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Livro - O Batismo Infantil - O Que os Pais Deveriam Saber


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O BATISMO INFANTIL 
O que os pais deveriam saber acerca deste Sacramento 
John P. Sartelle 
 
“O maior e melhor estudo desta natureza – simples, claro, prático, pastoral ...” J. I. Packer 
Os filhos de crentes são especiais para Deus. John P. Sartelle mostra por que são 
especiais, e ensina o significado de seu batismo. 
Os pais cujos filhos têm sido batizados, ou serão batizados, acharão que este livro 
conciso é justamente o que necessitam para entender o batismo de crianças. O livro 
explica claramente, de uma maneira positiva e não polêmica, as responsabilidades 
práticas de pais cristãos e as promessas de Deus com respeito a eles. Não foi escrito para 
o professor de teologia, mas para crentes leigos, a fim de que todos os pais cristãos 
possam lê-lo e desfrutá-lo. 
J.I. Packer escreve: O BATISMO INFATIL - O que os Pais Deveriam Saber Acerca 
deste Sacramento: “O maior e melhor estudo desta natureza – simples, claro, prático, 
pastoral – que já li... Recomendo-o como instrutrivamente excelente (e) pastoralmente 
oportuno.” Pastores e dirigentes vão querer pô-lo à disposição daqueles que estão sob 
seus cuidados. 
INTRODUÇÃO: O RITUAL SEM SENTIDO 
Visitei a grande catedral da Cidade do México. Apesar de não ser domingo, esse 
imenso edifício estava cheio de gente. Duas filas de pessoas se estendiam ao longo dos 
corredores principais do santuário e davam a impressão de serem intermináveis. 
Daquelas filas saía um coro ininterrupto de sons, pois cada fila consistia de pais 
carregando suas crianças. Centenas de crianças que competiam para ver quem chorava 
mais alto! Em meio àquele coro de crianças, cujo eco retumbava nas paredes da catedral, 
um casal se detinha brevemente ante o bispo que se encontrava na cabeceira de cada fila. 
O bispo dizia umas breves palavras e derramava um pouco de água sobre o bebê. O 
casal então se movia rapidamente dando lugar aos próximos orgulhosos pais. Assim 
continuou este processo durante todo o dia, enquanto os visitantes, turistas, paroquianos 
e casais iam e vinham. 
Quase todos nós temos observado, vez ou outra alguma cerimônia religiosa vazia, 
sem sentido. Um evento que deveria ter grande significado termina sendo um ritual sem 
sentido que se realiza somente por costume. Algumas pessoas estão tão acostumadas a 
isto que são perfeitamente capazes de estar agendando uma reunião de negócios para o 
meio da semana, enquanto recitam o Credo Apostólico! 
Não me recordo de quantos pontos turísticos vi na Cidade do México nesse dia, 
porém a procissão contínua de crianças gravou-se em minha mente como um 
monumento, um monumento de pessoas religiosas que se apressam para participar de 
um ato religioso significativo, mas sem nenhum entendimento do que estão fazendo. 
Elas amenizam seus anseios espirituais com um rito vazio. 
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Façamos um teste. Se tivéssemos entrevistado cada casal que saía da catedral nesse 
dia, quantos teriam podido abrir suas Bíblias e explicado a razão pela qual estavam 
batizando seus bebês? Você ousaria pensar que todos eles podiam dar uma explicação? 
Você ousaria pensar que a maioria deles podia? Se conhecesse algo sobre a situação, você 
com certeza ousaria assegurar que poucos ou talvez nenhum desses casais podia expor o 
ensinamento bíblico concernente ao batismo infantil. 
Porém, como protestante norte-americano, não me atrevo criticar os católicos do 
México com relação à prática de cerimônias religiosas sem ter um verdadeiro 
conhecimento do que se está fazendo. Quantas crianças se batizam a cada ano em nosso 
país, em igrejas episcopais, presbiterianas, luteranas, metodistas, reformadas e 
independentes? Da mesma maneira que a procissão desfila pelos corredores na Cidade 
do México, assim mesmo inúmeros casais chegam até a frente das igrejas protestantes 
para batizar suas crianças. Se entrevistássemos todos os casais na América do Norte que 
batizaram seus filhos no ano passado, quantos deles poderiam abrir suas Bíblias e 
explicar seu significado? Quantos deles poderiam falar com propriedade sobre os 
ensinamentos bíblicos básicos acerca do batismo infantil? O que disse Jesus? “Tira 
primeiro a trave do teu próprio olho e então verás claramente para tirar o argueiro do 
olho de teu irmão.” 
Você batizou seu filho ou filhos, ou está preste a batizar essa preciosa nova vida 
que Deus lhe deu? Se é assim, poderia abrir sua Bíblia e explicar o que Deus diz sobre 
este assunto? Poderia acaso explicar o que a Bíblia ensina acerca do batismo de crianças? 
É disto que trata este livro. Ele não é dirigido ao teólogo famoso com três graus 
acadêmicos atrelados ao seu nome. Este livro é dirigido à pessoa que se senta no banco 
da igreja e não quer participar de cerimônias vazias. Este livro é dirigido ao membro de 
uma congregação que quer sair do culto no domingo com condições de explicar todos os 
aspectos de sua fé. 
CAPITULO 01 
A CIRCUNCISÃO: UMA GRANDE HERANÇA 
Começamos nosso estudo com Abraão, o personagem do Antigo Testamento. 
Talvez vocês estejam pensando – “O que a história antiga tem a ver comigo? Sou um 
cristão do Novo Testamento.” A resposta é que todo ensino do Novo Testamento tem 
sua origem no Antigo Testamento. 
Tenho um amigo que tem quinhentos pés de rosas no quintal de sua casa. Não 
preciso dizer que ele sabe muito sobre rosas. Ele, porém, não poderia descrever o 
processo de formação de uma rosa sem falar acerca da haste e das raízes, porque ali é 
onde começa a história botânica dessa flor. Assim é na Bíblia. Cada doutrina ensinada 
nos evangelhos tem suas raízes no Antigo Testamento. Se você deseja entender a 
doutrina do pecado, deve começar no livro de Gênesis. Ou se quer entender 
profundamente a incrível beleza da cruz, deve ler o Pentateuco e os Profetas. Da mesma 
maneira, se você deseja saber o que a Bíblia ensina acerca do batismo infantil, deve 
começar pelo Antigo Testamento. 
Deus salvou a Abraão. Em Romanos 4, Paulo explica que a salvação de Abraão foi 
pela graça, por meio da fé. Lemos tanto no Antigo como no Novo Testamento que 
“Abraão creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça” (Gênesis 15:6; Romanos 
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4:9) . Assim, Abraão é nosso correspondente do Antigo Testamento. Da mesma maneira 
que nós pecadores somos salvos pela graça por meio de nossa fé, ele também foi um 
pecador salvo pela graça por meio da fé. 
Em Gênesis 17:7, Deus chama esta relação de salvação de “pacto eterno”, um pacto 
de salvação de geração a geração. O poderoso Deus abaixou-se para pactuar com a 
criatura pecaminosa. Ele deu a Abraão um símbolo para marcar essa relação de pacto. 
Ele disse que Abraão devia circuncidar-se e que essa circuncisão seria o símbolo do pacto 
de salvação: “Circundareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre 
mim e vós” (Gênesis 17: 11). 
Ora, isto não é difícil de entender. Quando um rapaz e uma moça se casam, fazem 
um pacto entre si e dão um ao outro um anel como símbolo desse pacto. Quando eu olho 
a aliança na mão esquerda de minha esposa, eu lembro de meu pacto com ela. A aliança 
é mais que uma jóia decorativa; ela é símbolo do maior voto que eu poderia fazer a outro 
ser humano. 
Da mesma maneira, a circuncisão era um símbolo da salvação de Deus dado a 
Abraão. Por que Deus escolheu a circuncisão? Devemos admitir que este é um símbolo 
um tanto diferente. Apesar de não podermos responder a essa pergunta completamente, 
podemos dizer que a circuncisão provavelmente significa limpeza. Em Isaías 52:1, as 
palavras “incircunciso” e “imundo” são sinônimos. Portanto, podemos dizer, com certa 
segurança, que Deus utilizou um símbolo externo de limpeza para representar a limpeza 
espiritual interior (Deuteronômio 30:6). 
Quando um adulto que não pertencia ao povo Israel se tornava um crente, devia 
ser circuncidado. Se seu lar era no norte da África, e não havia nascido numa família 
judaica, quando cria no Deus de Abraão, era circuncidado. (Êxodo 12:48). 
Várias passagens no Antigo Testamento identificam de formatão próxima este 
símbolo com o evento real, de tal modo que Deus mesmo usa a palavra “circuncisão” em 
vez da palavra “salvação”. A pessoa ou comunidade que tem sido salva Ele chama de 
“circuncisa” e a não salva de “incircuncisa” (Isaías 52:1; Ezequiel 44:9; 1Samuel 14:6). 
Isto se repete com tanta freqüência que nos leva a perguntar se a circuncisão salva o 
indivíduo. A resposta é – claro que NÃO! A tese da primeira parte do capítulo 4 de 
Romanos é que Abraão foi salvo pela fé, não por meio da circuncisão. Todavia, devemos 
enfatizar que Deus deu o mandato da circuncisão como um símbolo da salvação: “... 
recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça da fé ...” (Romanos 4:11). 
Provavelmente você está pensando: “E o que importa? Está bem, a circuncisão era 
um símbolo de salvação no Antigo Testamento, mas, o que significa isto para mim?” 
Se continuarmos lendo Gênesis 17, encontraremos um mandamento extraordinário. 
Deus diz a Abraão que aplique este símbolo de salvação a todo menino nascido em sua 
casa. Isto soa surpreendente ao nosso ouvido evangélico do século vinte. 
Como é que um símbolo de salvação pode ser dado a uma criança que ainda não crê em 
Deus? Porém, lá está: “O que tem oito dias será circuncidado entre vós, todo macho nas 
vossas gerações...” (Gênesis 17:12). 
Mais adiante consideraremos por que Deus deu este mandamento. Contudo, por 
enquanto, quero apenas que entendamos sem nenhuma margem de erro que: 
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• Abraão foi um pecador salvo pela graça por meio da fé. 
• Deus constituiu a circuncisão como símbolo da salvação. 
• O símbolo devia ser dado aos filhos de pais crentes. 
Se nós tivéssemos vivido na época do Antigo Testamento, como pais crentes, nós 
teríamos circuncidado nossos filhos. Logo, teríamos aplicado em nossas crianças o 
símbolo da salvação. Então, depois de adultos, quando se convertessem, um novo crente 
talvez lhes perguntasse quando tinham sido circuncidados. Nossos filhos teriam 
respondido que tinham sido circuncidados quando eram crianças. Sem dúvida, o novo 
crente teria respondido alegremente: “Que grande herança!” 
 
