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N a ta ta / S h u tte rs to c k Entre os séculos XVII e XVIII, na Europa, vários pensadores debruçaram-se ao estudo dos motivos aos quais levaram os humanos a viver em sociedade. As principais teorias estavam ligadas às transformações políticas ocorridas no continente europeu. Como na Inglaterra, em 1649, o exército liderado por Oliver Cromwell derrubou a monarquia e instalou um regime republicano. Entretanto, nos quatro anos seguintes, a monarquia foi restabelecida e, dessa vez, com um ganho à sociedade: a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, a qual determinava que todo cidadão teria direito à vida, liberdade e propriedade privada. Outrossim, em 1700, outra monarquia era novamente confrontada desta vez pelos ideais iluministas. Nesse período, o monarca Luís XIV afirmava ser o próprio Estado, tornando claro a participação de contratualistas nas relações absolutistas modernas, dentre eles Hobbes com seu livro Leviatã. O Leviata de Hobbes Thomas Hobbes, filósofo inglês, considerado um dos principais teóricos contratualistas. Representado pela tendência empirista, dedicou-se ao estudo de problemas do conhecimento, uma vez que, defendeu suas teses acerca do contrato social e o estado de natureza do homem. Hobbes em sua obra Leviatã expõem como uma sociedade deve ser regida - por um soberano, também explica que o homem é, em seu estado de natureza, mal e selvagem. Logo, para que não haja uma “guerra de todos contra todos”, os homens teriam que renunciar à sua liberdade natural e se submeter ao Estado, por meio de um contrato social (hobbesiano). Lupus est homo homini lupus → “O homem é o lobo do próprio homem”. Célebre frase popularizada por Hobbes, um pensador pessimista a respeito da natureza humana, deixa claro sua opinião acerca do egoísmo presente no ser humano. Nesse sentido, segundo o autor, em um estado natural, onde não há leis que o reprimem, os seres tendem a permanecer em seu estado de selvageria, entre conflitos constantes. Para tanto, Hobbes afirma que, o único meio de dar fim a esse estado de anarquia seria por meio de um Estado Absolutista, com poder absoluto, ilimitado e inalienável. Vale ressaltar que, para o filósofo, a autoridade absoluta não se resume apenas à um governante, mas a qualquer forma de governo desde que constitua-se incontestável. O Estado tem como intuito defender o homem de agressões exteriores e das deles contra eles mesmos. O pensador expõe que dentre as prioridades sociais, aquela que deve manter-se irrevogável e protegida é justamente a busca pela paz, em contraposição ao estado natural do homem. Desse modo, esse ideal deverá ser compartilhado por todos os cidadãos e regida de maneira coerente por ações do soberano. Ademais, resquícios de ideologias hobbesianas tornam-se evidentes no período de pandemia atual, visto que, em detrimento da pandemia do coronavírus, colocamos nossa segurança nas mãos do governo, assim, abrindo mão da liberdade em prol de um bem comum: a saúde pública. Isabela Messer Alberto
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