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Bases Gerais da Fisiologia Endócrina

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2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 1 
 
FISIOLOGIA II 
AULA 1 – SISTEMA ENDÓCRINO 
Bases Gerais da Fisiologia Endócrina 
 INTRODUÇÃO 
O sistema endócrino tem função regulatória, 
através da liberação de secreções sinalizadoras, 
chamadas de hormônios. A produção e a eliminação 
deles ocorrem nas glândulas endócrinas, são elas: 
hipófise, glândula pineal, glândula tireoide, 
glândulas paratireoides, glândulas suprarrenais, 
pâncreas e gônadas (testículos e ovários). 
Acreditava-se que a hipófise coordenava todos os 
processos e era a glândula mais importante do sistema, 
no entanto, atualmente, sabemos que o sistema 
endócrino e o sistema nervoso estão intimamente 
ligados. 
 
 
O hipotálamo é uma região do diencéfalo, que faz 
a ligação do sistema nervoso com o sistema endócrino. 
Ele libera hormônios para estimulação da hipófise. 
 
 
 
 
 
 REGULAÇÃO DA SECREÇÃO HORMONAL 
As glândulas produtoras de hormônios são 
reguladas através do mecanismo de feedback 
(retroalimentação) ou por resposta fisiológica. 
Ele pode ser positivo, quando a liberação do 
hormônio estimula causa secreção adicional, ou 
negativo, quando condições ou produtos decorrentes 
da ação de um hormônio tendem a suprimir uma 
liberação adicional. 
Nesse último caso, a variável é o grau de atividade 
do tecido-alvo e só quando alcança um certo nível tem-
se a emissão de sinais suficientes para reprimir a 
secreção. 
No caso do sistema endócrino, a retroalimentação 
negativa é predominante, visando evitar a perda 
desnecessária de hormônios. 
 
FEEDBACK NEGATIVO 
• Retroalimentação Negativa de Resposta 
Direcionada: Uma determinada glândula endócrina 
produz um hormônio A, o qual atua sobre um 
determinado órgão-alvo e o estimula a secretar o 
componente B. A presença do componente B no 
organismo causa efeitos fisiológicos e atua iniciando 
uma cascata, inibindo sua liberação. 
 
 
 
• Retroalimentação Direcionada do Eixo 
Endócrino: O hipotálamo produz um hormônio de 
liberação X, que estimula a hipófise a liberar um 
hormônio Y, o qual atua incentivando uma glândula 
periférica a liberar o hormônio Z. Esse será 
responsável por inibir a liberação de X e Y. 
CICLO CIRCADIANO 
O núcleo supraquiasmático (SNC), contido no 
hipotálamo, é responsável por determinar o ritmo 
circadiano. Esse ritmo é cíclico, sendo que um ciclo 
dura 24 horas, mas pode ser alterado por condições 
ambientais, como o claro e o escuro. 
Através da retina, identificamos a luminosidade 
do ambiente, isso influencia a atividade do núcleo 
geniculado lateral, que age no hipotálamo, mais 
especificamente, no núcleo supraquiasmático. Esse 
libera hormônios os quais influenciam o relógio 
circadiano. 
A melatonina é um hormônio produzido pela 
glândula pineal, em condições de escuro, que 
participa do ciclo circadiano. Suas funções incluem 
induzir o sono e disparar o relógio dia-noite do SNC. 
 
PSICONEUROENDÓCRINO 
Estuda as influências psíquicas do sistema 
nervoso com o sistema endócrino. 
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Quanto temos um feedback negativo entre a 
hipófise e o hipotálamo chamamos de feedback 
negativo de alça curta. Já, quando o feedback negativo 
é de uma glândula periférica afetando a hipófise ou o 
hipotálamo, chamamos de feedback negativo de alça 
longa. 
 
 MODOS DE SECREÇÃO 
• Autócrinos: O hormônio é liberado no espaço 
intercelular e interage com receptores presentes na 
membrana da célula que o sintetizou 
(autorregulação celular). 
• Parácrinos: O hormônio é liberado no espaço 
intercelular e interage com receptores de células 
vizinhas. A célula que está liberando regula a função 
das outras. 
• Neurócrino: Tipo de transporte parácrino em que os 
hormônios são sintetizados por neurônios. Pode ser 
subdividido em: 
→ Sináptico: Hormônio atravessa o espaço 
sináptico (entre o axônio e o corpo de outro 
neurônio). 
→ Não sináptico: Hormônio é transportado pelo 
líquido intercelular ou pelo sangue. Um exemplo, 
é a liberação de oxitocina e vasopressina, que 
ficam armazenadas na neuro-hipófise e atuam a 
distância através das veias. 
• Solenócrino: O hormônio é liberado no lúmen de 
órgãos viscerais, como a gastrina. 
 
