Buscar

Leonardo(DTF)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DE BELAS 
FACULDADE DE DIREITO 
DIREITO TRIBUTÁRIO E FISCAL 
 
 
 
 
SISTEMA FISCAL E A NOÇÃO DE IMPOSTO 
IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO 
TIPOLOGIA DE IMPOSTOS 
 
 
 
 
Discente: Leonardo Da Costa Lobato Pires 
Docente: Arminda Gaspar Cosme 
 
 
 
 
 
 
UNIBELAS/2020 
 
 
UNIVERSIDADE DE BELAS 
FACULDADE DE DIREITO 
DIREITO TRIBUTÁRIO E FISCAL 
 
 
 
 
SISTEMA FISCAL E A NOÇÃO DE IMPOSTO 
IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO 
TIPOLOGIA DE IMPOSTOS 
 
 
 
 
 
Leonardo Da Costa Lobato Pires 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 1 
SISTEMA FISCAL ..................................................................................................................... 2 
SISTEMA FISCAL ANGOLANO EM DETALHE ................................................................. 5 
CONCEITO DO IMPOSTO ...................................................................................................... 6 
O IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO ........................................................... 7 
TIPOS DE IMPOSTO .............................................................................................................. 10 
IMPOSTOS DIRECTOS E INDIRECTOS ............................................................................ 10 
a) CRITÉRIOS ECONÓMICOS ..................................................................................... 10 
b) CRITÉRIOS JURÍDICOS ......................................................................................... 10 
IMPOSTOS REAIS E PESSOAIS ........................................................................................... 12 
IMPOSTOS PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS ......................................................................... 12 
IMPOSTOS PERIÓDICOS E DE OBRIGAÇÃO ÚNICA ................................................... 12 
IMPOSTOS PROPORCIONAIS, PROGRESSIVOS E DEGRESSIVOS........................... 13 
TIPOS DE IMPOSTOS QUE EXISTEM EM ANGOLA ..................................................... 13 
IMPOSTO SOBRE RENDIMENTO ...................................................................................... 13 
IMPOSTO INDUSTRIAL ........................................................................................................ 13 
INCIDÊNCIAS ...................................................................................................................... 14 
INCIDÊNCIA SUBJECTIVA .............................................................................................. 14 
IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DO TRABALHO .................................................... 14 
INCIDÊNCIA OBJECTIVAS OU REAL ........................................................................... 15 
INCIDÊNCIA SUBJECTIVA ........................................................................................................ 15 
IMPOSTO SOBRE A APLICAÇÃO DE CAPITAIS (IAC) ................................................. 15 
INCIDÊNCIAS ........................................................................................................................... 15 
INCIDÊNCIA OBJECTIVA. ............................................................................................... 15 
INCIDÊNCIA SUBJECTIVA ........................................................................................................ 16 
REGULAMENTO DO IMPOSTO DE CONSUMO ............................................................. 16 
INCIDÊNCIA ........................................................................................................................ 16 
IMPOSTO DE SELO (IS) ........................................................................................................ 17 
INCIDÊNCIAS ...................................................................................................................... 17 
INCIDÊNCIA OBJECTIVA ................................................................................................ 17 
INCIDÊNCIA SUBJECTIVA .............................................................................................. 17 
IMPOSTO PREDIAL URBANO (IPU) .................................................................................. 17 
CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 18 
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 19 
 
 
 
 
 
 
 
1 
INTRODUÇÃO 
 
No trabalho em questão nos debruçaremos sobre o Sistema Fiscal e a Noção de 
Imposto, O Sistema Fiscal encontra-se estabelecido na CRA no art.101º, que visa a 
satisfação das necessidades económicas, sócias e administrativas do estado e uma 
repartição justa dos rendimentos e da riqueza. Veremos o Sistema Fiscal Angolano que 
apresenta ainda uma estrutura cedular, constituída por um conjunto de normas e regimes 
jurídicos, quer consagradas constitucionalmente, quer esparsas em códigos e outras 
legislações avulsas sobre a matéria tributária. 
O imposto é uma prestação coactiva, pecuniária, definitiva e unilateral, estabelecida 
por lei, sem caracter de sanção, a favor do Estado, para realização de fins públicos. 
 Nos debruçaremos também sobre o Imposto do Valor Acresecentado (IVA), a sua 
origem, o seu conceito,etc. Este imposto veio a ser a principal alteração da tributação ao 
consumo, pois era considerado um imposto com uma estrutura inovadora na década de 
1950. Tributava as transações em função do valor acrescentado. A noção e compreensão 
a respeito do IVA reporta-se ao conceito económico de valor acrescentado, decorrente da 
problemática de dupla contagem aquando da determinação do produto interno bruto (PIB) 
no contexto da contabilidade nacional, tendo como referência a distinção entre produto 
intermédio e produto final. 
Apresentaremos ainda os tipos de Impostos, quer seja de um modo geral, quer seja, 
mais específico falando sobre aqueles que existem em Angola. Existem várias formas de 
classificação dos impostos, no entanto, a forma clássica usada na classificação dos 
mesmos e mais antiga é aquela que classifica os impostos em directos e indirectos, reais 
e pessoais, principais e acessórios, periódicos e de obrigação única, proporcionais, 
progressivos e degressivos. 
 Na vertente da tributação do Sistema Fiscal Angolano, existem diversos impostos: 
Imposto sobre Rendimento, Consumo e Despesa, Património, Actividades mineira 
e Actividades Petrolífera . 
 
