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Uso da pele de Tilápia para curar queimaduras graves

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Uso da pele de Tilápia para curar queimaduras graves
 A pele de tilápia age como um curativo para queimaduras de 2º e 3º grau e o seu uso acelera o processo de cicatrização além de diminuir a dor do paciente. A tilápia funciona como um curativo biológico. Isso faz com que haja uma redução de quase 90% no risco de infecção, mas sobretudo uma grande redução da dor que é bem característica no tratamento das queimaduras. Por enquanto, mais de 350 pessoas já foram beneficiadas com o procedimento no Brasil, o método é muito mais eficiente do que um curativo feito com pomada e cremes, que precisam ser trocados constantemente, e além de causar dor, podem requerer o uso de anestésicos, elevando ainda mais o preço do tratamento.
 A pele de tilápia tem efeito de cicatrização mais rápido e não necessita de tantas trocas, já que o colágeno interage com a ferida da queimadura facilitando o processo de cicatrização. E, como a pele da tilápia adere completamente à área queimada, isso evita a contaminação externa e a perda de líquido e proteína, que desidrata o paciente.
 Hoje, a linha de pesquisa com a pele de tilápia tem a participação de 189 colaboradores distribuídos em sete estados e outros seis países: Estados Unidos, Alemanha, Holanda, Colômbia, Guatemala e México. O material biológico é objeto de 43 projetos de pesquisa conduzidos dentro e fora do Brasil.
Como a pele de Tilápia é preparada 
 Antes de ser utilizada, a pele do peixe é submetida a um processo de limpeza em que são retirados as escamas, o tecido muscular, as toxinas e o odor característico do peixe. Depois, é estirada em uma prensa e cortada em tiras de 10 cm por 20 cm. O resultado é um tecido flexível, similar à pele humana, E quando seca, ela é facilmente retirada da região afetada. As tiras de pele são armazenadas em um congelador a uma temperatura entre 2 e 4 graus Celsius por no máximo dois anos.
Uso da pele de Tilápia no SUS
 Uma técnica simples, barata e menos dolorosa para o tratamento de queimaduras de segundo e terceiros graus poderá ser incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS), cerca de 97% dos queimados são tratados pelo SUS. Atualmente, os hospitais públicos usam pele de cadáver para recuperação inicial desses pacientes. A pele de tilápia poderá ser empregada na fase de cicatrização das feridas. 
 O ministério informou ainda que não há procedimento disponível, o procedimento está em fase de avaliação pela Anvisa e passa por estudos nessa fase experimental.
Testes de uso 
 Joyce Santos foi a primeira paciente a usar a pele de tilápia. Ela teve 15% do corpo queimado com água fervente no dia 16 de dezembro.
“Eu não senti dor nenhuma. Depois que foi cicatrizando, só coçou muito”, disse a paciente.
 Bruno Conceição se queimou quando trabalhava na cozinha de um restaurante. O acidente aconteceu no dia 5 de janeiro e no dia 9 ele recebeu outro curativo de tilápia.
“Eu estou achando maravilhoso. Foi rápido e deu para voltar a trabalhar”, contou Bruno.
 
Testes em animais vítimas de queimadas na Califórnia 
 Nos Estados Unidos por exemplo, a técnica tem sido usada para queimaduras, porém em animais. Recentemente médicos veterinários do California Department of Fish and Wildlife (CDFW), departamento responsável por administrar os recursos naturais da fauna e flora do estado da Califórnia, usaram a pele de tilápia de forma experimental para o tratamento de queimaduras em animais.
 O primeiro uso foi em leões resgatados após o “Thomas Fire”, incêndio de grandes proporções que atingiu o sul da Califórnia, em dezembro de 2017. A pele de tilápia esterilizada foi suturada na pata dos animais para cobrir o tecido queimado. Muito embora os leões possam acabar tirando a pele de tilápia sobre o ferimento, os veterinários esperam que ela fique no lugar por tempo suficiente para acelerar o processo de cicatrização. Segundo a equipe, até o momento os animais têm respondido bem ao tratamento.

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