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Artigo _ Plantão Psicológico (003)

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FACULDADE PITÁGORAS
JHENNIFER VALADARES
MARINA NICOLAU
O USO DE DROGAS NA ADOLESCÊNCIA
BELO HORIZONTE
2019
JHENNIFER VALADARES
MARINA NICOLAU
O USO DE DROGAS NA ADOLESCÊNCIA 
Artigo apresentado com base as experiências do Plantão Psicológico, no curso de Psicologia, Estágio Obrigatório IV, pela Faculdade Pitágoras. 
Orientadora: Cíntia Yoshihara.
BELO HORIZONTE
2019 
RESUMO
O presente artigo tem como proposta apresentar uma pesquisa sobre a relação do uso de drogas e a adolescência. O principal motivo para abordar o tema é a relevância, sofrimento e questionamentos do uso de drogas por adolescentes no Plantão Psicológico. Relacionar adolescência e drogas é olhar para uma relação de impactos emocionais e biológicos.
Palavras-Chaves: estágio, plantão psicológico, adolescência, drogas, maconha
METÓDO 
Este artigo tem a retribuir a abordagem qualitativa, e utilizam o método de pesquisa com base as demandas ouvidas no Plantão Psicológico para captar as representações sociais dos sujeitos do estudo acerca do tema proposto. 
INTRODUÇÃO
1.0 O ESTÁGIO COM ATENDIMENTO EM PLANTÃO PSICOLÓGICO 
O estágio está sendo realizado pelas alunas Jhennifer Valadares, Marina Ferreira Nicolau que cursam o 7° período de Psicologia, na Faculdade Pitágoras, e supervisionado todas as quintas pela Docente Cíntia Yoshihara.
1.1 A INSTITUIÇÃO
Os atendimentos acontecem às terças-feiras alternadas, com carga horária de 50 horas totais, em uma instituição de ensino que oferece cursos profissionalizantes abordando diversas áreas destinadas para a capacitação, qualificação e treinamento de pessoas, alguns alunos da instituição encontram-se em estado de vulnerabilidades sociais. O método de ensino da Instituição é voltado para a formação profissional e humana.
1.2 PLANTÃO PSICOLÓGICO
O Plantão Psicológico é um espaço voltado a atendimentos psicológicos emergenciais, ao qual qualquer pessoa no momento de sua necessidade que chegue será atendida pelo profissional, o objetivo principal é de acolhimento como um convite ao momento de escuta ao paciente, para que a partir disso questões que surgirem possam ser trabalhadas.
Miguel Mahfoud (2004) explica que o objetivo do Plantão é o de acolher o sofrimento das pessoas, no exato momento em que elas necessitam. Desta forma, este serviço pode: atender a demanda das pessoas em um momento de crise, encaminhar para um serviço adequado, aumentar a tolerância do paciente na espera de um atendimento psicológico convencional.
O atendimento do plantão pode ser realizado em diversas instituições, escolas, centros psicossociais, hospitais e é atribuído a pessoas que buscam ajuda emergenciais, seja em momentos de crises emocionais sobre algum acontecimento como a perda, por exemplo, tomadas de decisões ou qualquer outra situação que tire o equilíbrio da pessoa, o plantão não tem como proposta o processo psicoterapêutico, se isto for considerado necessário, é adequado encaminhar o paciente para um profissional terapeuta.
No tratamento a psicoterapia de emergência estaria indicada basicamente em duas situações: crises que não demandem uma abordagem de longo prazo e dificuldades de adaptação pontuais. (BELLAK; SMALL, 1969, In: STERIAN, 2003, p.23).
A possibilidade de o indivíduo se ver enquanto tal. Fazer uma pessoa pensar em si mesma, não apenas como um diagnóstico, um número ou uma unidade de consumo, oferecer-lhe a chance de reinserir-se em sua própria história de vida, de assumir-se enquanto sujeito de seus próprios desejos, necessidades e possibilidades. Para que a partir daí, ela possa elaborar as limitações ou frustrações que sua existência for lhe impondo. (STERIAN,2003, p.27).
O Plantão Psicológico ministrado pelas estagiárias é uma proposta do Estágio Supervisionado, essa proposta é para contribuir com a Psicologia diante a Comunidade com uma forma de aprendizado. Este debate tem como crítica à formação dos psicólogos o seu eixo central, apresentamos estas ideias que formam parte de uma proposta de estágio obrigatório e supervisionado em Psicologia. O estágio se organiza a partir dos níveis de intervenção e, assim, deve ser realizado tanto na Clínica Escola das Faculdades como nos vários setores em que se pode construir a saúde pública e coletiva.