CAPITULO 02 
O BATISMO: UM NOVO SÍMBOLO 
Alguns homens dão ordens com tanta autoridade que suas palavras ressoam por 
gerações. Mas a ordem de poucos permanece constrangendo após terem passado dois 
mil anos. Jesus, não obstante, falou com tanta autoridade que nem mesmo o tempo tem 
diminuído a força de Suas ordens. 
Quando alguém se batiza hoje, está obedecendo a uma ordem de quase dois mil 
anos atrás. Jesus disse a Seus discípulos que fizessem outros discípulos e que os 
batizassem (Mateus 28:19). Eles levaram a sério as palavras de seu Senhor. De maneira 
que, quando Pedro pregou seu primeiro sermão e três mil pessoas creram, 
imediatamente os discípulos começaram a batizá-las. Por quê? Porque essa havia sido a 
ordem de Jesus. Se um homem se convertia no meio da noite, nessa hora era batizado 
(Atos 16:33). Se no deserto, ali mesmo era batizado (Atos 8:26-40). Se tivéssemos vivido 
naqueles dias, que batismos mais estranhos teríamos presenciado! 
Como se batiza uma pessoa? Aplica-se-lhe água. Nós não discutiremos aqui se a 
água deve ser aspergida, ou derramada sobre a pessoa ou se a pessoa deve ser 
submergida na água. Podemos dizer que de alguma forma a água é aplicada sobre a 
pessoa. Porém, há mais ainda sobre este tema. A aplicação da água sobre a pessoa no 
batismo não é o mesmo que tomar um banho ou lavar as mãos depois de consertar o 
carro. O batismo tem a ver com a relação de uma pessoa com Deus. Você pode se molhar 
de muitas maneiras todos os dias (seja por meio do banho, de lavar as mãos, na natação, 
andando na chuva, lavando pratos, etc.) sem ser batizado. No batismo bíblico, a água é 
aplicada sobre o indivíduo “em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo” (Mateus 
28:19). De modo que Deus utiliza um símbolo externo para denotar uma realidade 
espiritual interna. Assim como a circuncisão, o batismo é também um símbolo. 
Podemos entender facilmente por que Deus escolheu a água como símbolo. Porque 
é um agente universal de limpeza. Ninguém esperaria que o pó, as folhas, ou o suco de 
frutas significassem limpeza. Estes elementos não são utilizados para limpar nossos 
corpos. Porém a água é utilizada diária e universalmente como um agente de limpeza. 
Assim, Deus escolheu este agente de limpeza universal como um símbolo de pureza 
espiritual. 
O batismo significa que as manchas do pecado foram removidas do nosso coração: 
“Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dele.” (Atos 
22:16). 
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O batismo é também um símbolo da limpeza moldado no novo nascimento: “... não 
por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou 
mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tito 3:5). Quando nós 
nascemos de novo ou somos regenerados, nós morremos para o pecado, e à medida que 
crescemos em nossa vida, fazemos morrer a maneira pecaminosa de fazer as coisas e 
vivemos mais e mais de acordo com as obras de justiça – nossas vidas são limpas! O 
batismo é o sinal de que isto está sucedendo. 
O batismo significa ter sido separado para viver uma vida santa. Da mesma 
maneira que as pessoas e os utensílios eram ungidos com água ou óleo e separados para 
o uso sagrado no Antigo Testamento, assim também no batismo a pessoa é ungida e 
separada para a santidade. 
O símbolo do batismo está tão ligado à salvação no Novo Testamento que nos força 
a perguntar se a pessoa não é salva através do batismo. Leiamos somente duas 
passagens: 
“Porque todos quantos fostes batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes” 
(Gálatas 3:27). 
“Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dele” (Atos 
22:16). 
Se nós tivéssemos somente estes dois versículos, poderíamos pensar que o batismo 
salva. Hoje em dia existem denominações que ensinam assim. Porém, o batismo por 
água é um símbolo de um acontecimento, não uma realidade em si mesma. Efésios 2:8-9 
nos diz que somos salvos pela graça, não por meio de obras. E no capítulo 4 do livro aos 
Romanos, já vimos Paulo refutar àqueles que dizem que o símbolo salva. Nós devemos 
afirmar firmemente que nossos pecados são limpos pelo sangue de Cristo, e nossas vidas 
são santificadas através do novo nascimento. O batismo é um símbolo externo de uma 
obra interna. 
À luz desses fatos os seguintes versículos talvez nos surpreendam. À medida que 
as pessoas se convertiam, não somente elas eram batizadas, mas suas famílias também. 
Lídia, uma mulher de negócios de Tiatira, creu no evangelho, e Paulo a batizou; ela e sua 
família (Atos 16:15). O escritor determina-se a chamar a atenção para a casa dela. Da 
mesma maneira um carcereiro não identificado de Filipos creu, e ele e sua casa foram 
batizados (Atos 16:33-34). E em 1 Coríntios 1:16, enquanto Paulo fala do batismo de 
certos indivíduos em Corinto, também menciona o batismo da casa de Estéfanas. 
Alguns têm dito que não se pode provar que havia crianças nessas famílias. No 
entanto, supor que não havia crianças nestes lares, nem nas outras famílias que foram 
batizadas em toda a área do Mediterrâneo, é uma presunção que beira ao preconceito. 
Podemos dizer que estes batismos mencionados foram os únicos que incluíam toda a 
família, e que em cada um destes casos os convertidos não tinham crianças e que seus 
servos tampouco as tinham? 
Conforme o evangelho do Novo Testamento começava a expandir-se pelo mundo, 
com Paulo e Pedro à frente, sua mensagem não era menos plena de graça nem menos 
abrangente que a mensagem de salvação dada a Abraão em Gênesis 17. Havia um novo 
símbolo, porém os pais que eram crentes tinham a mesma responsabilidade e a mesma 
bênção que Abraão, e batizavam suas crianças, as quais tinham uma grande herança 
como teve Isaac. 
 
