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Resumo Jornalismo Investigativo

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RESUMÃO JORNALISMO INVESTIGATIVO 
Conceito do jornalismo investigativo. (06/08)
-A investigação não é uma especialidade, já que todo jornalista tem que ser investigativo por definição “Gabriel Garcia Marques” 
-Embora toda categoria tenha investigação, o investigativo se diferencia por conta dos métodos e dos trabalhos
-Muitos textos chegam nas redações em formato de press-release, nesse caso é um jornalismo sem investigação
-O JI tem sido ignorado nos principais estudos de pratica profissional 
JI na sociedade: pode tirar o jornal da posição secundária. O repórter pode buscar o fato escondido e recolocar o jornal no processo criativo. 
-O JI e o interpretativo são os que realmente praticam a investigação.
Repórter da atualidade: sem acesso aos documentos primários da noticia, depende só da fonte. 
Repórter investigativo: o profissional que busca os documentos oficiais, que dedica tempo e esforço no levantamento de um tema do qual se apaixona. 
Problema: falta espaço no jornalismo diário. 
Reportagem investigativa: textos extensos que normalmente não cabem em veículos diários. Publicados em livros ou vídeos. 
Fases: 
1 Pequenos fatos inexplicáveis e curiosos, pistas dadas por informantes ou fontes. 
2 viabilidades: documentos disponíveis, fontes, recursos que vão ser usados...
3 familiarizar-se com o assunto 
4 plano de ação: custo, métodos, informações...
5 ouvir fontes, consultar documentos...
6 avaliação final 
7 redação e revisão 
8 publicação 
9 seguimento ou suíte da matéria. 
JI consiste em juntar todos os dados pertinentes, principalmente os ocultos, para que o leitor se inteire da verdade. 
JI = busca a verdade oculta, reportagem profunda. 
Objetivo do jornalismo investigativo (06/08)
-Procurar, descobrir e contar tudo o que estão querendo esconder do publico
-A oportunidade de afirmar ou negar, corrigir ou ignorar, uma importante ocorrência na sociedade 
Opinião pública: só o JI, com a liberdade de expressão e no direito a informação conseguirá quebrar a corrupção. 
Prioridade para um bom desenvolvimento: 
-Preservar fontes. 
-Procurar a verdade camuflada
-Questionar a origem e a causa dos fatos, a ligação entre as coisas e as suas explicações
-Cada documentos e testemunhas são dados e pontos de vista. Uma trama de fatos e opiniões. Separar tudo e formar algo nítido. 
Ir a essência, responder os porquês de uma situação de interesse público. 
-Mostrar a burocracia do sistema
-Definir e denunciar as coisas falsas
-Transcender informações 
-Promover reforma
-Expor injustiça 
-Desmascara fraudes
-Dar a conhecer o que o poder quer ocultar 
-Detectar lugares que não cumprem deveres 
-Funcionamento do organismo publico 
-Informações sobre políticos 
-Reconstruir acontecimentos importantes. 
Jornalista investigativo: Criador ou investigador da informação. Quem provoca e procura dados necessários. Quem busca e compara, não apenas recebe. Seu trabalho é do interesse do cidadão. 
Origem do Jornalismo Investigativo no cenário Mundial (13/08)
-O JI começou depois da segunda guerra mundial, nos EUA, com o caso Watergate (1955 e 1974.) 
-Os jornalistas americanos se posicionaram contra o governo e começaram a analisar criticamente a atuação dos políticos.
-A imprensa estava amadurecendo e encontrando forças para enfrentar as coisas, principalmente os políticos. 
-Os primeiros trabalhos foram publicados pelo Life e Look.
-Em geral, o JI recebeu pouca atenção do leitor.
-Em 18 de junho de 1972, a publicação de um fato político começou a instituir na esfera pública as palavras “jornalismo investigativo”.
-Começaram a dar credibilidade para a investigação depois da leitura da carta no tribunal, no dia 23 de março de 1973
-1974 se converteu no ano do JI.
