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LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA

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LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA
atualizado em 05/02/2020 | 14:58
1 - Introdução
A leishmaniose visceral (LV) é uma doença vetorial grave que apresenta um ciclo biológico complexo e que se não tratada pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos. O Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral (PVC-LV), do Ministério da Saúde, prevê a realização, de forma integrada, de medidas de controle que visam o diagnóstico precoce e tratamento adequado dos casos humanos, o controle do reservatório canino e do vetor, associadas a atividades de educação em saúde.
A Prefeitura de Belo Horizonte possui equipes específicas de controle da LV, com distribuição de Agentes de Combate a Endemias (ACE) em todas as regionais. As ações são direcionadas de acordo com a realidade epidemiológica existente, com realização de coleta de sangue canino, controle químico do vetor e repasse de informações sobre a prevenção da doença, priorizando as áreas de maior ocorrência de casos humanos e com maiores índices de positividade canina.
As ações sistemáticas de controle da LV ocorrem em Belo Horizonte desde 1994. Nos últimos anos, entre 2008 e 2014, vivenciamos uma redução drástica do número de casos humanos de LV (161 para 41) e de óbitos (18 para 5). No mesmo período houve expansão qualitativa e quantitativa das ações de controle no município, que realizou, no ano 2012, exame de leishmaniose visceral em 70,0% da população canina do município (202.896 coletas). Foram registrados casos novos e óbitos prevalentes nos anos subsequentes, conforme dados epidemiológicos.
Além da complexidade do controle da LV nas áreas urbanas, a incidência da doença pode estar associada a condições climáticas favoráveis ao aumento da população do vetor, Lutzomyia longipalpis, conhecido popularmente como mosquito palha, assim como a existência de ambientes propícios para formação de seus criadouros. Nesse sentido, é indispensável a participação da população, que deve manter os ambientes limpos, com a retirada de folhas, troncos, fezes de animais, e outros tipos de matéria orgânica, além de fazer o acondicionamento correto do lixo.
 
2 - Controle Vetorial
A adoção de medidas simples de manejo ambiental, especialmente com o apoio da população, é fundamental para evitar e reduzir a proliferação do vetor. Portanto, recomenda-se:
• Limpeza periódica dos quintais, retirada da matéria orgânica em decomposição (folhas, frutos, fezes de animais e outros entulhos que favoreçam a umidade do solo, locais onde os mosquitos se desenvolvem);
• Embalar, armazenar e dar destino adequado ao lixo orgânico;
• Higienização dos abrigos de animais domésticos, além da manutenção de animais domésticos distantes do domicílio, especialmente durante a noite, a fim de reduzir a atração dos flebotomíneos para dentro do domicílio;
• Evitar produzir e armazenar adubo orgânico (esterco, folhas, restos de alimentos e vegetais);
• Capina e limpeza regular de lotes vagos, com retirada de entulho e lixo.
• Viabilizar maior insolação do solo, evitando áreas sombreadas com matéria orgânica e acúmulo de vegetação;
• Recomenda-se também, como forma de impedir que o vetor se instale no intradomicílio, o uso de telas de malha fina em janelas e portas em locais de alta transmissão da LV, assim como em canis de residências, pet shop, unidades de controle se zoonoses, dentre outros. Outra forma de controle do inseto transmissor é por meio do uso de inseticida (aplicado nas paredes externas e internas dos imóveis e abrigos de animais). A indicação do controle químico do vetor é seletiva e restrita a áreas com indicação epidemiológica, de acordo com avaliação do serviço público. Ressalta-se que essa medida é direcionada apenas para o inseto adulto, daí a importância de executar ações de manejo ambiental para eliminar os locais de desenvolvimento das formas imaturas do vetor (ovos, larvas e pupas).
 