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CAPITULO 03 
A CIRCUNCISÃO CUMPRIDA NO BATISMO 
Deus sempre termina o que Ele começa. Ele mantém Seus votos e juramentos, 
cumpre Suas promessas, e nuncadeixa nada incompleto. Recentemente vi a seguinte 
mensagem na camiseta de um jovem: “Seja paciente; Deus não terminou comigo ainda.” 
Quantas vezes nos sentimos assim! Um dia nosso Senhor regressará e nós seremos como 
Ele. Nem sequer um vestígio de pecado permanecerá em nós. Deus completará Sua obra 
salvadora. 
Quando olhamos a vida de Jesus, nós O vemos cumprindo muitos dos votos e 
promessas do Antigo Testamento. Muitos de nós incorremos no erro de pensar ou crer 
que Cristo contradisse os ensinos do Antigo Testamento. Seu Sermão do Monte foi na 
realidade a maior mensagem que jamais se pregou sobre a Lei e os Profetas. Como Cristo 
vê a Si mesmo e o Seu ministério em relação ao Antigo Testamento? “Não penseis que 
vim revogar a lei e os profetas; não vim para revogar, mas para cumprir. Por que em 
verdade vos digo: Até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da 
lei, até que tudo se cumpra” (Mt 5:17-18). Longe de negar ou contradizer o Antigo 
Testamento, Ele o completa e o cumpre. Apesar de que parte de Sua obra ainda está por 
cumprir-se, uma grande parte já foi plenamente consumada em Sua vida, morte e 
ressurreição. 
Os sacrifícios eram oferecidos continuamente no Antigo Testamento, mas quando 
Jesus, como Cordeiro de Deus, Se ofereceu no Calvário, pôs fim a todo sacrifício que 
tenha algum valor. Os sacrifícios de animais eram símbolos de Cristo, eram símbolos que 
apontavam para Ele. Quando Ele veio e morreu por nossos pecados, não houve mais 
necessidade de sacrifícios de animais. 
Na véspera da morte de Cristo era uma ocasião similar, e Ele comeu o cordeiro 
simbólico com Seus discípulos. Depois da ceia, Ele lhes deu o pão dizendo que este 
representava o Seu corpo que seria partido por eles, e o vinho, que representava o 
sangue derramado por eles. Exatamente como no Antigo Testamento se comia o cordeiro 
pascal, agora eles partilhavam do Cordeiro de Deus oferecido por seus pecados. De 
modo que a ceia do Senhor cumpriu e tomou o lugar da ceia pascal. 
Exatamente da mesma maneira, o batismo toma o lugar da circuncisão como o 
símbolo da salvação. 
Considere as seguintes três perguntas à luz dos capítulos anteriores: 
1. O que acontecia no Antigo Testamento quando uma pessoa cria no Deus de Abraão e 
confiava nEle? 
Ela era circuncidada. 
2. Qual era o sinal externo que representava o coração limpo no Antigo Testamento? 
A circuncisão. 
3. Qual era o símbolo externo que marcava a entrada de uma pessoa na comunidade de 
crentes no Antigo Testamento? 
A circuncisão. 
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Agora, permita-me fazer-lhe as mesmas perguntas substituindo “Antigo 
Testamento” por “Novo testamento”. 
1. Que acontecia no Novo Testamento quando uma pessoa cria no Deus de Abraão e 
confiava nEle? 
Ela era batizada. 
2. Qual era o sinal externo que representava o coração limpo no Novo Testamento? 
O batismo. 
3. Qual era o símbolo externo que marcava a entrada de uma pessoa na comunidade de 
crentes no Novo Testamento? 
O batismo. 
Por esta razão, quando um menino nasce em nossa congregação eu não vou ao 
hospital para oficiar um serviço de circuncisão. Deixo essa parte para os médicos, porque 
isto já não é um símbolo da salvação. É por esta mesma razão que nós não circuncidamos 
os adultos que se convertem a Cristo. O batismo é o cumprimento da circuncisão. 
Paulo explica isto a um grupo de gentios convertidos em Colossos. Alguns judeus 
diziam aos novos convertidos que eles precisavam da circuncisão porque esta era 
símbolo da salvação. Como estes novos conversos não eram de origem judaica, eles 
nunca tinham sido circuncidados. Isto levantou uma grande controversa entre eles, 
incluindo toda a igreja do Mediterrâneo. Notemos o que Paulo escreve a este grupo de 
frágeis novos seguidores de Cristo: “Nele também fostes circuncidados, não por 
intermédio de mãos... sepultados juntamente com ele no batismo” (Colossenses 2:11-12). 
Apesar deles não terem sido circuncidados externamente, Paulo confirma que eles 
haviam sido circuncidados “não por intermédio de mãos”. Em outras palavras, a deles 
era uma circuncisão simbólica. E como? Quando a tinham recebido? Quando foram 
batizados! O que Paulo está lhes dizendo é: “Vocês não compreendem que eu os batizei 
como símbolo de sua salvação? Então vocês não precisam de circuncisão.” 
Não é estranho que o batismo preencha as condições da circuncisão. Toda doutrina 
ensinada no Novo Testamento tem sua origem no Antigo Testamento. Lágrimas vêm aos 
nossos olhos ante a beleza e a unidade das Escrituras quando vemos Arão sacrificar 
cordeiros e a seguir vemos Jesus sacrificado no Calvário, castigado por Deus por causa 
de nossos pecados. Nós sentimos uma afinidade com Josué quando vemos sua família 
reunir-se para comer do cordeiro pascal no antigo Israel, e nós nos reunirmos para tomar 
do corpo e sangue do Cordeiro de Deus no novo Israel. Porém, o mais precioso é que 
Deus não retém a bênção que Ele deu a Seu povo nos dias antigos. Nós seguimos nas 
mesmas pisadas de Abraão na circuncisão de Isaac quando trazemos nossos filhos para 
serem batizados. 
 
