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UNIVERSIDADE DE BELAS FACULDADE DE DIREITO DIREITO TRIBUTÁRIO E FISCAL SISTEMA FISCAL E A NOÇÃO DE IMPOSTO IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO TIPOLOGIA DE IMPOSTOS Discente: Leonardo Da Costa Lobato Pires Docente: Arminda Gaspar Cosme UNIBELAS/2020 UNIVERSIDADE DE BELAS FACULDADE DE DIREITO DIREITO TRIBUTÁRIO E FISCAL SISTEMA FISCAL E A NOÇÃO DE IMPOSTO IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO TIPOLOGIA DE IMPOSTOS Leonardo Da Costa Lobato Pires SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 1 SISTEMA FISCAL ..................................................................................................................... 2 SISTEMA FISCAL ANGOLANO EM DETALHE ................................................................. 5 CONCEITO DO IMPOSTO ...................................................................................................... 6 O IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO ........................................................... 7 TIPOS DE IMPOSTO .............................................................................................................. 10 IMPOSTOS DIRECTOS E INDIRECTOS ............................................................................ 10 a) CRITÉRIOS ECONÓMICOS ..................................................................................... 10 b) CRITÉRIOS JURÍDICOS ......................................................................................... 10 IMPOSTOS REAIS E PESSOAIS ........................................................................................... 12 IMPOSTOS PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS ......................................................................... 12 IMPOSTOS PERIÓDICOS E DE OBRIGAÇÃO ÚNICA ................................................... 12 IMPOSTOS PROPORCIONAIS, PROGRESSIVOS E DEGRESSIVOS........................... 13 TIPOS DE IMPOSTOS QUE EXISTEM EM ANGOLA ..................................................... 13 IMPOSTO SOBRE RENDIMENTO ...................................................................................... 13 IMPOSTO INDUSTRIAL ........................................................................................................ 13 INCIDÊNCIAS ...................................................................................................................... 14 INCIDÊNCIA SUBJECTIVA .............................................................................................. 14 IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DO TRABALHO .................................................... 14 INCIDÊNCIA OBJECTIVAS OU REAL ........................................................................... 15 INCIDÊNCIA SUBJECTIVA ........................................................................................................ 15 IMPOSTO SOBRE A APLICAÇÃO DE CAPITAIS (IAC) ................................................. 15 INCIDÊNCIAS ........................................................................................................................... 15 INCIDÊNCIA OBJECTIVA. ............................................................................................... 15 INCIDÊNCIA SUBJECTIVA ........................................................................................................ 16 REGULAMENTO DO IMPOSTO DE CONSUMO ............................................................. 16 INCIDÊNCIA ........................................................................................................................ 16 IMPOSTO DE SELO (IS) ........................................................................................................ 17 INCIDÊNCIAS ...................................................................................................................... 17 INCIDÊNCIA OBJECTIVA ................................................................................................ 17 INCIDÊNCIA SUBJECTIVA .............................................................................................. 17 IMPOSTO PREDIAL URBANO (IPU) .................................................................................. 17 CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 18 BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 19 1 INTRODUÇÃO No trabalho em questão nos debruçaremos sobre o Sistema Fiscal e a Noção de Imposto, O Sistema Fiscal encontra-se estabelecido na CRA no art.101º, que visa a satisfação das necessidades económicas, sócias e administrativas do estado e uma repartição justa dos rendimentos e da riqueza. Veremos o Sistema Fiscal Angolano que apresenta ainda uma estrutura cedular, constituída por um conjunto de normas e regimes jurídicos, quer consagradas constitucionalmente, quer esparsas em códigos e outras legislações avulsas sobre a matéria tributária. O imposto é uma prestação coactiva, pecuniária, definitiva e unilateral, estabelecida por lei, sem caracter de sanção, a favor do Estado, para realização de fins públicos. Nos debruçaremos também sobre o Imposto do Valor Acresecentado (IVA), a sua origem, o seu conceito,etc. Este imposto veio a ser a principal alteração da tributação ao consumo, pois era considerado um imposto