 
3 - Medidas de Prevenção
3.1 - Coleiras impregnadas com inseticidas
Em condições experimentais, diversos trabalhos demonstram a eficácia na utilização de coleiras impregnadas com inseticida como medida de proteção individual. Estudos recentes desenvolvidos no Brasil, fomentados pelo Ministério da Saúde -MS, comprovaram o impacto do uso em massa de coleiras impregnadas como medida de controle de leishmaniose visceral canina - LVC. No momento, o MS está avaliando a viabilidade do uso das coleiras nos programas de saúde pública.
3.2 - Vacina antileishmaniose visceral canina
Atualmente, existe apenas uma vacina antileishmaniose visceral canina em comercialização no Brasil. Os resultados do estudo apresentado pelo laboratório produtor da vacina atendeu às exigências da Instrução Normativa Interministerial número 31 de 09 de julho de 2007, o que resultou na manutenção de seu registro pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). No entanto, não existem estudos que comprovem a efetividade do uso dessa vacina na redução da incidência da leishmaniose visceral em humanos. Dessa forma, o seu uso é indicado como medida de proteção individual dos cães e não como uma ferramenta de controle em saúde pública. A vacina está indicada somente para animais assintomáticos com resultados sorológicos não reagentes para LV. Cabe destacar que o imunobiológico não é o único instrumento de prevenção individual da leishmaniose visceral canina (LVC) e que outras medidas devem ser adotadas, conforme normatização do MS. Os animais que apresentarem sinais clínicos compatíveis com LVC e/ou reações sorológicas reagentes estarão passíveis das medidas sanitárias vigentes.
3.3 - Controle da população canina errante
Em Belo Horizonte esta estratégia faz parte de um programa mais amplo relacionado ao Manejo Ético Populacional que engloba: a educação para Guarda Responsável, o estímulo à adoção e as cirurgias de esterilização animal (castração). Configura-se, portanto, como atividades complementares ao controle de zoonoses que envolvem cães e gatos, como a raiva, a leishmaniose visceral e a esporotricose. O abandono de animais nos grandes centros urbanos constitui um problema de saúde pública que deve ser enfrentado, utilizando estratégias diferenciadas que buscam impacto definitivo a médio e longo prazo. Em relação aos cães errantes, sem tutor responsável, a cidade optou pelo programa denominado TNR (trap-neuter-return), que consiste em: recolhimento, triagem clínica por médicos veterinários do Centro de Controle de Zoonoses - CCZ, sorologia de LVC, esterilização (castração), identificação eletrônica por microchip (transponder), vacinação contra a raiva, controle de ecto e endoparasitas e estímulo à adoção dos animais sadios. Após um período aproximado de 10 dias, não sendo adotados, estes são devolvidos para o mesmo local do recolhimento. Os cães com resultado de exame positivo para LVC são encaminhados para a eutanásia humanitária, realizada pelo CCZ.
 
 
 
4 - Leishmaniose Visceral no Cão
A doença no cão é de evolução lenta e início insidioso e o quadro clínico dos cães infectados apresenta um espectro de características clínicas que varia do aparente estado sadio a um severo estágio final.
Os principais sintomas da LVC são perda de apetite, emagrecimento, pelo opaco, queda de pelos, aparecimento de feridas na pele (em especial na face, focinho e orelhas) e num estágio mais avançado o crescimento exagerado das unhas (onicogrifose) e perda dos movimentos das patas traseiras (parestesia).
É importante ressaltar que em áreas endêmicas aproximadamente 40 a 60% dos cães de uma população infectada podem se apresentar assintomáticos.
O diagnóstico clínico da LVC é difícil de ser determinado, pois além do grande número de animais assintomáticos e com manifestações inespecíficas, os sinais clínicos são comuns a outras enfermidades infecto-contagiosas que acometem os cães. Portanto, especialmente em regiões ou áreas de transmissão estabelecida, o médico veterinário deve solicitar o exame parasitológico ou sorológico para esclarecimento diagnóstico.
Sinais Clínicos da LVC
• Emagrecimento e apatia
•Queda de pelos
• Descamação e feridas na pele
• Febre irregular
• Conjuntivite
• Crescimento exagerado das unhas
• Diarreia, parestesia de membros posteriores
• Hepato-esplenomegalia
Onicogrifose (crescimento de unha)
Descamação, queda de pelos e feridas na pele
ceratoconjuntivite                                                                                                         Emagrecimento e apatia
 
