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Teoria da História Material Teórico Responsáveis pelo Conteúdo: Profa. Dra. Ana Bárbara Pederiva e Profa. Esp. Rebecca Lima dos Santos Revisão Textual: Profa. Esp. Márcia Ota Positivismo 5 Positivismo • A historiografia e a objetividade da ciência • O tempo de Comte • Positivismo • Positivismo no Brasil · A historiografia e a objetividade da ciência. · A Contextualização histórica dessa corrente. · A vida e obra de Comte, bem como algumas de suas principais teorias, dentre elas: a Lei dos Três Estados, a Hierarquia da Ciência, os Métodos Objetivos e Subjetivos e a Teoria da Estática e da Dinâmica Social. Prezado(a) aluno(a) Espero que aproveite este momento para refletir sobre a importância da metodologia e da teoria para a pesquisa histórica. Por isso, leia o material com atenção, anote as dúvidas, use o material complementar para ampliar seu conhecimento sobre o tema e realize as atividades com atenção e cuidado. Bom estudo! 6 Unidade: Positivismo Contextualização Toda pesquisa exige um método. Imagine como seria se as pesquisas fossem feitas da maneira que o pesquisador quisesse, sem um método, sem normas a serem seguidas ou até mesmo sem fundamentação ou comprovação do que se estuda. A ciência seria levada a sério? Nessa unidade, conheceremos um pouco mais sobre como se iniciaram nas pesquisas o uso do método, da escolha de teorias que vão fundamentá-lo e da comprovação científica do fato estudado. Isso é importantíssimo para as pesquisas acadêmicas e para o trabalho do historiador, pois tornam a pesquisa histórica não somente mero relato factual, mas um trabalho com a devida análise crítica. 7 A Historiografia e a objetividade da Ciência Para Aróstegui (2006), a Historiografia significa “pesquisa e escrita da História”, ou seja, o conhecimento dos fatos do passado é resultado de pesquisa, por meio das práticas metodológicas que nada mais são do que formas de acesso à realidade empírica em função da natureza das hipóteses e das características da realidade. Isso só é possível pelas divergências e semelhanças na forma de se analisar determinado fato ou fenômeno. Atenção É muito comum o uso errado da palavra historiografia enquanto reflexões sobre a História ou história da história. Para pensar Quem nunca ouviu falar de Marx e de seu livro “O Capital”? Será que existem outras teorias? Você já ouviu falar em alguma outra corrente historiográfica? Grande parte dos pesquisadores baseiam suas análises no método marxista, que é considerado o mais famoso de todos; entretanto, existem diversas outras correntes historiográficas, incluindo o tema desse nosso capítulo – o Positivismo – corrente que, primeiro, pensou na história como ciência. Como destaca Lowy: “...a objetividade nas ciências humanas é decorrente de (...) três grandes correntes de pensamento: o positivismo, o historicismo e o marxismo” (2003, p. 9). Glossário Corrente historiográfica: é um termo técnico que designa teorias, pensadores e filosofias os quais a metodologia da escrita da história irão se basear para realizar suas análises. 8 Unidade: Positivismo O tempo de Comte Para que se entenda o pensamento comtiniano, é necessário ter um panorama do que aconteceu nos séculos XVIII e XIX, tendo em vista que as constantes mudanças ocorridas neste período não só tiveram um cunho intelectual, mas, principalmente, político e econômico, que estão fortemente refletidas em suas obras. Revolução Industrial: Transformação da economia agrária e manufatureira para a economia industrial e de larga escala. Caracterizado pelas duas grandes revoluções burguesas na França (Revolução Francesa) e na Inglaterra (Revolução Industrial), onde a intelectualidade era marcada por seus ideais iluministas (da razão frente a fé), que irão determinar a ascensão e consolidação no século XIX do capitalismo, principalmente, por intermédio da Revolução industrial. Comte nasceu em pleno governo diretório (Napoleão) e cresceu observando as consequências (observe o quadro resultados) dessas duas Revoluções em seu país. Assim, seus estudos formulam, principalmente, a reorganização social através da ordem e de um governo de e para a elite, em contraposição ao governo do povo que se instaurou durante um determinado período da Revolução Francesa. Você sabia? O Governo Diretório (1795-1799) se formou após um golpe dos Girondinos (grupo moderado no Parlamento francês). Estes fecham os clubes jacobinos e por ameaças externas e para manterem seus privilégios entregam o poder a Napoleão Bonaparte. Sendo assim, a característica marcante do contexto vivido por Comte é justamente as revoltas e as lutas econômicas e territoriais. Os pensadores, dessa forma, voltam-se à política ou à economia, consistindo nisso o diferencial da filosofia positiva em um período, onde os grupos sociais são desconhecidos e não se pensa na formação das sociedades. Então, Comte formula o seu curso, tornando-se o pai da SOCIOLOGIA. Resultados: Sociais – Urbanização e formação de classes sociais. Econômicos – Sistema fabril e formação do lucro e capital. Intelectuais – Financiamento das pesquisas e novas tecnologias. Leia o segundo e o terceiro capítulo da Era das Revoluções de Eric Hobsbawm. 