 
 
 
 
2 
SISTEMA FISCAL 
 
Sistema Fiscal visa a satisfação das necessidades económicas, sócias e 
administrativas do estado e uma repartição justa dos rendimentos e da riqueza. Os 
impostos só podem ser criados, modificados e extintos por lei da Assembleia, que 
determina a sua incidência, taxas, benefícios fiscais e garantias dos contribuintes. 
O sistema fiscal angolano apresenta ainda uma estrutura cedular, constituída por 
um conjunto de normas e regimes jurídicos, quer consagradas constitucionalmente, quer 
esparsas em códigos e outras legislações avulsas sobre a matéria tributária, das quais se 
destacam os principais impostos: Imposto sobre Rendimento do Trabalho, Imposto 
Industrial, Imposto Sobre a Aplicação de Capitais, Imposto do Selo, Imposto Predial 
Urbano e o Imposto de Consumo. Este Sistema É constituído por duas grandes mudanças, 
a primeira abrange o período antes da independência de 1975, em que varias leis na área 
fiscal foi firmada, e que algumas leis continuam em vigor aos dias actuais, mais com 
algumas alterações na segunda fase pós-independência que abrange o período de 1975-
2010, em que resultou nas aprovações de algumas leis do Regime Geral e especial de 
Tributação que entraram em vigor em 2014 
Apesar de existiremalgumas alterações legislativas positivas e algumas melhorias 
no aparelho administrativo, o Sistema Fiscal, em particular, é igualmente, obsoleto, pois 
provém, no essencial do período colonial. Há uma profusão de diplomas avulsos e 
desconexos de épocas muito distintas, factos que contribui para a ineficiência do sistema. 
Por outro lado o Sistema Tributário, pode mesmo considerar-se como um obstáculo 
ao desenvolvimento, “exemplo: por não estar suficientemente configurado para atracção 
de investimento; a inexistência de convenções de dupla tributação reforça o seu carácter 
pouco atractivo; a justiça tributária não garante a necessária segurança” 
O sistema não obedece às modernas tendências da tributação que assentam no 
alargamento da base tributária e na diminuição das taxas e não exigente em relação à 
organização contabilística e documentadas médias empresas. 
No domínio da fiscalidade internacional, é evidente a ausências de acordos sobre 
dupla tributação que impulsionem o investimento e aprofundem as relações de 
cooperação empresarial com os países com quem Angola mantêm relações económicas 
mais estreitas. 
 
 
3 
Tendo em conta a necessidade de adoptar o país de um moderno sistema tributário 
capaz de dar resposta aos objectivos de política que lhe são constitucionalmente 
atribuídos e os desafios do desenvolvimento socioeconómico, através nomeadamente de 
políticas de fomento do desenvolvimento económico, de atracção do investimento e de 
promoção do emprego. 
O Sistema fiscal Angolano tem vindo a ser objecto de uma profunda reforma na 
Administração Tributária, no plano orgânico, no plano de recursos humanos e nos planos 
dos procedimentos administrativos e dos sistemas de informação e a necessidade de 
reformular o actual sistema da de justiça tributária.1 
O sistema tributário é, na verdade, mais abrangente que o sistema fiscal, pelo que a 
lei considera os impostos, as taxas e as contribuições especiais como tributo, conforme 
os Art.os 102.º, 103.º da CRA e 3.º e 4.º do CGT “Quando se fala de sistema fiscal tem-
se em vista apenas os impostos, sem incluir outros tipos de tributos” (Machado et al. 
(2015: 13). Na CRA, o seu Art.º 101.º, dispõe que: “o sistema fiscal visa satisfazer as 
necessidades financeiras do Estado e outras entidades públicas, assegurar a realização da 
política económica e social do Estado e proceder a uma justa repartição dos rendimentos 
e da riqueza nacional”. 
Para Catarino (2014: 450-474), “os impostos são, em larga medida, o preço por uma 
sociedade livre, assente nos valores fundamentais da igualdade, da dignidade, ou seja, dos 
direitos (e deveres), liberdades e garantias”, pelo que os impostos e os sistemas fiscais 
devem ser estruturados de maneira a assegurar o respeito por esses pressupostos 
fundamentais. Tais pressupostos estão consagrados pela Constituição política em 
conjunto com os princípios jurídicos como: “os princípios do consentimento; da 
legalidade fiscal; igualdade fiscal; da tributação segundo a capacidade contributiva; da 
segurança jurídica; da economia e da eficiência funcional; da justiça fiscal; da coerência, 
simplicidade, estabilidade e equidade fiscal” (Catarino, 2014: 474). Acrescenta Bird e 
Zolt (2005: 1-71), que os impostos são utilizados para diversos propósitos: encorajar ou 
desencorajar certos comportamentos, corrigir imperfeições de mercado, e efetuar a 
distribuição das riquezas de uma nação. 
No geral, ao conjunto dos impostos vigentes, num certo espaço ou país, designa-se 
por sistema fiscal. Catarino (2014: 428) define “o sistema fiscal como sendo a realidade 
 
1 MARIA FRANCISCO, A ReformaFiscal Angolana,Importância da Reforma para o Desenvolvimento 
 Africano,Lisboa,2018, p. 28-29. 
 