 
5 - Diagnóstico da Leishmaniose Visceral Canina
O diagnóstico laboratorial da doença canina é semelhante ao realizado na doença humana, podendo ser baseado no exame parasitológico direto ou sorológico.
5.1 - Exame Parasitológico
O diagnóstico parasitológico é o método de certeza e se baseia na demonstração do parasito obtido de material biológico de punções hepáticas, linfonodos, esplênica, de medula óssea e biópsia ou escarificação de pele. É um método seguro de diagnóstico, uma vez que o resultado positivo é dado pela observação de formas amastigotas do parasita (Manual de Vigilância e Controle da LV, Ministério da Saúde/2006, 1º parágrafo, página 28). Ressalta-se que este método é impraticável em programas de saúde pública nos quais um grande número de animais são examinados em curto espaço de tempo.
Para validação pelos serviços municipais de Vigilância em Saúde os exames parasitológicos serão admitidos como prova de ocorrência de infecção canina quando positivos. Os exames parasitológicos negativos não serão admitidos como prova de ausência de infecção canina, sendo necessária a realização dos exames sorológicos normatizados pelo MS, atualmente o teste rápido imunocromatográfico (TRI) e ensaio imunoenzimático (ELISA) por laboratórios credenciados, tanto públicos quanto privados.
5.2 - Exame Sorológico
Desde 2011, o Ministério da Saúde estabeleceu que o protocolo do diagnóstico da LVC, válido para a saúde pública, é constituído dos seguintes exames: o Teste Rápido Imunocromatográfico (TRI) e o Ensaio Imunoenzimático (Elisa). E que um cão para ser considerado reagente deve ser reagente nesses dois métodos.
Segundo o Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais (LACEN/MG) da Fundação Ezequiel Dias (FUNED), Referência Nacional para o diagnóstico da LVC, os laboratórios pertencentes à Rede de Diagnostico da Leishmaniose Visceral Canina de Minas Gerais (Rede LVC/MG), públicos ou privados, deverão utilizar os dois métodos citados acima para terem seus laudos aceitos pelos Serviços de Vigilância em Saúde de todo o Estado.
De acordo com a orientação técnica SDP/IOM/FUNED Nº002/2017, os casos confirmados para LVC deverão respeitar os seguintes critérios:
• Elisa e Teste Rápido Imunocromatográfico -TRI com resultados reagentes ou;
• Exame parasitológico direto positivo ou;
• Parâmetros clínico-epidemiológicos, a critério do médico veterinário.
 
 
6 - Critérios de recolhimento de cães pela PBH para cães com diagnóstico de LVC realizados em laboratórios privados
6.1 - Recolhimento de cão com exame sorológico positivo para LVC
• O responsável pelo animal deve apresentar o laudo de exame reagente para TRI e ELISA
• Só serão aceitos laudos de exames de LVC de laboratórios privados pertencentes à Rede LVC/MG (lista oficial disponível no site www.funed.mg.gov.br).
• Quando a amostra do cão tiver resultado reagente em teste rápido realizado em ambiente extra laboratorial (clínicas e hospitais veterinários, pet shop, residência do responsável pelo cão), o resultado do TRI deverá ser anexado ou transcrito ao laudo de Elisa, com assinatura e carimbo do profissional competente
• Atualmente só existe um teste rápido aprovado para fins de comercialização e validação pela saúde pública, o Kit Alere ac Test. Nenhum outro é aceito pela PBH.
6.2 - Recolhimento do cão com exame parasitológico positivo
• O responsável pelo animal deverá apresentar o laudo de exame parasitológico positivo às Gerências de Zoonoses e/ou Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) devidamente preenchido, constando o nº de registro, e assinado pelo profissional competente.
6.3 - Recolhimento do cão por parâmetro clínico-epidemiológico
• O responsável pelo cão com laudo clínico epidemiológico deverá entregar o seu animal diretamente no CCZ, ou seja, neste caso não haverá recolhimento domiciliar pela PBH
• O responsável pelo cão, no momento da entrega do cão no CCZ, deverá assinar o “Termo de Consentimento para realização de eutanásia animal”, da PBH
• O laudo emitido por médico veterinário da rede privada deve conter as seguintes informações: data, nome do cão/cadela, descrição das características do animal (raça, sexo, porte, pelagem), nome e endereço/carteira de identidade e/ou CPF do responsável pelo animal, citação de que o animal apresenta sinais clínicos de LVC, nome e nº CRMV/assinatura, conforme modelo padrão abaixo.
 