com uma estrutura inovadora na década de 1950. Tributava as transações em função do valor acrescentado. A noção e compreensão a respeito do IVA reporta-se ao conceito económico de valor acrescentado, decorrente da problemática de dupla contagem aquando da determinação do produto interno bruto (PIB) no contexto da contabilidade nacional, tendo como referência a distinção entre produto intermédio e produto final. Apresentaremos ainda os tipos de Impostos, quer seja de um modo geral, quer seja, mais específico falando sobre aqueles que existem em Angola. Existem várias formas de classificação dos impostos, no entanto, a forma clássica usada na classificação dos mesmos e mais antiga é aquela que classifica os impostos em directos e indirectos, reais e pessoais, principais e acessórios, periódicos e de obrigação única, proporcionais, progressivos e degressivos. Na vertente da tributação do Sistema Fiscal Angolano, existem diversos impostos: Imposto sobre Rendimento, Consumo e Despesa, Património, Actividades mineira e Actividades Petrolífera . 2 SISTEMA FISCAL Sistema Fiscal visa a satisfação das necessidades económicas, sócias e administrativas do estado e uma repartição justa dos rendimentos e da riqueza. Os impostos só podem ser criados, modificados e extintos por lei da Assembleia, que determina a sua incidência, taxas, benefícios fiscais e garantias dos contribuintes. O sistema fiscal angolano apresenta ainda uma estrutura cedular, constituída por um conjunto de normas e regimes jurídicos, quer consagradas constitucionalmente, quer esparsas em códigos e outras legislações avulsas sobre a matéria tributária, das quais se destacam os principais impostos: Imposto sobre Rendimento do Trabalho, Imposto Industrial, Imposto Sobre a Aplicação de Capitais, Imposto do Selo, Imposto Predial Urbano e o Imposto de Consumo. Este Sistema É constituído por duas grandes mudanças, a primeira abrange o período antes da independência de 1975, em que varias leis na área fiscal foi firmada, e que algumas leis continuam em vigor aos dias actuais, mais com algumas alterações na segunda fase pós-independência que abrange o período de 1975- 2010, em que resultou nas aprovações de algumas leis do Regime Geral e especial de Tributação que entraram em vigor em 2014 Apesar de existiremalgumas alterações legislativas positivas e algumas melhorias no aparelho administrativo, o Sistema Fiscal, em particular, é igualmente, obsoleto, pois provém, no essencial do período colonial. Há uma profusão de diplomas avulsos e desconexos de épocas muito distintas, factos que contribui para a ineficiência do sistema. Por outro lado o Sistema Tributário, pode mesmo considerar-se como um obstáculo ao desenvolvimento, “exemplo: por não estar suficientemente configurado para atracção de investimento; a inexistência de convenções de dupla tributação reforça o seu carácter pouco atractivo; a justiça tributária não garante a necessária segurança” O sistema não obedece às modernas tendências da tributação que assentam no alargamento da base tributária e na diminuição das taxas e não exigente em relação à organização contabilística e documentadas médias empresas. No domínio da fiscalidade internacional, é evidente a ausências de acordos sobre dupla tributação que impulsionem o investimento e aprofundem as relações de cooperação empresarial com os países com quem Angola mantêm relações económicas mais estreitas. 3 Tendo em conta a necessidade de adoptar o país de um moderno sistema tributário capaz de dar resposta aos objectivos de política que lhe são constitucionalmente atribuídos e os desafios do desenvolvimento socioeconómico, através nomeadamente de políticas de fomento do desenvolvimento económico, de atracção do investimento e de promoção do emprego. O Sistema fiscal Angolano tem vindo a ser objecto de uma profunda reforma na Administração Tributária, no plano orgânico, no plano de recursos humanos e nos planos dos procedimentos administrativos e dos sistemas de informação e a necessidade de reformular o actual sistema da de justiça tributária.1 O sistema tributário é, na verdade, mais abrangente que o sistema fiscal, pelo que a lei considera os impostos, as taxas e as contribuições especiais como tributo, conforme os Art.os 102.º, 103.º da CRA e 3.º e 4.º do CGT “Quando se fala de sistema fiscal tem- se em vista apenas os impostos, sem incluir outros tipos de tributos” (Machado et al. (2015: 13). Na CRA, o seu Art.º 101.º, dispõe que: “o sistema fiscal visa satisfazer as necessidades financeiras do Estado e outras entidades públicas, assegurar a realização da política económica e social do Estado e proceder a uma justa repartição dos rendimentos e da riqueza nacional”. Para Catarino (2014: 450-474), “os impostos são, em larga medida, o preço por uma sociedade livre, assente nos valores fundamentais da igualdade, da dignidade, ou seja, dos direitos (e deveres), liberdades e garantias”, pelo que os impostos e os sistemas fiscais devem ser estruturados de maneira a assegurar o respeito por esses pressupostos fundamentais. Tais pressupostos estão consagrados pela Constituição política em conjunto com os princípios jurídicos como: “os princípios do consentimento; da legalidade fiscal; igualdade fiscal; da tributação segundo a capacidade contributiva; da segurança jurídica; da economia e da eficiência funcional; da justiça fiscal; da coerência, simplicidade, estabilidade e equidade fiscal” (Catarino, 2014: 474). Acrescenta Bird e Zolt (2005: 1-71), que os impostos são utilizados para diversos propósitos: encorajar ou desencorajar certos comportamentos, corrigir imperfeições de mercado, e efetuar a distribuição das riquezas de uma nação. No geral, ao conjunto dos impostos vigentes, num certo espaço ou país, designa-se por sistema fiscal. Catarino (2014: 428) define “o sistema fiscal como sendo a realidade 1 MARIA FRANCISCO, A ReformaFiscal Angolana,Importância da Reforma para o Desenvolvimento Africano,Lisboa,2018, p. 28-29. 