9 Comte Fonte: Wikimedia Commons Comte nasceu na França no pós-Revolução Francesa, era de uma família de classe média, com posses, e, como tal, teve uma formação de excelência. Estudou engenharia na politécnica. Ministrou aulas durante algum tempo, mas acabou se afastando por problemas emocionais. Sem recursos, foi financiado por seus seguidores, dentre eles: John Stuart Mill, Pierre Laffitte, Emile Littré. Ministrou diversas palestras, dentre elas a que deu origem a sua principal obra ‘Sobre o Espírito Positivo’; nela, explica sua principal teoria: a lei dos três estados (que veremos mais adiante). Apaixonou-se e viveu um amor platônico com Clotilde de Voux, que o ajudou a fundar a religião da humanidade. Segunda fase de suas teorias e fonte das principais críticas ao seu trabalho. Comte morre em 1857, sozinho e sem o devido reconhecimento de sua obra na Europa; entretanto, deixou muitos seguidores aqui no Brasil. Em19 de janeiro de 1798, nasce, em Montpellier, August Comte. Em 1807, aos 9 anos inicia seus estudos no Liceu de Montpellier, onde conseguiu bolsa. Em outubro de 1814, entra para a Escola Politécnica. Em 1815, é expulso da Escola Politécnica. Em1817, passa a trabalhar para Saint Simon, grande in�uenciador da sua obra. Em 1822, escreve seu primeiro trabalho: “Plano de trabalhos cientí�cos necessários para reorganizar a sociedade”. Em 1824, rompe com Saint Simon. Em 1826, é internado em um sanatório. Em 1830, inicia os escritos do seu principal livro: Curso de Filoso�a Positiva. De 1832 a 1844, leciona na Politécnica. Em 1844, conhece Clotilde de Voux, que o in�uenciou a criar a Religião da Humanidade. Em 1846, morre Clotilde de Voux, instabilizando ainda mais o quadro de Comte. De 1848 a 1854, escreve diversos livros sobre reorganização social e sobre a Religião da Humanidade. Morre em 1857. Para saber mais sobre a vida e a obra de Comte. Acesse: http://www.igrejapositivistabrasil.org.br/ http://www.igrejapositivistabrasil.org.br/ 10 Unidade: Positivismo Positivismo Dentre os principais conceitos científicos formulados por Comte, estavam: • A lei dos três estados; • A hierarquização das ciências; • A teoria da estática e da dinâmica social; • O método objetivo e subjetivo. Por se tratar de um método científico, todas as verdades para Comte não são absolutas. Dessa forma, ao observar a sociedade, percebeu a evolução histórica presente nesse percurso, criando, assim, suas teorias e concepções baseadas nessa evolução. Para Comte, o significado da palavra positivo se dá no sentido de relatividade, a possibilidade de não haver uma verdade absoluta na ciência. Lei dos Três Estados A lei dos Três Estados foi exposta pela primeira vez no Curso de filosofia Positivade Auguste Comte, a finalidade era apresentar a nova filosofia e caracterizar aqueles que realmente são a favor da sua causa. O que caracteriza a Humanidade é a constante evolução de sua inteligência, que pode ser observada desde os primórdios históricos. Para entender a Filosofia Positiva, é necessário entender a marcha do progresso humano tanto intelectual, como social e político. (COMTE, 1983, pp. 3 e 4) Foi por meio da observação dos fatos e analisando a evolução da inteligência humana que Comte descobriu o que ele chama de Lei Fundamental, ou seja, invariável, que se aplica às descobertas científicas, bem como as verificações históricas do passado. Diálogo com o Autor “Estudando, assim, o desenvolvimento total da inteligência humana em suas diversas esferas de atividade, desde seu primeiro voo mais simples até os nossos dias, creio ter descoberto uma grande lei fundamental, a que se sujeita por uma necessidade invariável, e que me parece poder solidamente estabelecida, quer na base de provas racionais fornecidas pelo conhecimento de nossa organização, quer na base de verificações históricas resultantes dum exame atento do passado”. COMTE, Auguste. Curso de filosofia positiva. São Paulo: Editora Abril, 1983. (Coleção Os pensadores), p. 4. 