-O caso Watergate mostrou como não pode se limitar e ser apenas um intermediário entre os canais oficiais e a opinião pública. É preciso questionar as versões oficiais e os acontecimentos.
-É preciso questionar todas as informações recebidas.
-No caso Watergate, foram usuais dois tipos de fontes: os arquivos públicos e uma fonte anônima, que ficou conhecida como Deep Throat (Garganta Profunda).
Jornalismo investigativo; Casos brasileiros. (20/08) 
-Uma reportagem investiga nasce de um fato que chame a atenção ou da vontade de denunciar a injustiça. 
-O jornalista tem que estar antenado com a sociedade, cotidiano, cidade e pais. 
-O Jornalista investigativo, resgata fatos históricos com o olhar de hoje.
-Verificar a viabilidade, mas as vezes o plano pode ser abolido porque o trabalho investigativo é imprevisível. 
Ex: as vezes a sua matéria está indo para um lado da história, mas algo acontece no meio da apuração que te faz perceber que a outra coisas por ser mais importante ou dar mais ligação ainda para o assunto, então você verifica a viabilidade novamente para entrar nessa parte. 
Viabilidade: 
-Repórter passou meses estudando sobre o assunto
-Descobriu que para conseguir a matéria, teria que fazer uma pessoa X ir para um lugar Y
-O jornalista fez um estudo psicológico da pessoa, por meio de todos que conviviam com ele, no passado e no presente. Estudou o perfil e a importância dele nesse assunto. 
-O jornalista não pode dispensar nenhuma fonte, não importa que tipo de pessoa que ele é, se é importante para a história precisa insistir. 
-O tema foi recusado por uma editoria, mas assim que ele encaminhou para outra, conseguiu 16 folhas para a matéria, espaço que ele não teria na primeira. 
-Depois de meses de espera e tentando convencer a fonte, ele finalmente conseguiu o primeiro encontro. 
Exemplo de histórias brasileiras: 
Matéria feita nos anos 1960 sobre o primeiro transplante de coração realizado na América Latina, no Hospital das Clínicas. Percival percebeu que ninguém sabia de quem era o coração e foi atrás das pistas, com um fotografo (para ter uma outra visão da cena), um sapato e um cigarro. Rodou o bairro todo e conseguiu encontrar um homem que conhecia um cara que só fumava aquele cigarro, encontrando então sua mãe. 
Percival de Souza sobre o cabo Anselmo. Percival fazia uma matéria sobre um dos líderes do Esquadrão da Morte, entre as pistas acabou encontrando Cabo Anselmo, que estava vivo e escondido. Passou meses estudando sobre o Cabo e depois de muito tempo conseguiu uma entrevista, mudando então completamente o rumo da reportagem inicial. 
Jornalismo investigativo no contexto atual (27/08)
-O repórter investigativo colhe muitas informações, e por conta da quantidade de coisas, muitas das vezes não é possível postar em uma edição de jornal, o que faz muitos deles optar pela forma mais segura de uma reportagem investigativa: publicar como Livro-reportagem. 
-Quando se faz um livro-reportagem, não se tem a preocupação da quantidade de material coletado, pois sempre cabe dentro do tema. 
-A reportagem não é transformada em livro. O que sai no jornal não é o que vai estar no livro, é um novo texto, mais aprofundado e com informações que não estavam na reportagem e que muitas vezes nem cabem no jornal. 
-O texto do livro também é diferente porque da pra usar termos literários e sair do padrão jornalístico. 
- “O livro-reportagem não publica a matéria que o jornal editou, mas traz ao leitor novas informações e nova linguagem”.
-Um olhar que tem preocupação com os fatos e as verdades 
-Livro-reportagem é fruto da inquietude do jornalista que tem algo a dizer e não tem espaço na imprensa cotidiana.
Sistema de trabalho jornalístico desenvolvido nas redações;
- Apuração das informações;
- Elaboração do texto;
- Método de edição.
-Um jornalista investigativo não está dento do tempo do sistema, ele não trabalha com as fontes estabelecidas e não consegue cumprir os prazos e os padrões fixos, ele precisa de tempo para as apurações.