4 relativa ao conjunto dos impostos em vigor e demais legislações reguladoras das condições da sua aplicabilidade concreta aos factos tributáveis”. Os principais objetivos de um sistema fiscal são: eficácia e eficiência na afetação de recursos; equidade na repartição de rendimentos e riqueza; e estabilidade e crescimento da atividade económica (Campos e Lázaro; 2005: 2). De acordo com Franco (2015: 201-207), considerando os critérios que respondem, de forma agrupável, quer ao nível de desenvolvimento, quer ao sistema socioeconómico, e conjugando todas as distintas características dos sistemas fiscais, podem encontrar-se na doutrina três tipologias de sistemas fiscais: “sistemas fiscais das economias capitalistas desenvolvidas; sistemas fiscais das economias subdesenvolvidas e […] sistemas fiscais das economias socialistas coletivas”. Musgrave (1973: 3) destaca que os sistemas fiscais persistem sob várias formas de organização económica e decompõe os sistemas fiscais em socialistas e capitalistas. O próprio autor divide os sistemas fiscais de países industrializados e sistemas fiscais dos países em desenvolvimento. Considerando os elementos característicos desta divisão, acima referenciada pelos vários autores, Angola enquadra-se no sistema fiscal de países em vias de desenvolvimento. Segundo Pereira (2014: 67-67), existem os sistemas fiscais de países industrializados, cujo nível de fiscalidade e/ou coeficiente fiscal se revela elevado, ponderado pela relação entre receitas fiscais e PIB; é um sistema alicerçado em vários impostos, no qual se reparte o peso entre eles; os impostos sobre os rendimentos das pessoas singulares são de enorme relevância através do nível de industrialização e da crescente urbanização, compensados pelo trabalho por conta de outrem, que estimulam fluxos de aplicações de capitais; possuem alto grau de sofisticação técnica e organizativa. De acordo com Bertrame (1976: 13 e ss.) e Musgrave (1976: 173), apud Santos (s.d.: 40-41), classificar sistemas fiscais não tem sido fácil para investigadores fiscais. A primeira RT angolana data de 1948-1950 e teve como objetivo ajustar o sistema fiscal à realidade da época, dado que era um sistema com base em impostos indígenas e ´~não justos, e dependente dos direitos de importações; a segunda RT aconteceu em 1967- 1972 (Cruz e Santos, 1994: 24-36). Esta última teve em vista alterações profundas em sede de impostos diretos, evolução ou criação de impostos de produção e consumo, o atual IC. No último trimestre de 2014, publicou-se a principal legislação fiscal angolana no âmbito da recente e terceira RF, com o objetivo de diversificar as fontes de receitas 5 não-petrolíferas; modernizar o sistema fiscal ou tributário; alargar as bases de tributação; unificar a AT com a DNA e SNA, aprovada e decretada nos programas da LGERT, conforme Ferreira et al. (2015: 75-91), marcando, assim, até ao presente momento, a sua terceira reforma fiscal.2 SISTEMA FISCAL ANGOLANO EM DETALHE Quando se procura definir de forma mais exata o sistema fiscal e os seus objetivos, importa ter presente que os impostos se devem articular no sentido de responderem aos desafios da máquina do Estado. De acordo com Pereira (2011), os sistemas fiscais podem ser desenvolvidos de acordo com uma multiplicidade de critérios, tais como citérios sociopolíticos e critérios socioeconómicos. O sistema fiscal angolano é caracterizado por uma estrutura cedular, caracterizada pela existência de códigos de impostos para cada tipo de rendimento. Neste âmbito, é estabelecido uma previsibilidade específica do objeto do imposto, as normas para a sua qualificação e todo o processo de execução (distinção entre pessoas singulares ou coletivas). Atualmente, e de forma sucinta, é possível identificar os seguintes impostos no país: o imposto industrial, o imposto sobre o rendimento do trabalho, o imposto sobre a aplicação de capitais, e ainda o imposto predial urbano, sendo este tributado sobre os rendimentos obtidos de prédios urbanos.O sistema fiscal integra igualmente os impostos sobre o consumo, os direitos aduaneiros, os impostos diretos de propriedade (ex. o imposto sobre a transmissão de bens imóveis) e os impostos sobre sucessões e doações. Acresce a esta tabela o imposto de selo, nomeadamente aplicado sobre contratos (a maioria referentes ao sistema financeiro). No que diz respeito ao IDE, os impostos que incidem sobre este tipo de investimento são o imposto industrial (30%), o imposto de consumo tributado (entre 5% e 10%), os direitos aduaneiros (até 30%), o imposto de Sisa 810%), o imposto de selo (entre 1% e 4%) e o imposto sobre o rendimento de trabalho (entre 7% e 10%). 