1.3 PROPOSTAS DO ARTIGO 
A proposta deste artigo é relacionar o uso de drogas ilícitas com a adolescência, a escolha do tema decorreu de atendimentos realizados no estágio de plantão psicológico, no qual percebeu-se nos atendimentos jovens que apresentavam diagnóstico de doença mental, fazendo uso de drogas ilícitas, e até mesmo desordens mentais que provinham do uso abusivo dessas substâncias.
De acordo com, Chalub, et al (2006), em revisão de um estudo epidemiológico realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 14 países, identificou que a depressão (10,4%), a ansiedade (7,9%), e os transtornos causados por substância psicoativa (2,7%), estão dentre os diagnósticos psiquiátricos, os usos de substâncias psicoativas causam impactos nocivos tanto a saúde física, quanto a saúde mental dos indivíduos, além de impactar sobre o seu cotidiano familiar.
 O uso e drogas é um fenômeno bastante antigo na história da humanidade e constitui um grave problema de saúde pública, com sérias consequências pessoais e sociais no futuro dos jovens e de toda a sociedade.
ENVOLVIMENTO DE DROGAS NAS ADOLESCÊNCIA 
Entre os comportamentos de risco observados na adolescência tem chamado a atenção dos pesquisadores a questão do consumo de drogas que, além de apresentar altas prevalências, tem sido cada vez mais precoce (Pratta, 2003; Pratta & Santos, 2006, 2009a, 2009b). Por viverem a instabilidade de um corpo e mente em constante transformação, o que provoca maior ou menor sofrimento psíquico, os adolescentes constituem um grupo de risco em relação ao consumo de drogas (Rebolledo, Medina & Pillon, 2004; Suárez & Galera, 2004; Tavares, Béria & Lima, 2001). A vulnerabilidade característica dessa etapa pode ser agravada pelo próprio sentimento de onipotência presente na adolescência, uma vez que o adolescente sente-se indestrutível e imune a qualquer problema de saúde vivenciado pelas outras pessoas (Facundo & Castillo, 2005).
Ao refletirmos sobre o uso de substâncias psicoativas à luz da teoria psicanalítica, nota-se que os autores tendem a apresentar a drogadição como um sintoma (Plastino, 2000), que revelaria problemas na organização pulsional do sujeito. Estes determinantes dão o colorido às motivações específicas de cada indivíduo para o uso de drogas, combinadas com um conjunto de fatores diretamente relacionados às diversas facetas da vida social. Atento à esfera intrapsíquica, Freud (1930/2007) enfatiza a função dos tóxicos como um lenitivo que propicia alento frente ao mal-estar vinculado às renúncias de gratificação pulsional impostas pela civilização, alívio de um sofrimento suscitado pelo peso da realidade como obstáculo à busca do prazer.
2.0 OS EFEITOS DAS DROGAS NA ADOLESCÊNCIA
A maioria das drogas em um primeiro momento traz bem estar, felicidade, coragem, euforia e sensação de alívio, por esse motivo o uso pode ser frequente, pois cada vez mais o indivíduo sente a necessidade de repetir essas sensações e em um determinado momento a quantidade já não é mais suficiente necessitando de uma dose cada vez superior, sendo assim o uso em longo prazo pode provocar alterações sérias no funcionamento do coração, do fígado, pulmões e até mesmo do cérebro, sendo muito prejudicial à saúde.
As drogas ilícitas que tem venda proibida no Brasil alteram a cognição, o humor e o comportamento, podendo causar dependência como a maconha, cocaína, crack, ecstasy, essas substâncias podem ser classificadas, em depressoras, estimulantes e perturbadoras.
2.1 EFEITOS DAS DROGAS
De acordo com estudos o sistema nervoso produz naturalmente uma substância, a anandamida, que age nos receptores canabinoides do sistema nervoso. O THC, princípio ativo da maconha, age nos mesmos receptores, amplificando suas sensações. Os efeitos agudos mais imediatos
da maconha podem ser sensação de paz, bem-estar ou angústia, hilaridade (vontade de rir), diminuição do cansaço, etc. Durante seu efeito, há evidente alteração na percepção de tempo e espaço, em geral com passagem mais lenta do tempo e confusão no cálculo de distâncias. Isso pode ser especialmente perigoso, por exemplo, para quem está dirigindo ou atravessando uma rua e não consegue calcular a distância e velocidade de aproximação
A dependência às drogas é caracterizada pela ocorrência de sintomas e sinais de ordem cognitiva, comportamental e fisiológica. Tais alterações apontam para a perda de controle do indivíduo sobre si mesmo, levando ao consumo continuado apesar dos efeitos adversos que se manifestam (DUVICQ, 2004).
As consequências do uso continuado incluem danos sociais diversos, tais como a ocorrência de acidentes de trânsito, prejuízos no desempenho ocupacional, escolar e prática de diversos atos ilícitos (ZEITOUNE, 2012).
