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Modelos Macroeconômicos: A nova Teoria Macroeconômica A crise de 29 é considerada um marco no estudo da Macroeconomia. A quebra do pensamento econômico vigente à época para uma nova abordagem, a Teoria Keynesiana. Após a 1ª Guerra Mundial, os EUA fazem um Plano de Reconstrução da Europa e passam a exportar produtos que antes eram produzidos na Europa. Com o aumento das suas exportações, o produto americano passa a crescer. PIB = C + I + G + (X – M). O crescimento de X eleva o PIB. Com o aumento do PIB, temos uma maior geração de emprego, o que gera aumento da renda. Consequentemente, aumenta-se o consumo. O nascimento da nova Teoria Macroeconômica Com o aumento das exportações, e consequentemente do produto americano, os EUA passam a ser um dos países mais prósperos do mundo. No entanto, com a recuperação da Europa, cada vez mais os países europeus substituíam o que antes era importado dos EUA, pelo que estava sendo produzido em seu continente. Logo, as exportações americanas diminuíram. No entanto, isso não preocupava os EUA. O nascimento da nova Teoria Macroeconômica A economia americana estava envolvida pela Teoria Clássica, que versava que a Oferta cria a sua demanda, a chamada Lei de Say. Dessa forma, nada foi feito para absorver o excedente de produção. Com a queda das exportações, as empresas não diminuíram a produção. Ou mantiveram constante ou aumentaram a produção, o que levou a economia americana a formar cada vez mais estoques. Consequências: geração de custos e queda na receita, gerando uma redução nos lucros das empresas. De 1929 à 1936, nada é feito para barrar a crise. Contraponto Em contraponto à Teoria Clássica, surge a Teoria Keynesiana. Caracteriza por preocupar-se mais com políticas de estabilização da economia a curto prazo, principalmente com a questão do desemprego, que era o problema principal nos anos 30, quando foi escrito o livro TEORIA GERAL DO EMPREGO, DO JURO E DA MOEDA, de Keynes. Modelo Keynesiano Modelo Keynesiano A Teoria Keynesiana: Hipóteses DA = C + I + G + (X – M) Seguindo essa identidade, a proposta de Keynes é mostrar a importância do governo como agente econômico. Por meio do aumento dos gastos governamentais, será gerado um aumento da produção que irá gerar emprego, contribuindo para o aumento do produto. Nessa perspectiva que Keynes contribui para a saída da crise gerada em 29. Oferta agregada potencial x Oferta agregada efetiva Antes de deduzirmos o gráfico da Oferta Agregada, é necessário distinguir OA potencial e OA efetiva. Oferta agregada potencial: Trata-se da produção máxima da economia, quando os fatores de produção estão plenamente empregados. Já a Oferta agregada efetiva é a produção que está sendo efetivamente colocada no mercado, o que pode ocorrer sem que os fatores de produção estejam sendo plenamente empregados. Esses dois conceitos serão iguais quando todos os fatores estiverem sendo plenamente empregados. Modelo Keynesiano: Oferta Agregada Supondo um aumento na Demanda Agregada, três situações são possíveis. A: Havendo desemprego de recursos, a produção aumenta e os preços permanecem constantes (sem inflação). B: Aumentar os preços, sem aumentar a produção física, pois os recursos estão plenamente empregados. C: Aumentar tanto os preços quanto a produção (Situação intermediária, alguns setores estariam em pleno emprego e outros não). Modelo Keynesiano Curva de Oferta Agregada de Bens e Serviços (OA): Quantidade de bens e serviços que os produtores estão dispostos a colocar no mercado. A Oferta Agregada é igual ao produto real (Y). Modelo Keynesiano A Teoria Keynesiana: Hipóteses Equilíbrio com desemprego de recursos produtivos O modelo supõe que a economia pode estar em equilíbrio mesmo com recursos produtivos desempregados, ou seja, mesmo sem estar produzindo a máxima capacidade produtiva. Isso pode ocorrer porque a demanda pode estar completamente atendida, mesmo a economia produzindo em capacidade ociosa. A Teoria Keynesiana: Hipóteses Equilíbrio com desemprego de recursos produtivos Uma das consequências da economia operar em desemprego é o nível geral de preços constante. Como existem recursos produtivos desempregados, uma expansão do nível de demanda agregada não irá gerar aumento de preços. A