11 Assim, a primeira constatação do mesmo, foi a de que cada fato e ramo do conhecimento, passa por três estados históricos diferentes: · O primeiro se caracteriza como ponto de partida necessário para o desenvolvimento da inteligência humana; · O segundo é destinado a ser somente de transição para o terceiro e último estado que é fixo e definitivo. Para pensar Qual a importância desses três estados? Vamos pensar no que Comte nos diz: “Tudo começa, com efeito, sob a inspiração teológica (primeiro Estado), para desembocar na demonstração positiva (Terceiro Estado), passando pela argumentação metafísica (segundo Estado). Desse modo, uma mesma lei geral nos permite, de agora em diante, abarcar ao mesmo tempo o passado, o presente e o futuro da humanidade”. (COMTE, 1983, p. 113) Segundo Comte (1983, pp. 59 e 60; pp. 101 a 115), o estado Teológico, como fase inicial, é importante, pois adquire um caráter espontâneo, sem o qual não se chegaria ao estado definitivo, já que é o único estado possível na origem. Essa primeira fase é subdividida em fetichista, ou seja, atribuição a fenômenos internos para explicar os fatos - como exemplo, temos o deus vento, ele faz parte da nossa realidade, porém é atribuído a ele forças sobrenaturais. Já no politeísmo, essa atribuição é para seres superiores à nossa realidade, ou seja, a divindades míticas. E, por último, o monoteísmo, decadência dessa fase, em que há atribuição sobrenatural a um único deus. O método utilizado pelos teólogos é a imaginação, sem base científica. A segunda é necessária por ser uma filosofia transitória, fase anterior ao estado Positivo, por que não reagimos ao brusco; por isso, passamos pelo estado Metafísico, para que possamos, então, evoluir. Assim, ainda crendo no sobrenatural, aprendemos lentamente a nos fixar somente nos fatos em si, sem pensar em sua causa. Nessa fase, as explicações ainda são sobrenaturais, porém com base na natureza; os próprios fenômenos são, em parte, uma divindade, logo, inicia-se a observação do mesmo, o que para Comte já representa uma evolução. Para compreensão dessa divindade, é necessário o questionamento; por isso, a importância de adaptação para um novo estado. O método utilizado pelos metafísicos é a argumentação. E, por último, a importância do estado Positivo é, por intermédio da observação, comprovar cientificamente, os fenômenos que cercam a evolução da humanidade. Comte (1975, pp. 7 e 8) acreditava que o progresso causa a desordem e a ordem atrapalha o progresso. Por isso, em uma sociedade positiva, deveria haver duas forças antagônicas que ao mesmo tempo em que trazia o progresso a outra reinstalaria a ordem, seriam os conservadores (ordem) e os anarquistas (progresso, a revolta). Para que toda a sociedade sofresse transformações concretas, era necessário que cada componente da sociedade, no seu tempo, alcançasse o estado positivo, único possível em uma sociedade desenvolvida. 12 Unidade: Positivismo Ciências abstratas e concretas: hierarquização das ciências As ciências abstratas estão dispostas, hierarquicamente, da mais simples a mais complexa, como previu Descartes: a matemática, a astronomia, a física, a química, a biologia e a sociologia. Diálogo com o Autor Comte apoia a divisão e a separação do conhecimento por áreas de especificidade, pois: “No estado primitivo de nossos conhecimentos, não existe nenhuma divisão regular em nossos trabalhos intelectuais. Todas as ciências são cultivadas simultaneamente pelos mesmos espíritos. Esse modo de organização dos estudos humanos, no início é inevitável e mesmo indispensável, como teremos ocasião de constatar mais tarde, altera-se pouco a pouco, na medida em que diversas ordens de concepções se desenvolvem. Por uma lei cuja a necessidade é evidente, cada ramo do sistema científico se separa insensivelmente do tronco, desde que cresça suficientemente para comportar uma cultura isolada, isto é, quando chega ao ponto de poder ser a ocupação exclusiva da atividade permanente de algumas inteligências”. COMTE, Auguste. Curso de filosofia positiva. São Paulo: Editora Abril, 1983. (Coleção Os pensadores). p. 11. Comte cria, ainda, uma sétima ciência, a Moral, essas ciências em conjunto são denominadas por Comte de Hierarquização do conhecimento. É necessário, para se alcançar o estado positivo, que a inteligência humana passe por sete tipos de ciências essenciais para chegar ao estado científico. Agrupadas em quatro categorias, segundo