Jornalismo e Denuncismo. (03/09)
-Não confundir denuncismo com denunciar. 
-Há muitos jornalista que utilizam materiais não comprovados para denunciar algo.
-Nem partido, nem orientação política ou ideológica. Os que os une é o fato de terem sido vítimas de acusações levianas ou de má-fé atingindo suasreputações.
-O denuncismo é tão nocivo e perverso quanto útil pode ser a denúncia
-Boa parte das denúncias feitas, são para prejudicar alguém para que outra entre em seu lugar. 
-CHECAGEM. 
 Jornalismo Declaratório (03/09)
-O costumeiro desfile de declarações segue ocupando o lugar do melhor jornalismo, que sempre se baseia na prática da boa e fiel reportagem.
-O material escolhido sempre passa por um critério de escolhas, o que faz o telespectador acreditar que aquela é a fala, ou a opinião principal do declarante, mas na verdade é a forte influência de quem edita. 
-Diferente das perguntas e respostas, aonde o jornalista induz o entrevistado responder o que ele quer ouvir, na declaração o entrevistado fala sem ser interrompido, e depois o editor mantem o que ele entende como adequado. 
-As declarações na reportagem, devem ser sempre sobre o assunto falado, fazendo a palavra do declarante ter um valor maior do que a sua opinião. 
-É por isso que todo entrevistado deve ser identificado, para que o leitor veja credibilidade na pessoa. 
-É arriscado analisar uma frase destacada sem saber o contexto dela. 
-Essa é uma grande armadilha da imprensa, principalmente em cenas políticas. 
-uma frase dita hoje, pode ser usada daqui a alguns meses para ser criticada por alguma coisa. 
A imprensa brasileira já foi criticada pela cobertura de quatro eleições, por; 
-manipulação da informação
-adesão incondicional ao plano real
-inexistência de cobertura
-enquadramentos restritos a determinadas temáticas. 
-é claro que seria demais exigir que os jornalistas abdicassem do jornalismo declaratório. Mas isso também não pode se converter em eterna desculpa para justificar a superficialidade das coberturas.
Jornalismo Dossiê (03/09)
-Se confunde com o investigativo porque quase sempre tem uma investigação, com tempo e investimento, com uma finalização dramática.
-A investigação não é feita pelo jornalista, é feita pela polícia, investigadores ou Estado. (ou escutas clandestinas) 
-O material é entregue para o jornalista completo, e assim ele é postado. Com uma modificação ou outra, mas que não alteram o produto. 
-Não é uma investigação jornalística autônoma
-Se foi feita uma investigação jornalística, mesmo após a entrega de um dossiê, é um jornalismo investigativo em estado quase puro.
-Se não foi feita nenhuma investigação após a entrega do documento, é dossiê. 
-O jornalismo dossiê é um inventário de fatos acontecidos, ou supostamente acontecidos, no passado; às vezes desconhecidos. Ou já conhecidos e reportados como notícia do dia no seu devido tempo.
-O jornalismo de dossiê, portanto, não tem o atributo fundamental da novidade, mas ainda é jornalismo porque é uma manifestação que se da no espaço jornalístico. 
-O jornalismo de dossiês se distingue no âmbito do denuncismo porque sempre está vinculado a disputas político-eleitorais.
-Às vezes é vendido para diversos candidatos para arma na guerra eleitoral. 
-O jornalismo de dossiês é uma articulação entre esse sistema de luta política e a mídia.
-Uma característica é transformar a pauta em dossiê, fazendo com que não tenha muitas informações e checagens, fazendo com que a narrativa seja a única prova do assunto, transformando o suspeito em acusado e não dando a chance de defesa e sem nada ser provado. 
-No dossiê, o jornalista conta casos verdadeiros e vai misturando às ilações. 
-O objetivo do jornalismo de dossiês não é verificar a veracidade de eventuais acusações para levar o acusado aos tribunais, mas sim o de linchar a vítima no espaço público da mídia.