 
 
 
 
 
7 - Tratamento da leishmaniose visceral canina
Atualmente existe apenas um medicamento com registro autorizado para tratamento da LVC no Brasil, conforme Nota Técnica Conjunta Nº 001 MAPA/MS.
O licenciamento do medicamento foi emitido respeitando-se as determinações da Portaria Interministerial Nº 1.426 de 11 de julho de 2008, que proíbe o tratamento da leishmaniose visceral canina com produtos de uso humano ou não registrados no MAPA.
“Cabe ressaltar que o tratamento de cães com LVC não se configura como uma medida de saúde pública para controle da doença e, portanto, trata-se única e exclusivamente de uma escolha do proprietário do animal, de caráter individual”
.
 
8 - Sobre o vetor Lutzomyia longipalpis
Os transmissores da LV são insetos denominados flebotomíneos e conhecidos popularmente como mosquito palha, asa dura, tatuquiras, birigui, dentre outros. O nome científico da espécie de flebotomíneo mais importante para a transmissão da LV é Lutzomyia longipalpis. Esses insetos são pequenos e têm como características a coloração amarelada ou de cor palha e, em posição de repouso, suas asas permanecem eretas e semiabertas. O ciclo biológico do vetor ocorre no ambiente terrestre e passa por quatro fases: ovo, larva, pupa e inseto adulto (forma alada). Desenvolvem-se em locais úmidos, sombreados e ricos em matéria orgânica (folhas, frutos, fezes de animais e outros entulhos que favoreçam a umidade do solo). O desenvolvimento do ovo à fase adulta ocorre em cerca de 30 dias. As formas adultas abrigam-se nos mesmos locais dos criadouros e em anexos dos peridomicílios, principalmente em abrigos de animais domésticos. Somente as fêmeas se alimentam de sangue, pois necessitam de sangue para o desenvolvimento dos ovos, o que justifica o fato de sugarem uma ampla variedade de animais vertebrados. A alimentação é predominantemente noturna. Tanto o macho quanto a fêmea tendem a não se afastar muito de seus criadouros ou locais de abrigo, podendo se deslocar até cerca de um quilômetro, com a expressiva maioria não indo além dos 250 metros. Estima-se que o tempo de vida médio da fêmea é de 20 dias.
 
 
 
      
                                                                                                  Fonte: CPqRR - FIOCRUZ
 
Nome científico: Lutzomyia longipalpis
Nome popular: mosquito palha
Características e Hábitos:
Corpo: piloso
Tamanho: 2 a 3 mm
Cor: clara, amarelada, palha
Voo: curto (aproximadamente 250 m) e saltitante
Longevidade: 20 a 30 dias
Hábito: crepuscular e noturno
Criadouros: Fase larvária: solo rico em matéria orgânica em decomposição, em locais úmidos e sombreados. Fase adulta: habitam diversos ambientes dos peridomicílios como vegetação, abrigos de animais, especialmente galinheiros, e intradomicílios
Ambientes propícios ao Mosquito Palha
       
 
 
