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CURSO DE MEDICINA TUTORIA UNIDADE II SITUAÇÃO PROBLEMA 4: “Sinal de alerta” MINEIROS/GO 2020 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS CURSO DE MEDICINA TUTORIA II SITUAÇÃO PROBLEMA 4: “Sinal de alerta” Maria Clara Trettel de Oliveira Mariana Oliveira Fernandes Matheus Fleury Alves Mydian Gabriela dos Santos Fernandes Natália Hugueney Hidalgo Nathalia Martins Carneiro Rafaella Ciconello Dal Molin Sara Leite Lira Santos (Relatora) Tamillis Martins Barbosa Vinícius de Moraes Laabs Vinícius Souza Fernandes Vieira Willy Johnny Araújo Docente: Dr. Severino Correia do Prado Neto MINEIROS 2020 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................................................................. 4 2. OBJETIVOS ................................................................................................................. 5 2.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 5 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................ 5 3. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................... 6 3.1 Identificar os parasitas helmínticos e seus mecanismos de infestação. ................ 6 3.2 Entender o ciclo biológico dos helmintos (enfoque áscaris lumbricoides), conceituando hospedeiro intermediário e definitivo, além de apontar as principais manifestações clínicas. ...................................................................................................... 8 3.3. Descrever as principais barreiras imunológicas naturais contra helmintos;....... 9 3.4 Identificar os principais marcadores laboratoriais das helmintoses (Hemograma) ......................................................................................................................................... 12 3.5 Caracterizar a resposta imunológica frente a infestação de helmintos. ................. 12 3.6 Conceituar os mecanismos de fuga dos helmintos das respostas orgânicas. .......... 13 3.7 Enumerar medidas profiláticas e terapêuticas relacionadas as verminoses intestinais ........................................................................................................................ 15 4 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 17 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 18 1. INTRODUÇÃO A priori, nesta unidade tivemos como modelo de estudo um caso, no qual foi possível reconhecer os principais parasitas helmínticos e as principais doenças que são causadas por platelmintos, nematelmintos e protozoários. Foi possível perceber que, essas parasitoses estão intimamente relacionadas com os hábitos de higiene do indivíduo, saneamento básico, higiene e preparo dos alimentos e cuidados com as consultas médicas de rotina, visto que o organismo humano necessita de receber doses medicamentosas dos principais remédios que combatem os parasitas helmínticos. Além disso, tivemos conhecimentos no que diz respeito às principais barreiras orgânicas que funcionam como impedimento das infestações parasitárias, observamos também os principais sintomas e sinais clínicos que aparecem nas doenças e tivemos conhecimento das principais analises laboratoriais que são recomendadas nos possíveis diagnósticos das parasitoses. Foi possível também, assim como nas outras situações problemas perceber a resposta imunológica inata e adaptativa, essas que são imprescindíveis na manutenção da funcionalidade do organismo humano, visto que reagem aos principais agentes infecciosos, esses que podem infestar os principais órgãos e causar danos maiores a vida do indivíduo. Portanto, fica evidente a importância do estudo das parasitoses, pois estão intimamente ligadas com o modo de vida da população, tendo isso como base, os profissionais de saúde podem repassar os noções a população e assim sucessivamente reduzir os casos de doenças parasitárias, essas que se não tratadas podem vir a acarretar maiores danos a saúde das pessoas. 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Compreender os mecanismos de agressão por helmintos e as defesas do organismo. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Identificar os parasitas helmínticos e seus mecanismos de infestação; Entender o ciclo biológico dos helmintos (enfoque áscaris lumbricoides), conceituando hospedeiro intermediário e definitivo, além de apontar as principais manifestações clínicas; Descrever as principais barreiras imunológicas naturais contra helmintos; Identificar os principais marcadores laboratoriais das helmintoses; Caracterizar a resposta imunológica frente à infestação de helmintos; Conceituar os mecanismos de fuga dos helmintos das respostas orgânicas; Destacar as principais medidas profiláticas e terapêuticas para a prevenção de verminoses. 3. DESENVOLVIMENTO 3.1 Identificar os parasitas helmínticos e seus mecanismos de infestação. Dentre as principais parasitoses, pode-se citar a Teníase e a cisticercose, que são causadas pelo mesmo parasita, só que em fases distintas de vida. A teníase é causada pela Taenia solium ou Taenia saginata quando presente no intestino delgado dos humanos (hospedeiros definitivos), já a cisticercose, causada devido à presença da larva, pode estar presente em hospedeiros intermediáriaos, sendo que o cisticerco da T.solium é encontrada na musculatura dos suínos e da T.saginata é encontrada na dos bovinos. A teníase causada pela T.solium não é considerada fatal, enquanto que a cisticercose causada por ela pode levar à morte. A infecção pela larva da T. saginata ou T.solium se dá pela ingestão da carne bovina e suína, respectivamente, contaminada preparada de forma inadequada. Muitas vezes esta doença é assintomática, mas quando apresenta sinais clínicos, na maioria das vezes, estão relacionados a problemas gastrointestinais como dor abdominal, anorexia, diarreia, enjoo, podendo também apresentar irritação, fadiga e fraqueza (NEVES, 2005). A cisticercose é uma doença parasitária adquirida através da ingestão de alimentos contaminados (com ovos de Taenia solium), principalmente carne de porco crua ou mal passada. Os sintomas desta doença podem ocorrer meses ou até mesmo anos depois de ter consumido tais alimentos. Dentre eles podemos citar: dores de cabeça frequentes, convulsões, transtornos de visão, alterações psiquiátricas, vômitos, infecções na coluna, demência e perda da consciência. A maioria das pessoas com cisticercose nos músculos não apresenta sintomas (NEVES, 2005). Outra frequente doença parasitária é a esquistossomose. Causada por platelmintos da classe Trematoda. Estes ocorrem em diversas regiões do mundo sendo que, no Brasil, o responsável pela doença é o Schistossoma mansoni. Este tem a espécie humana como hospedeiro definitivo, e caramujos de água doce do gênero Biomphalaria, como hospedeiros intermediários. Na água, os miracídios como são denominados as larvas, são liberadas e só continuam seus ciclos de vida alojando-se em caramujos do gênero Biomphalaria. Esses possuem como característica principal concha achatada nas laterais e de cor marrom- acinzentada. As larvas, agora denominadas cercárias, se desenvolvem e são liberadas na água. Em contato com a pele e mucosa humanas, penetram no organismo e podem causar inflamação, coceira e vermelhidão nessas regiões. Lá, se desenvolvem, reproduzem e eliminam ovos a partir de veias do fígado e intestino, obstruindo-as (NEVES, 2005). Além disso, uma verminose intestinal de suma importância é a Ascaridíase, causada peloparasita Ascaris lumbricóides, popularmente conhecida como lombriga, é a verminose mais difundida no mundo. A contaminação por Ascaris lumbricóides ocorre pela ingestão de água ou alimentos contaminados por seus ovos. Em infecções moderadas, os vermes adultos são encontrados no intestino delgado, principalmente no jejuno e íleo, enquanto nas infecções intensas, podem ocupar toda a extensão do intestino delgado. Podem ficar presos à mucosa, ou migrarem pela luz intestinal. As infestações causadas pelo Ascaris lumbricóides podem ser pequenas, que não apresentam alterações clínicas ao hospedeiro, médias que apresentam alterações brandas e maciças que desencadeia alterações graves (NEVES, 2005). Seguidamente, a Ancilostomose, popularmente conhecida por