2 JOÃO EDUARDO, Análise comparativa do Imposto de Consumo em Angola e do Sistema de Imposto sobre o Valor Acrescentado na União Europeia, Coimbra,2018,p.26-28. 6 De um modo geral, as sociedades comerciais em Angola são caracterizadas por sociedades por quotas, anónimas e unipessoais, enquanto que as empresas multinacionais com residência em Angola realizam as suas operações através de sucursais ou filiais, gabinetes de representação e/ou consórcios. Esta atividade está diretamente relacionada com o volume de investimento estrangeiro no país e o seu impacto na economia nacional. A este ponto acrescem as limitações cambiais, impostas/controladas pelo Banco Nacional de Angola. No que diz respeito à circulação de capital, a lei permite que as pessoas residentes em Angola possam transportar consigo o equivalente a 15.000 USD ou em outra moeda, e os não residentes possam levar cerca de 10.000 USD ou o equivalente noutra moeda. De igual modo, é permitida a transferência para o exterior de 300.000 USD, sem qualquer restrição, desde que estes valores sejam originários de contratos que não excedam esse valor (todas as transferências que excedem esse valor ficam sujeitas ao crivo prévio do Banco Nacional de Angola3 CONCEITO DO IMPOSTO Segundo IBRAIMO, (2002) “imposto é uma prestação coactiva, pecuniária, definitiva e unilateral, estabelecida por lei, sem caracter de sanção, a favor do Estado, para realização de fins públicos. A definição acima citada pode ser discernida da seguinte forma: a) Prestação coactiva: imposta pelo Estado; b) Prestação pecuniária ou patrimonial: avaliável em dinheiro c) Prestação definitiva: sem direito a restituição, reembolso, retribuição ou indemnização; d) Prestação unilateral ou não sinalagmática: sem contraprestação específica, individual, imediata e directa (ao contrario da taxa, não dá ao devedor o direito de exigir qualquer contraprestação imediata); 3 ADALBERTO AMARAL, O Sistema Fiscal Angolano na Perspectiva de um Investimento Português,P.25-26. 7 e) Prestação estabelecida por lei: de acordo com o princípio da legalidade, isto é, todos os imposto devem ser estabelecidos por lei através da Assembleia da República, para o caso de Angola. f) Prestação sem caracter de sansão: sem fins sancionatórios g) Prestação a favor do Estado: em sentido muito amplo, equivalente aqui a qualquer entidade que exerça funções públicas;4 O IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO O IVA é um imposto com origem e desenvolvimento em França, fruto de fracassos e vitórias das reformas fiscais durante mais de 40 anos, resultante das experiências realizadas pelos franceses, conforme expressa Frenkel (1976 apud Balthazar: 2008: 245- 257). A adoção deste imposto teve, em primeira instância, como base as limitações orçamentais da época, cuja solução, em parte, passou por reformas conjunturais, promovidas num contexto económico, político e social conforme as exigências do período no país. Este foi tido como um instrumento privilegiado da retoma económica na altura. Para este autor, atribui-se o mérito e a paternidade deste imposto ao inspetor de Finanças e conselheiro técnico do Gabinete do Secretário de Estado de Finanças, Maurice Lauré. Este soube conjugar todos os elementos vindos da evolução do sistema de imposição do volume de negócios, construindo os contornos próximos do sistema hoje aplicado por todos os Estados membros da UE e a vários países pelo mundo fora. A noção e compreensão a respeito do IVA reporta-se ao conceito económico de valor acrescentado, decorrente da problemática de dupla contagem aquando da determinação do produto interno bruto (PIB) no contexto da contabilidade nacional, tendo como referência a distinção entre produto intermédio e produto final. Procede desta o caráter plurifásico do IVA, presente no decurso do processo produtivo e distribuição, tendo em vista a tributação do valor acrescentado em cada um dos estágios (Machado et al., 2015: 296-298, Sanches e Gama, 2010: 363-364). Este imposto veio a ser a principal alteração da tributação ao consumo, pois era considerado um imposto com uma estrutura inovadora na década de 1950. Tributava as transações em função do valor acrescentado. Esta era uma via de incorporação e 4 JOÃO AFONSO,Avaliação da Problemática do Reembolso do Imposto Sobre Rendimento de Pessoas Singulares- O Caso da UCM-Beira 2010-2012,Beira,2014,p.9-10. 8 integração no modelo de financiamento da atual UE (Sanches e Gama, 2010: 357-378). No geral, os motivos da implementação do IVA na Europa assentaram sob o ponto de vista da certeza jurídica que rodeava a aplicação da tributação indireta vigente nos Estados da UE, que, em grande escala, eram impostos monofásicos, sendo o imposto cobrado somente num único ponto do processo produtivo. Para o autor, era difícil definir quem era o produtor e a consequente distinção entre quem produzia as mercadorias e aqueles que intervinham no processo. Outro inconveniente encontrava-se na perspetiva da justiça da sua aplicação ou incidência, que visava somente a produção de bens, deixando de fora os serviços. Outra dificuldade prendia-se com a falta da neutralidade económica, que não impunha a dedutibilidade do imposto suportado pelos agentes económicos. A motivação advinha da necessidade de criar um imposto que resolvesse os inconvenientes ligados à harmonização