 
4 
relativa ao conjunto dos impostos em vigor e demais legislações reguladoras das 
condições da sua aplicabilidade concreta aos factos tributáveis”. Os principais objetivos 
de um sistema fiscal são: eficácia e eficiência na afetação de recursos; equidade na 
repartição de rendimentos e riqueza; e estabilidade e crescimento da atividade económica 
(Campos e Lázaro; 2005: 2). 
De acordo com Franco (2015: 201-207), considerando os critérios que respondem, 
de forma agrupável, quer ao nível de desenvolvimento, quer ao sistema socioeconómico, 
e conjugando todas as distintas características dos sistemas fiscais, podem encontrar-se 
na doutrina três tipologias de sistemas fiscais: “sistemas fiscais das economias capitalistas 
desenvolvidas; sistemas fiscais das economias subdesenvolvidas e […] sistemas fiscais 
das economias socialistas coletivas”. 
Musgrave (1973: 3) destaca que os sistemas fiscais persistem sob várias formas de 
organização económica e decompõe os sistemas fiscais em socialistas e capitalistas. O 
próprio autor divide os sistemas fiscais de países industrializados e sistemas fiscais dos 
países em desenvolvimento. Considerando os elementos característicos desta divisão, 
acima referenciada pelos vários autores, Angola enquadra-se no sistema fiscal de países 
em vias de desenvolvimento. 
Segundo Pereira (2014: 67-67), existem os sistemas fiscais de países 
industrializados, cujo nível de fiscalidade e/ou coeficiente fiscal se revela elevado, 
ponderado pela relação entre receitas fiscais e PIB; é um sistema alicerçado em vários 
impostos, no qual se reparte o peso entre eles; os impostos sobre os rendimentos das 
pessoas singulares são de enorme relevância através do nível de industrialização e da 
crescente urbanização, compensados pelo trabalho por conta de outrem, que estimulam 
fluxos de aplicações de capitais; possuem alto grau de sofisticação técnica e organizativa. 
De acordo com Bertrame (1976: 13 e ss.) e Musgrave (1976: 173), apud Santos 
(s.d.: 40-41), classificar sistemas fiscais não tem sido fácil para investigadores fiscais. 
A primeira RT angolana data de 1948-1950 e teve como objetivo ajustar o sistema 
fiscal à realidade da época, dado que era um sistema com base em impostos indígenas e 
´~não justos, e dependente dos direitos de importações; a segunda RT aconteceu em 1967-
1972 (Cruz e Santos, 1994: 24-36). Esta última teve em vista alterações profundas em 
sede de impostos diretos, evolução ou criação de impostos de produção e consumo, o 
atual IC. No último trimestre de 2014, publicou-se a principal legislação fiscal angolana 
no âmbito da recente e terceira RF, com o objetivo de diversificar as fontes de receitas 
 
 
5 
não-petrolíferas; modernizar o sistema fiscal ou tributário; alargar as bases de tributação; 
unificar a AT com a DNA e SNA, aprovada e decretada nos programas da LGERT, 
conforme Ferreira et al. (2015: 75-91), marcando, assim, até ao presente momento, a sua 
terceira reforma fiscal.2 
 
SISTEMA FISCAL ANGOLANO EM DETALHE 
 
 Quando se procura definir de forma mais exata o sistema fiscal e os seus objetivos, 
importa ter presente que os impostos se devem articular no sentido de responderem aos 
desafios da máquina do Estado. 
De acordo com Pereira (2011), os sistemas fiscais podem ser desenvolvidos de 
acordo com uma multiplicidade de critérios, tais como citérios sociopolíticos e critérios 
socioeconómicos. 
O sistema fiscal angolano é caracterizado por uma estrutura cedular, caracterizada 
pela existência de códigos de impostos para cada tipo de rendimento. Neste âmbito, é 
estabelecido uma previsibilidade específica do objeto do imposto, as normas para a sua 
qualificação e todo o processo de execução (distinção entre pessoas singulares ou 
coletivas). 
Atualmente, e de forma sucinta, é possível identificar os seguintes impostos no país: 
o imposto industrial, o imposto sobre o rendimento do trabalho, o imposto sobre a 
aplicação de capitais, e ainda o imposto predial urbano, sendo este tributado sobre os 
rendimentos obtidos de prédios urbanos.O sistema fiscal integra igualmente os impostos sobre o consumo, os direitos 
aduaneiros, os impostos diretos de propriedade (ex. o imposto sobre a transmissão de bens 
imóveis) e os impostos sobre sucessões e doações. Acresce a esta tabela o imposto de 
selo, nomeadamente aplicado sobre contratos (a maioria referentes ao sistema financeiro). 
No que diz respeito ao IDE, os impostos que incidem sobre este tipo de investimento 
são o imposto industrial (30%), o imposto de consumo tributado (entre 5% e 10%), os 
direitos aduaneiros (até 30%), o imposto de Sisa 810%), o imposto de selo (entre 1% e 
4%) e o imposto sobre o rendimento de trabalho (entre 7% e 10%). 
 
2 JOÃO EDUARDO, Análise comparativa do Imposto de Consumo em Angola e do Sistema de Imposto 
 sobre o Valor Acrescentado na União Europeia, Coimbra,2018,p.26-28. 
 
 
6 
De um modo geral, as sociedades comerciais em Angola são caracterizadas por 
sociedades por quotas, anónimas e unipessoais, enquanto que as empresas multinacionais 
com residência em Angola realizam as suas operações através de sucursais ou filiais, 
gabinetes de representação e/ou consórcios. Esta atividade está diretamente relacionada 
com o volume de investimento estrangeiro no país e o seu impacto na economia nacional. 
A este ponto acrescem as limitações cambiais, impostas/controladas pelo Banco Nacional 
de Angola. 
No que diz respeito à circulação de capital, a lei permite que as pessoas residentes 
em Angola possam transportar consigo o equivalente a 15.000 USD ou em outra moeda, 
e os não residentes possam levar cerca de 10.000 USD ou o equivalente noutra moeda. 
De igual modo, é permitida a transferência para o exterior de 300.000 USD, sem qualquer 
restrição, desde que estes valores sejam originários de contratos que não excedam esse 
valor (todas as transferências que excedem esse valor ficam sujeitas ao crivo prévio do 
Banco Nacional de Angola3 
CONCEITO DO IMPOSTO 
 