amarelão, é uma doença parasitária causada pelo nematódeo Ancylostomida, logo uma das principais espécies que parasitam o ser humano, denominado Ancylostoma duodenale, é predominante em regiões temperadas, embora ocorra também em regiões tropicais, onde o clima é mais temperado. A outra espécie principal denominada Necator americanus, ocorre principalmente em regiões tropicais, onde predominam temperaturas altas. A coexistência de ambas as espécies pode ocorrer em uma mesma localidade. Em consequência disso, tem uma ampla distribuição geográfica. Em seu ciclo biológico, os ancilostomídeos não existem hospedeiro intermediário, devido as formas adultas desses vermes serem encontradas no intestino delgado do indivíduo parasitado. Em condições ambientais favoráveis, as larvas tornam-se infectantes, capazes de penetrar ativamente pela via oral ou transcutânea do hospedeiro, podendo infectar facilmente pessoas que andam descalças, como trabalhadores rurais ou crianças que brincam em solos contaminados (NEVES, 2005). Além disso, há os mecanismos de infestação que podem ser dividos em ações traumáticas, anóxia, tóxicas, enzimáticas, espoliadora e mecânica. Ação traumática: A ação varia de acordo com a localização e do parasita no organismo hospedador, podendo ocorrer em diversos órgãos ou cavidades (NEVES, 2005). Nesse sentido, a ação traumática é caracterizada por produzir algumas lesões nos tecidos hospedeiros, podendo ser na boca, olhos, ânus, esôfago, estômago, no tubo de intestinal, pulmões, fígado, pâncreas, aparelho urinário, sistema nervoso, vasos sanguíneos e linfáticos, tecido muscular e o tecido conjuntivo. Em alguns casos pode ser considerada uma ação anóxia, pois o parasita consome o oxigênio presente na hemoglobina do hospedeiro, podendo desencadear uma anemia. (NEVES, 2005). Ação tóxica e enzimática: Essa ação é marcada pela produção de substâncias, oriundas de helmintos, que são liberados no hospedeiro e acaba por ser tóxica. Já a ação enzimática os parasitas vão dissolver partes do corpo do hospedeiro por meio de enzimas para sua própria alimentação (NEVES, 2005). Ação espoliadora: Tal ação é feita de duas formas, a primeira é no caso que o parasita desvia parte das substâncias digeridas pelo hospedeiro para o seu metabolismo, que é característico de helmintos que não possuem aparelho digestivo diferenciado e habitam o tubo intestinal, os quais trazem grandes consequências, como infestações intensas (NEVES, 2005). O segundo caso é marcado pela ação do parasita em retirar sangue do hospedador em algum, dos órgãos, como, o fígado, pâncreas e pulmão. (NEVES, 2005). Ação mecânica: Os helmintos irão causar irritações, sendo também uma ação irritativa, na parede intestinal, podendo até mesmo causa a obstrução desta. (NEVES, 2005). 3.2 Entender o ciclo biológico dos helmintos (enfoque áscaris lumbricoides), conceituando hospedeiro intermediário e definitivo, além de apontar as principais manifestações clínicas. Os hospedeiros são seres vivos que podem oferecer condições que podem gerar processo infeccioso. A importância dos hospedeiros é porque sem eles o ciclo do parasita não é concretizado, já que a patologia é instalada devido aos danos feitos pelo helminto, mas como também as respostas do organismo do hospedeiro em sua presença. (MURRAY, ROSENTHAL; PFALLER, 2017). Estes podem ser de dois tipos: Intermediário: Quando o helminto se encontra em fase larval ou em reprodução assexuada; Definitivo: Quando o parasita tem a maturidade alcançada ou está em fase de reprodução sexuada; O ciclo biológico é do tipo monoxênico, isso é, que possui apenas um hospedeiro e cada fêmea é capaz de colocar cerca de 200.000 ovos, que vão ser embrionados ao chegarem ao solo, juntamente com as fezes, contudo, para que isso ocorra é necessário que a umidade mínima do ambiente seja de 70%, a temperatura deve estar entre 25° e 30°C e precisar ter muito oxigênio. (REY, 2010) A primeira larva (L1) se forma dentro do ovo e é chamada de rabditóide, ou seja, possui o esôfago com duas dilatações, esta larva, após uma semana dentro do ovo se modifica em L2, transformando-se em L3 logo