 -Uma modalidade de justiça sumária ministrada diretamente pela imprensa.
-A punição quase sempre é a difamação da vítima e a destruição de sua imagem.
Caso Watergate (10/09)
-jornalistas: Carl Bernstein e Bob Woodward
-The Washington Post, jornal em que eles trabalhavam, um dos mais importantes do país. 
-Eles seguiram uma pista por 33 anos, de uma fonte sigilosa, que ficou conhecida como “garganta profunda” (Mark Felt).
-A ajuda de Felt na investigação fez com que houvesse uma invasão ao quartel-general dos democratas e a primeira renúncia de um presidente norte-americano. Mudando para sempre o cenário politico. 
-Watergate é o escândalo mais famoso dos anos 70 e o garganta profunda o personagem mais misterioso. 
Imprensa 
-Richard Nixon, era o 37º presidente dos EUA e tentava se reeleger. 
-Não havia nenhuma evidencia entre ele e o grupo que invadiu o escritório do partido rival para colocar escutas telefônicas.
-Até os dois jornalistas descobrirem que o nome de um dos homens detidos constava da folha de pagamento do comitê de reeleição de Nixon.
-O crime foi relacionado por conta de um cheque de US$ 25 mil, encontrado por Bernstein.
-A matéria revelou que o presidente fez um caixa dois para a campanha, para finalizar a operação de espionagem, com a intenção de encontrar algo sobre o adversário para ser usado como arma.
-Ao longo dos dois anos seguintes, Nixon negou qualquer envolvimento com os fatos ao mesmo tempo em que, nos bastidores, montava uma “força tarefa” para obstruir as investigações da polícia e difamar o jornal.
-Como nenhuma fonte queria falar sobre o assunto, eles recorreram até Mark Felt, que concordou que falaria se não tivesse seu nome exposto. 
-Ele não fornecia as informações, ele apenas confirmava ou desmentia informações, colocando os jornalistas no caminho certo.
-As denúncias não impediram que Nixon fosse reeleito, em novembro daquele mesmo ano, com mais de 60% dos votos válidos de vantagem
-Ele lutava contra o tempo para desarmar a bomba de Watergate, que assumiu dimensão de escândalo nacional.
-Em 1973, O FBI avançou nas investigações e, em abril daquele ano, quatro dos principais assessores do presidente foram demitidos por envolvimento no caso.
-Em julho de 1973, um assessor da Casa Branca revelou a existência de conversas comprometedoras com Nixon gravadas no Salão Oval. Nixon fez de tudo para evitar que o material fosse divulgado.
Renuncia
-24 de julho de 1974, a Suprema Corte dos Estados Unidos ordenou a entrega das fitas cassetes à Justiça. Os áudios, ainda um pouco apagados, mostravam que Nixon tentando impedir a investigação, provando que estava envolvido.
-Nixon renunciou ao cargo em 8 de agosto de 1974, admitindo seus erros.
-Depois disso a política nos EUA não foi mais o mesmo.
-No mundo, o caso Watergate virou sinônimo de corrupção politica
-As reportagens de Watergate são consideradas um marco do jornalismo investigativo e firmaram definitivamente o papel da imprensa na fiscalização dos poderes nas modernas sociedades democráticas.
Técnicas para matérias investigativa. 
- Amadurecer a ideia
- Começar a organizar o trabalho
- Estar atento a todas as informações
-Para identificar uma possível investigação; precisa estar atento ao cotidiano, procurando saber sempre o porquê das coisas. E se infiltrar, para estar bem próximo dos acontecimentos. 