Comte (1983, p. 9): a física celeste (fenômenos astrológicos), a física terrestre (química e física), a física orgânica (fenômenos fisiológicos) e a física social (fenômenos sociais). Nesta definição, não há o conceito de inferior e superior. Assim, sem saber a matemática, física e química, não é possível conhecer a biologia. Dessa forma, as matérias não se substituem e sim se completam, pois só abrangendo todos os assuntos é que será possível para a humanidade superar a fase teológica e metafísica. Entre todas as ciências descritas por Comte, a ciência social é uma das únicas que mantém o elo entre o tempo lógico (dedução) e o científico (comprovação), pois a necessidade de uma ciência social consiste, para o autor, em sistematizar o real de todos os pensamentos humanos, promover a ordem e progresso, ligar as diversas populações desenvolvidas por meio da mesma educação geral e fixar princípios na vida pública, vida privada, julgamento e conduta intelectual. Para tanto, Comte (1983, p. 52) formula a Lei da Estática e da Dinâmica Social, como comprovação científica dos fenômenos sociais para explicar e prever, respectivamente, o presente e o futuro. 13 Teoria da Estática e da Dinâmica social Diálogo com o Autor “A Ciência Social, isto é, a Sociologia Positiva, compõe-se de duas partes: uma que constrói a Teoria da Ordem - A Sociologia Estática, e a outra, que desenvolve a Teoria do Progresso- A sociologia Dinâmica. Essas Leis Naturais Estáticas e Dinâmicas explicam o consensus e a evolução em toda a sociedade”. COMTE, Auguste. Discurso sobre o espírito positivo. São Paulo: Editora Abril, 1983. (Coleção Os pensadores). p. 113. A teoria da Estática ou teoria da Ordem estuda os componentes da sociedade que, independentemente de seu estágio de evolução social e intelectual, vão ser sempre os mesmos (família, capital, propriedade, língua, governante temporal, governante espiritual, etc.). Organizada a sociedade, a teoria da Dinâmica Social ou teoria do Progresso estuda a evolução do indivíduo, isto está, invariavelmente, relacionado com as constantes mudanças que ocorrem na sociedade por meio da evolução do conhecimento que é contínuo, consistindonas sucessivas modificações que os elementos sociais sofrem. Robinet, um dos discípulos de Comte, fez um estudo complexo somente sobre esse tema e a boa notícia é que esse material está disponível na internet. Por isso, seria interessante que você desse uma olhada: ROBINET. Ciência e sociologia positiva. [online]. Disponível no site: http://goo.gl/jTwJsT. Acesso: 26/10/2015. Método objetivo e subjetivo Para Comte, o método objetivo e subjetivo é aplicado na pesquisa positiva, pois nela consiste a evolução da inteligência humana. A escolha de Comte por esse método se deve à constante observação dos fenômenos e à formulação de hipóteses e não de verdades absolutas. Entretanto, a ideia central é que o método objetivo, no estado positivo, supere o subjetivo, gradualmente. As teorias positivistas consideradas, muitas vezes, reacionárias, foram, durante o século XIX, um foco de renovação para a ordem política e social vigente por refletirem a nova ordem burguesa, pois legitimavam suas ações, e por isso, hoje, entre os pesquisadores, essa corrente é tão mal vista. Religião da Humanidade Após a morte de Cloutilde de Voux, Comte formula os passos para uma religião da humanidade, não como pensamos religião, mas voltada a uma reorganização moral ligadas a sua máxima de ordem e progresso. Até hoje, existem Igrejas positivistas, principalmente, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. 14 Unidade: Positivismo Positivismo no Brasil Para pensar Você imagina por que na nossa bandeira está escrito ordem e progresso? Os estudos sobre o Positivismo no Brasil se resumem, basicamente, a Miguel Lemos e Teixeira Mendes, fundadores da Igreja e do Apostolado Positivista no Brasil. Porém, há adeptos muito anteriores a eles, que segundo Ivan Lins moviam o espírito Positivo de uma geração. Os positivistas, na maioria das vezes, ocupavam cargos públicos ou de destaque, fazendo com que o pensamento positivista influenciasse fortemente a política brasileira. A proliferação do Positivismo se deu pela intensa divulgação, por diversos meios: escolas, informativos, jornais, músicas, obras literárias e pelo contato com pensadores que compartilhavam os princípios positivistas por intermédio dos estudantes brasileiros da elite que faziam graduação na Europa. Não foi somente na política brasileira que a filosofia positivista apareceu, dê uma olhada nessa Música