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TCC_EDISON

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
 
 
Artigo Cientifico 
Autor: *Edison Leonardo Duarte Biancardine 
Curso: Licenciatura em História 
Polo: Campos dos Goytacazes 
Orientador: Alessandra Silveira Borghetti Soares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campos dos Goytacazes 
2019 
 
 
O TIGRE DA ABOLIÇÃO: JOSÉ DO PATROCÍNIO UM LUTADOR DE SEU 
TEMPO 
 
 
RESUMO 
José do Patrocínio nascido em campos dos Goytacazes em 8 de 
outubro de 1854, filho de escrava forra; Maria do Espírito Santo com 
Cônego José Carlos Monteiro. 
Mestiço, em uma sociedade escravista foi mandado ainda jovem a 
Capital, Rio de Janeiro, onde estudou humanidades se formando em 
farmácia em de 1877, Apesar de sua formação em Farmácia ele 
pouco militou nesta seara, Patrocínio destacou-se no jornalismo e 
como romanista, o primeiro jornal o qual trabalhou foi na Gazeta de 
notícias como redator, alguns anos depois com apoio de seu sogro 
adquiriu o seu próprio Jornal, nessa época se dedicou em lutar pela 
abolição, adquirindo o pseudônimo: O Tigre da Abolição. Dentre as 
obras de José do Patrocínio destacamos: Mota Coqueiro ou Pena de 
Morte, Campanha Abolicionista, Pedro Espanhol, Os Ferrões. 
Quando estava com 34 anos a Lei Aurea foi assinada, sua 
popularidade ficou abalada pelo agradecimento a Princesa Isabel, 
mesmo abolicionista foi acusado de defender a Monarquia em 
momento que a sociedade respirava anseios republicanos. Veio a 
república e apesar de demonstrar simpatia por Deodoro da Fonseca 
lhe pesava acusação de monarquista, no Governo de Floriano 
Peixoto ele foi perseguido e desterrado para Cucuí no Amazonas. 
O homem idealista, intelectual e abolicionista, teve sua vida marcada 
não só por tudo isso, mais pelo que produziu, ele ocupante da 
cadeira de número 21 da Academia Brasileira de Letras e um dos 
fundadores, este mulato; farmacêutico, escritor, jornalista é uma das 
figuras mais importantes do Brasil, um homem com uma vida ímpar. 
 
 
 
 
 
 
 
PALAVRAS CHAVES: Abolicionista, José do Patrocínio, República 
 
 
 
1 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Pretende-se falar mais sobre um dos maiores vultos da história 
Brasileira em um contexto de efervescência social, cultural e ideológica 
que se passava no Brasil e em especial no Rio de Janeiro até então 
capital do país. 
Falar sobre o Abolicionista representante direto da raça ofendida, do 
homem, do pensador, do empreendedor dentro desse aspecto de 
empreendedorismo pode-se destacar algumas de suas façanhas: 
Farmacêutico, romancista, jornalista dono de jornal de nome “A Cidade” 
e até iniciou a construção do “santa cruz” um dirigível. 
Nossa tentativa é a de abordar seus feitos, exaltar a luta, dar a real 
dimensão de quem foi esse grande homem, esse ícone de nossa 
história que ocupa um espaço expressivo, mais bem aquém da 
grandeza real. 
Falar do Republicano, do homem que após consolidada a Republica foi 
acusado de Isabelista e de Monarquista. Comentar do homem 
perseguido e banido, depois de contribuir tanto para nossa cultura e 
para nossa história. 
Segundo Eridan passos: 
Fascinou-me a trajetória do negro que conquistara um lugar na elite 
social do país e que se colocara, para usar uma expressão de 
Joaquim Nabuco, como mandatário de sua raça, na luta contra a 
escravidão. (passos, 2016) 
 