 Segundo IBRAIMO, (2002) “imposto é uma prestação coactiva, pecuniária, 
definitiva e unilateral, estabelecida por lei, sem caracter de sanção, a favor do Estado, 
para realização de fins públicos. 
A definição acima citada pode ser discernida da seguinte forma: 
a) Prestação coactiva: imposta pelo Estado; 
b) Prestação pecuniária ou patrimonial: avaliável em dinheiro 
c) Prestação definitiva: sem direito a restituição, reembolso, retribuição ou 
indemnização; 
d) Prestação unilateral ou não sinalagmática: sem contraprestação específica, 
individual, imediata e directa (ao contrario da taxa, não dá ao devedor o direito de exigir 
qualquer contraprestação imediata); 
 
3 ADALBERTO AMARAL, O Sistema Fiscal Angolano na Perspectiva de um Investimento 
 Português,P.25-26. 
 
 
7 
e) Prestação estabelecida por lei: de acordo com o princípio da legalidade, isto é, 
todos os imposto devem ser estabelecidos por lei através da Assembleia da República, 
para o caso de Angola. 
f) Prestação sem caracter de sansão: sem fins sancionatórios 
g) Prestação a favor do Estado: em sentido muito amplo, equivalente aqui a 
qualquer entidade que exerça funções públicas;4 
O IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO 
 
 O IVA é um imposto com origem e desenvolvimento em França, fruto de fracassos 
e vitórias das reformas fiscais durante mais de 40 anos, resultante das experiências 
realizadas pelos franceses, conforme expressa Frenkel (1976 apud Balthazar: 2008: 245-
257). A adoção deste imposto teve, em primeira instância, como base as limitações 
orçamentais da época, cuja solução, em parte, passou por reformas conjunturais, 
promovidas num contexto económico, político e social conforme as exigências do período 
no país. Este foi tido como um instrumento privilegiado da retoma económica na altura. 
Para este autor, atribui-se o mérito e a paternidade deste imposto ao inspetor de 
Finanças e conselheiro técnico do Gabinete do Secretário de Estado de Finanças, Maurice 
Lauré. Este soube conjugar todos os elementos vindos da evolução do sistema de 
imposição do volume de negócios, construindo os contornos próximos do sistema hoje 
aplicado por todos os Estados membros da UE e a vários países pelo mundo fora. 
A noção e compreensão a respeito do IVA reporta-se ao conceito económico de 
valor acrescentado, decorrente da problemática de dupla contagem aquando da 
determinação do produto interno bruto (PIB) no contexto da contabilidade nacional, tendo 
como referência a distinção entre produto intermédio e produto final. Procede desta o 
caráter plurifásico do IVA, presente no decurso do processo produtivo e distribuição, 
tendo em vista a tributação do valor acrescentado em cada um dos estágios (Machado et 
al., 2015: 296-298, Sanches e Gama, 2010: 363-364). 
Este imposto veio a ser a principal alteração da tributação ao consumo, pois era 
considerado um imposto com uma estrutura inovadora na década de 1950. Tributava as 
transações em função do valor acrescentado. Esta era uma via de incorporação e 
 
4 JOÃO AFONSO,Avaliação da Problemática do Reembolso do Imposto Sobre Rendimento de Pessoas 
 Singulares- O Caso da UCM-Beira 2010-2012,Beira,2014,p.9-10. 
 
 
8 
integração no modelo de financiamento da atual UE (Sanches e Gama, 2010: 357-378). 
No geral, os motivos da implementação do IVA na Europa assentaram sob o ponto de 
vista da certeza jurídica que rodeava a aplicação da tributação indireta vigente nos Estados 
da UE, que, em grande escala, eram impostos monofásicos, sendo o imposto cobrado 
somente num único ponto do processo produtivo. 
Para o autor, era difícil definir quem era o produtor e a consequente distinção entre 
quem produzia as mercadorias e aqueles que intervinham no processo. Outro 
inconveniente encontrava-se na perspetiva da justiça da sua aplicação ou incidência, que 
visava somente a produção de bens, deixando de fora os serviços. Outra dificuldade 
prendia-se com a falta da neutralidade económica, que não impunha a dedutibilidade do 
imposto suportado pelos agentes económicos. A motivação advinha da necessidade de 
criar um imposto que resolvesse os inconvenientes ligados à harmonização fiscal e que 
garantisse o financiamento da integração regional (Sanches e Gama, 2010: 357-378). 
Outra das razões para a introdução de um imposto destes prendia-se com a 
necessidade de mitigar a falta de neutralidade relativamente à concorrência entre as 
empresas. Finalmente, procurava-se desenvolver um imposto que fosse eficaz no capítulo 
da angariação de receitas. 
Sublinha-se, de acordo com o autor supracitado, que as dificuldades que se 
impunham na introdução de um imposto do tipo IVA podiam ser de tipo objetivo e 
subjetivo. Poderiam ser encontradas nos elevados custos administrativos, tanto para os 
agentes económicos como para os agentes afetos à fiscalização. 
Consequentemente, destaca o autor, uma das desconfianças existentes consistia no 
controle da fraude fiscal, pois um imposto de caráter global, cuja base incorpora um 
sistema de liquidações e deduções, exige elevadas capacidades técnicas e financeiras, por 
parte dos sujeitos envolvidos, a fim de garantir a possibilidade de reembolso aos 
operadores económicos abrangidos pelo regime de deduções. Situação esta que pode ser 
mitigada pela boa racionalização do legislador e compensada pelo caráter de neutralidade 
económica, pelos ganhos na eficiência e equidade fiscal, advinda do facto de que, em 
princípio, no IVA, todos os operadores económicos estão sujeitos às mesmas obrigações. 
O autor sublinha ainda que, pelo caráter geral do IVA, havia também como dificuldade a 
desconfiança de aduzir elevadas cargas fiscais. Balthazar (2015: 256) enfatizou que,na 
visão de Lauré, um dos problemas que afetavam a boa aplicação do IVA consistia no 
 