Teoria Keynesiana: Hipóteses Curto Prazo – Fatores de produção são fixos Supõe-se que o estoque de fatores de produção (mão de obra, capital e tecnologia) não se altera no curto prazo, são fixas, apenas modifica-se o grau de utilização desse estoque. Por exemplo, pode existir um "estoque" de 50 milhões de trabalhadores, mas 10% não estão empregados. O objetivo fundamental da política macroeconômica é a criação de empregos para esses 10%, a curto prazo. A Teoria Keynesiana: Hipóteses A curva de oferta agregada é fixa no curto prazo A oferta agregada de bens e serviços (OA) é o valor total da produção de bens e serviços finais colocados à disposição da coletividade num dado período. É o próprio produto real, ou PIB. A oferta agregada varia em função da disponibilidade de fatores de produção: mão de obra, estoque de capital e nível de tecnologia. A Teoria Keynesiana: Hipóteses No gráfico, de y0 para y1, a curva de OA permanece fixa, embora a quantidade produzida (o nível de renda) varie, devido à maior utilização do estoque de fatores de produção; ou seja, não há deslocamento da curva, mas movimentos ao longo da curva de OA.. A Teoria Keynesiana: Hipóteses No curto prazo, apenas a demanda agregada provoca variações no nível de equilíbrio da renda nacional Essa é o Princípio da Demanda Efetiva. Como sabemos, no curto prazo a oferta agregada é fixa, ela não se altera devido a limitação dos recursos. Assim, no curto prazo qualquer alteração do emprego ou produto, será gerado por variações da demanda agregada. Esse princípio contradiz a Lei de Say. A Teoria Keynesiana: Hipóteses Agora que já conhecemos a demanda agregada, oferta agregada e hipóteses do Modelo Keynesiano, vamos determinar as relações entre as variáveis econômicas em nível agregado, analisando como as políticas econômicas podem alterá-las. Serão analisados o comportamento das variáveis Consumo, Poupança, Investimento, Impostos, Gastos do Governo, Exportações e Importações. Modelo Keynesiano: Comportamento das Variáveis Macro Função consumo (C): o consumo agregado é função crescente do nível de renda nacional (Y). O modelo mais simples supõe o consumo como uma função linear. Onde: a = consumo autônomo (independe da renda) b = propensão marginal a consumir, onde 0 < b < 1. Segundo a Lei psicológica fundamental de Keynes, a PMgC é positiva, mas inferior a um. A propensão marginal a consumir (PMgC) é o acréscimo de consumo, dado a um acréscimo na renda nacional. Modelo Keynesiano: Comportamento das Variáveis Macro C f Y C a by Função poupança (S): é a parcela da renda nacional não consumida, em dado período de tempo. S = y – C sabemos que C = a + by e portanto: S = -a + (1 - b)y onde (1 – b) = propensão marginal a poupar (Acréscimo da poupança agregada, dado um acréscimo da renda nacional) Modelo Keynesiano: Comportamento das Variáveis Macro Como PMgS = 1 – b. Logo: PMgS + PMgC = 1 Dada a função consumo C = 10 + 0,8y. Determine a PMgC e PMgS. Modelo Keynesiano: Comportamento das Variáveis Macro Função investimento (I): bens que visam a aumentar a produção futura. É também conhecido como Formação Bruta de Capital Fixo. O investimento pode ser entendido de duas maneiras na macroeconomia: Investimento visto como elemento da demanda agregada: é a fase em que gasta-se apenas com instalações, equipamentos, etc, antes do investimento maturar e resultar em acréscimosde produção; Investimento visto como elemento da oferta agregada: ocorre quando aumenta a capacidade produtiva, após a maturação do investimento. Modelo Keynesiano: Comportamento das Variáveis Macro Hipóteses: A curto prazo, o investimento afeta apenas a demanda agregada; O investimento é autônomo ou independente da renda nacional. No modelo básico, supõe-se que o investimento não dependa da renda nacional. Ele dependerá por exemplo, de taxas de juros, disponibilidade de crédito, etc. Modelo Keynesiano: Comportamento das Variáveis Macro Função gastos do governo (G): os gastos do governo são autônomos em relação à renda nacional Os gastos do governo são considerados uma variável determinada institucionalmente, ou seja, dependem dos objetivos de política econômica. Eles são determinados pelas outras variáveis, mas as determinam. G = constante Modelo Keynesiano: Comportamento das Variáveis Macro