fiscal e que garantisse o financiamento da integração regional (Sanches e Gama, 2010: 357-378). Outra das razões para a introdução de um imposto destes prendia-se com a necessidade de mitigar a falta de neutralidade relativamente à concorrência entre as empresas. Finalmente, procurava-se desenvolver um imposto que fosse eficaz no capítulo da angariação de receitas. Sublinha-se, de acordo com o autor supracitado, que as dificuldades que se impunham na introdução de um imposto do tipo IVA podiam ser de tipo objetivo e subjetivo. Poderiam ser encontradas nos elevados custos administrativos, tanto para os agentes económicos como para os agentes afetos à fiscalização. Consequentemente, destaca o autor, uma das desconfianças existentes consistia no controle da fraude fiscal, pois um imposto de caráter global, cuja base incorpora um sistema de liquidações e deduções, exige elevadas capacidades técnicas e financeiras, por parte dos sujeitos envolvidos, a fim de garantir a possibilidade de reembolso aos operadores económicos abrangidos pelo regime de deduções. Situação esta que pode ser mitigada pela boa racionalização do legislador e compensada pelo caráter de neutralidade económica, pelos ganhos na eficiência e equidade fiscal, advinda do facto de que, em princípio, no IVA, todos os operadores económicos estão sujeitos às mesmas obrigações. O autor sublinha ainda que, pelo caráter geral do IVA, havia também como dificuldade a desconfiança de aduzir elevadas cargas fiscais. Balthazar (2015: 256) enfatizou que,na visão de Lauré, um dos problemas que afetavam a boa aplicação do IVA consistia no 9 índice de preço e na desconfiança da administração no que diz respeito às escalas de preços demagógicas, e nos regimes particulares. Outra dificuldade que, de forma geral, tem persistido, aquando da adoção do IVA por qualquer país do mundo, tem que ver com as resistências, quer da parte do público em geral, quer dos operadores económicos em particular. Portanto, não se pode ficar à margem das experiências de outros países, dado que, na etapa introdutória do IVA, são observadas sempre certas incompreensões e manifestam-se algumas resistências por parte dos envolvidos. A adoção do IVA implica a desconfiança das alterações do preço relativo dos bens e dos serviços, por causa da cobertura objetiva do imposto e consequente agravamento dos preços, que os envolventes podem sentir de forma particular na fase de transição. Como é sabido, o IVA entrou em vigor em Portugal no dia 1 de janeiro de 1986, cujo respetivo código fora aprovado em 26 de dezembro pelo Decreto-lei n.º 394-B/84. Por força desta adesão à CEE Portugal tornou-se membro de pleno direito da CEE, atualmente UE (Lopes e Pinto, 2012: 15). Tal, veio alcançar com a Diretiva 77/388/CEE do Conselho, de Maio de 1977, que, no geral, é referida como Sexta Diretiva, uma verdadeira base de tributação uniforme de IVA a vigorar em todos os Estados-membros da UE (DGCI, 2009: 73). Segundo Lopes e Pinto (2012: 15), na sua base, estava a falência do antigo imposto geral sobre o consumo, isto é, o Imposto de Transações, que permitia facilmente a fraude e mostrava reduzida capacidade de gerar receita. Os impostos de consumo têm sido a maior fonte de receita fiscal em diversos países do mundo, como é o caso do IVA em França e Portugal (Martins, 2013: 67-84; Balthazar, 2008: 245-257). Conforme já expresso no decorrer deste estudo, o IVA abrange, na sua essência, uma base alargada de incidência, promove a neutralidade económica e estimula a modernização da máquina administrativa e fiscal, características estas que fizeram com que Portugal confiasse ao sistema fiscal da UE este tipo de imposto de matriz comunitária. O IVA é o imposto geral de consumo de bens e serviços cobrado em todas as etapas do circuito económico, do importador e/ou produtor ao consumidor final. Ou seja, tributa o consumo, as despesas, as prestações de serviço e as importações dos bens. Do ponto de vista económico, transfere a carga fiscal ou tributária do contribuinte de direito para o contribuinte de facto, que é o consumidor final. 10 No geral, o facto gerador do IVA está nas entregas dos bens e prestações de serviços e nas importações de produtos e/ou mercadorias, pelo que, na contraprestação total de cada fase da operação sujeita a imposto, está a base do IVA. Com efeito, embora seja plurifásica a sua essência, ele está desprovido do efeito em cascata, em razão de que cada operador comercial situado numa fase anterior em relação ao consumidor final tem, regra geral, o direito à dedução em seu nome ou direito ao reembolso do IVA transferido da fase anterior (DGCI, 2009: 73). Em suma, o IVA é um imposto que incide sobre a despesa e/ou consumo e tributa o valor acrescentado das transações efetuadas pelo contribuinte.5 TIPOS DE IMPOSTO IMPOSTOS DIRECTOS E INDIRECTOS Existem várias formas de classificação dos impostos, no entanto, a forma clássica usada na classificação dos mesmos e mais antiga é aquela que classifica os impostos em directos e indirectos, reais e pessoais, principais e acessórios, periódicos e de obrigação única, proporcionais, progressivos e degressivos. De acordo com (IBRAIMO, 2008), os impostos classificam-se de acordo com os seguintes critérios: a) CRITÉRIOS ECONÓMICOS Segundo o critério do modo de avaliação da capacidade tributária, consideram-se impostos directos àqueles que incidem sobre a matéria colectável (rendimento ou património) possuída ou obtida. Deste modo, serão impostos indirectos àqueles que incidem sobre o património ou rendimento utilizado (em consumo ou transferência da riqueza). b) CRITÉRIOS JURÍDICOS De acordo com este critério, serão considerados impostos directos, quando for possível determinar previamente os contribuintes, organizando um rol nominativo destes. 