Do homem negro que em seu funeral parou-se as ruas da capital do 
país, movendo multidões de anônimos e famosos, de pessoas que 
apenas queriam se despedir daquele que entrava a eternidade deixando 
nesse mundo; seu nome e os feitos registrados também para a 
eternidade. 
Verdadeiro tributo a quem fez o impossível em um mundo de 
pouquíssimas possibilidades e enormes desafios, um trabalho que tenta 
demonstrar um pouco da luta do herói da abolição 
2 
 
poucas são as pessoas capazes de mudar a mentalidade de uma época. 
Primeiro porque elas precisam estar completamente convencidas da 
causa que abraçaram, o que não é uma tarefa das mais fáceis. Mas 
também porque, para influenciar a forma de pensar de toda uma 
sociedade, é necessário se ver como agente dentro de um determinado 
contexto histórico. José Carlos do Patrocínio, mais conhecido dos livros 
de História apenas como José do Patrocínio, foi um desses brasileiros 
raros e peça-chave naquele que pode ser considerado o ponto de 
mutação para o Brasil contemporâneo – a extinção da 
escravatura.(trecho tirado de “A Alma nobre do Abolicionista José do 
Patrocínio” da série heróis e heroínas do Rio, de Sandra Machado. 
 
 
1. FORMAÇÃO 
 
Em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, aos 8 dias do mês de outubro 
de 1854, nascia um mestiço, filho de uma negra liberta que era quitandeira, e 
tinha por nome Maria do Espirito Santo e do Cônego José Carlos Monteiro. Seu 
pai o levou para a fazenda mesmo sem nunca ter reconhecido oficialmente sua 
paternidade ele cresceu ali na qualidade de negro liberto, desde cedo o jovem 
José assistia castigos que sobrevinham aos escravos. 
Com 14 anos de idade, já concluída a educação primária, foi para o Rio de 
Janeiro, alguns autores dizem que josé do patrocínio foi com a “permissão” e 
seu pai, outros que ele foi mandado, o fato é que lá trabalhou como servente 
de pedreiro na Santa Casa de Misericórdia durante um tempo o padre (seu pai) 
o ajudou com algum recurso, mas o padre estava cada dia mais 
descapitalizado e isso se dava sobretudo pela vida boemia e por jogos. 
José morava com um amigo João Rodrigues Pacheco Vilanova, que o 
apresentou a um militar chamado Capitão Sena, marido de sua mãe, este 
militar que morava em São Cristóvão deu-lhe abrigo e em troca patrocínio 
lecionava a seus filhos, este Capitão mais tarde viria a se tornar seu sogro, 
José casou com Enriquieta “dona bibi”. Assim Patrocínio foi trabalhando e 
3 
 
pagando por seus estudos, em 1868 entrou para a faculdade de medicina e lá 
se formou em Farmácia. 
Mas foi no jornalismo a sua descoberta. Em 1875, escrevia no jornal, Os 
Ferrões. Na casa de seu sogro ele participou de várias reuniões republicanas e 
abolicionistas ali ele começou a se politizar, na casa do Capitão Sena 
começaram as primeiras reuniões do Clube Republicano, a filha do Capitão e 
futura esposa de Patrocínio ajudava na organização. 
Após trabalhar no jornal Os Ferrões por 10 edições que eram mensais ele foi 
para o Gazeta de Notícias ao convite do dono daquele periódico, o senhor 
Ferreira Araújo, ali ficou responsável pela crônica política. 
"José do patrocínio, mulato, filho bastardo de escrava e vindo da senzala, sentia-se 
o legítimo representante dos escravos brasileiros”. (Terra 2002:p.187). 
 
 
 
1.1. A Política 
 
José do Patrocínio teve ação direta na política através dos Periódicos que lhe 
conferiram notório saber, prestígio, engajamento e a descoberta de seu 
propósito no mundo, no jornal Gazeta de notícia ele teve pseudônimo que logo 
se popularizou; Phudhome ao longo de sua carreira passou por outros 
periódicos e teve outros pseudônimos tais como; Notus Ferrão; Justino 
Monteiro, Pax Vobis e Pombos Correios 
“A forma de escrever de José do Patrocínio conquistou admiradores, logo 
despontou como republicano e como abolicionista. 
"Como orador, Patrocínio era imbatível. Com isso, angariou fama e, também, 
muitos desafetos. Como nos diz Ernesto Sena: “Patrocínio tinha, pelo seu 
temperamento, pela alta generosidade de seu grande coração, a fraqueza de 
se deixar sugestionar facilmente quando em seu espírito pairava a suspeita de 
que lhe tentavam marear o brilho do ideal político, e então ninguém como ele 
sabia atacar de frente, arrogante e terrível, o adversário. Ninguém possuía, 
4 
 