O problema, é que muitas vezes o uso dessas substâncias pode estar relacionado à incidência de doenças psiquiátricas. No DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) que engloba o abuso e a dependência a substâncias, encontra-se frequentemente a associação de substâncias psicoativas a outras patologias psiquiátricas. Assim diante de um paciente com uso de drogas, seja dependência ou uso abusivo, deve-se sempre investigar a existência de outra doença psíquica; como causa ou como consequência.
2.2 ADOLESCÊNCIA E AS RELAÇÕES PSICOSSOCIAIS 
A adolescência é um momento de diferenciação em que "naturalmente" afasta-se da família e adere ao seu grupo de iguais. Esse momento de independência e até mesmo por influencia do tráfico de drogas, amizades, curiosidades, sofrimento e diversos outros motivos o adolescente acaba utilizando drogas como uma válvula de escape. 
É o momento em que o adolescente procura a sua identidade. A propósito, NERY FILHO E TORRES (2002), apontam que a amizade torna-se uma relação de pessoas específicas no qual o adolescente cria novos laços afetivos estabelecendo assim, um círculo social reduzido e homogêneo, em que os jovens encontram sua própria identidade num processo de interação social. Os autores mostram que a adolescência é um período de profundas transformações que impõe ao jovem grandes exigências de adaptações, é uma fase de imensas crises existenciais, onde o adolescente passa por uma etapa de insegurança por sentir-se impelido de abandonar o ponto de partida em que referenciais históricos são rompidos e um novo caminho traçado.
A adolescência tem sido caracterizada pelos estudos como uma fase crucial no processo de desenvolvimento do indivíduo, uma vez que, nesta etapa, culmina todo o seu processo de maturação biopsicossocial, ocorrendo a aquisição da imagem corporal definitiva bem como a estruturação final da personalidade (Drummond & Drummond Filho, 1998; Levisky, 1998; Marturano, Elias & Campos, 2004; Osório, 1996). Sendo assim, pode-se dizer que o adolescente busca respostas às questões que lhe foram passadas, não sendo um simples produto de seu meio, mas um sujeito ativo que reage ao que lhe é proposto ou até imposto, buscando respostas próprias que façam sentido e que possibilitem sua inserção social (Matheus, 2003).
Aos fatores estressantes da vida para a utilização das substâncias podem ser considerados a partir da experiência de escuta no Plantão: morte, doenças ou acidentes entre membros da família e amigos; mudanças de escola ou de residência; separação de amigos ou namorados, divórcio ou novos casamentos dos pais; problemas financeiros na família, cobranças excessivas, ou até mesmo para fazer parte de um determinado grupo, muitos estudos mostram que eles podem influenciar o uso abusivo de drogas quando associados a outros fatores predisponentes, incluindo-se disposições individuais.
 
CONCLUSÃO
Aos estudos percorridos ao presente artigo mostrou fortes evidências de que adolescentes abusadores e dependentes de substâncias psicoativas, em especial a maconha, podem apresentar déficits nas habilidades sociais. Del Prette & Del Prette (2002) e Falcone (2000). Por ser uma fase delicada, de mudanças, esses adolescentes ficam expostos a esse tipo de válvula de escape, escolhido por eles. 
Observamos que muitos dos adolescentes ouvidos no Plantão conseguem perceber as sequelas das drogas, têm a consciência perceptiva, porém leva o objeto comparando ao futuro, se podem levar uma vida “normal”. No entanto fica uma percepção que O ato de consumir drogas é uma prática cultural entre os jovens.
Portanto é possível concluir que muitos dos sentidos conferidos ao uso e abuso de drogas não se devem tanto às suas características químicas, mas sim aos seus atributos simbólicos, ao imaginário social e ao seu aspecto cultural nesse determinado grupo. Este estudo possibilitou compreender as atitudes e os comportamentos dos adolescentes frente as drogas, como elas são responsáveis pela socialização e como propiciam, no imaginário social, um prazer. Contudo, evidencia-se que o consumo das drogas podem se tornar abusivo ou mesmo acarretar a dependência.
BIBLIOGRAFIA
PEPSIC. Plantão psicológico – atendimentos em situações de crise. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1806-24902012000200004>. Acesso em: 15 abr. 2019.
HABILIDADES SOCIAIS E ABUSO DE DROGAS EM ADOLESCENTES. SCIELO. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652007000200008>. 18 abr. 2019.
O ADOLESCENTE E O USO DE DROGAS. SCIELO. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000600009>. Acesso em: 17 abr. 2019. 
PROPOSTA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO PARA ATUAÇÃO DE PSICÓLOGOS. SCIELO. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672014000100004>. Acesso em: 17 abr. 2019.
TUA SAUDE. Tipos, efeitos e consequências das drogas para saúde. Disponível em: <https://www.tuasaude.com/efeitos-das-drogas/>. Acesso em: 18 abr. 2019.

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