CAPITULO 04 
DEUS E A FAMÍLIA DO ANTIGO TESTAMENTO 
Quando Caim nasceu, ninguém precisou lhe ensinar a mentir, nem a ser egoísta, 
nem tampouco a desobedecer aos seus pais. Semelhante a todos nós, isto lhe vinha mui 
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naturalmente. Apesar de não parecer ter muita importância, isto tem um significado 
extraordinário. 
Como sabemos, Adão foi criado perfeito. Ele não tinha nenhuma inclinação natural 
para o pecado. Ele foi livre num sentido que ninguém tem sido livre desde então. 
Depois do primeiro pecado de Adão, tudo mudou. Sua natureza decaída estava 
disposta a pecar. Sua própria essência produzia pensamentos e obras pecaminosas. 
Nasceriam seus filhos com a mesma natureza que ele teve antes de pecar, ou herdariam 
eles sua natureza pecaminosa? Caim respondeu a esta pergunta. Todos os filhos de Adão 
até nossos dias têm sido concebidos carregando esta marca. Não é como se nascêssemos 
neutros e logo saltássemos para um lado ou para o outro. Nem tampouco temos nascido 
inocentes, sendo atraídos a fazer o mal pelas influências do mundo. Nós nascemos com 
uma natureza pecaminosa, e embora o mundo nos tente a pecar de maneira específica, 
ainda assim os nossos pecados fluem de nossos próprios corações. Escutemos como 
Paulo descreve nossa relação com Adão em Romanos 5: 
“Porque se pela ofensa de um só, morreram muitos ...” (v.15). 
“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para 
condenação...” (v.18). 
“Porque, como pela desobediência de um só homem muitos se tornaram pecadores 
...” (19). 
Adão foi nosso representante. Ele falhou, e por isso nós nascemos com a marca de 
seu fracasso. 
Tudo isto talvez vá de encontro à nossa natureza independente, porém nunca 
duvide de que isto é o que a Bíblia ensina. Senti raiva quando pela primeira vez escutei 
isto, mas eu não podia negar o fato de que a Bíblia claramente acusa minha natureza. 
Queremos dizer: “Isto não é justo! Por que devemos nascer pecadores pelo que Adão 
fez?” Contudo, nós devemos lembrar as palavras de Paulo em Romanos 11:33-34, onde 
ele nos diz que Deus é tão extraordinário em Sua sabedoria e conhecimento, que Sua 
mente não tem medida, e que nós, então, não temos nenhum direito de agir como se 
fôssemos Seus conselheiros. Também temos que considerar que, se Deus tivesse 
implementado nossa idéia de justiça, Ele simplesmente teria destruído Adão e Eva em 
conseqüência de seu pecado, e nossa raça não teria existido! Por isso, quando nos 
perguntamos o porquê de nossa natureza pecaminosa, nós respondemos, com mentes e 
corações prostrados ante o justo e misericordioso Deus: “Porque somos filhos de Adão.” 
Neste momento você estará se perguntando: O que tem isso a ver com o batismo 
infantil? Na maneira como Deus tratou com Adão, Ele nos deu um exemplo da maneira 
em que trata com todos os seres humanos. Através da Escritura vemos Deus exercendo 
Sua graça e Seu juízo pormeio das famílias. 
No capítulo 6 do livro de Gênesis, Noé recebeu a graça de Deus. Apesar de Deus 
decidir destruir o mundo com um dilúvio, Ele escolheu salvar Noé. O verso 8 está muito 
claro: “Noé achou graça diante do Senhor.” Mas quando a arca zarpou estava Noé 
sozinho com os animais? Não, Deus o instruiu a levar sua esposa e seus três filhos e as 
esposas de seus filhos. Ele poderia muito bem ter excluído a família de Noé, porém Deus 
sempre tem em grande estima as famílias de Seu povo. 
Em Gênesis17:7, Deus fez um pacto de salvação com Abraão. Ele disse a Abraão 
que o pacto não era somente com ele, mas com seus filhos, e os filhos de seus filhos, e os 
filhos dos filhos de seus filhos, e assim por diante. Fique certo de entender isto. Estes 
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filhos não tinham nascido, nem tinham confessado sua fé; ainda assim Deus estava 
prometendo que os trataria de uma maneira especial. Deus não estava somente 
predizendo o futuro. Isto não era uma profecia do tipo que predizia o futuro - isto era 
um pacto. Deus tratou com Abraão somente como indivíduo? Não, Ele realizou um 
pacto com a família de Abraão. 
Quatrocentos anos mais tarde, essa família havia crescido e tinha se tornado uma 
grande nação com mais de um milhão de pessoas. Escravos no Egito, eles oraram a Deus. 
Os resultados estão registrados em Êxodo 2:24-25. 
“Ouvindo Deus o seu gemido,lembrou-se da sua aliança com Abraão, com Isaac e 
com Jacó. E viu Deus os filhos de Israel e atentou para a sua condição.” 
Por que atentou Deus para estes escravos? Seria porque eles pertenciam a uma 
minoria? Ou porque eles eram melhores que outras pessoas? Ou porque eram 
maltratados? Deus os estimou porque eram os filhos de Abraão. Deus tem uma estima 
especial pelos filhos de Seu povo. 
Pense nas extraordinárias palavras de 1 Reis 11:11-12. 
“Por isso disse o Senhor a Salomão: visto que assim procedeste e não guardaste a 
minha aliança, nem os meus estatutos que te mandei, tirarei de ti este reino, e o darei a 
teu servo. Contudo não o farei nos teus dias, por amor de Davi teu pai; da mão de teu 
filho o tirarei.” 
Salomão havia pecado seriamente contra Deus. Seu reino seria dividido por causa 
de seu pecado, porém, o Senhor não o faria enquanto Salomão fosse vivo, porque 
Salomão era filho de Davi. Davi já estava morto havia muitos anos, e ainda assim Deus 
trataria a Salomão de maneira especial por causa de seu pai. 
Agora podemos começar a entender por que Deus ordenou que o símbolo do pacto 
fosse aplicado aos filhos. Eles são separados - são especiais para o Senhor. 
Mas existe um outro lado neste ensino. Com lágrimas nos olhos, ouvimos Deus 
dizer a Israel que os pecados dos pais serão visitados nos filhos: 
“... porque eu sou o Senhor teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais 
nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem” (Ex 20:5). 
“.... que não inocenta o culpado; e visita a iniqüidade dos pais nos filhos e nos filhos 
dos filhos, até a terceira e quarta geração” (Ex 34:7). 
Nós vimos como Deus mostrou seu favor para com Salomão por causa de Davi. 
Roboão, o filho de Salomão, tornou-se rei. O seu reino entrou em guerra civil e se 
dividiu. Roboão experimentou o juízo de Deus por causa dos pecados de seu pai. 
Lembre, Deus havia dito a Salomão que dividiria seu reino durante o reinado de seu 
filho devido ao pecado de Salomão. Pais e mães, se somente pudéssemos nos dar conta 
de que nossos pecados vão afetar profundamente nossos filhos, não nos comportaríamos 
de maneira diferente? 
Mas não devemos terminar este capítulo com esta nota negativa, porque existe uma 
grande bênção neste ensino. Ao se aproximar da morte, Abraão pôde ter grande consolo 
em saber que Deus abençoaria a sua linhagem. Deus estimaria as famílias de Israel. Davi 
escreveu o seguinte sobre isso: 
“Mas a misericórdia do Senhor é de eternidade a eternidade, sobre os que o temem, 
e a sua justiça sobre os filhos dos filhos” (Salmo 103:17). 
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CAPITULO 05 
DEUS E A FAMÍLIA DO NOVO TESTAMENTO 
Os exemplos de Deus abençoando as crianças devido à fé de seus pais não estão 
limitados ao Antigo Testamento. Temo-los visto repetidas vezes no Novo Testamento, 
talvez sem dar-nos conta deles. Eis alguns exemplos: 
Mateus 9:18-19; 23-26 - A filha de um oficial judeu acabara de morrer. O oficial 
então foi a Jesus e lhe pediu que restaurasse a vida dela. Jesus respondeu curando a filha 
deste homem. Por quê? Por causa da fé dela? Não, por causa da fé de seu pai. 
Mateus 17:14-18 - O pai de um epiléptico pediu a Jesus que curasse seu filho. Como 
resposta o menino foi curado. 
Lucas 7:11-17 - Uma mulher que havia perdido seu marido, caminhava ao lado do 
esquife de seu único filho. Enquanto olhava aquela triste procissão, Jesus teve compaixão 
da mulher. Apesar dela não ter pedido nada, Jesus devolveu a vida ao jovem e devolveu 
um filho a sua mãe. Por que Jesus lhe restaurou a vida? Ele o fez por causa da mãe do 
jovem. 
João 4:46-54 - O filho de um oficial da cidade de Cafarnaum estava enfermo. Sua 
enfermidade parecia ser terminal. O pai aflito pede a Jesus que sare seu filho, e Jesus o 
sarou sem ir a sua casa. Jesus se interessou pelo filho por causa de seu pai. 
Em cada um dos casos acima mencionados, a criança foi restaurada por causa de 
seu pai ou mãe. 
O registro de uma conversão nas Escrituras que sempre traz um sorriso a nossos 
rostos é a do pequeno cobrador de impostos de Jericó chamado Zaqueu. Quando Jesus 
foi a essa cidade, a multidão era tão grande e Zaqueu tão pequeno que ele não podia ver 
Jesus. Então ele subiu em uma árvore, e Jesus o viu. Jesus disse a Zaqueu que descesse 
porque Ele ia ficar em sua casa. Mantendo uma promessa que havia feito antes dos 
tempos, nosso Senhor disse a Zaqueu: “Hoje houve salvação nesta casa.” 
Por que Jesus não disse: “Hoje houve salvação a Zaqueu”? Visto que Zaqueu era o 
cabeça de sua casa, vindo a fé, Jesus falou em termos de toda a casa. Em outras palavras, 
Deus abençoou toda a família porque o cabeça dessa família tinha se tornado Seu filho. 
Quando Pedro pediu à multidão no dia de Pentencoste que se arrependesse e que 
se batizasse para que seus pecados fossem perdoados, ele acrescentou: 
“Pois para vós é a promessa, para vossos filhos, e para todos os que ainda estão 
longe, isto é, para quantos o Senhor nosso Deus chamar” (Atos 2:39). 
Por que Pedro disse "para vós é a promessa e para vossos filhos"? Ele sabia que 
Deus continuava trabalhando como fez no Antigo Testamento. Ele teria os filhos de seus 
filhos em alta estima. 
O mesmo assunto volta a ser mencionado em 1 Conríntios 7:14: “Porque o marido 
incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada no 
convívio do marido crente. Doutra sorte os vossos filhos seriam impuros; porém, agora, 
são santos.” 
11 
 