 HORMÔNIOS 
HORMÔNIOS PROTEICOS 
São sintetizados no retículo endoplasmático 
rugoso, a partir de um RNAm, sendo chamados de pré-
pró-hormônios. Em seguida, são clivados em pró-
hormônios e enviados para o complexo de golgi, onde 
sofrem modificações se tornando hormônios ativos e 
são armazenados em vesículas. Essas são armazenadas 
no citoplasma até o momento da exocitose regulada. 
O armazenamento desses hormônios é importante 
pois, caso ocorra uma falha no processo de produção 
teremos um estoque de hormônios de segurança. 
Os hormônios proteicos são, em geral, solúveis em 
fluidos corporais, de modo que podem circular no 
sangue em sua forma livre. Ao chegarem aos órgãos-
alvo, exercem a sinalização por meio de proteínas de 
membrana. 
 
 
 
HORMÔNIOS ESTEROIDES 
Possuem como substrato básico o colesterol. São 
sintetizados a partir de uma sequência de modificações 
enzimáticas como, hidroxilação, desidrogenação e 
remoção de água, gás carbônico e amônia. 
Esses hormônios são lipossolúveis e atravessam a 
membrana celular para se ligarem a receptores 
citoplasmáticos ou agindo diretamente no núcleo. 
Há pouco armazenamento, mas os depósitos de 
ésteres de colesterol em vacúolos podem ser 
mobilizados rapidamente, caso seja necessário. 
Temos como exemplo de hormônios esteroides a 
progesterona, a aldosterona, o cortisol, o estradiol e a 
testosterona. 
 
 
IODOTIRONINAS 
São hormônios tireoidianos, que possuem a 
tirosina (amina) como precursor. Uma vez produzidos 
são estocadas no ambiente extracelular da tireoide. Por 
serem pouco solúveis no sangue, são transportados 
ligados a proteínas séricas. Seus receptores são 
intracelulares e atuam como fatores de transcrição. 
Os hormônios da tireoide T3 (triiodotironina) e T4 
(tetraiodotironina ou tiroxina), são iodotironinas. 
 
CATECOLAMINAS 
São hormônios sintetizados pela glândula 
suprarrenal e possuem grupamento amina. Assim 
como os hormônios proteicos, depois de serem 
produzidas, são empacotadas em vesículas. Elas são 
solúveis no sangue e circulam livres ou ligadas à 
albumina. Suas ações são mediadas por receptores de 
membrana. 
O GH (hormônio do crescimento) e o IGF-1 
(fator de crescimentos tipo insulina I) são 
hormônios proteicos, mas não são solúveis em 
fluídos corporais. 
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Os hormônios sintetizados pela suprarrenal são a 
norepinefrina e a epinefrina. 
 
CATECOLAMINAS 
São hormônios sintetizados pela glândula 
suprarrenal e possuem grupamento amina. Assim 
como os hormônios proteicos, depois de serem 
produzidas, são empacotadas em vesículas. Elas são 
solúveis no sangue e circulam livres ou ligadas à 
albumina. Suas ações são mediadas por receptores de 
membrana. 
 
 MECANISMO DE AÇÃO 
RECEPTORES HORMONAIS 
Somente as células que possuem receptores 
respondem aos hormônios. Esses receptores são 
proteínas altamente específicas, que podem estar na 
membrana celular, no citoplasma, na membrana celular 
e até mesmo dentro do núcleo. 
Como já foi dito, cada tipo de hormônio age em 
uma proteína receptora em um local distinto. 
• Membrana celular: Hormônios proteicos, 
peptídicos e catecolamínicos. 
• Citoplasma celular: Esteroides. 
• Núcleo da célula: Hormônios da tireoide. 
 
RECEPTORES LIGADOS ÀPROTEÍNA G 
O hormônio chega ao órgão alvo que possui 
receptores específicos de membrana. A alça interna 
desse receptor se liga a proteína G inativa. 
A proteína G (trimêro α, β e γ) se liga a 
nucleotídeos guanosina, ou seja, no estado inativo 
a subunidade α se liga ao GDP. Quando o 
hormônio se liga ao receptor, ocorrem alterações 
conformacionais que fazem com que a proteína G 
converta GDP em GTP. 
Com isso, a subunidade α de dissocia no 
monômero α-GTP e interage com outras 
proteínas intracelulares. 
 
 SEGUNDO MENSAGEIRO 
SISTEMA ADENILATO CICLASE-AMPc 
O monômero α-GTP se liga à adenilato ciclase, 
a qual sintetiza AMP cíclico (AMPc) a partir do 
ATP. O AMPc se liga na porção reguladora da 
proteína quinase (PKA) e a ativa. 
 
SISTEMA DOS FOSFOLIPÍDIOS DE MEMBRANA 
O receptor de membrana induz a ativação de 
fosfolipase C, via proteína G. A fosfolipase C atua sobre 
um lipídeo de membrana chamado PIP2 (bifosfato de 
fofatidilinositol), formando DAG (diacilglicerol) e IP3 
(trifosfato de inositol).

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