como ele, a facilidade na argumentação e a violência na linguagem, que 
ridiculariza, que acabrunha e que desorienta o inimigo debaixo de [um] sem 
número de imagens e comparações que muitas vezes definem por completo 
uma individualidade”. Numa polêmica com o filósofo Sílvio Romero, por 
exemplo,o chama de “teuto maníaco de Sergipe”, “Spenser de cabeça chata”, 
“macaco de Tobias Barreto” e ex-Ramos” (pois o nome de batismo de Romero 
era Sílvio Vasconcelos da Silveira Ramos)."1 
José do Patrocínio trabalhou pró -abolição de forma aguerrida nessa 
caminhada tão árdua ele teve por companheiro tantos outros abolicionistas de 
reconhecidos .como Joaquim Nabuco, Lopes Trovão, Teodoro Sampaio, Paula 
Nei, Quintino Bocaiuva e Pardal Mallet, alguns desses ele conhecia desde os 
primórdios do Clube Republicano na casa de seu sogro. 
No dia 3 de agosto de 1880 Patrocínio começaria seu contato político direto 
com as multidões, foi nessa data no Teatro São Luiz e aquela multidão 
presente foi a primeira a ser conquistada através da oratória, muitas outras 
pessoas já o tinham como referência por seus textos. 
“Há já muito tempo sou continuamente alvo das mais dolorosas calúnias e das 
mais cruciantes injúrias. Os meus adversários, em cuja vida privada nunca 
penetrei, muitas vezes só em respeito à compostura da imprensa, divertem-se 
em pintar-me como chaga mais cancerosa da nossa sociedade. (...)Não quero, 
porém, deixar que por mais tempo o povo brasileiro acredite, sob palavra dos 
meus amigos, na minha honra e no desinteresse com que tenho servido à 
causa da abolição, que eu entendo ser a da reorganização moral e econômica 
da minha pátria. Passo a citar fatos. Perguntam-me como vivo e de que vivo e 
têm razão. Quem sabe que eu sou filho de uma pobre preta quitandeira de 
Campos deve admirar-se de me ver hoje proprietário de um jornal e de que eu 
pudesse fazer uma viagem à Europa. Vamos a explicações. Comecei minha 
vida como quase servente, aprendiz extranumerário da farmácia da Santa 
Casa de Misericórdia, em 1868. (...)Fui sempre trabalhador, mas sempre altivo. 
Desde 1868 comecei a estudar. (...)Não é possível dar minuciosamente todas 
 
1
 (https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/paulo-cruz/aprendendo-com-jose-do-patrocinio/) 
 
https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/paulo-cruz/aprendendo-com-jose-do-patrocinio/
5 
 
as informações uma a uma. Devo, porém, ao público, o nome das pessoas com 
que tive relações: são estes cavaleiros, os meus amigos Dr. José Américo dos 
Santos, Manoel ribeiro, Antônio Justianiano Esteves Jr. Dr. André Rebouças, 
Dr. Ubaldino do Amaral, comendadores Moreira Filho, Martins Pinho, João 
José dos Reis & Comp., Luís ribeiro Gomes, visconde de Figueiredo, Luiz A. F. 
de Almeida e a diretoria do Banco do Comércio. A todos estes recorri, pedindo 
crédito e obtendo-o, satisfiz os meus compromissos, de modo que se 
evidenciava o meu trabalho e o meu sacrifício. (...)Eu sinto realmente não ter 
podido dar a meus inimigos a satisfação de me verem pálido e morto. 
Desculpem-me esses senhores, se eu vivo com a cabeça alta e curado do meu 
fígado. O pecúlio que eu como é o do trabalho e da honra, a Kermesse que me 
sustentou na Europa foi o tino e a dedicação dos meus companheiros de 
trabalho e dos meus amigos do comércio a quem abraço 11 daqui afirmando-
lhes que sempre fui, sou e que serei digno deles. (PATROCÍNIO, 1884:1). 
Patrocínio com se companheiro naquele momento o Lopes Trovão, faziam 
caravanas para discursar pela abolição, também jornais como: A Gazeta da 
Tarde e Cidade do Rio ficaram com performance abolicionista com a influência 
e o trabalho de Patrocínio, a intenção era sempre de mostrar a população que 
a escravidão era absurda e também pressionar o legislativo, na sede da 
Gazeta da tarde na data de 10 de maio de 1883 nascia a Confederação 
Abolicionista no dia seguinte a confederação lançava um manifesto que seria 
assinado por entes congêneres e por personalidades abolicionistas de bastante 
expressão como; Adré Rebolsas e Aristides Lobo. 
1.2. PATROCÍNIO, MAÇONARIA E ABOLIÇÃO 
Na Maçonaria existiram negros famosos e um desses foi o Patrocínio, não só 
ele mais outros como André Rebolsas e Luiz Gama, claro que isso conferia-
lhes certa vantagem, abria-lhes certas portas onde conheceram muitas 
pessoas importantes em seu tempo e mais ainda para eles, não podemos 
esquecer que até então estamos tratando de uma sociedade escravista com 
forma de governo Imperial. 
“Como aponta Renata Ribeiro Francisco “A sobrevivência social de mulatos 
dependeu do estabelecimento de apadrinhamentos, os habilitava a circularem 
6 
 