À medida que os coríntios se convertiam da cultura pagã a Cristo, eles enfrentavam 
problemas que nós também vemos hoje. Um marido tornava-se cristão e seu estilo de 
vida mudava drasticamente. Conforme ele ia entendendo como Cristo afetava cada parte 
de sua vida, era natural que se perguntasse se deveria continuar vivendo com uma 
esposa que não era cristã. 
A resposta de Paulo é encontrada em 1 Coríntios 7. Se sua esposa estava disposta a 
viver com ele, o mesmo deveria ficar com ela. Conforme Paulo prossegue dizendo, a 
mulher incrédula é “santificada” pelo marido crente. Isto não significa que ela seja salva. 
A palavra grega para “santificar” significa "separar". Em algumas partes do Novo 
Testamento ela é traduzida como “santo”. A vida santa de um cristão é uma vida 
“separada”. O que Paulo diz é que a mulher é separada - vista de uma maneira especial 
por Deus. Por quê? Porque seu marido é um filho de Deus. 
Deus diz que, quando nos unimos em matrimônio, nos tornamos um perante Ele. 
Paulo explica que se isto não fosse verdade, nossos filhos não seriam santificados. Paulo 
diz: “Da mesma forma que seus filhos são separados aos olhosde Deus, esse mesmo 
princípio se aplica a suas esposas.” Então, por que não batizamos uma esposa descrente, 
se batizamos crianças e até mesmo bebês? Como adulta a esposa é responsável por fazer 
sua profissão de fé perante o Senhor. A criança se sustém na fé de seu pai, incapaz de 
fazer sua própria profissão, porém levando nela a marca da fé de seu pai, que lhe chama 
para seu Senhor em seus tenros anos. 
 