 
9 
índice de preço e na desconfiança da administração no que diz respeito às escalas de 
preços demagógicas, e nos regimes particulares. 
Outra dificuldade que, de forma geral, tem persistido, aquando da adoção do IVA 
por qualquer país do mundo, tem que ver com as resistências, quer da parte do público 
em geral, quer dos operadores económicos em particular. 
Portanto, não se pode ficar à margem das experiências de outros países, dado que, 
na etapa introdutória do IVA, são observadas sempre certas incompreensões e 
manifestam-se algumas resistências por parte dos envolvidos. A adoção do IVA implica 
a desconfiança das alterações do preço relativo dos bens e dos serviços, por causa da 
cobertura objetiva do imposto e consequente agravamento dos preços, que os envolventes 
podem sentir de forma particular na fase de transição. 
Como é sabido, o IVA entrou em vigor em Portugal no dia 1 de janeiro de 1986, 
cujo respetivo código fora aprovado em 26 de dezembro pelo Decreto-lei n.º 394-B/84. 
Por força desta adesão à CEE Portugal tornou-se membro de pleno direito da CEE, 
atualmente UE (Lopes e Pinto, 2012: 15). Tal, veio alcançar com a Diretiva 77/388/CEE 
do Conselho, de Maio de 1977, que, no geral, é referida como Sexta Diretiva, uma 
verdadeira base de tributação uniforme de IVA a vigorar em todos os Estados-membros 
da UE (DGCI, 2009: 73). 
Segundo Lopes e Pinto (2012: 15), na sua base, estava a falência do antigo imposto 
geral sobre o consumo, isto é, o Imposto de Transações, que permitia facilmente a fraude 
e mostrava reduzida capacidade de gerar receita. Os impostos de consumo têm sido a 
maior fonte de receita fiscal em diversos países do mundo, como é o caso do IVA em 
França e Portugal (Martins, 2013: 67-84; Balthazar, 2008: 245-257). 
Conforme já expresso no decorrer deste estudo, o IVA abrange, na sua essência, 
uma base alargada de incidência, promove a neutralidade económica e estimula a 
modernização da máquina administrativa e fiscal, características estas que fizeram com 
que Portugal confiasse ao sistema fiscal da UE este tipo de imposto de matriz comunitária. 
O IVA é o imposto geral de consumo de bens e serviços cobrado em todas as etapas 
do circuito económico, do importador e/ou produtor ao consumidor final. Ou seja, tributa 
o consumo, as despesas, as prestações de serviço e as importações dos bens. Do ponto de 
vista económico, transfere a carga fiscal ou tributária do contribuinte de direito para o 
contribuinte de facto, que é o consumidor final. 
 
 
10 
No geral, o facto gerador do IVA está nas entregas dos bens e prestações de serviços 
e nas importações de produtos e/ou mercadorias, pelo que, na contraprestação total de 
cada fase da operação sujeita a imposto, está a base do IVA. 
Com efeito, embora seja plurifásica a sua essência, ele está desprovido do efeito em 
cascata, em razão de que cada operador comercial situado numa fase anterior em relação 
ao consumidor final tem, regra geral, o direito à dedução em seu nome ou direito ao 
reembolso do IVA transferido da fase anterior (DGCI, 2009: 73). Em suma, o IVA é um 
imposto que incide sobre a despesa e/ou consumo e tributa o valor acrescentado das 
transações efetuadas pelo contribuinte.5 
 
TIPOS DE IMPOSTO 
IMPOSTOS DIRECTOS E INDIRECTOS 
 
Existem várias formas de classificação dos impostos, no entanto, a forma clássica 
usada na classificação dos mesmos e mais antiga é aquela que classifica os impostos em 
directos e indirectos, reais e pessoais, principais e acessórios, periódicos e de obrigação 
única, proporcionais, progressivos e degressivos. De acordo com (IBRAIMO, 2008), os 
impostos classificam-se de acordo com os seguintes critérios: 
 
a) CRITÉRIOS ECONÓMICOS 
 
Segundo o critério do modo de avaliação da capacidade tributária, consideram-se 
impostos directos àqueles que incidem sobre a matéria colectável (rendimento ou 
património) possuída ou obtida. Deste modo, serão impostos indirectos àqueles que 
incidem sobre o património ou rendimento utilizado (em consumo ou transferência da 
riqueza). 
b) CRITÉRIOS JURÍDICOS 
 
De acordo com este critério, serão considerados impostos directos, quando for 
possível determinar previamente os contribuintes, organizando um rol nominativo destes. 
 
5 JOÃO EDUARDO, Análise comparativa do Imposto de Consumo em Angola e do Sistema de Imposto 
 sobre o Valor Acrescentado na União Europeia, Coimbra,2018,p.53-56. 
 