Função impostos ou tributação (T): no modelo simplificado a tributação é autônoma, ou seja, não é induzida pela renda nacional: T = constante Com a adição da tributação no modelo, a função consumo e poupança mudarão Neste caso a nova função consumo será: C = a + b (y – T) ou a – byd onde yd = renda disponível Já a função poupança será: S = - a + (1 – b)Yd ou S = - a + [(1- b )( y – T)] Modelo Keynesiano: Comportamento das Variáveis Macro Função exportação (X) e importação (M): são variáveis autônomas em relação a renda nacional (modelo simplificado): X = constante M = constante Modelo Keynesiano: Comportamento das Variáveis Macro Estabelecidas as hipóteses sobre as variáveis C, S, I, G, T, X e M, sabemos como a demanda agregada se comporta no modelo Keynesiano básico. DA = C + I + G + X – M Como C é uma função crescente à renda e as demais são constantes. Segue então que a função DA é crescente em relação à renda nacional. Modelo Keynesiano: Comportamento das Variáveis Macro 1. A renda de equilíbrio ocorre quando OA = DA e não necessariamente é a renda de pleno emprego; 2. Decorre do exposto em (1) que o equilíbrio não indica necessariamente algo desejável, pois pode estar existindo um grande volume de recursos não empregados; 3. É um equilíbrio macroeconômico esperado, planejado (ex ante), e não o equilíbrio efetivo (ex post). A renda de equilíbrio é determinada de duas maneiras: • Igualando oferta e demanda agregada de bens e serviços • Igualando vazamentos e injeções ao fluxo de renda Modelo Keynesiano: Equilíbrio Algebricamente a determinação do equilíbrio ocorre quando: OA = DA Oferta Agregada = Y Demanda Agregada = C + I + G + X – M Logo, a condição de equilíbrio é: Y = C + I + G + X – M Modelo Keynesiano: Equilíbrio Modelo Keynesiano: Equilíbrio Exemplo: Calcule a Renda de Equilíbrio Consumo de Equilíbrio Poupança de Equilíbrio Para os seguintes dados: C = 20 + 0,75 (y- T) I = 20 G = 25 T = 25 X = 30 M = 15 Modelo Keynesiano: Exercícios Considerando o Modelo Keynesiano Simples de determinação da renda, calcule a Renda, Consumo e Poupança de Equilíbrio para os seguintes dados: C = 40 + 0,4 (y- T) I = 60 G = 45 T = 30 X = 50 M = 20 Modelo Keynesiano: Exercícios Considerando os vazamentos e injeções no sistema econômico, calcule a renda¸consumo e poupança de equilíbrio para os seguintes dados: S = -35 + 0,6 (y- T) I = 40 G = 35 T = 35 X = 40 M = 25 Modelo Keynesiano: Exercícios Modelo Keynesiano: Modelo Básico supondo investimentos, impostos e importações induzidos pela Renda Nacional I = Io + Iy; sendo I a propensão marginal a investir T = To + Ty; sendo T a propensão marginal a tributar M = Mo + My, sendo M a propensão marginal a importar Exemplo: C= 20+ 0,8(y – T) I= 20 + 0,2 y T= 25 + 0,1 y M = 25 + 0,2y G = 25 X = 30 Renda de equilíbrio? Consumo de equilíbrio? Poupança de equilíbrio? Investimento de equilíbrio? Impostos de equilíbrio? Importações de equilíbrio ? Hipóteses do multiplicador: • O processo é iniciado por uma variação autônoma da DA, ou seja, um deslocamento da DA devido à variação autônoma de algum de seus elementos (C, I, G, X, M); • O funcionamento do multiplicador supõe uma economia em desemprego; • O multiplicador tem um efeito perverso: assim como a renda aumenta em um múltiplo, para aumentos da DA, o contrário também é válido. Modelo Keynesiano: Hipóteses do Modelo Keynesiano Básico (Multiplicador Keynesiano de Gastos) Modelo Keynesiano: Os efeitos do Multiplicador na Renda de equilíbrio Para os seguintes dados a Renda de Equilíbrio (Y) é 245: C = 20 + 0,75 (y- T) I = 20 G = 25 T = 25 X = 30 M = 15 Agora, se o I passar de 20 para 30, a renda de equilíbrio passa de 245 para 285. Ou seja, uma variação de 10 no investimento levou a uma variação de 40 na renda. O valor 4 é o multiplicador keynesiano, que é a variação no nível de renda nacional, dada uma variação autônoma na demanda agregada. Modelo Keynesiano: Hipóteses do Modelo Keynesiano Básico (Multiplicador Keynesiano de Gastos) Fórmula do multiplicador (Modelo Simplificado): k = 1 1- b onde k = multiplicador de gastos Assim, qualquer mudança nos gastos autônomos (C, I, G, X, M) implicará em uma mudança no nível de renda (Y) dado pelo multiplicador. Boa noite! Começaremos nossa aula em instantes! Por favor, desliguem o microfone. Modelo