CAPITULO 06 
AS RESPONSABILIDADES DO LAR DO PACTO 
Pode parecer que tudo o que você precisa fazer é batizar sua criança, e tudo 
caminhará bem. Isto é o que muitos membros em nossas igrejas atuais pensam. Eles 
trazem seus filhos e os batizam como se isto fosse uma espécie de seguro contra 
incêndio. Mas a partir desse momento não vemos nenhuma diferença entre esse lar e o 
lar do ateu que mora ao seu lado. 
Se você e sua esposa não se amam como a Bíblia ordena, se você não ensina as 
Escrituras a seus filhos, se você não os disciplina como a Palavra de Deus ensina, se você 
não ora com eles e por eles todos os dias, se Cristo não é o centro de seu lar, então 
mesmo que batize seus filhos, eles crescerão como crianças de qualquer outro lar não 
cristão. 
Voltando a Gênesis, onde lemos que Deus disse a Abraão que pusesse em seu filho 
o símbolo de salvação, Deus continuou dizendo sobre Abraão: 
“Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de 
que guardem o caminho do Senhor” (Gênesis 18:19). 
Esse versículo nos fala da responsabilidade de Abraão de ensinar seu filho acerca 
de Deus em cada faceta de seu lar. Para Abraão, a circuncisão não era uma garantia de 
que Deus automaticamente salvaria o seu filho. Era o símbolo do pacto de que ele criaria 
seu filho no Senhor, e de que Deus o estimaria. 
12 
 
A América tem que escutar isto! Apesar de termos tantos membros nas igrejas 
quanto nenhuma outra nação do mundo, nossa sociedade iguala-se aos países mais 
ímpios ou profanos em termos de iniqüidade. Nossos lares, os lares dos membros das 
igrejas, com freqüência não são em nada diferentes aos lares dos descrentes. Nós 
adoramos o prazer, as comodidades, o clube, o dinheiro, o sucesso, o poder, o prestígio, 
exatamente como o mundo. Nós não oramos em nossos lares mais que o bom vizinho 
que vive ao nosso lado. Vamos à igreja duas vezes por mês para apaziguar o Senhor, e 
ainda assim nos enfadamos se o culto passa do meio-dia. Passamos por muitas 
dificuldades para ensinar matemática, ciências, negócios, o futebol, o beisebol, o 
basquetebol, o tênis, o golfe, talvez o balé, música, arte, e teatro a nossos filhos. Mas, 
quanto tempo ou esforço dispensamos para ensinar a vida em santidade a nossos filhos? 
Não estou escrevendo estas lições somente para ensinar presbiterianos, episcopais, 
luteranos e metodistas o que eles têm a obrigação de crer. Estou escrevendo acerca deste 
tema porque a única coisa que vai salvar a América são lares que realizem pactos com 
Deus, onde se criem as crianças em santidade. 
Olhemos cuidadosamente para uma das promessas que fazemos quando batizamos 
as nossas crianças: 
“Dedica você seu filho hoje a Deus sem reservas, e promete, em humilde 
dependência da graça divina, que você se esforçará em dar-lhe um exemplo piedoso; que 
você orará com ele e por ele, que você lhe ensinará as doutrinas da santa fé, e que você 
tentará, por todos os meios exercer esta tarefa que Deus lhe deu, de criar seu filho, 
educando-o e admoestando-o no Senhor?” 
Meu pai é um ministro. Ele sempre formula uma pergunta adicional àqueles pais 
que trazem seu segundo, terceiro ou quarto filho para ser batizado. Já que os pais 
fizeram uma promessa antes, ele lhes pergunta: “Vocês têm cumprido a solene promessa 
que fizeram perante Deus com seu filho anterior de tal maneira que vocês podem fazer 
nova promessa com consciência limpa e sincera?” Ele faz esta pergunta ao pai e à mãe 
diante de toda a congregação! Quando levei para batizar meu segundo e terceiro filho, 
ele me fez essa mesma pergunta. Ora, nós não podemos dizer que temos obedecido ao 
Senhor perfeitamente neste assunto. E a pergunta não é se o temos feito perfeitamente. A 
pergunta é se nós temos nos esforçado para cumprir nossas promessas da melhor forma 
que podemos. 
Meu pai está correto. Temos que dizer uns aos outros: “Deixemos de nos enganar! Para 
muitos de nós estes votos são apenas uma convenção social.” Deus pode falar acerca de 
nós o mesmo que disse de Abraão? “Ordenaremos a nossos filhos e a nossa descendência 
que guardem os caminhos do Senhor”? Se não podemos responder afirmativamente a 
essas perguntas, nós não temos por que trazer nossos filhos para serem batizados. 
Quando nós, como pais, lembramos do símbolo da salvação aplicado a nossos 
filhos, somos chamados a criá-los como Deus nos ordena. Nossos filhos não são nossa 
propriedade. Deus no-los deu, como nos têm dado tudo o que possuímos. Nós somos 
mordomos. Por isso nós devemos criar nossos filhos como Deus ordena. De outra 
maneira, nós negamos que eles são Sua propriedade. 
Permitam-me dirigir-me por um momento a vocês que foram batizados como filhos 
do pacto. O sinal da salvação, o símbolo da fé de seus pais, tem sido aplicado a vocês. Ele 
é um chamado, um mandamento, para que se arrependam de seus pecados e sigam a 
Jesus. Se seus pais têm sido fiéis, vocês possuem bênçãos que os filhos do mundo jamais 
conheceram. Sodoma não tinha a Bíblia, porém a vocês tem sido ensinada a Palavra de 
13 
 