 
11 
O imposto será directo quando essa possibilidade não existe, por o contribuinte não ser 
previamente conhecido. 
O critério de classificação dos impostos directos e indirectos usado pelo legislador 
moçambicano é o critério jurídico. 
A divisão dos impostos em directos e indirectos remonta aos fisiocratas (indivíduos 
defensores da fisiocracia). Para os fisiocratas, a terra era o único factor produtivo, pelo 
que, todos os impostos acabavam sempre por ser suportados pela terra, estabelecendo-se 
a partir daí, a distinção entre impostos directos, aqueles que tributavam a posse do solo 
ou o produto líquido da agricultura, e impostos indirectos todos os restantes que, 
tributando outras realidades, acabavam por indirectamente recair sobre a agricultura 
(VOUGA, 2011 apud SANTOS, 2003). 
Segundo VOUGA (2011), a distinção entre impostos directos e indirectos faz-se, 
essencialmente, com base em três critérios: o critério económico, o critério fiscal e o 
critério da avaliação. O critério económico baseia-se na repercussão do imposto. O 
imposto é directo se o sujeito sobre o qual incide, não puder repercutir para outrem o 
encargo do imposto. O critério fiscal ou administrativo assenta na diferente natureza do 
facto gerador. Os impostos directos incidem sobre fontes regulares e estáveis de 
rendimento, já os impostos indirectos incidem sobre factos intermitentes, acidentais ou 
transitórios que traduzem a mobilização ou o emprego de recursos financeiros. O critério 
da avaliação considera impostos directos, todos os que incidem sobre manifestações 
directas e imediatas de capacidade contributiva, como seja a posse de um património ou 
a obtenção de rendimento por parte dos sujeitos da relação de imposto. Serão indirectos 
os impostos cuja matéria tributável só é alcançada através da utilização do património ou 
do rendimento ou seja, através do consumo ou da transferência da propriedade.6 
 
 
 
 
 
 
 
6 JOÃO AFONSO,Avaliação da Problemática do Reembolso do Imposto Sobre Rendimento de Pessoas 
 Singulares- O Caso da UCM-Beira 2010-2012,Beira,2014,p.13-14. 
 
 
 
12 
IMPOSTOS REAIS E PESSOAIS 
 
Esta distinção tem sido acolhida em diversas convenções internacionais. Os 
impostos reais, também chamados de objectivos, atingem a matéria colectável 
directamente, isto é, sem levar em conta a situação económica do sujeito passivo e do seu 
agregado familiar. Os impostos pessoais, também chamados de subjectivos, atendem às 
condições pessoais do sujeito passivo. 
Os impostos pessoais, respeitam aos rendimentos das pessoas, neles se incluindo os 
rendimentos empresariais e profissionais quando exercidos em nome individual. Por ele 
tributa-se o rendimento global das pessoas singulares, pois só assim se pode avaliar a 
capacidade de pagamento individual e, consequentemente, tributar tomando em 
consideração os elementos reveladores da sua situação socioeconómica, tendo em conta 
o rendimento e as necessidades do individuo ou do agregado familiar, portanto, desta 
forma, pode-se dizer que os impostos pessoais, tributam as pessoas em função da sua 
riqueza (VOUGA, 2011).7 
IMPOSTOS PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS 
 
Por vezes, sobre a matéria colectável ousobre a colecta de determinado imposto- 
imposto principal, recaem novos impostos- impostos acessórios, cobrados a favor do 
Estado ou outra pessoa colectiva. Se os impostos acessórios recaem sobre a colecta 
consideram-se adicionais, se recaem sobre a matéria colectável chama-se 
adicionamentos. 
IMPOSTOS PERIÓDICOS E DE OBRIGAÇÃO ÚNICA 
 
Os impostos de obrigação única incidem sobre factos ocasionais, que não se 
repetem com regularidade, como é o caso da Sisa, já que as transmissões de prédios ou 
outros bens a título oneroso não se repetem com frequência. 
Os impostos periódicos incidem sobre factos que se renovam com certa 
permanência, normalmente um ano. É o caso da contribuição predial ou do IRT- Imposto 
sobre o Rendimento do Trabalho, já que a situação do proprietário de um prédio ou de 
trabalhador se presume contínua. 
 
7 JOÃO AFONSO,Avaliação da Problemática do Reembolso do Imposto Sobre Rendimento de Pessoas 
 Singulares- O Caso da UCM-Beira 2010-2012,Beira,2014,p.15. 
 
 
 
13 
IMPOSTOS PROPORCIONAIS, PROGRESSIVOS E 
DEGRESSIVOS 
 
 Consideram-se impostos proporcionais, aqueles cuja colecta do imposto varia na 
proporção da matéria colectável, sendo a taxa a aplicar sempre a mesma. 
O imposto é progressivo quando se eleva a sua taxa à medida que a matéria 
colectável aumenta. 
O imposto degressivo, é totalmente o oposto do progressivo, portanto, a sua taxa 
baixa na medida em que aumenta a matéria colectável.8 
TIPOS DE IMPOSTOS QUE EXISTEM EM ANGOLA 
 
 Na vertente da tributação do Sistema Fiscal Angolano, existem diversos impostos: 
Imposto sobre Rendimento, Consumo e Despesa, Património, Actividades mineira 
e Actividades Petrolífera. 
Rendimentos: A tributação de rendimento abrange o Imposto sobre Rendimento de 
Pessoas Singular, Imposto Industrial, e Imposto sobre a Aplicação de Capitais. 
A tributação do Consumo e Despesa está dividida em Imposto de Consumo e 
Imposto de Selo. 
No que concerne à tributação do património, está dividida em Imposto Predial 
Urbano Imposto de Sucessões e Doações e Sisa sobre as Transmissões de Imobiliários a 
Título Oneroso. 
As actividades mineiras e petrolíferas, são também objecto de tributação.9 
IMPOSTO SOBRE RENDIMENTO 
 
IMPOSTO INDUSTRIAL 
 O presente código do Imposto Industrial entrou em vigor em 1 de Janeiro de 2015, 
excepção ao regime transitório previsto no artigo 4º Lei n.º 19/14 de 22 de Outubro. 
 