em seguida, a qual é chamada de larva infectante, possuindo um esôfago filaróide (retilíneo), portanto, é importante ressaltar que a transmissão dessa doença ocorre devido à ingestão de alimentos contaminados com a larva infectante (L3). (REY, 2010) Acerca das manifestações clínicas, observa-se que elas estão correlacionadas com o número de formas presentes no parasita: Sintomatologia proporcional à carga parasita: Nos pulmões: edema, pneumonia, síndrome de loeffler No intestino: dor abdominal, obstrução intestinal, diarreia, má absorção de nutrientes e perfuração no intestino. Vale ressaltar também, que muitos casos podem ser assintomáticos. 3.3.Descrever as principais barreiras imunológicas naturais contra helmintos; De acordo com Gazzinelli (2020), existem diversas barreiras que servem para dificultar e combater as infecções contra os parasitas: Pele É uma barreira mecânica que impede e/ou dificulta a entrada dos parasitas, por meio de seu pH que é mais ácido, que se mantem pela glândulas sebáceas com a produção de ácidos graxos de cadeia longa e também pela gradação dela pela microbiota local, assim deixando essa entrada difícil (Gazzinelli, 2020) Pelos É também uma barreira mecânica e pode ser representado pelas vibrissas que são os pelos na porção anterior das fossas nasais, eles dificultam também a entrada dos patógenos no organismo humano, pois elas funcionam como um filtro para grandes partículas como as da toxoplasmose gondii nas fezes dos gatos que quando varridas podem ser inaladas pelos humanos (Gazzinelli, 2020) Microbiana Existem várias bactérias tanto na pele como nas glândulas sebáceas, são exemplos os Staphylococcus epidermidis e Propionibacterium acneae. E funciona como forma também a entrada e instalação dos parasitas no corpo humano, como já dito acima com a produção de substancias microbianas e a redução do pH (Gazzinelli, 2020) Cavidades revestidas por mucosas Gazinelli (2020) destaca também o as adaptações imunológicas das cavidades revestidas por mucosas para o combate às infecções helmínticas, sendo: i. Barreira mecânica: a mucosa que reveste os vários sistemas do corpo humano possui características histológicas que de certa forma, dificulta a aderência permanente de parasitas, embora essa adaptação se apresenta com pouca eficiência. ii. Barreira química: quimicamente, as mucosas do corpo são responsáveis por secretar HCl (estômago), enzimas digestivas, sais biliares e suco pancreático que tem como principal função atuar na degradação ou inativação de microrganismos. iii. Muco: as células da mucosa produzem uma substância conhecida como mucina, que nada mais é do que uma proteína de alta viscosidade. Essa proteína facilita a adesão entre de agentes biológicos, virais e partículas inertes, visando a posterior remoção. Além disso, a mucina mantém a superfície das mucosas úmidas, o queresulta na formação de uma camada protetora frente a agentes físicos e químicos. iv. Cílios: uma parte do tecido mucoso possui cílios que promovem a proteção dos tecidos através da recirculação do muco. Essa recirculação é importante realiza a remoção de elementos inanimados (poeira e vírus), ou biológicos (bactérias, larvas de helmintos e protozoários) aderidos ao muco. v. Microbiota Residente: nas cavidades onde existe microbiota (tais como cavidade oral, vagina, intestino grosso), ela atua exercendo resistência biológica frente aos patógenos. Essa resistência biológica se dá através da: a. Producão de catabólitos responsáveis por reduzir o pH; b. Competição por fonte nutricional; c. Ligação a receptores de superfície essências ao patógeno; d. Producão de compostos que possuem ação deletérica sobre espécies patogênicas. Fagócitos Profissionais De acordo com Gazzineli (2020), as principais células de defesa frente a parasitas helmínticos são: i. Neutrófilos: a ação microbicida destas células é determinado tanto pelas enzimas lisossomiais quanto pela sua grande mobilidade. Frente a qualquer dano tecidual, os neutrófilos são as primeiras células de defesa a chegar na lesão; ii. Eosinófilos: apesar de possuírem um menor poder fagocitário, em menor