A origem da investigação:
-Encontrar um tema amplo
-Reunir todos os dados 
-Combinar observação com pesquisa
-Estudo dos arquivos públicos
-Conhecimento profundo dos mecanismos burocráticos onde os arquivos se encontram
-Tempo para consulta
Para iniciar uma investigação:
-Avisos anônimos;
-Contatos permanentes com fontes de informação
-Tato atual
Conduzir um trabalho de investigação:
-Comprovar endereços e nomes corretos das pessoas ou organismos dos quais se fala
-Se usar recortes de jornais ou revistas: que estejam bem selecionados
-Entender bem o funcionamento da administração pública e das grandes empresas
-Tarefa do JI: conseguir e publicar notícias relevantes, interpretá-las e servir-se delas para atuar como defensores do interesse público;
-JI: utiliza ferramentas de trabalho comuns a outros tipos de jornalismo. A diferença está na intenção política: publicar o que vai mal e corrigir os abusos do poder
-O JI trabalha com informações que alguém pretende que permaneçam ocultas. 
-O JI não cobre entrevistas coletivas e atos oficiais. Sua missão está onde se escondem dados importantes.
-o JI expor a corrupçãoe revelar os abusos do poder;
-Atrás das notícias simples de cada dia é possível que haja acontecimento importante que mereça ser investigado.
Linguagem do JI
Dois pilares fundamentais: precisão e exatidão;
-Grande quantidade de dados objetivos narrados de uma forma que o leitor tire sua conclusão
-A redação final do texto deve suprimir todo tipo de recurso literário que distorça os fatos narrados.
-Os JI podem cair na tentação de opinar antes de divulgar os fatos 
Risco: não oferecer credibilidade à investigação; permite aos denunciados tentar desprestigiar e desmerecer o trabalho do jornalista.
-Fundamental: cada um dos dados mencionados no texto esteja exposto com clareza e rigor.
Veiculação do JI
-Veículos não diários, como revistas – publicam cada investigação de uma só vez.
-Jornais diários – publicação em série (motivo principal: falta de espaço).
-Rádio
-TV
-Livro-reportagem
Inconvenientes:
-Começar a publicação da série quando a investigação não está terminada;
-Não se pode esperar que o leitor leia todas. Tanto em revista quanto em série.
-Necessidade de uma boa diagramação, revisão e impressão: algum dado errado pode trazer consequências graves para o jornalista e para o meio de comunicação.
Importância das fontes
-Necessidade de muitas fontes
-Na maior parte dos casos, o JI não pode contentar-se com poucas fontes.
-Organizar suas próprias fontes
-Em uma sociedade desenvolvida e democrática: fontes que têm poder raramente introduzem, pela força, acontecimentos que lhes interessam e que considerem informação. Seu trabalho é criar acontecimentos que os jornalistas entendam como notícias válidas.
Há 3 categorias de fontes:
-Oficiais (governo e instituições de caráter governamental;
-Regulares (empresas, associações, líderes de opinião, analistas)
-Ocasionais ou acidentais
Nas reportagens investigativas: uso frequente de off-the-record ou off. Nesse caso, duas normas devem ser obedecidas:
-Razão para o anonimato deve ser explicada na matéria;
-Informação oferecida deve ser checada com, no mínimo, outra fonte.
Fontes: são valiosas e concentram uma densidade de informações, poupam tempo e esforço ao jornalista (altos funcionários e políticos são fontes permanentes; fontes com maior crédito são as que têm prestígio social ou profissional)
Fonte perfeita: a que tem documentos importantes e está ansiosa para contar o que sabe (checar o interesse que essa fonte tem na divulgação do material)
Não podemos esquecer que a fonte pode:
-Mentir para conseguir proteção de um amigo;
-Prejudicar um inimigo
-Algum outro interesse pessoal
Nenhuma fonte é totalmente confiável.
-Podem usar o jornalista ou vice-versa. Em matérias investigativas, raramente se identificam.
Ex: polícia - quer colaborar, mas quer manter o anonimato.
Duas regras importantes:
-Verificar os dados com duas fontes independentes;
-Garantias de sigilo dadas às fontes devem ser honradas a todo custo.