em certos espaços. Mas, mesmo se valendo de tais arranjos sociais, que 
pareciam ser eficientes, observamos que a entrada efetiva da maçonaria no 
Brasil no início do século XIX colaborou em certo sentido para a modernização 
dessas relações. A maçonaria carregava em si elementos próprios desse 
modelo de apadrinhamento, pois era sociedade de ajuda mútua, mas acrescida 
de outros elementos como a ritualística e segredo compartilhados por aqueles 
que nela ingressavam. (AZEVEDO, 1996/97:182) Tínhamos aí uma espécie de 
“apadrinhamento maçônico”, novidade que atrairia sobremaneira, jovens 
estudantes e carreiristas iniciantes. As possibilidades vislumbradas pela 
maçonaria logo exerceriam atração sobre nossos mulatos Francisco Gê 
Acaiaba Brandão de Montezuma (1794-1870), Joaquim Saldanha Marinho 
(1816-1895), José Ferreira de Meneses (184?-1881)3 , Luiz Gama (1830-
1882), José do Patrocínio (1853-1905), Eutíquio Pereira da Rocha e tantos 
outros, cujas identidades étnicas maçônicas não nos foram reveladas4 .”( Por 
talentos e virtudes: trajetórias maçônicas de negros abolicionistas, XXVIII 
Simpósio Nacional de História, Renata Ribeiro Francisco)” 
A maçonaria fundava instituições para lutar contra a escravidão, dentre elas 
podemos citar a “Sociedade brasileira contra a escravidão” os maçons 
lançaram o “Manifesto Programa dos Advogados Contra a Escravidão” um bom 
exemplo dessa luta dos mações foi o Martinho Prado Júnior que contribuiu para 
o término da escravidão. Fundando no dia 2 de julho de 1886 a Sociedade 
Promotora da Imigração, que lutava pela introdução de imigrantes em São 
Paulo, muitos mações ilustres colaboraram para a luta contra a escravidão com 
exemplo citamos: Marechal Deodoro da Fonseca, Martinho prado Junior entre 
outros. 
 
 
1.3. A Viajem ao Nordeste 
 
Em 1878 Patrocínio viaja para o Ceará, naquele momento o objetivo era, com a 
missão de enviar informações a corte sobre a seca no nordeste, esse período a 
população de Fortaleza havia quituplicado, pois o sertanejo fugindo da fome, 
7 
 