escala, auxiliam na defesa do organismo de maneira semelhante aos neutrófilos; iii. Macrófagos: O potencial microbicida dos macrófagos é determinado pela existência de enzimas e outras substâncias como os peróxidos em seu citoplasma. Entretando, diferentemente dos neutrófilos, os macrófagos precisam ser ativados e orientados pelos linfócitos T. Resposta inflamatória i. Aguda: ocorre, principalmente frente ao primeiro contato com o patógeno e possui predomínio da atuação de neutrófilos. ii. Crônica: se desenvolve quando o agente patogênico não é eliminado no período inicial, e desta forma, as células de defesa passam a ser linfócitos e macrófagos. iii. Células Matadoras Naturais (“Natural Killer Cell” - NK): as células NK atuam promovendo alterações de permeabilidade da membrana plasmática da célula alvo, criando assim, poros de membrana, através dos quais há entrada de microrganismo e células neoplásicas. Sistema complemento Gazzinelli (2020) ainda destaca o papel do sistema complemento é um sistema de enzimas sob a forma inativa (zimogênios), que são ativados durante a resposta inflamatória. A ativação desse sistema se dá sobre três vias: i. Via clássica – é ativada de maneira direta pelo patógeno ou indiretamente por anticorpos, que se ligam na superfície do patógeno; ii. Via da lecitina ligadora de manose; iii. Via alternativa – é uma via que une os mecanismos das outras vias, atuando como uma amplificação imunitária das outras duas vias. 3.4 Identificar os principais marcadores laboratoriais das helmintoses (Hemograma) Em infecções por helmintos, podem ocorrer algumas alterações no hemograma do paciente. Dessa forma, o paciente pode apresentar quadro de eosinofilia, que é caracterizado pelo aumento acentuado de células de eosinófilos, que são leucócitos, na corrente sanguínea. Esses eosinófilos encontram-se presentes em grandes números para tentar combater esses invasores, realizando exocitose de substancias que são toxicas para esses parasitas. Então, pode-se concluir que o aumento dos eosinófilos é constante e proporcional ao aumento dos parasitas invasores. Outro fator importante que pode estar associado à infecção por helmintos, é a presença de anemia, principalmente em crianças e adultos jovens. Isso ocorre porque os helmintos são parasitas que estão a todo o momento se alimentando de nutrientes do organismo que parasitado, ou seja, se for uma grande infestação e sem nenhum tratamento adequado, pode surgir a anemia, reduzindo o estado de nutrição desse organismo (WALCHER; PEDROSO; FRIZZO, 2013). 3.5 Caracterizar a resposta imunológica frente a infestação de helmintos. A resistência ativa engloba a resposta imunológica inata ou adaptativa produzida em resposta à infecção. Com isso, várias moléculas produzidas pelos parasitas, denominadas antígenos, são reconhecidas como estranhas pelo organismo, e, contra elas, o sistema imunológico é ativado, com a participação de células especializadas na defesa as quais produzem várias substâncias, tais como citocinas e imunoglobulinas. (MURRAY et al, 2014). A principal defesa contra os helmintos é mediada por linfócitos T-CD4 e T-CD8 do tipo 2, resultando na produção de IgE e ativação de eosinófilos, denominado também de eosinofilia. A interleucina 4 estimula a produção de anticorpos IgE e a interleucina 5 a ativação e desenvolvimento de eosinófilos e mastócitos. Os eosinófilos produzem enzimas oxidativas e hidrolíticas que são tóxicas para os parasitos. Os parasitas grandes como os helmintos não podem ser fisicamente fagocitados, e a destruição extracelular pelos eosinófilos parece ter evoluído com a finalidade de ajudar a lidar com essa situação. Eosinófilos têm papel importante na defesa contra helmintos, os mesmos aderem a parasitos por meio de receptores Fc de IgG ou de IgE dirigidas contra o parasito ou de componentes do complemento ativados na superfície do verme. Aderidos, os eosinófilos desgranulam sobre o parasito, por exemplo, proteína básica principal, proteínas catiônicas, neurotoxina e radicais de O2, os quais exercem poderoso efeito helminticida. (MURRAY et al, 2014). As células T- CD4 do