Produção de reportagem jornalística (17/09)
Como o caso começou
-A jornalista recebeu um telefonema de Arno Bertholdo, disse que tinha algo urgente e muito importante a dizer. Contou a ela que a CPRM havia perfurado um poço dentro de uma base aérea da serra do Cachimbo e que os engenheiros que administravam a obra suspeitavam que ela se destinava a testes nucleares. Disse a ela que não poderia ser citado como fonte de informação, assim como não tinha provas a fornecer. De volta à redação, comunicou ao diretor da sucursal, Marcelo Beraba, o que acabara de ouvir e ele imediatamente mandou que ela partisse para a investigação.
A investigação
1 – Passou a manhã seguinte tentando traçar o caminho para a investigação.
* a única fonte de informação na área militar de que dispunha era a oficial;
* a informação de Arno dizia que se tratava de um projeto secreto;
* não existiam informações públicas disponíveis sobre o poço;
* única saída: achar os geólogos e engenheiros da CPRM que executaram a obra e convencê-los a ajudar
* procurou o ex-superintendente comercial da CPRM, Carlos E. Frias. Ele havia sido detido pelo regime militar por seu ativismo no movimento estudantil e ela julgou que uma pessoa assim não manteria um segredo militar. Estava certa.
2 – Carlos Eugênio: responsável, na CPRM, pela assinatura de todos os contratos para prestação de serviços a empresas privadas e órgãos do governo. Concordou em conversar com ela, com a condição de que não fosse identificado.
Projeto secreto
Carlos Eugênio havia sido procurado pelo CTA de São José dos Campos pelo então coronel Reginaldo dos Santos. Queria saber se a CPRM dominava a tecnologia de perfuração de poços de grande diâmetro, a que Eugênio respondeu que SM. O coronel foi-se sem dar maiores explicações. Duas semanas depois, o superintendente do CPRM avisou que ele e Eugênio teriam uma reunião em SJ dos campos, sendo recebidos pelo mesmo coronel e militares da aeronáutica. Ali foi revelada a dimensão do poço, a encomenda foi aceita, tendo sido os dois advertidos de que se tratava de segredo militar e de segurança nacional. Eugênio foi advertido de que se ele quisesse conhecer os objetivos do poço, teria que permitir que seu telefone fosse grampeado, além de assinar um documento se responsabilizando pelo não vazamento da informação. Eugênio preferiu não saber dos detalhes.
3 – Graças a Eugênio, Elvira conseguiu os bastidores da negociação entre os militares e a estatal. O assunto era tratado em sigilo dentro da própria cúpula da CPRM.
4 – Encontro com os engenheiros
Passo seguinte: levantar o máximo de informações técnicas possíveis sobre a obra. Carlos Eugênio colocou Elvira em contato com dois engenheiros que conheciam os detalhes técnicos. Eugênio dera-lhes a garantia de que eles não teriam os nomes divulgados em nenhuma hipótese e ela reforçou o compromisso.
5 – Elvira teve mais 3 encontros com os engenheiros antes de a matéria ser publicada. A cada encontro pedia mais detalhes. Eles deram as principais informações para a sustentação técnica da matéria: mapa da base aérea de Cachimbo com a localização do poço e a descrição do que havia em torno dele, a especificação dos equipamentos e da tecnologia usado, o cronograma de execução da obra e a logística da operação.
6 – Com dez dias de investigação já havia reunido muitas informações sobre o poço: os equipamentos de perfuração haviam sido comprados nos Estados Unidos e trazidos para o Brasil em aviões da FAB e que a estrutura do poço era semelhante à dos existentes no deserto de Nevada (EUA), usados para testes nucleares.
7 – Faltava reunir evidências de que a instalação de Cachimbo fazia parte de projeto nuclear e não a outros propósitos. As evidências foram obtidas a partir dos estudos geológicos sobre a serra do Cachimbo, feitos pelo próprio governo.
O poço tinha dimensões semelhantes aos usados para instalação de elevadores em minas subterrâneas. Essa alternativa foi descartada pelo fato de não haver recursos minerais na área. Estudos mostravam que o subsolo da região é formado por camada de rocha extremamente dura, que impediria a contaminação do lençol freático na hipótese de explosão nuclear.