fugindo da miséria e do abandono corria para os grandes centros deixando 
suas terras para trás. 2 
“O que José do Patrocínio observa, portanto, é a decadência de um mundo 
rural aparentemente indestrutível, posto que ancorado na regularidade e na 
segurança da natureza, mas que se desagrega pela seca – o caos!)”(A miséria 
na literatura, José do Patrocínio e a seca de 1878 no Ceará,Frederico de 
Castro Neves)3. 
Por quase todas as províncias haviam relatos de retirantes que se espalhavam 
por vários locais do Império, com relatos da miséria, os peródicos tratavam o 
assunto com sensacionalismo habitual, estavam todos comovidos, todas essas 
tensões eram observadas e sentidas por Patrocínio, em artigos escritos por ele 
já havia indicação de suas preocupações sobre a viagem, sobre a seca, sobre 
a tragédia que estava se desenhando. 
Patrocínio aponta o enfraquecimento dos “Coronés” que não conseguiam 
manter seus o sertanejo em suas terras e área de influencia, também falava 
sobre a prostituição que crescia sobremaneira nesses lugares, a imagem 
realmente marcante dessa viagem foi a visão dos flagelados, e a dureza com 
quem a seca os castigava, uma contemplação terrível do resultado da soma de 
fatores como: seca, pobreza e abandono. 
Como afirmou Patrocínio: “Conservaram-se límpidas, em todas as memórias, 
as recordações dos tempos prósperos, levando ao desespero os chefes de 
família, incapazes de evitar, ou meramente compreender o processo que 
estavaminseridos” (Gazeta de Notícias, Rio de janeiro , 22.08.1878) 
Da viagem ao nordeste do brasil José do Patrocínio criou o seu romance “ Os 
Retirantes” Patrocínio, que tem nesse romance por tema principal a verdadeira 
odisseia dos retirantes que migram para os grandes centros atrás de uma vida 
melhor ou apenas não morrer de fome e sede, destaca-se ainda na obra como 
a seca afetou a vida não só dos mais pobres porém das pessoas das famílias 
mais ricas naquele lugar 
 
2
 http://dx.doi.org/10.1590/S1413-77042007000100005 
 
3
 http://dx.doi.org/10.1590/S1413-77042007000100005 
 
8 
 
A obra fictícia “Os Retirantes”, criava uma história sobre um povoado 
extremamente religioso no sertão, conta detalhes e misérias no local, disserta 
sobre os dramas em um cenário tenebrosamente miserável. Apesar de 
romance, apesar de ficção nada escrito nessa época seria capaz de mostrar 
com tanta clareza toda a desgraça que estava ocorrendo no Nordeste, isso 
trouxe grande comoção ao povo da capital e de todo império, foi como abrir a 
ferida: 
“. [...] o pânico feriu, de improviso, a energia das populações do 
Sudoeste assim como a de toda a Província do Ceará. Estatelavam 
todas ante a perspectiva hostil do futuro, numa resignação de faquir 
que se imola, e, como se tivessem um prurido de angústias, 
recontavam-se histórias de outras épocas horrorosamente 
calamitosas. Demais, a superstição abriu logo as longas asas de 
corvo e pairou sobre os espíritos acovardados. (PATROCÍNIO, José 
do. Os Retirantes vol. 1, 1973, p. 24).
4
 
 
José do Patrocínio apesar de ser negro em uma sociedade escravista tinha 
status privilegiado, pois nunca fora escravo, era intelectual, através de seus 
escritos se fez conhecer, e todo esse prestígio José se valia para difundir ideias 
abolicionistas e atacar o Império que estava com sua imagem negativa após a 
guerra do Paraguai e tantos outros levantes, e agora a seca, concluímos que 
josé não foi convidado para essa missão, em vão, quem sabe D. Pedro II 
queria mostrar através de um de seus maiores questionadores que estava 
fazendo ua parte por aquele povo? Na verdade o que ocorreu foi mais prestígio 
acadêmico e político dentre a sociedade como um todo e em especial entre 
intelectuais, além de lançar Patrocínio em mais uma relevante luta social 
daquele momento do Brasil, e de forma alguma houve qualquer melhoria na 
imagem do Império quem com a tímida iniciativa só foi capaz de confirmar a 
tragédia e promover as idéias contrárias ao regime que já eram um fato. 
1.4. Abolição 
 
Já em 1875 Patrocínio lançou “Os Ferrões” no ano seguinte escreveu um 
poema para a Princesa Isabel, em 1883 em contato com outros movimentos 
abolicionistas criou-se a Confederação Abolicionista, em 1887 José foi eleito 
 
4
 http://www.faculdadedamas.edu.br/revistas/index.php/neari 
 
http://www.faculdadedamas.edu.br/revistas/index.php/neari
9 
 
para a câmara de vereadores do Rio de Janeiro, no dia 13 de maio de 1888 a 
Princesa Isabel assinou a Lei Aurea . 
Patrocínio fazia circular panfletos na corte de teor abolicionista e isso se deu 
até o dia em que a Lei foi assinada, por sua dedicação ele foi chamado de 
“Tigre da Abolição. 
 