5 JOÃO EDUARDO, Análise comparativa do Imposto de Consumo em Angola e do Sistema de Imposto sobre o Valor Acrescentado na União Europeia, Coimbra,2018,p.53-56. 11 O imposto será directo quando essa possibilidade não existe, por o contribuinte não ser previamente conhecido. O critério de classificação dos impostos directos e indirectos usado pelo legislador moçambicano é o critério jurídico. A divisão dos impostos em directos e indirectos remonta aos fisiocratas (indivíduos defensores da fisiocracia). Para os fisiocratas, a terra era o único factor produtivo, pelo que, todos os impostos acabavam sempre por ser suportados pela terra, estabelecendo-se a partir daí, a distinção entre impostos directos, aqueles que tributavam a posse do solo ou o produto líquido da agricultura, e impostos indirectos todos os restantes que, tributando outras realidades, acabavam por indirectamente recair sobre a agricultura (VOUGA, 2011 apud SANTOS, 2003). Segundo VOUGA (2011), a distinção entre impostos directos e indirectos faz-se, essencialmente, com base em três critérios: o critério económico, o critério fiscal e o critério da avaliação. O critério económico baseia-se na repercussão do imposto. O imposto é directo se o sujeito sobre o qual incide, não puder repercutir para outrem o encargo do imposto. O critério fiscal ou administrativo assenta na diferente natureza do facto gerador. Os impostos directos incidem sobre fontes regulares e estáveis de rendimento, já os impostos indirectos incidem sobre factos intermitentes, acidentais ou transitórios que traduzem a mobilização ou o emprego de recursos financeiros. O critério da avaliação considera impostos directos, todos os que incidem sobre manifestações directas e imediatas de capacidade contributiva, como seja a posse de um património ou a obtenção de rendimento por parte dos sujeitos da relação de imposto. Serão indirectos os impostos cuja matéria tributável só é alcançada através da utilização do património ou do rendimento ou seja, através do consumo ou da transferência da propriedade.6 6 JOÃO AFONSO,Avaliação da Problemática do Reembolso do Imposto Sobre Rendimento de Pessoas Singulares- O Caso da UCM-Beira 2010-2012,Beira,2014,p.13-14. 12 IMPOSTOS REAIS E PESSOAIS Esta distinção tem sido acolhida em diversas convenções internacionais. Os impostos reais, também chamados de objectivos, atingem a matéria colectável directamente, isto é, sem levar em conta a situação económica do sujeito passivo e do seu agregado familiar. Os impostos pessoais, também chamados de subjectivos, atendem às condições pessoais do sujeito passivo. Os impostos pessoais, respeitam aos rendimentos das pessoas, neles se incluindo os rendimentos empresariais e profissionais quando exercidos em nome individual. Por ele tributa-se o rendimento global das pessoas singulares, pois só assim se pode avaliar a capacidade de pagamento individual e, consequentemente, tributar tomando em consideração os elementos reveladores da sua situação socioeconómica, tendo em conta o rendimento e as necessidades do individuo ou do agregado familiar, portanto, desta forma, pode-se dizer que os impostos pessoais, tributam as pessoas em função da sua riqueza (VOUGA, 2011).7 IMPOSTOS PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS Por vezes, sobre a matéria colectável ousobre a colecta de determinado imposto- imposto principal, recaem novos impostos- impostos acessórios, cobrados a favor do Estado ou outra pessoa colectiva. Se os impostos acessórios recaem sobre a colecta consideram-se adicionais, se recaem sobre a matéria colectável chama-se adicionamentos. IMPOSTOS PERIÓDICOS E DE OBRIGAÇÃO ÚNICA Os impostos de obrigação única incidem sobre factos ocasionais, que não se repetem com regularidade, como é o caso da Sisa, já que as transmissões de prédios ou outros bens a título oneroso não se repetem com frequência. Os impostos periódicos incidem sobre factos que se renovam com certa permanência, normalmente um ano. É o caso da contribuição predial ou do IRT- Imposto sobre o Rendimento do Trabalho, já que a situação do proprietário de um prédio ou de trabalhador se presume contínua. 7 JOÃO AFONSO,Avaliação da Problemática do Reembolso do Imposto Sobre Rendimento de Pessoas Singulares- O Caso da UCM-Beira 2010-2012,Beira,2014,p.15. 