Keynesiano: Hipóteses do Modelo Keynesiano Básico (Multiplicador Keynesiano de Gastos) 1. Numa economia fechada e sem governo, são dados: I – a função consumo, pela equação: C = 20 + 0,90Y, sendo Y o nível de renda; e II – o nível de investimento (autônomo) = 60 Se o produto de pleno emprego for 900, o aumento do nível de investimento necessário para que a economia esteja equilibrada com pleno emprego será: a) 40 b) 30 c) 15 d) 10 . Modelo Keynesiano: Hipóteses do Modelo Keynesiano Básico (Multiplicador Keynesiano de Gastos) Fórmula do multiplicador (Modelo Simplificado): k = 1 1- b onde k = multiplicador de gastos ∆Y = 1/1-b x ∆I Assim, qualquer mudança nos gastos autônomos (C, I, G, X, M) implicará em uma mudança no nível de renda (Y) dado pelo multiplicador. Modelo Keynesiano: Hipóteses do Modelo Keynesiano Básico (Multiplicador Keynesiano de Gastos) 1. Numa economia fechada e sem governo, são dados: C = 20 + 0,90y; I = 60; Yp = 900 Δ Y = 20+0,90Y + 60 Y – 0,90Y = 80 0,1Y = 80 Y = 800 ΔY = Yp – Y > Δ Y = 900 – 800 > ΔY = 100 ∆Y = 1/1-b x ∆I 100 = 1/1-0,9 X ∆I 100 = 10∆I -10 ∆I = -100 (-1) ∆I = 10 Modelo Keynesiano: Hipóteses do Modelo Keynesiano Básico (Multiplicador Keynesiano de Gastos) 2. Em um modelo keynesiano simples, se a propensão marginal a consumir for 50% e houver um aumento de $ 200 milhões na demanda por investimento, a expansão do produto nacional será: ∆Y = I/1-b x ΔI ∆Y = 1/1-0,5 X 200 ∆Y = 2X200 ∆Y = 400 Δ Considerando o Modelo Keynesiano Simples de determinação da renda, calcule a Renda, Consumo e Poupança de Equilíbrio para os seguintes dados: C = 20 + 0,5 (Y- T) I = 40 G = 35 T = 20 X = 10 M = 30 Y = 20 + 0,5(Y-20) + 40 + 35 +(10 – 30) Y = 20 + 0,5Y – 10 + 40 + 35 – 20 Y = 0,5Y + 65 Y – 0,5Y = 65 Y = 130 C = 20 + 0,5 (130 – 20) C = 20 + 0,5 X 110 C = 20 + 55 C = 75 S = - 20 + 0,5 (130 – 20) S = 35 Modelo Keynesiano: Exercícios O que é Princípio da Demanda Efetiva? Por que se contrapõe com o Modelo Clássico? Represente graficamente esta diferença. (gráfico da curva de OA) ye Modelo Keynesiano: Exercícios OA OA DA Ye Yp p p1 DA Yp p1 p2 Y1 O que é Princípio da Demanda Efetiva? Por que se contrapõe com o Modelo Clássico? Represente graficamente esta diferença. (gráfico da curvade OA) Modelo Keynesiano: Exercícios Modelo Keynesiano: Exercícios ESAF/ AFC-STN – 2000 - Considerando o modelo de oferta e demanda agregada, podemos afirmar que: Modelo Keynesiano: Exercíciose Modelo Keynesiano: Exercíciose C = a + by C = 100 + 0,8Y Y = 100 + 0,8Y + 150+ 80 + (50 – 30) Y = 350 + 0,8Y 0,2Y = 350 Y = 1750 C = 100 + 0,8Y Y = 100 + 0,8Y + 150 + 80 + (50 – 30) Y = 1750 Modelo Keynesiano: Hipóteses do Modelo Keynesiano Básico (Multiplicador Keynesiano de Gastos) 1. (Vasconcellos – 2002)São fatores que contribuem para a elevação do produto real na economia, de acordo com o pensamento keynesiano: a) Redução do déficit governamental, tudo o mais constante. b) Redução de barreiras alfandegárias às importações de bens e serviços. c) Maiores gastos do governo, maior poupança interna e menores níveis de tributação, por induzirem a maior demanda agregada. d) Maiores exportações e menores importações de bens e serviços, menor tributação, enquanto a economia se encontrar em nível baixo do pleno emprego dos fatores.. Modelo Keynesiano: Hipóteses do Modelo Keynesiano Básico (Multiplicador Keynesiano de Gastos) 2. (UFU) Em um modelo keynesiano simples de determinação da renda de equilíbrio, toda vez que o investimento autônomo sofrer um aumento, a renda nacional subirá por um múltiplo desse aumento. Essa expansão da renda variará: a) Em relação direta com a propensão marginal a consumir.. b) Em relação direta com propensão marginal a poupar. c) De acordo com a taxa de juros de longo prazo. d) Em relação inversa com a propensão marginal a consumir. Modelo Keynesiano: Hipóteses do Modelo Keynesiano Básico (Multiplicador Keynesiano de Gastos) 3. (Vasconcellos - 2002)No modelo Keynesiano simples, assinale a alternativa errada: a) Para que haja equilíbrio, a soma dos vazamentos deve ser igual à das injeções. b) Para que haja equilíbrio, a oferta agregada deve igualar a demanda agregada. c) Renda de equilíbrio não é o mesmo que renda de pleno emprego. d) Todas as alternativas anteriores estão incorretas.. S+T+M = I+G+X