Com a abolição houve um breve momento o qual nosso tigre da abolição ficou 
esquecido, porém logo veio a Republica, com ela novas lutas, outros desafios e 
uma perseguição antes inemaginável, um desgaste em sua pessoa pública e 
inimigos terríveis, porém a história mostrou-nos que com acertos e quase 
nenhum atropelo houve vitória.5 
A abolição aproximou muito Patrocínio da corte em especial da Princesa Isabel, 
principalmente no ato da assinatura da Lei Aurea onde Patrocínio de forma 
quase teatral foi agradecer a Princesa quase de joelhos, isso não foi bem visto 
por muitos, e isso trouxe-lhe problemas que contaremos no próximo capitulo 
desse singelo trabalho. 
1.5. FINALMENTE REPUBLICA 
 
E então o Brasil acorda Republica, falamos isso pois o povo nem percebeu o 
movimento, apenas os poderosos do novo regime anunciaram, os pouco que 
sabiam ler o fizeram, não por periódicos naquela mesma data, mais folhetins, e 
fofoca nas praças e em comércio. 
A proclamação não teve sua base em vontade popular, em iniciativa vinda das 
camadas basilares daquela sociedade, haviam sim movimentos republicanos, 
porém nada marcado, nenhuma data, exército de revoltosos, manifestações 
populares e coisas desse tipo. 
Tentaremos expor começando por Marechal Deodoro da Fonseca, um oficial 
herói da Guerra do Paraguai, e contrário a Republica, porém no dia 15 de 1889 
militares foram ao Campo de Santana dispostos a derrubar o antigo regime 
 
5
 https://www.migalhas.com.br › migalhas quentes. 
 
10 
 
Quem eram esses militares? Na verdade não haviam oficiais Generais, não 
houve apoio da marinha, eram sim, um grupo de jovens oficiais, da Escola 
Militar da Praia Vermelha que marcharam em direção do velho Marechal e 
exigiram a Republica, todos aqueles jovens haviam sido alunos de Benjamin 
Constant que dava aulas de matemática na citada Escola. 
Como tiveram tanta força? Temos de observar o cenário, podemos iniciar pelo 
desgaste político do Império em relação as Oligarquias do País que 
financeiramente ficaram abaladíssimos com a Abolição, o descontentamento 
no meio militar principalmente entre os oficiais de baixa patente, e desgaste da 
imagem imperial após o trágico desfecho da Revolta de Canudos. 
Pronto! Tínhamos uma república e um presidente que era o Marechal Deodoro 
da Fonseca, sem envolvimento popular, e sem melhorias para a população, 
pois essa republica era Oligárquica e visava a atender a demanda das 
camadas mais abastardas da sociedade. 
Qual a importância disso para nosso trabalho? Toda! Pois, um pouco antes 
dessa Proclamação a imagem de Patrocínio para com os Republicanos não era 
das melhores patrocínio sofria com a acusação de estar a frente da guarda 
negra. 
1.6 A GUARDA NEGRA 
 
Esse movimento foi pelos republicanos ligados a José do Patrocínio, o que lhe 
rendeu problemas com o novo regime que se instalava no Brasil. 
A guarda negra foi um movimento de negros revoltosos, capoeiristas que, 
sobretudo causavam problemas nas reuniões públicas de orientação 
republicana, de alguma forma eles eram pró monarquia, sobretudo após a Lei 
Aurea. 
A guarda fazia intervenções violentas nas reuniões republicanas, enfrentavam 
a polícia e devido a isso e devido a ideia de que eles eram ligados a Patrocínio, 
inimigos da Guarda Negra se tornaram inimigos de patrocínio, dentre os novos 
inimigos destacamos Silva jardim, que se consolidou como o maior oponente 
de Patrocínio. 
11 
 
Como afirma Humberto Fernando Machado, em seu trabalho, Abolição e 
Cidadania: A Guarda Negra da Redentora no Rio de Janeiro “Os atritos com 
Silva Jardim assumiram uma maior dimensão devido ao conflito ocorrido numa 
Conferência do propagandista republicano na Sociedade Francesa de 
Ginástica, próximo ao Largo do Rocio, no centro do Rio de Janeiro, em 30 de 
dezembro de 1888. Durante o evento, membros da Guarda Negra 
interromperam o seu discurso de forma violenta, invadindo o teatro aos gritos 
de “viva a monarquia e a Princesa Isabel”.6 
Como afirmou; Augusto de Oliveira Mattos em seu trabalho: A proteção 
multifacetada: As ações da Guarda Negra da Redemptora no caso do Império 
(Rio de Janeiro 1888-1889) “O estudo da Guarda Negra da Redentora 
contempla todos esses sítios. Odiada e amada por muitos, mas talvez não 
compreendida por todos, a organização tentava materializar o sentimento 
fundamental de pertencimento”. 
 