8 JOÃO AFONSO,Avaliação da Problemática do Reembolso do Imposto Sobre Rendimento de Pessoas 
 Singulares- O Caso da UCM-Beira 2010-2012, op.cit.p.16. 
9 MARIA FRANCISCO, A ReformaFiscal Angolana,Importância da Reforma para o Desenvolvimento 
 Africano, op.cit.p.29. 
 
 
14 
Sem prejuízo do prescrito no n.º 1 no presente artigo, o regime de tributação 
autónoma previsto no artigo 17.º e no artigo 19.º n.º 2 e 3, ambos do presente código 
entraram em vigor a 1 de Janeiro de 2017. 
INCIDÊNCIAS - No que concerne a tributação do Imposto há que ter atenção 
que a incidência pode ser subjectiva (pessoal) e objectiva (real), a qual tem como 
fundamento a determinação dos sujeitos passivos, a quem a tributação do imposto é 
obrigatório, e os actos sujeitos a tributação. Relativamente ao disposto no nº 1 e 2 artigo 
1.º do Código, a incidência objectiva ou real do imposto é sobre os lucros resultantes dos 
exercícios de qualquer actividade de natureza comercial ou industrial, ainda que 
acidentais. 
As empresas com sede fiscal no território nacional, quer as nacionais ou as de direito 
angolano, são tributadas pelos rendimentos obtidos em território angolano ou no 
estrangeiro. 
A noção do lucro real é dada pela diferença entre os rendimentos do exercício e os 
custos e perdas no mesmo período, apurado contabilisticamente e efectuadas as suas 
correcções fiscais. 
INCIDÊNCIA SUBJECTIVA - São sujeitos passivos do Imposto Industrial: 
As sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, as cooperativas, as 
fundações, as associações, fundos autónomos, empresas públicas e as demais pessoas 
colectivas de direitos públicos ou privado e entidade desprovidas de personalidade 
jurídica cujos rendimentos não sejam directamente tributáveis em Imposto Industrial, 
com sede ou direcção efectiva em Angola e pessoas colectivas com sede e direcção 
efectiva no estrangeiro mas com um estabelecimento estável no país.10 
IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DO TRABALHO 
 
 Com a Reforma Tributária em curso no país, foi procedido a revisão do Código 
do Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho, no qual foram eliminados alguns aspectos 
que estavam desactualizados face à actual realidade económica e social que ainda 
pertencia à era colonial. 
 
10 MARIA FRANCISCO, A ReformaFiscal Angolana,Importância da Reforma para o Desenvolvimento 
 Africano, op.cit.p.35. 
 
 
15 
A revisão actual abrange a continuidade de rendimentos em Grupos, designados: 
Grupo A incluindo os trabalhadores por conta de outrem; grupo B inclui-se os 
trabalhadores por conta por conta própria e no grupo C estão incluídos as actividades, 
comerciais e industriais, que presumivelmente faça parte da tabela dos lucros mínimo e 
que resultou na eliminação de algumas isenções, bem como a clarificação e 
desenvolvimento de algumas matérias incluídas no âmbito da sujeição do imposto 
referido. 
INCIDÊNCIA OBJECTIVAS OU REAL 
 Nos termos do artigo 1 do CIRT, o Imposto sobre os Rendimento do 
Trabalho incide sobre os rendimentos por conta própria ou por conta de outrem, de 
natureza contratual ou não contratual, fixos ou variáveis, periódicos ou ocasionais obtidos 
em Angola independentemente da sua proveniência, local, moedas, residente ou não 
residente no país. 
O Imposto sobre o os Rendimentos do Trabalho por conta o própria é aplicável sem 
nenhuma diferenciação de tratamento dos profissionais nacionais ou estrangeiros. 
INCIDÊNCIA SUBJECTIVA 
São sujeitos passivos do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho pessoas 
singulares cujos rendimentos sejam obtidos por trabalhadores residentes ou não 
residentes, através de serviços prestados, directa ou indirectamente, a pessoa singulares 
ou colectivas, com domicílio, sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável no país, 
em conformidade com o artigo 4º CIRT.11 
IMPOSTO SOBRE A APLICAÇÃO DE CAPITAIS (IAC) 
Imposto sobre a Aplicação de Capitais é regulado pelo Decreto Legislativo n.º2/14, 
de 20 de Outubro, em vigor desde o dia 19 de Novembro de 2014 . 
INCIDÊNCIAS 
 
INCIDÊNCIA OBJECTIVA No âmbito da interpretação da letra da lei, do 
artigo 1.º do IAC, A incidência real é sobre os rendimentos que tem como proveniência 
de simples aplicação de capitais e está dividida em duas secções: A e B. 
 
 
 
11 MARIA FRANCISCO, A ReformaFiscal Angolana,Importância da Reforma para o Desenvolvimento 
 Africano, op.cit.p.46. 
 
 
16 
INCIDÊNCIA SUBJECTIVA 
 
É sujeito passivo do IAC: 
SECÇÃO A – Pessoas titular dos respectivos rendimentos ou pelo devedor do 
respectivo rendimento 
SECÇÃO B – As Entidades que têm o direito da distribuição dos rendimentos 
sujeitos a tributação do IAC12. 
REGULAMENTO DO IMPOSTO DE CONSUMO 
 
O Imposto de Consumo na actual conjuntura económica é regulado pelo Decreto 
Legislativo presidencial n.º 3-A/14, de 21 de Outubro. 
INCIDÊNCIA 
 