tipo TH2 reconhecem os antígenos produzidos pelos helmintos e outros microrganismos, assim como os antígenos ambientais associados a alergias. A IL-4, secretada por células TH2 ou células TFH ativadas, promove a comutação de isótipo de células B e a produção de IgE, as quais podem recobrir os helmintos e mediar a degranulação dos mastócitos e a inflamação. A IL-5 secretado pelas células TH2 ativadas ativa os eosinófilos para liberar o conteúdo dos grânulos que destroem os helmintos, mas pode também danificar tecidos do hospedeiro. A IL-4 e IL-13 em conjunto fornecem proteção em barreiras epiteliais e induzem uma forma alternativa de ativação dos macrófagos, os quais controlam a inflamação e medeiam o reparo tecidual e fibrose. (MURRAY et al, 2014). Portanto, antígenos de helmintos e alergênios induzem migração de basófilos para os órgãos linfoides, onde estimulam e amplificam a resposta adaptativa do tipo Th2. Logo, os basófilos capturam antígenos drenados para linfonodos, processam e os apresentam a linfócitos T -CD4, induzindo resposta do tipo Th2. 3.6 Conceituar os mecanismos de fuga dos helmintos das respostas orgânicas. Os parasitas desenvolveram mecanismos para manter infecções crônicas em hospedeiros vertebrados, dentre os quais estão a variação antigênica, mimetismo molecular, encobrimento do sítio antigênico (mascaramento), localização intracelular e a imunossupressão (MURRAY; ROSENTHAL & PFALLER, 2014). A variação antigênica é uma forma evasiva passiva, trata-se de alterações sucessivas de características antigénicas e estruturais de alguns componentes do organismo parasitário. Faz com que os antígenos produzidos em estágios teciduais maduros sejam diferentes dos que são produzidos em estágio infeccioso quando, normalmente, o hospedeiro desenvolve uma resposta humoral contra o parasita, portanto é uma forma bastante utilizada no caso de hospedeiros de vida longa, visto a possibilidade de multi-reinfecções. Os intervalos de tempo para aparecimento de novas variantes favorecem para a continuidade de uma infecção por um período prolongado (MURRAY; ROSENTHAL & PFALLER, 2014). Há também a alteração antigênica em que ocorre mimetismo, que é quando o parasita produz ou modifica antígenos semelhantes aos do hospedeiro para se “mascarar” impedindo adequado reconhecimento imunológico, por vezes, o parasita consegue expressar epitopessemelhantes ou iguais aos do hospedeiro, permitindo modular a resposta imune, por meio das próprias moléculas ou uma desregulação das do hospedeiro (MURRAY; ROSENTHAL & PFALLER, 2014). Ademais, outra forma de evasão passiva se trata de fuga para locais imunoprivilegiados, ou seja, onde normalmente a circulação de linfócitos, anticorpos e ação do sistema complemento são menos intensas, mesmo que elas sejam pouco benéficas aos parasitas, tais áreas incluem o sistema nervoso central (cérebro), os olhos e os pulmões (BHOPALE, 2002). Muitas vezes os parasitas fogem da resposte imune através da localização intracelular, a opsionização pode acabar por permitir tal ação, pois o parasita utiliza de fragmentos de C3i e C3b para se inserirem, assim, o parasita entra em algumas células especificas (ex, macrófagos) escapando dos processos de neutralização, salienta-se ainda que como podem entrar em leucócitos, também é possível com outras células, desta perspectiva, alguns parasitas utilizam desta evasão ativa para além de se esconderem a induzir ou inibir a apoptose celular.(ZIPFEL; WÜRZNER & SHERKA, 2007). No caso da imunossupressão ocorre uma sobrecarga antigênica ou indução de células supressoras que produzem proteinases degradantes de imunoglobulinas a fim de inibir a resposta imune, envolve também infecção de células do sistema imune com possibilidade de comprometer o funcionamento delas, impedindo liberação de citoquinas como a IL-2 (MURRAY; ROSENTHAL & PFALLER, 2014). 