Deus, com vocês e por vocês se tem orado, a vocês se tem dado exemplo de santidade, e 
se lhes têm ensinado a lei e a misericórdia de Deus; se vocês não viverem para o Senhor, 
o juízo que lhe espera é pior que o daqueles filhos que nunca conheceram essa bênção. O 
batismo de vocês quando crianças é um chamado de Deus a virem a Cristo. Se vocês não 
responderem a esse chamado, então eu preferiria ser um filho de um ateu a estar no 
lugar de vocês! Como o Senhor Jesus disse à cidade de Cafarnaum, a qual permanecia 
sem arrepender-se apesar dEle fazer muitos milagres ali: “Menos rigor haverá no dia do 
juízo para com a terra de Sodoma, do que para contigo.” 
Pais, não façam promessas somente para cumprir uma convenção social. Imagine-
se você, vindo diante do Deus vivo e pronunciando palavras que não têm nenhum 
significado para você, apenas para ganhar respeito social! Se você faz isso, o sangue de 
seus próprios filhos estará sobre sua própria cabeça. Escrever-se-á de você na eternidade 
que você tem agido frivolamente para com o Deus Todo-Poderoso. 
CAPITULO 07 
RESUMO 
 
Por que você batizou ou deseja batizar sua criança? 
A Bíblia ensina que o símbolo da salvação é para ser dado aos filhos de pais crentes. 
No Antigo Testamento, o símbolo era a circuncisão. No Novo Testamento, o símbolo é o 
batismo. O batismo de nossos filhos simboliza a realidade de que eles têm sido 
separados para Deus. Neste batismo, os pais realizam um pacto comprometendo-se a 
criar seus filhos mediante a instrução de seu Senhor. Tal batismo é um chamado às 
crianças para confessarem a Cristo como seu Salvador desde sua tenra idade. 
Foi Deus quem iniciou, pôs os termos e selou Seu pacto com Seu povo. 
Graciosamente Ele Se compromete a cumprir Sua Palavra. E Ele chama a Seus filhos e os 
filhos de Seus filhos a manter Seu pacto e a conhecer Sua bênção de geração em geração. 
 
CAPITULO 08 
PERGUNTAS RESPONDIDAS 
1. Acaso o batismo infantil salva a criança? 
O batismo não salva a criança mais do que salva um adulto. No Antigo Testamento 
vemos exemplos de israelitas que tinham sido circuncidados e que eram perdidos. Deus 
chamou a estas pessoas de “incircuncisas de coração” e disse que elas eram iguais aos 
ímpios do mundo (Jeremias 9: 26). Eles levavam a marca da salvação, porém não eram 
salvos. No Novo Testamento vemos adultos abandonarem os caminhos do Senhor e 
provarem com isto que não O conheciam verdadeiramente. Alguns deles realizariam 
obras extraordinárias em Seu nome, entretanto Jesus lhes dirá “Nuncavos conheci” 
(Mateus 7:23). Estas pessoas possuíam a marca externa da salvação, mas eram ímpios. 
14 
 
Deixe-me enfatizar bem isto, de modo que esta pergunta não precise mais ser feita. 
Nós não ensinamos que o batismo infantil salva a criança. 
2. Se Deus mostra Seu favor à criança por causa de seus pais, pode-se considerar isto 
graça? 
Esta é uma excelente pergunta. Se o batismo infantil contraria a graça e ensina que 
uma pessoa é salva pelos seus pais ou pelas obras deles, então devemos rejeitar essa 
doutrina, porque nossa salvação depende completamente da graça de Deus. 
Se Deus mostra Seu favor a uma criança em particular, Seu favor continua sendo 
graça. A criança continua sendo pecadora. Seus pais ainda são pecadores. Qualquer 
dádiva de Deus a essa família continua sendo imerecida. Nunca conheci pais cristãos que 
tenham dito, após Deus ter salvado seus filhos: “Ele merecia ser salvo porque nós 
oramos por eles, educamo-los, disciplinamo-los; Deus nos devia isso.” O que é que 
dizemos? “Graças, Senhor, por Tua graça para com nosso lar; nós somos pecadores e não 
merecemos Tua bondade.” 
3. O que acontece se os pais lutam para serem fiéis na criação de seus filhos no Senhor, 
porém o filho vem a ser um ímpio quando adulto? 
Nós não devemos desistir dessa pessoa. Ás vezes a criança não cumpre as 
promessas de seu batismo nem professa a fé de seus pais até ser um adulto maduro. John 
Newton teve uma mãe temente a Deus durante os primeiros sete anos de sua vida, mas 
logo ele se rebelou contra todo o ensino sagrado. Enquanto não se tornou um adulto, os 
ensinos de sua mãe não deram frutos. Newton confessou que, mesmo nos momentos 
mais escuros de sua depravação, ele não conseguia esquecer dos hinos, versículos da 
Escrituras, e do Catecismo que sua mãe lhe havia ensinado. 
Contudo, infelizmente existem crianças que ainda que tenham crescido em lares 
verdadeiramente piedosos abandonam o Senhor e nunca vêm a Ele. Encontramos este 
ensinamento em Ezequiel 18:5-13. Ali vemos a descrição de um homem assim: seus pais 
são piedosos, porém ele é um monumento à iniqüidade. Deus nos diz que esse indivíduo 
será castigado eternamente. Mas isso é exceção, não é a regra. 
Devemos animar-nos ao ver que a maioria dos lares piedosos produzem filhos 
piedosos. Todavia, devemos ser cuidadosos em como definimos “um lar piedoso”. 
Tenho visto homens usados poderosamente por Deus como pregadores, presbíteros, 
diáconos, evangelistas e professores de escola dominical, cujos lares eram desertos 
espirituais. Eles eram pregadores e mestres ativos, porém fracassados como esposos e 
pais. Pregadores, nós devemos ser exemplos de esposos e pais piedosos! 
É preciso esclarecer que, quando falamos de lares piedosos, não queremos dizer 
meramente que a família freqüente a igreja. Muitas vezes têm vindo a mim, no decorrer 
dos anos, pais que se perguntam o que terá acontecido a seu filho. Eles sempre dizem a 
mesma coisa: “Nós o criamos bem. Nós o levamos à igreja.” Porém, quando examinamos 
a vida desse lar em detalhe, descobrimos a razão pela qual o filho se foi por seu próprio 
caminho: 
• Seu pai não lia a Bíblia nem orava com ele em casa. 
• Ele não recebia uma disciplina contínua e consistente. 
• Seus pais não gastavam tempo com ele, dando-lhe prioridade. 
• Ele passava mais horas olhando a televisão que fazendo outra coisa. Quando 
chegou à adolescência o filho podia assistir o que quisesse. 
15 
 
