
glútea é suprida pelas artérias glú-
tea superior, glútea inferior e artéria 
pudenda interna, que são derivadas 
das artérias ilíacas internas. A artéria 
glútea inferior também participa da 
nutrição arterial do compartimento 
posterior da coxa, porém esse com-
partimento é suprido principalmente 
pela artéria perfurante.
O compartimento anterior e me-
dial da coxa recebe sangue princi-
palmente da artéria femoral, que é 
a continuação da artéria ilíaca exter-
na. A artéria femoral origina a artéria 
femoral profunda, que é a principal 
artéria da coxa e dela são emitidas 
artérias perfurantes, que suprem os 
músculos adutor magno, vasto lateral 
e os isquiotibiais. 
A artéria femoral profunda também 
dá origem às artérias circunflexas fe-
morais medial e lateral, que suprem a 
cabeça e colo do fêmur (artérias pos-
teriores do retináculo) e músculos da 
face lateral da coxa, respectivamente. 
A coxa conta ainda com a artéria ob-
turatória, que ajuda a femoral profun-
da a suprir os músculos adutores.
A artéria femoral continua com a 
artéria poplítea, que se bifurca nas 
artérias tibiais anterior e posterior. A 
artéria tibial anterior supre os múscu-
los anteriores da perna, e na articu-
lação talocrural este vaso se torna a 
artéria dorsal do pé, que supre a parte 
anterior do pé. 
A artéria tibial posterior supre os 
músculos posteriores da perna. O 
compartimento lateral da perna é su-
prido por ramos perfurantes da ar-
téria tibial anterior e da artéria fibu-
lar. A artéria tibial posterior também 
dá origem às artérias plantar medial 
e plantar lateral, que irrigam a planta 
dos pés, seguindo os nervos de mes-
mo nome.
47MEMBROS INFERIORES
Figura 29. Artérias do membro inferior. Fonte: https://bit.ly/3iYMPNG
48MEMBROS INFERIORES
IRRIGAÇÃO ARTERIAL DOS MEMBROS INFERIORES
QUADRIL
COXA
A. GLÚTEAS SUPERIOR, A. GLÚTEA INFERIOR
A. PUDENDA INTERNA
LATERAL
MEDIAL
ANTERIOR
POSTERIOR
FÊMUR
PÉS
A. ILÍACAS 
INTERNAS
A. CIRCUNFLEXA 
LATERAL
A. PERFURANTES
A. CIRCUNFLEXA 
MEDIAL
PERNAS
A. ILÍACA COMUM
A. FEMORAL 
PROFUNDA
AORTA
A. FEMORAL
A. POPLÍTEA
A. ILÍACAS 
EXTERNAS
A. TIBIAL 
ANTERIOR
A. TIBIAL 
POSTERIOR
A. DORSAL A. PLANTARES
POSTERIOR
PERNAS
LATERAL
ANTERIOR
49MEMBROS INFERIORES
Drenagem venosa 
O membro inferior tem veias superfi-
ciais e profundas, que ficam localiza-
das no tecido subcutâneo e na fáscia 
muscular respectivamente. As duas 
principais veias superficiais são a 
veia safena magna e safena parva. A 
safena magna, que ascende anterior-
mente ao maléolo medial, desemboca 
na veia femoral, e a safena parva, que 
ascende posteriormente ao maléolo 
lateral, drena para a veia poplítea. A 
maioria das tributárias dessas veias 
não tem nome. A safena magna rece-
be algumas tributárias que se comu-
nicam com a safena parva em vários 
locais, as tributárias da face medial e 
posterior se unem formando a veia 
safena acessória, que quando pre-
sente é a principal comunicação entre 
as safenas magna e parva.
Assim, a veia safena parva se origi-
na da veia marginal lateral e a safena 
magna é a continuação da veia mar-
ginal medial, que são as veias que 
drenam o sangue do pé. Ao contrário 
da perna e da coxa, a drenagem ve-
nosa do pé é feita principalmente 
por artérias superficiais.
Há ainda veias perfurantes, que pe-
netram a fáscia muscular próximo ao 
local onde se originam as veias super-
ficiais e possui válvulas que permitem 
o fluxo sanguíneo apenas das veias 
superficiais para as veias profundas, 
o que é importante para o bom retor-
no venoso dos membros inferiores.
As veias profundas acompanham as 
grandes artérias, e essas veias acom-
panhantes normalmente são pares. 
As veias perfurantes drenam para a 
veia tibial anterior do compartimento 
anterior da perna. As veias plantares 
medial e lateral formam as veias ti-
biais posteriores e as fibulares e todas 
essas três (tibiais anterior e posterior 
e fibular) drenam para a veia poplítea, 
que se torna a veia femoral. A veia 
femoral também recebe sangue 
da veia femoral profunda, formada 
por quatro veias perfurantes, e se 
torna a veia ilíaca externa.
As veias glúteas drenam o sangue 
da região glútea e são tributárias das 
veias ilíacas internas. As veias glúteas 
superiores e inferiores acompanham 
as artérias correspondentes e se co-
municam com tributárias da veia fe-
moral, possibilitando o retorno veno-
so se a veia femoral estiver obstruída. 