13 IMPOSTOS PROPORCIONAIS, PROGRESSIVOS E DEGRESSIVOS Consideram-se impostos proporcionais, aqueles cuja colecta do imposto varia na proporção da matéria colectável, sendo a taxa a aplicar sempre a mesma. O imposto é progressivo quando se eleva a sua taxa à medida que a matéria colectável aumenta. O imposto degressivo, é totalmente o oposto do progressivo, portanto, a sua taxa baixa na medida em que aumenta a matéria colectável.8 TIPOS DE IMPOSTOS QUE EXISTEM EM ANGOLA Na vertente da tributação do Sistema Fiscal Angolano, existem diversos impostos: Imposto sobre Rendimento, Consumo e Despesa, Património, Actividades mineira e Actividades Petrolífera. Rendimentos: A tributação de rendimento abrange o Imposto sobre Rendimento de Pessoas Singular, Imposto Industrial, e Imposto sobre a Aplicação de Capitais. A tributação do Consumo e Despesa está dividida em Imposto de Consumo e Imposto de Selo. No que concerne à tributação do património, está dividida em Imposto Predial Urbano Imposto de Sucessões e Doações e Sisa sobre as Transmissões de Imobiliários a Título Oneroso. As actividades mineiras e petrolíferas, são também objecto de tributação.9 IMPOSTO SOBRE RENDIMENTO IMPOSTO INDUSTRIAL O presente código do Imposto Industrial entrou em vigor em 1 de Janeiro de 2015, excepção ao regime transitório previsto no artigo 4º Lei n.º 19/14 de 22 de Outubro. 8 JOÃO AFONSO,Avaliação da Problemática do Reembolso do Imposto Sobre Rendimento de Pessoas Singulares- O Caso da UCM-Beira 2010-2012, op.cit.p.16. 9 MARIA FRANCISCO, A ReformaFiscal Angolana,Importância da Reforma para o Desenvolvimento Africano, op.cit.p.29. 14 Sem prejuízo do prescrito no n.º 1 no presente artigo, o regime de tributação autónoma previsto no artigo 17.º e no artigo 19.º n.º 2 e 3, ambos do presente código entraram em vigor a 1 de Janeiro de 2017. INCIDÊNCIAS - No que concerne a tributação do Imposto há que ter atenção que a incidência pode ser subjectiva (pessoal) e objectiva (real), a qual tem como fundamento a determinação dos sujeitos passivos, a quem a tributação do imposto é obrigatório, e os actos sujeitos a tributação. Relativamente ao disposto no nº 1 e 2 artigo 1.º do Código, a incidência objectiva ou real do imposto é sobre os lucros resultantes dos exercícios de qualquer actividade de natureza comercial ou industrial, ainda que acidentais. As empresas com sede fiscal no território nacional, quer as nacionais ou as de direito angolano, são tributadas pelos rendimentos obtidos em território angolano ou no estrangeiro. A noção do lucro real é dada pela diferença entre os rendimentos do exercício e os custos e perdas no mesmo período, apurado contabilisticamente e efectuadas as suas correcções fiscais. INCIDÊNCIA SUBJECTIVA - São sujeitos passivos do Imposto Industrial: As sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, as cooperativas, as fundações, as associações, fundos autónomos, empresas públicas e as demais pessoas colectivas de direitos públicos ou privado e entidade desprovidas de personalidade jurídica cujos rendimentos não sejam directamente tributáveis em Imposto Industrial, com sede ou direcção efectiva em Angola e pessoas colectivas com sede e direcção efectiva no estrangeiro mas com um estabelecimento estável no país.10 IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DO TRABALHO Com a Reforma Tributária em curso no país, foi procedido a revisão do Código do Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho, no qual foram eliminados alguns aspectos que estavam desactualizados face à actual realidade económica e social que ainda pertencia à era colonial. 10 MARIA FRANCISCO, A ReformaFiscal Angolana,Importância da Reforma para o Desenvolvimento Africano, op.cit.p.35. 15 A revisão actual abrange a continuidade de rendimentos em Grupos, designados: Grupo A incluindo os trabalhadores por conta de outrem; grupo B inclui-se os trabalhadores por conta por conta própria e no grupo C estão incluídos as actividades, comerciais e industriais, que presumivelmente faça parte da tabela dos lucros mínimo e que resultou na eliminação de algumas isenções, bem como a clarificação e desenvolvimento de algumas matérias incluídas no âmbito da sujeição do imposto referido. INCIDÊNCIA OBJECTIVAS OU REAL Nos termos do artigo 1 do CIRT, o Imposto sobre os Rendimento do Trabalho incide sobre os rendimentos por conta própria ou por conta de outrem, de natureza contratual ou não contratual, fixos ou variáveis, periódicos ou ocasionais obtidos em Angola independentemente da sua proveniência, local, moedas, residente ou não residente no país. O Imposto sobre o os Rendimentos do Trabalho por conta o própria é aplicável sem nenhuma diferenciação de tratamento dos profissionais nacionais ou estrangeiros. INCIDÊNCIA SUBJECTIVA São sujeitos passivos do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho pessoas singulares cujos rendimentos sejam obtidos por trabalhadores residentes ou não residentes, através de serviços prestados, directa ou indirectamente, a pessoa singulares ou colectivas, com domicílio, sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável no país, em conformidade com o artigo 4º CIRT.11 IMPOSTO SOBRE A APLICAÇÃO DE CAPITAIS (IAC) Imposto sobre a Aplicação de Capitais é regulado pelo Decreto Legislativo n.º2/14, de 20 de Outubro, em vigor desde o dia 19 de Novembro de 2014 . INCIDÊNCIAS INCIDÊNCIA OBJECTIVA No âmbito da interpretação da letra da lei, do artigo 1.º do IAC, A incidência real é sobre os rendimentos que tem como proveniência de simples aplicação de capitais e está dividida em duas secções: A e B. 11 MARIA FRANCISCO, A ReformaFiscal Angolana,Importância da Reforma para o Desenvolvimento Africano, op.cit.p.46. 