8 – Procurou a fonte prestadora de serviço: presidente da CPRM, J. Carlos Boa Nova, que confirmou a prestação de serviço, mas não deu mais informações sobre o contrato, alegando sigilo comercial.
9 – Terminado o levantamento técnico, colocou no papel tudo o que tinha apurado (ainda em máquina de escrever), datilografados em laudas de papel de jornal, com cópias para as chefias, transmitidos para São Paulo por telex. O texto original foi entregue a Marcelo Beraba, que transmitiu as informações à direção da Folha. A sucursal de Brasília e os especialistas em assuntos militares foram acionados.
10 – Desdobramentos.
a) Militares de alta patente das Forças Armadas confirmaram que havia um projeto secreto para a construção de um poço na serra do Cachimbo, acrescentando outra hipótese de uso: armazenamento de lixo nuclear.
b) A manchete foi publicada numa sexta-feira. Na véspera, ela e o chefe de reportagem,
Riomar Trindade, receberam ordem para permaneceremna Redação até o fechamento da edição de São Paulo.
c) Pela manhã: rádios transmitiram uma declaração do Estado-Maior das Forças Armadas em que admitia a construção de instalações para “ensaios de materiais e equipamentos” na serra do Cachimbo, mas que não havia “programação de testes” para fabricação de arma nuclear. De tão tímido, o desmentido foi recebido como uma confirmação.
d) No quarto dia de manchetes consecutivas sobre o caso, o então ministro de Exército,
Leônidas Pires Gonçalves, disse que o Brasil tinha obrigação de dominar todo o ciclo nuclear se quisesse tornar-se um país de primeira grandeza. O ministro da Aeronáutica, Otávio Moreira Lima, disse que “o furo de reportagem havia sido bom para a Folha, mas péssimo para o Brasil”. Provocara a desconfiança dos vizinhos, principalmente da Argentina.
11 – Governo Sarney criou uma teoria conspiratória para tentar justificar o vazamento do segredo militar.
Formação de opinião pública.
O jornalismo investigativo e a formação da opinião pública
-Responsabilidade do jornalista, uma vez que sua produção pode influenciar diretamente a opinião do leitor. Daí sua intensa ligação com a ética, sua responsabilidade social, seu comprometimento com a sociedade em que vive e trabalha.
-O JI só poderá ser praticado dentro de uma sociedade democrática, é preciso que uma sociedade esteja suficientemente amadurecida democraticamente para permitir a sua existência.
-O JI por si só não poderia cumprir seu papel de guardião da sociedade se as instituições oficiais não funcionassem.
-As causas e consequências das chacinas e violências contra os miseráveis, só têm espaço nos jornais em forma de estatísticas frias.
São necessários quatro elementos básicos:
-Que o repórter trabalhe num contexto social democrático;
-Que as instituições estatais garantam que as mazelas expostas sejam sanadas;
-Que as empresas de comunicação, em uma situação econômica estável, independam de instituições públicas e privadas;
-Que o repórter, durante o processo investigativo, trabalhe sob a égide da ética.
Formação da opinião pública
-O jornalismo não é apenas um serviço público, mas um negócio legítimo
-O jornalismo se coloca como uma determinação moral, por estar a serviço do respeito à vida cultural e política da sociedade.
-Nos Estados Unidos, por exemplo, a prática jornalística se afirma como “cão de guarda” do interesse público. 
-Já no Brasil, o discurso é constituído a partir da ideia de que a imprensa é a grande defensora da opinião pública, a quem ela responde, representa e serve. 
-Liberdade de opinião, liberdade de imprensa e liberdade de expressão, só existe dentro do jornalismo quando está ligado ao interesse do público. 
Imprensa e Esfera Civil: O Discurso Liberal
-Os burgueses encontraram no “público” a categoria fundamental para sua forma de governo. Nessa nova concepção, a decisão política só é legítima se refletir a vontade da esfera civil, a opinião pública.