As veias pudendas internas acompa-
nham as artérias pudendas internas e 
se unem formando uma veia que en-
tra na ilíaca interna. Há ainda as veias 
perfurantes que drenam o sangue 
do compartimento posterior da coxa 
para a veia femoral profunda. 
As veias ilíacas drenam para as 
veias ilíacas comuns e daí para a 
veia cava inferior.
50MEMBROS INFERIORES
Figura 30. Veias do membro inferior. Fonte: https://bit.ly/3gUe5uD
51MEMBROS INFERIORES
DRENAGEM DOS MEMBROS INFERIORES
COXA
V. FEMORALV. ILÍACA EXTERNA
V. ILÍACA 
INTERNA
V. ILÍACA 
COMUM
V. CAVA 
INFERIOR
V. GLÚTEAS V. PUDENDAS INTERNAS
QUADRIL
V. POPLÍTEA PERNAS
V. SAFENA 
MAGNA
V. SAFENA 
PARVA
V. FIBULAR
V. TIBIAL 
POSTERIOR
V. TIBIAL 
ANTERIOR
PÉS
V. PLANTARES
52MEMBROS INFERIORES
Drenagem linfática
O membro inferior tem vasos linfáticos superficiais e profun-
dos. Os vasos superficiais acompanham as veias safenas 
e suas tributárias. Aqueles que acompanham a veia safena 
magna terminam nos linfonodos inguinais superficiais, cuja 
maior parte converge para os linfonodos ilíacos externos, situ-
ados aolongo da veia ilíaca externa. Outra parte dos vasos su-
perficiais também segue para os linfonodos inguinais profun-
dos. Os vasos que acompanham a veia safena parva entram 
nos linfonodos poplíteos, situada em torno da veia poplítea.
Os vasos linfáticos profundos acompanham as veias pro-
fundas e também entram nos linfonodos poplíteos e a maior 
parte dessa linfa é drenada para os linfonodos inguinais pro-
fundos, que segue até os linfonodos ilíacos externos e chega 
aos troncos linfáticos lombares.
A linfa da região glútea drena para os linfonodos glúteos su-
periores e inferiores e daí para os linfonodos ilíacos internos, 
externos e comuns e deles para os linfonodos laterais (aór-
ticos/cavais) lombares. A linfa dos tecidos superficiais dessa 
região entra nos linfonodos inguinais superficiais, que tam-
bém recebe linfa da coxa.
LINFONODOS DOS MEMBROS INFERIORES
MEMBROS 
LIVRES
VASOS 
SUPERFICIAIS
VASOS 
PROFUNDOS
VEIAS SAFENAS
LINFONODOS 
INGUINAIS 
SUPERFICIAIS
VEIAS 
PROFUNDAS
LINFONODOS 
INGUINAIS 
PROFUNDOS
LINFONODOS 
ILÍACOS EXTERNOS
LINFONODOS 
ILÍACOS COMUNS
LINFONODOS 
ILÍACOS INTERNOS
LINFONODOS 
GLÚTEOS 
SUPERIORES E 
INFERIORES
REGIÃO GLÚTEA
53MEMBROS INFERIORES
ANATOMIA DOS MEMBROS INFERIORES
OSSOS AÇÕES INERVAÇÃO IRRIGAÇÃO
QUADRIL OSSOS DO QUADRIL: ÍLIO, ÍSQUIO E PÚBIS
CINTURA PÉLVICA
SUSTENTAÇÃO DAS 
VÍSCERAS ROTAÇÃO 
LATERAL DA PERNA
RAMOS COLATERAIS 
DO PLEXO SACRAL 
A. GLÚTEAS E 
PUDENDA INTERNA
COXA FÊMUR E PATELA EXTENSÃO E FLEXÃO DO QUADRIL E DA PERNA
N. FEMORAL
N. OBTURATÓRIO
N. TBIBIAL
A. FEMORAL
PERNA TÍBIA E FÍBULA
DORSIFLEXÃO, 
FLEXÃO, EVERSÃO E 
INVERSÃO DO PÉ
N. FIBULAR COMUM
N. FIBULAR SUPERFICIAL
N. TIBIAL
A. TIBIAL ANTERIOR E 
TIBIAL POSTERIOR
PÉ
TÁLUS, CALCÂNEO, 
CUNEIFORMES, CUBOIDE, 
METATARSOS, FALANGES
MOVIMENTO DOS 
DEDOS E MARCHA
N. FIBULAR PROFUNDO
N. PLANTARES
A. DORSAIS 
E PLANTARES
54MEMBROS INFERIORES
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
MOORE, L. Keith, et al. Anatomia orientada para Clínica. 7ªed. Editora Guanabara Koogan. 
Rio de Janeiro, 2014.
NETTER F. H. Atlas De Anatomia Humana - 7ª Ed. 2019.
NETTER. Netter’s clinical anatomy : 4th edition. [2019]
STANDRING, S. Grayʾs Anatomia. A base anatômica da prática clínica. 40a Ed. Rio de 
Janeiro. Elsevier Editora Ltda, 2010.
55MEMBROS INFERIORES

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