3.7 Enumerar medidas profiláticas e terapêuticas relacionadas as verminoses intestinais As principais medidas profiláticas, medidas tomadas para evitar a disseminação e contaminação, são muito semelhantes e baseiam-se, principalmente em tratamento da água, medidas de saneamento básico, educação sanitária, identificação e tratamento dos doentes assintomáticos, principalmente daqueles que são manipuladores de alimentos e destino adequado do lixo, são as principais medidas para evitar a propagação dos cistos e contaminação de novas pessoas (SOUSA, 2001). Os cuidados básicos com a higiene do corpo livram o homem de diversas doenças. São de fundamental importância, pois impedem que microrganismos penetrem nossa pele ou organismo, causando diversos males (SOUSA, 2001). No que se refere à higiene pessoal: Lavagem das mãos de maneira adequada, durante todo o dia, antes e depois de refeições e procedimentos; Não defecar ao ar livre e sim em ambiente apropriado; Evitar compartilhamento de itens de higiene pessoal (escova, toalha, etc) Tomar banho, realizando a higiene de todo o corpo com sabão; Escovar os dentes pelo menos três vezes ao dia; Não compartilhar roupas; Manter as unhas cortadas e limpas; Manter a higiene das vestimentas (lavar, secar ao sol, utilizar roupas limpas). Quando se trata de higiene coletiva, não basta a higienização individual. Algumas atitudes devem ser tomadas a fim de garantir a não propagação/desenvolvimento de doenças (SOUSA, 2001): Limpeza dos alimentos consumidos; Garantia de qualidade da água; Limpeza do local de trabalho; Uso de EPI’s; Evitar o compartilhamento de copos e utensílios individuais; Lavar bem e tratar todos os alimentos crus; Proteger os alimentos contra moscas e baratas. 4 CONCLUSÃO Ao final do fechamento dos objetivos, foi possível compreender que, as doenças parasitárias é um problema de saúde pública, que envolve uma boa estrutura de saneamento básico. Além disso, os cuidados individuais são de suma importância, visto que são as principais portas de entradas para os parasitas helmínticos. Dessa maneira, é imprescindível que ocorram ações de promoção e prevenção de saúde que possam orientar a população em geral, por isso é importante à atuação dos profissionais de saúde. Com uma boa orientação populacional, será possível tentar findar a diminuição dos casos de parasitoses e assim consequentemente o acometimento das doenças nos indivíduos. A unidade demonstrou grande relevância, pois assim tivemos conhecimento dos principais hospedeiros, sejam eles intermediários ou definitivos e assim ter uma noção de suas principais manifestações no estado clínico dos pacientes. REFERÊNCIAS BHOPALE, G.M. Pathogenesis of toxoplasmosis. Comparative Immunology, Microbiology & Infectious Diseases, Pimpri, v. 26, n.4 p.213-222, ago. 2002. Disponível em: < https://doi.org/10.1016/S0147-9571(02)00058-9 >. Acessado em 21 de out. de 2020. GAZZINELLI, S. Mecanismos de resistência inespecíficos. Disponível em: <https://www.fernandosantiago.com.br/fic_papo.pdf>. Acessado em 21 Out. 2020. MURRAY P.R.; ROSENTHAL K.S.; PFALLER M.A. Microbiologia Médica, 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. MURRAY, P.R.; ROSENTHAL, K.S.; PFALLER, M.A. Microbiologia médica. 7. ed. Rio de Janeiro (RJ): ELSEVIER, 2014. NEVES, D. P. et al. PARASITOLOGIA HUMANA. 11. ed. São Paulo: Atheneu, 2005. REY, Luís. Bases da parasitologia médica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. SOUSA, M. R. P.; COSTÊLHA, S. S.; OLIVEIRA, V. M. Helmintoses com relevância em Saúde Pública, transmissíveis através da água e dos alimentos. Hig. aliment, p. 19- 24, 2001. WALCHER, D. L.; PEDROSO, D.; FRIZZO, M. N. Associação entre parasitoses intestinais e alterações do hemograma. Revista Mirante, Osório, v. 3, n. 1, p. 18-40, dez. 2013. Disponível em: <http://facos.edu.br/publicacoes/revistas/mirante/dezembro_2013/pdf/associacao_entre_p arasitoses_intestinais_e_alteracoes_do_hemograma.pdf >. Acessado em: 16 out. 2020. ZIPFEL P.F.; WÜRZNER, R.; SHERKA, C. Complement evasion of pathogens: common strategies are shared by diverse organisms. Mol Immunol. v. 44, p. 3850- 3857, set. 2007. Disponível em: < https://doi.org/10.1016/j.molimm.2007.06.149 >. Acessado em 21 de out. de 2020. https://doi.org/10.1016/S0147-9571(02)00058-9 https://doi.org/10.1016/j.molimm.2007.06.149
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