De Acordo com a interpretação do Regulamento do Imposto de Consumo no artigo 
n.º1, a incidência objectiva recai sobre: 
a) A produção e importação de mercadorias, independentemente da sua origem; 
b) A arrematação ou vendas realizadas pelos serviços aduaneirosou outros 
quaisquer serviços públicos; 
c) A utilização de bens ou matérias-primas, fora do processo produtivo e que 
beneficiaram da desoneração de imposto; 
d) Consumo de água e energia 
e) Serviços de comunicações electrónicas e telecomunicações; 
f) Serviços de hotelarias e outras actividades a si conexas ou similares; 
g) Locação de áreas preparadas para recolha ou estacionamento colectivos de 
veículos; 
Locação; serviços de segurança privada, consultoria, fotografias, de revelação de 
filmes, e tratamentos de imagens, informática e de construção de página de internet, de 
turismo, gestão de estabelecimentos comerciais, refeitórios, dormitórios, imóveis e 
 
12 MARIA FRANCISCO, A ReformaFiscal Angolana,Importância da Reforma para o Desenvolvimento 
 Africano, op.cit.p.50. 
 
 
17 
condomínios: aluguer de viaturas, acessos ao espectáculos, ou eventos culturais, e de 
recepção de desporto.13 
IMPOSTO DE SELO (IS) 
 
O Imposto de Selo é um imposto criado por Alvará 24 de Dezembro de 1960, está 
enquadrado na tributação de consumo e despesa. 
INCIDÊNCIAS 
INCIDÊNCIA OBJECTIVA – Imposto de Selo incide sobre os contratos, 
actos, documentos, títulos, operações e outros factos, nos termos previsto na tabela anexa 
a este código ou em leis especiais - Artigo 1.º Código de Imposto Selo. 
INCIDÊNCIA SUBJECTIVA – Na incidência subjectivas trata de nos 
indicar a pessoa na qual recai a responsabilidade da liquidação do imposto. 
No Imposto de selo há uma particularidade que nos obriga a prestar atenção, que 
nem sempre o sujeito passivo na qual tem a obrigação de entregar o imposto é a pessoa 
em que o encargo económico do imposto recai.14 
IMPOSTO PREDIAL URBANO (IPU) 
 
O Imposto Predial Urbano na tributação angolano é regulado pelo Diploma 
Legislativo n.º 4044 – IPU, e pelo Decreto Legislativo Presidencial n.o 18/11, de 21 de 
Abril – LACIPU e ao CII. Resultou na revogação dos artigos 6.º, 7.º, 8.º, 9.º, 10.º, 11.º, 
12.º, 13.º, 14.º, 15.º 
Na esfera da tributação do IPU, está divido em imposto indirecto (prédio arrendado) 
e imposto directo (prédio não arrendado). O imposto indirecto é tributado pelo recibo de 
pagamento do arrendamento e os imposto directo pelo usufruto do imóvel.15 
 
 
 
13 MARIA FRANCISCO, A ReformaFiscal Angolana,Importância da Reforma para o Desenvolvimento 
 Africano, op.cit.p.54. 
14 MARIA FRANCISCO, A ReformaFiscal Angolana,Importância da Reforma para o Desenvolvimento 
 Africano, op.cit.p.59. 
15 MARIA FRANCISCO, A ReformaFiscal Angolana,Importância da Reforma para o Desenvolvimento 
 Africano, op.cit.p.65. 
 
 
 
18 
CONCLUSÃO 
 
No entanto, posterior a abordagem acerca do Sistema Fiscal e a Noção de Imposto, 
concluímos que no geral, ao conjunto dos impostos vigentes, num certo espaço ou país, 
designa-se por sistema fiscal, segundo Catarino ele define o sistema fiscal como sendo a 
realidade relativa ao conjunto dos impostos em vigor e demais legislações reguladoras 
das condições da sua aplicabilidade concreta aos factos tributáveis. 
Vimos que uma das caraterísticas dos impostos é a Prestação unilateral ou não 
sinalagmática: sem contraprestação específica, individual, imediata e directa, ao contrario 
da taxa, não dá ao devedor o direito de exigir qualquer contraprestação imediata. 
O IVA é o imposto geral de consumo de bens e serviços cobrado em todas as etapas 
do circuito económico, do importador e/ou produtor ao consumidor final. Ou seja, tributa 
o consumo, as despesas, as prestações de serviço e as importações dos bens. Do ponto de 
vista económico, transfere a carga fiscal ou tributária do contribuinte de direito para o 
contribuinte de facto, que é o consumidor final. 
Podemos analisar aqueles que são os principais impostos existentes em Angola, : 
Imposto sobre Rendimento, Consumo e Despesa, Património, Actividades mineira 
e Actividades Petrolífera. 
Rendimentos: A tributação de rendimento abrange o Imposto sobre Rendimento de 
Pessoas Singular, Imposto Industrial, e Imposto sobre a Aplicação de Capitais. 
A tributação do Consumo e Despesa está dividida em Imposto de Consumo e 
Imposto de Selo. 
No que concerne à tributação do património, está dividida em Imposto Predial 
Urbano Imposto de Sucessões e Doações e Sisa sobre as Transmissões de Imobiliários a 
Título Oneroso. 
As actividades mineiras e petrolíferas, são também objecto de tributação. 
 
 
 
 
 
 
19 
BIBLIOGRAFIA 
 
 MARIA FRANCISCO, A ReformaFiscal Angolana,Importância da Reforma para 
 o Desenvolvimento Africano,Lisboa,2018. 
 
 JOÃO EDUARDO, Análise comparativa do Imposto de Consumo em Angola e do Sistema de 
 Imposto sobre o Valor Acrescentado na União Europeia, Coimbra,2018. 
 
 ADALBERTO AMARAL, O Sistema Fiscal Angolano na Perspectiva de um Investimento 
 Português 
. 
 JOÃO AFONSO,Avaliação da Problemática do Reembolso do Imposto Sobre Rendimento de 
 Pessoas Singulares- O Caso da UCM-Beira 2010-2012,Beira,2014.

Continue navegando