16 INCIDÊNCIA SUBJECTIVA É sujeito passivo do IAC: SECÇÃO A – Pessoas titular dos respectivos rendimentos ou pelo devedor do respectivo rendimento SECÇÃO B – As Entidades que têm o direito da distribuição dos rendimentos sujeitos a tributação do IAC12. REGULAMENTO DO IMPOSTO DE CONSUMO O Imposto de Consumo na actual conjuntura económica é regulado pelo Decreto Legislativo presidencial n.º 3-A/14, de 21 de Outubro. INCIDÊNCIA De Acordo com a interpretação do Regulamento do Imposto de Consumo no artigo n.º1, a incidência objectiva recai sobre: a) A produção e importação de mercadorias, independentemente da sua origem; b) A arrematação ou vendas realizadas pelos serviços aduaneirosou outros quaisquer serviços públicos; c) A utilização de bens ou matérias-primas, fora do processo produtivo e que beneficiaram da desoneração de imposto; d) Consumo de água e energia e) Serviços de comunicações electrónicas e telecomunicações; f) Serviços de hotelarias e outras actividades a si conexas ou similares; g) Locação de áreas preparadas para recolha ou estacionamento colectivos de veículos; Locação; serviços de segurança privada, consultoria, fotografias, de revelação de filmes, e tratamentos de imagens, informática e de construção de página de internet, de turismo, gestão de estabelecimentos comerciais, refeitórios, dormitórios, imóveis e 12 MARIA FRANCISCO, A ReformaFiscal Angolana,Importância da Reforma para o Desenvolvimento Africano, op.cit.p.50. 17 condomínios: aluguer de viaturas, acessos ao espectáculos, ou eventos culturais, e de recepção de desporto.13 IMPOSTO DE SELO (IS) O Imposto de Selo é um imposto criado por Alvará 24 de Dezembro de 1960, está enquadrado na tributação de consumo e despesa. INCIDÊNCIAS INCIDÊNCIA OBJECTIVA – Imposto de Selo incide sobre os contratos, actos, documentos, títulos, operações e outros factos, nos termos previsto na tabela anexa a este código ou em leis especiais - Artigo 1.º Código de Imposto Selo. INCIDÊNCIA SUBJECTIVA – Na incidência subjectivas trata de nos indicar a pessoa na qual recai a responsabilidade da liquidação do imposto. No Imposto de selo há uma particularidade que nos obriga a prestar atenção, que nem sempre o sujeito passivo na qual tem a obrigação de entregar o imposto é a pessoa em que o encargo económico do imposto recai.14 IMPOSTO PREDIAL URBANO (IPU) O Imposto Predial Urbano na tributação angolano é regulado pelo Diploma Legislativo n.º 4044 – IPU, e pelo Decreto Legislativo Presidencial n.o 18/11, de 21 de Abril – LACIPU e ao CII. Resultou na revogação dos artigos 6.º, 7.º, 8.º, 9.º, 10.º, 11.º, 12.º, 13.º, 14.º, 15.º Na esfera da tributação do IPU, está divido em imposto indirecto (prédio arrendado) e imposto directo (prédio não arrendado). O imposto indirecto é tributado pelo recibo de pagamento do arrendamento e os imposto directo pelo usufruto do imóvel.15 13 MARIA FRANCISCO, A ReformaFiscal Angolana,Importância da Reforma para o Desenvolvimento Africano, op.cit.p.54. 14 MARIA FRANCISCO, A ReformaFiscal Angolana,Importância da Reforma para o Desenvolvimento Africano, op.cit.p.59. 15 MARIA FRANCISCO, A ReformaFiscal Angolana,Importância da Reforma para o Desenvolvimento Africano, op.cit.p.65. 18 CONCLUSÃO No entanto, posterior a abordagem acerca do Sistema Fiscal e a Noção de Imposto, concluímos que no geral, ao conjunto dos impostos vigentes, num certo espaço ou país, designa-se por sistema fiscal, segundo Catarino ele define o sistema fiscal como sendo a realidade relativa ao conjunto dos impostos em vigor e demais legislações reguladoras das condições da sua aplicabilidade concreta aos factos tributáveis. Vimos que uma das caraterísticas dos impostos é a Prestação unilateral ou não sinalagmática: sem contraprestação específica, individual, imediata e directa, ao contrario da taxa, não dá ao devedor o direito de exigir qualquer contraprestação imediata. O IVA é o imposto geral de consumo de bens e serviços cobrado em todas as etapas do circuito económico, do importador e/ou produtor ao consumidor final. Ou seja, tributa o consumo, as despesas, as prestações de serviço e as importações dos bens. Do ponto de vista económico, transfere a carga fiscal ou tributária do contribuinte de direito para o contribuinte de facto, que é o consumidor final. Podemos analisar aqueles que são os principais impostos existentes em Angola, : Imposto sobre Rendimento, Consumo e Despesa, Património, Actividades mineira e Actividades Petrolífera. Rendimentos: A tributação de rendimento abrange o Imposto sobre Rendimento de Pessoas Singular, Imposto Industrial, e Imposto sobre a Aplicação de Capitais. A tributação do Consumo e Despesa está dividida em Imposto de Consumo e Imposto de Selo. No que concerne à tributação do património, está dividida em Imposto Predial Urbano Imposto de Sucessões e Doações e Sisa sobre as Transmissões de Imobiliários a Título Oneroso. As actividades mineiras e petrolíferas, são também objecto de tributação. 19 BIBLIOGRAFIA MARIA FRANCISCO, A ReformaFiscal Angolana,Importância da Reforma para o Desenvolvimento Africano,Lisboa,2018. JOÃO EDUARDO, Análise comparativa do Imposto de Consumo em Angola e do Sistema de Imposto sobre o Valor Acrescentado na União Europeia, Coimbra,2018. ADALBERTO AMARAL, O Sistema Fiscal Angolano na Perspectiva de um Investimento Português . JOÃO AFONSO,Avaliação da Problemática do Reembolso do Imposto Sobre Rendimento de Pessoas Singulares- O Caso da UCM-Beira 2010-2012,Beira,2014.
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