1.7 JOSE E O MARECHAL DE FERRO 
 
Floriano Peixoto foi o segundo presidente do Brasil, herói da guerra do 
Paraguai, veio dessa empreitada com a manta de Solano Lopes, noGoverno 
Provisório foi ministro da guerra e no ano seguinte eleito vice-presidente com a 
renuncia de Deodoro tornou-se Presidente. 
Foi o vice-presidente de Deodoro e com a renúncia veio a assumir e tornou-se 
o segundo Presidente da jovem Republica e nesse contexto o Patrocínio era 
acusado de ser “Isabelista” para muitos republicanos e para o então presidente, 
um inimigo que representava o risco de retorno do antigo regime, embora 
tivesse negado sempre essas acusações, veja a publicação dele: 
 “O que nos levou ao isabelismo foi o sentimento abolicionista 
nacional, acreditamos que a monarquia tenha rompido de vez, que 
nunca mais recorreria, para colaboradores de sua política, aos 
remanescentes d‟esse episódio de ignomia. Tínhamos declarado que 
não haveria entre nós e estes ipenitentes, criminosos do maior 
atentado contra a nossa pátria, conciliação possível. Para demostra-
lo fingimo-nos a tortura moral do afastamento do nosso partido, 
quando ele avolumou-se comA onda de 14 de Maio. ( PATROCÍNIO, 
1889 apud VASCONCELOS,2011,P.134). 
 
6
 https://xn--histria-o0a.ufrj.br/ 
https://hist�ria.ufrj.br/
12 
 
 
Ganhou o apelido por conta de ter seu governo marcado por revoltas e pelo 
uso da força para debelar tais movimentos, e por falar em força o Marechal 
“eliminou” a ameaça que seria a Guarda Negra, outra situação ligada pelo 
imaginário popular a imagem de José do Patrocínio. 
Embora patrocínio tivesse demonstrado certa simpatia a Deodoro a opinião 
pública da época havia ligado José a figura da monarquia e Floriano não 
perdoou e perseguiu com vigor a pessoa de José do Patrocínio7 
 
 
1.8.O DESTERRO 
 
José do Patrocínio logo lançou-se a causa do povo e começou a criticar 
publicamente Floriano Peixoto, isso lhe rendeu muita perseguição e por fim foi 
desterrado para Cucuí na região amazônica e teve de deixar seu jornal “ A 
cidade do rio” nas mãos de outras pessoas, mais logo foi fechado por soldados 
de Floriano. 
Em 1893 Patrocínio volta, quase que clandestinamente, se manteve em 
silencio, porém voltou doente, ano seguinte Prudente de Moraes assume e 
então as coisa ficam melhores para José 
A intenção de Prudente de Morais era de pacificar a Republica, e começou por 
anistiar os desterrados de Floriano Peixoto, e fazer um governo constitucional, 
o Jornal A Cidade do Rio voltou a circular até 1902.8 
 
1.9 A MORTE 
 
No teatro Lírico em meio a uma homenagem a Santos Dumont, em momento 
em que saudava-o passou muito mal, teve uma hemoptise, nessa fase de sua 
vida ele pensava muito na aviação, e estava se dedicando ao projeto do Santa 
Cruz que seria um dirigível, essa empreitada começou no momento em que ele 
teve de ficar anônimo por causa da perseguição. 
 