de Noel Rosa: 15 Positivismo A verdade, meu amor, mora num poço É Pilatos lá na Bíblia quem os diz Que também faleceu por ter pescoço O autor da guilhotina de Paris A verdade, meu amor, mora num poço É Pilatos lá na Bíblia quem os diz Que também faleceu por ter pescoço O infeliz autor da guilhotina de Paris Vai, orgulhosa, querida Mas aceita esta lição: No câmbio incerto da vida A libra sempre é o coração O amor vem por princípio, a ordem por base O progresso é que deve vir por fim Desprezastes esta lei de Augusto Comte E fostes ser feliz longe de mim O amor vem por princípio, a ordem por base O progresso é que deve vir por fim Desprezastes esta lei de Augusto Comte E fostes ser feliz longe de mim Vai, coração que não vibra Com teu juro exorbitante Transformar mais outra libra Em dívida flutuante A intriga nasce num café pequeno Que se toma pra ver quem vai pagar Para não sentir mais o teu veneno Foi que eu já resolvi me envenenar Se quiser ouvir essa música é só ir no Youtube: http://youtu.be/cDNXg_KdTM0 http://youtu.be/cDNXg_KdTM0 16 Unidade: Positivismo Agora, tente identificar os elementos do Positivismo e do seu contexto histórico. Vamos lá: Trecho da música Relação com o Positivismo Que também faleceu por ter pescoço O autor da guilhotina de Paris Alusão à Revolução Francesa, principalmente, durante o governo dos Jacobinos, que levaram à guilhotina diversos nobres e membros da realeza. O amor vem por princípio, a ordem por base O progresso é que deve vir por fim Destaque aos princípios de reorganização social presentes em sua obra, principalmente, após a formulação da Religião da Humanidade, em que as máximas eram justamente o amor, a ordem e o progresso. Desprezastes esta lei de Augusto Comte E fostes ser feliz longe de mim Alusão ao amor não correspondido de Comte e Clotilde de Voux. Olha que contraditório, ao pensar na ciência como algo objetivo e livre das paixões, Comte deixou uma obra marcada pela sua experiência de vida - tanto pessoal, quanto acadêmica, mostrando que, na ciência, o método garante a seriedade da pesquisa, mas não garante que ela não seja um relato apaixonado do pesquisador. Em síntese • Historiografia: estudo da escrita da história, ligada a uma metodologia; por isso, a história é considerada uma ciência. • O período em que Comte viveu, as Revoluções Burguesas, marcou fortemente suas obras. • Com base na observação histórica, Comte criou as principais teorias para tentar explicar os fatos e fenômenos a sua volta. Entre elas estão: lei dos três estados, a hierarquização das ciências, a teoria da estática e da dinâmica social e a tentativa de substituir o método subjetivo pelo objetivo. • A Religião da Humanidade também representa sua filosofia, porém não é considerada ciência, pois ela foi criada a partir da sua relação com Clotilde de Voux e é marcada pela subjetividade. • A filosofia positiva se dissipou para diversos países, incluindo o Brasil, marcando, fortemente, a política Brasileira com seus conceitos. 17 Material Complementar Sites: Vale ressalvar que apesar desse material ser marcado pela subjetividade, pode contribuir para a análise crítica de como foi e está a Igreja positiva no Brasil: http://www.igrejapositivistabrasil.org.br Além disso, o livro “1889” de Laurentino Gomes, jornalista brasileiro, ao contar de forma narrativa os caminhos para que o Brasil se torne uma República, acaba destacando a participação dos preceitos positivistas nesse fato. Então, vale uma leitura! Para isso, segue o link do google books: http://books.google.com.br/books?id=2o5eAwAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false http://www.igrejapositivistabrasil.org.br http://books.google.com.br/books?id=2o5eAwAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false 18 Unidade: Positivismo Referências ARÓSTEGUI, Júlio. A Pesquisa histórica: teoria e método.São Paulo: Edusc, 2006. (Coleção História). COMTE, Auguste. Curso de filosofia positiva. São Paulo: Editora Abril, 1983. ________________. Discurso sobre o espírito positivo. São Paulo: Editora Abril, 1983. (Coleção Os pensadores). ________________. O espírito Positivo. Porto: Res Editora, 1975. HOBSBAWM, Eric. A Era das revoluções: 1789-1848. São Paulo: Ed. Paz e Terra, 2000. LINS, Ivan. História do positivismo no Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1967. LOWY, Michael. A aventuras de Karl Marx contra o Barão de Munchhausen: marxismo e positivismo na sociologia do conhecimento. São Paulo: Ed. Cortez, 2003. 19 Anotações
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