9 - Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral
 
 
A LV é considerada emergente, apresentando grande potencial de urbanização e dificuldades múltiplas ao controle do reservatório canino e do vetor. Isso reflete a complexidade do Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral (PVC-LV), do MS, que preconiza a realização de ações de forma integrada nas áreas de maior risco de ocorrência, atuandosobre os três elos da cadeia de transmissão: o vetor, o homem e o cão.
As estratégias centradas no homem compreendem diagnóstico precoce e tratamento adequado aos pacientes. As medidas direcionadas ao vetor vão depender das características epidemiológicas, entomológicas e ambientais de cada localidade. Elas precisam ser executadas de forma conjunta e intersetorial, inclusive envolvendo a população na limpeza e conservação dos quintais. O uso de controle químico é restrito às áreas de médio e alto risco de municípios endêmicos.
É importante salientar que as medidas de controle preconizadas pelo MS estão de acordo com as preconizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), por consensos de especialistas internacionais e baseados em evidências científicas, como relatório do Comitê de experts da OMS (OMS, 2010; Donato et al., 2013) e consistem na indicação de eutanásia dos animais infectados, conforme regulamentação do Decreto Federal Nº 51.838, de 14 de março de 1963. O controle do reservatório doméstico é tarefa complexa e baseia-se em diagnósticos obtidos em inquéritos epidemiológicos ou ainda por demanda espontânea advinda dos médicos veterinários e população.
Em Belo Horizonte, a doença apresenta um padrão de transmissão tipicamente urbano (domicílio e peridomicílio) e dada a sua incidência e alta letalidade constitui-se em uma das endemias mais importantes do município.
Em 1.994 foi confirmado o primeiro caso de leishmaniose visceral humana em Belo Horizonte. Desde então a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) assumiu as atividades de vigilância e controle da doença realizando investimentos na estruturação do Programa.
Para conter o avanço da endemia a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSA-BH) realiza ações sistemáticas de controle, conforme normas técnicas do MS. O objetivo do programa é diminuir os níveis de transmissão da doença por meio da identificação e eutanásia de cães sororreagentes, controle químico do vetor (Lutzomyia longipalpis) e ações integradas de manejo ambiental.
A metodologia para realização de inquéritos caninos censitários (ICC) e controle químico do vetor é baseada na estratificação epidemiológica, ou seja, definição de áreas de risco, priorizando-se aquelas com maior incidência de casos humanos. No caso de Belo Horizonte, são utilizados também outros indicadores para definição das áreas a serem trabalhadas, tais como, as taxas de soroprevalência canina, o índice de vulnerabilidade à saúde (IVS) e situações ambientais propícias para ocorrência da doença. Nos últimos anos os inquéritos caninos no município estão prejudicados devido ao repasse insuficiente e irregular de Kits de diagnóstico canino pelo Ministério da Saúde.
As amostras de sangue são coletadas por meio de punção venosa e encaminhadas ao Laboratório de Zoonoses (LZOON) para realização dos exames sorológicos preconizados pelo MS para o diagnóstico da LVC. O recolhimento dos cães sororreagentes é feito pelas Gerências de Zoonoses (GERZO) e a eutanásia humanitária pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).
Maiores informações sobre a vigilância da LV no município de Belo Horizonte, podem ser consultadas no item 13 desta página. 
 