• Seus pais se preocupavam mais por seu sucesso no mundo que por sua relação 
com o Senhor. 
Em tais casos, não nos surpreende que um filho vá para o mundo. “Não vos 
enganeis; Deus não pode ser enganado: pois tudo o que o homem semear, isso também 
colherá” (Gálatas 6:7). 
4. E o que dizer de uma criança não criada em um lar cristão? Acaso este ensino a 
exclui de ter alguma esperança? 
No Velho Testamento houve egípcios, gregos, persas e pessoas de muitas outras 
nações que se converteram ao Deus de Israel. Em Ezequiel 18:14-20, Deus diz a Israel que 
um homem justo pode vir de um lar donde se praticava a injustiça. Deus pode romper a 
linhagem de iniqüidade e começar uma de justiça. Na verdade, em uma sociedade onde 
o lar moderno se encontra numa condição de miséria, a beleza de um lar cristão atrai as 
pessoas a Cristo. Noutras palavras, em vez de desencorajar as pessoas de origem familiar 
ímpia, nossos lares do pacto são usados pelo Espírito Santo para atraí-los a Cristo. 
5. E no caso do lar que somente um dos pais é cristão? Deve o pai cristão batizar sua 
criança? 
A resposta é muito simples. É claro que essa criança deve ser batizada! Quando 
Deus olha para a criança, Ele a vê como um filho de um dos Seus filhos. Todo o lar é 
“santificado” e “separado” através do pai ou mãe que seja cristão (1 Coríntios 7:14). 
 
 
 
CAPITULO 09 
PERGUNTAS PARA VOCÊS 
 
Se você tem dúvidas quanto a batizar seus filhos, você deve considerar 
cuidadosamente as seguintes perguntas. 
1. Se tivesse vivido na época do Antigo Testamento, você teria aplicado o símbolo de 
salvação, ou circuncisão, a seu filho? 
Em geral, a mesma pergunta que se faz acerca do batismo também pode ser feita da 
circuncisão no Antigo Testamento, porque o batismo é o cumprimento da circuncisão. O 
que você teria dito a Deus, se você fosse Abraão? “Senhor, eu não creio que deva 
circuncidar a Isaac. Melhor seria que esperássemos até ele mesmo professar sua fé antes 
de aplicar-lhe o símbolo da salvação. E, na verdade, ele não é diferente do filho do Faraó, 
não é?” Não são acaso estas mesmas perguntas que surgem hoje em dia? 
2. Como podemos pregar ou escutar sermões sobre passagens do Antigo Testamento, 
se Deus trata de maneira diferente com as famílias do Novo Testamento? 
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As passagens do Antigo Testamento foram escritas no contexto do lar do pacto, 
onde o símbolo da salvação era aplicado às crianças. Se nós rejeitarmos esta bênção, 
como determinamos então quais passagens das Escrituras do Antigo Testamento se 
aplicam a nossa situação? 
3. O que quer dizer Paulo em 1 Coríntios 7:14 quando ele chama os filhos de pais 
crentes de “santos” ou “separados”? 
Você tem que rejeitar o significado óbvio dessa passagem para se recusar a batizar a 
seus filhos. 
4. Acaso Deus se preocupa da mesma maneira pelos lares ímpios como pelos lares de 
Seu povo? 
Existe uma grande diferença entre as famílias entregues à iniqüidade e as famílias 
que buscam a justiça divina. 
“ ....visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles 
que me aborrecem” (Êxodo 20:5). 
“Mas a misericórdia do Senhor é de eternidade a eternidade, sobre os que o temem, 
e a sua justiça sobre os filhos dos filhos” (Salmo 103:17). 
O favor do Senhor sobre um lar e o juízo do Senhor sobre o outro é claro. Como 
pode alguém ler Sua Palavra e dizer que os filhos de Herodes são iguais aos filhos do 
povo de Deus? 
5. Se há dois diferentes povos de Deus com pouca unidade entre si – o povo de Deus 
do Antigo Testamento e a igreja do Novo Testamento -, como é que em Romanos 11:17 
ambos são ilustrados como sendo um só? 
Nessa passagem Paulo explica de forma clara que nós, a igreja do Novo 
Testamento, estamos enxertados no sistema já existente de troncos e raízes. Não há duas 
árvores diferentes, mas uma só. Certamente existem diferenças, já que muitas coisas se 
têm cumprido, porém devemos ser cuidadosos em não destruir a continuidade. 
6. Se Deus quer que deixemos de aplicar o símbolo da salvação a nossas crianças, por 
que não ordenou explicitamente no Novo Testamento que mudássemos as normas ou 
padrões do Antigo Testamento, e que deixássemos de passar o símbolo do pacto a 
nossos filhos? 
Este não é um assunto insignificante. Se o mandamento tivesse mudado, uma 
norma ou um padrão fundamental e muito importante de 1700 anos teria sido deixado 
de lado. É claro que a circuncisão deu lugar ao batismo como símbolo de salvação, mas 
não há o menor indício de um mandamento que nos impeça de aplicar a nossascrianças 
este novo símbolo da salvação. Pelo contrário, Pedro diz que a promessa é para os filhos 
dos filhos, e lemos que todas as pessoas nas casas eram batizadas. Não existe, então, 
razão bíblica alguma para não continuar administrando esta maravilhosa bênção dada 
por Deus desde há muito tempo. 
 
 
Fonte: John P. Sartele, O Batismo Infantil, Editora Puritanos. 
Usado com permissão. 
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