7
 books.google.com 
8
 https://www.historia.uff.br/stricto/td/1464.pdf 
https://www.historia.uff.br/stricto/td/1464.pdf
13 
 
Patrocínio participou da primeira importação de automóvel do brasil, na 
condição de comprador, isso pouco antes de quebrar financeiramente, ele já 
não gozava 
do prestígio de antes, era como se as pessoas tivessem esquecido de sua luta 
de sua importância 
No dia 29 de Janeiro de 1905 morria Patrocínio, faleceu em casa, muito 
simples por sinal. 
“O herói, José do Patrocínio! O que recebeu em troca, no final de sua vida? 
Nada. Só abandono e esquecimento. Viveu seus dois últimos anos com 
dignidade. Sofrendo em silêncio. Sem nada a mendigar a uma sociedade que o 
esquecera” (josé do patrocínio do patrocínio, o abolicionista dionisíaco, de 
Eridan Passos) 
Houve grande comoção social na época, o funeral de Patrocínio, o cortejo foi 
acompanhado por multidões, políticos e celebridades da época compareceram, 
no caminho o cortejo parava e muitos faziam discursos exaltando as 
qualidades de Patrocínio, isso jamais havia ocorrido na capital, conforme 
afirmava a „Revista da Semana de 12 de fevereiro de 1905. 
Foram 14 dias de funeral, muitas as homenagens a Patrocínio, a Câmara de 
Vereadores do Rio de Janeiro decretou luto por 3 dias, muitos jornais 
mandaram coroa de Flores, Olavo Bilac o Barão do Rio branco estão entre as 
pessoas e instituições que se consternaram com a morte de José, todas as 
classes que se possa imaginar homenagearam a Patrocínio, escritores, 
militares, intelectuais, políticos e o povo. 
 
 
2.CONCLUSÃO 
 
Concluímos que José do Patrocínio foi um dos maiores Abolicionistas do Brasil, 
um herói da abolição, que Patrocínio foi um dos maiores Jornalistas que esse 
país já teve, que José foi um dos maiores intelectuais dessa pátria, ocupante 
da cadeira de número 21 da Academia Brasileira de Letra e um de seus 
fundadores, um grande visionário, dono de jornal, vereador do rio de janeiro, o 
primeiro a importar um veículo automotor no Brasil, tentou fazer o dirigível 
santa Cruz o que lhe consumiu os últimos recursos financeiros. Um homem 
ímpar, um grande cidadão Brasileiro 
Tudo poderia ter dado errado, para o filho do Vigário com a escrava forra, ele 
sendo negro em uma sociedade escravista, vindo para a capital ainda menor, 
sem ter quem se responsabilizasse por custear a educação, tendo de trabalhar 
para estudar de ajudante de pedreiro, ainda sim encontrando forças para 
continuar seus estudos. 
14 
 
Mais não! Estamos falando de fibra, de garra, de sonhos, de crenças, de um 
conjunto que havia no interior de um homem que se lançou a aventura da vida 
e fez o seu melhor, estamos falando de um verdadeiro herói, estamos nos 
referindo do tigre da abolição. 
Até nos debruçar sobre o assunto tudo que sabemos sobre a escravidão é o 
que vemos nas dramaturgias, ou seja, nas novelas seriados. Isso por si não é 
capaz de nos revelar a riqueza das lutas, dos movimentos. Isso não nos revela 
os heróis. 
Como todo trabalho científico deve procuraremos manter distancia do senso 
comum, e observar todo esse panorama sobre outro ângulo, claro que nem 
será difícil elencar as qualidades e feitos do Tigre da Abolição. 
Quando pensamos em um herói negro pensamos em alguém como Zumbi dos 
Palmares, que era sim um guerreiro, tinha sim liderança porém 
intelectualmente limitado, essa foi a imagem vendida todos esses anos, aí 
estudando mais um pouco, saindo do comum, nos deparamos com José do 
Patrocínio um homem inteligentíssimo, vemos que existiram outros como, 
André Rebouças. 
Isso nos faz pensar, será que mostrar sempre zumbi como herói, nas séries, 
nas novelas, nas escolas, e ignorar os grandes heróis negros intelectuais não 
seria também uma visão do colonizador? Bom seja como for estamos firmes 
em crer que o intelectual e abolicionista Patrocínio, é o maior representante da 
abolição e dos movimentos. 
Nesse trabalho procuramos exaltar a figura de José do patrocínio, expor um 
pouco de quem ele foi, e o que ele representou para nossa história, suas obras 
e suas conquistas, e não menos importante citar seus sofrimentos, pois a vida 
não é fácil pra ninguém, e no final de tudo esse trabalho é apenas uma forma 
de dizer: Obrigado Patrocínio! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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