 
10 – Perguntas frequentes – Leishmaniose Visceral Canina
 
 
1 - Como é feita a coleta de sangue para exame da leishmaniose visceral canina - LVC ?
Resposta: O sangue é coletado por meio de punção venosa para realização de exame sorológico pelo Laboratório de Zoonoses (LZOON/SMSA).
2 - Como faço para solicitar uma coleta de sangue para exame de leishmaniose visceral (LV) do meu cão?
Resposta: Sua solicitação pode ser feita por meio do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) – telefone 156, pelo aplicativo para celular da Prefeitura ou pelo Portal de Serviços da Prefeitura de Belo Horizonte - SAC WEB (www.pbh.gov.br).
3 - Quais os prazos da PBH para realização da coleta de sangue, entrega do resultado do exame e recolhimento do cão soropositivo?
Resposta: Da coleta: 10 dias úteis a partir do recebimento da solicitação. Da realização do exame: 30 dias, no máximo, a partir da data da coleta de sangue do cão. Do recolhimento: 10 dias úteis a partir da liberação do resultado do exame pelo Laboratório de Zoonoses (LZOON), mediante agendamento com o responsável pelo cão. Observação: Quando a coleta de sangue é agendada, os profissionais do controle de zoonoses realizam mais de uma tentativa de visita. Caso a pessoa não seja encontrada, é efetuada a baixa do pedido no sistema. Em situações de excepcionalidade, os prazos estipulados pela PBH para realização da coleta, execução do exame e recolhimento do animal podem ser estendidos.
4 - Como fico sabendo do resultado de exame de LV do meu cão?
Resposta: Caso o resultado de exame do seu cão seja reagente (positivo), o serviço de controle de zoonoses entrará em contato para informar o diagnóstico e agendar o recolhimento do cão soropositivo. Devido ao grande volume, laudos de resultados negativos não são comunicados ou entregues. Se após 30 dias da data da coleta do sangue canino não houver a comunicação, o munícipe pode considerar o resultado de exame do cão “negativo”. Para quaisquer esclarecimentos, o interessado pode entrar em contato (pessoalmente ou por telefone) com a Gerência de Zoonoses da sua regional.
5 - Em caso de quaisquer dúvidas sobre a coleta de sangue, resultado de exame e recolhimento de cães com LVC como devo proceder?
Resposta: Você deverá entrar em contato, pessoalmente ou por telefone, com a Gerência de Zoonoses da sua regional.
6 - Quais os testes sorológicos padronizados atualmente pelo Ministério da Saúde para diagnóstico da LVC?
Resposta: Elisa e Teste Imunocromatográfico - TRI (teste rápido). No caso do teste rápido, o DPP para o serviço público e Alere ac Test para o serviço particular.
7 - Quando um cão é considerado um caso confirmado de LVC?
Resposta: Quando apresentar resultados reagentes (positivos) nos testes sorológicos de Elisa e TRI (teste rápido) ou exame parasitológico positivo.
8 - O exame parasitológico direto é aceito pela PBH para fins de diagnóstico de LVC e recolhimento do cão?
Resposta: Sim. O diagnóstico parasitológico é o método de certeza e se baseia na demonstração do parasito obtido de material biológico de punções hepáticas, linfonodos, esplênica, de medula óssea e biópsia ou escarificação de pele. É um método seguro de diagnóstico, uma vez que o resultado positivo é dado pela observação de formas amastigotas do parasita. Os exames parasitológicos serão admitidos pela PBH como prova de ocorrência de infecção canina quando positivos. OBSERVAÇÃO: A ausência do parasito em amostras obtidas de material biológico não exclui a possibilidade de infecção, portanto, os exames parasitológicos negativos não serão admitidos pela PBH como prova de ausência de infecção canina, sendo necessária a realização dos exames sorológicos recomendados pelo Ministério da Saúde (Elisa e TRI).
9 - Se o resultado de exame de LVC da PBH for reagente (positivo) terei a opção de contestá-lo e realizar novo exame sorológico em laboratório de minha escolha?
Resposta: Sim, desde que o novo exame seja realizado em Laboratório pertencente à Rede LVC/MG e que os exames estejam em consonância com o protocolo de diagnóstico do Ministério da Saúde. Neste caso, você terá 10 dias úteis a partir da data de conhecimento do resultado da PBH para apresentar o novo exame realizado em laboratório privado à Gerência de Zoonoses de sua regional.
10 - E se o resultado de exame realizado em laboratório privado for divergente do resultado da PBH?
Resposta: A critério do responsável que deseja certificar-se do resultado do exame para entrega do animal para eutanásia no serviço público, e em conformidade com o Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral - LV/Ministério da Saúde, deverá ser coletada amostra de contraprova para encaminhamento à Funed. O resultado liberado pela Funed, Laboratório de Referência Nacional para LV, será considerado definitivo para fins de comprovação da infecção canina.