-Para a formação da opinião do público é fundamental a atuação da imprensa
-A esfera pública se distanciou da esfera civil, na medida em que a decisão política passou a se realizar através dos parlamentos
-O âmbito da cidadania, da manifestação da opinião pública, limita-se agora ao espaço institucionalmente previsto da eleição. 
-A imprensa, que antes se caracterizava por ser de opinião porque atendia à demanda social da opinião civil, agora toma ares de uma imprensa empresarial, disposta a prover o mercado de informações e acordo com o interesse das audiências.
-Essa mudança de modelo implicou na reestruturação dos modos de produção do material jornalístico e na alteração de seus princípios e propriedades. 
-Mudou para suprir o mercado de informações num estado de grande concorrência, para consumidores com maior poder de escolha das informações de que quer dispor.
-Para Koch “o discurso é uma ação verbal dotada de intencionalidade, que tenta influenciar o outro ou fazer com que o outro compartilhe suas ideias. Desta forma, por trás de todo discurso há uma ideologia e, neste sentido, não existe discurso neutro”. Ou seja, não existe imparcialidade na notícia, muito menos em um espaço editorial.
-O conjunto de editoriais, tanto de Veja como de Carta Capital, pressupõe que o leitor já tem conhecimento sobre os temas expostos. Fala de todos esses assuntos sem explicar cada um deles. Ou seja, a imprensa aposta naquilo que Van Dijk chamou de “modelo de situação na memória”. Esse modelo é a “representação na memória de experiências e informações acumuladas sobre dada situação, tal como foram interpretadas por um indivíduo”.
Ética 
-Necessidade da reflexão ética: pensar o mundo oral como objeto de relações entre os indivíduos, grupos e sociedades.
-Em sua origem: ética e moral tinham significado quase idêntico: caráter, costume, maneira de ser;
-Ao longo da história humana foi-se diferenciando ética de moral.
Moral: conjunto de normas que refletia determinado comportamento, cultura e período;
Ética: reflexão sobre o mundo moral dos homens.
-A reflexão ética é essencialmente um momento em que nos perguntamos, radicalmente, qual o sentido de uma vida, de um indivíduo, de uma profissão e afinal, o que estamos fazendo.
- A existência da liberdade de escolha; a reflexão ética é também projeção para o futuro.
-A defesa da necessidade de uma ética jornalística exige que se considere a atividade importante moralmente e se reconheça, nela, alguma especificidade que a distinga das outras.
O jornalismo trabalha com valores e significados contraditórios. Expressa-se em uma ou outra direção.
-“não existe uma ética específica do jornalista: sua ética é a mesma do cidadão”
Conduta profissional do jornalista
- Artigo sétimo: “compromisso fundamental do jornalista é com a verdade dos fatos, e seu trabalho se pauta pela precisa apuração dos acontecimentos e sua correta divulgação”.
- Artigo oitavo: “sempre que considerar correto e necessário, o jornalista resguardará a origem e identidade de suas fontes de informação”
Deveres do jornalista:
- Artigo nono: “combater e denunciar todas as fontes de corrupção, em especial quando exercida com o objetivo de controlar a informação”; “respeitar o direito à privacidade do cidadão”.
Os repórteres concordam que o cidadão tem direito à privacidade, mas em casos específicos são obrigados a lançar mão de técnicas que esbarra na lei, como no caso de repórter Fernando Rodrigues, que utilizou gravações feitas por terceiros para provar a venda de votos na reeleição de Fernando Henrique; ou no caso de Rubens Valente, que lançou mão da técnica da infiltração para comprovar a venda de votos do candidato Zeca do PT. 
O que é importante para o repórter investigativo: 
-Estudo de viabilidade do tema; que haja consenso entre repórteres e empresas de comunicação quanto aos riscos que ambos correm; nunca agir por conta própria, mas com o aval da empresa.
Responsabilidade profissional do jornalista:
-Artigo 11: “o jornalista é responsável por toda informação que divulga, desde que seu trabalho não tenha sido alterado por terceiros”, preocupação quanto ao uso de fontes anônimas ou que não autorizem seus nomes nas reportagens.

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