11 - Quaisos laboratórios privados credenciados pela Rede LVC de Minas Gerais?
Resposta: A relação dos laboratórios está disponível no site www.funed.mg.gov.br
12 - A PBH faz o recolhimento domiciliar de cães com exame de LVC realizado em laboratório privado?
Resposta: Sim, desde que os exames sorológicos apresentados estejam de acordo com o protocolo do Ministério as Saúde e atendam aos seguintes critérios: a) O cão deve ter resultado reagente nos testes de Elisa e TRI (teste rápido) b) O teste de Elisa deverá ser realizado sempre em Laboratório da Rede LVC/MG c) O teste rápido (TRI), quando realizado em ambiente extra laboratorial (residência, clínicas, pet shop, dentre outros), deverá estar em anexo ou transcrito ao laudo de Elisa, carimbado e assinado por profissional competente
13 - Qualquer teste rápido (TRI) é aceito pela PBH para fins de diagnóstico da LVC e recolhimento do animal?
Resposta: Não. Atualmente só existe um teste rápido aprovado pela Funed e registrado no MAPA para fins de comercialização, o Kit Alere ac Test. Ou seja, somente o Alere é aceito pela saúde pública.
14 - Porque o exame de Imunofluorescência Indireta (RIFI) para LVC não é aceito pela PBH?
Resposta: No momento atual, muitos laboratórios privados utilizam ainda a técnica de RIFI, no entanto, desde 2011, esse método diagnóstico foi excluído do protocolo da LVC do Ministério da Saúde.
15 - Na ausência de exame sorológico de LVC, a PBH aceita o laudo clínico epidemiológico para fins de recolhimento do cão?
Resposta: O laudo clínico epidemiológico para LVC pode ser emitido a critério do médico veterinário, mas neste caso a PBH não fará o recolhimento domiciliar, devendo o responsável entregar o cão diretamente no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Somente são aceitos laudos cujo teor esteja de acordo com o modelo padrão da PBH, com carimbo e assinatura do médico veterinário.
16 - Em relação aos cães de rua de Belo Horizonte, como se faz o controle de leishmaniose visceral?
Resposta: Os cães errantes recolhidos nas ruas são avaliados por médico veterinário e submetidos à coleta de sangue para diagnóstico da LVC. Estando negativos são encaminhados para cirurgia de castração, vacinados contra raiva e outras doenças, tratados contra ectoparasitas, identificados com marcação eletrônica (microchip) e ficam disponíveis para adoção por 15 dias no CCZ. Caso não sejam adotados, retornam para o ambiente de recolhimento. Os cães recolhidos que apresentam exame positivo para LVC são encaminhados para eutanásia.
17 - Qual o método de eutanásia utilizado pelo CCZ?
Resposta: A eutanásia de animais é realizada conforme a Resolução 1.000 do Conselho Federal de Medicina Veterinária, de 11 de maio de 2002. O procedimento é individual, utilizando um pré-anestésico, anestésico geral e um supressor cardiorrespiratório por meio de acesso venoso.
18 - Porque a PBH continua recomendando a eutanásia e não fornece medicamento para tratamento da Leishmaniose Visceral Canina -LVC?
Resposta: De acordo com o Ministério da Saúde, o tratamento da LVC não se configura como uma medida de saúde pública para controle da doença e, portanto, trata-se única e exclusivamente de uma escolha do proprietário do animal, de caráter individual.
19 - A vacina contra a leishmaniose canina está disponível na rede de serviços da PBH?
Resposta: Não, assim como o tratamento canino, a vacina contra a leishmaniose canina não é uma medida de controle recomendada pelo Ministério da Saúde. Dessa forma, o seu uso está restrito à proteção individual dos cães e não como uma ferramenta de saúde pública.
 
11 - Dados das Atividades de Controle da Leishmaniose Visceral Canina 
Dados LVC / Belo Horizonte, ano 2020
Série Histórica LVC / Belo Horizonte, período 1994-2019
Número de amostras analisadas, reagentes e cães eutanasiados por Regional, 2011 a 2018, Belo Horizonte
 
12 - Referências Bibliográficas
 
1 - http//portalms.saude.gov.br/saúde-de-a-z/leishmaniose visceral
2 - Manual de Vigilância e Controle de Leishmaniose Visceral - MS, 2006.
3 - Diretrizes normatizadas pelo Serviço de Doenças Parasitárias (SPD) da Divisão de Epidemiologia e Controle de Doenças (DECD) do Instituto Octávio Magalhães (IOM), Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais (LACEN/MG) da Fundação Ezequiel Dias (FUNED), Laboratório de Referência Nacional para Diagnóstico da Leishmaniose Visceral (Portaria N° 057 de 26 de agosto de 2016/Orientação Técnica SDP/IOM/FUNED N° 002/2017

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