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Aconselhamento ( Estácio)

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Trabalho apresentado como exigência de Prática como Componente Curricular na Disciplina: Aconselhamento
Nome: Fábio Knupp Meneses
Professor: Ernani José Antunes
Rio de Janeiro
2020/01
ACONSELHAMENTO: VIDA CRISTÃ E A EXIGÊNCIA DA MEDIAÇÃO DE CONFLITOS
A prática do aconselhamento cristão está na mesma perspectiva do ministério cristão, pois o ato de servir é o cerne da ação de Cristo. O fundamento essencial do ministério cristão é o serviço. Cristo veio ao mundo para servir e a sua semelhança devemos também praticar o serviço em favor do próximo.
Nessa perspectiva o ato de cuidar é mais que manifestar atitudes isoladas, mas zelar pelo outro em sua totalidade, não exercendo domínio sobre ele, mas convivendo e priorizando o cuidado de forma respeitosa. Não invadir o espaço do outro, mas observar os limites que se estabelecem nessa relação de ajuda. A bíblia é uma fonte de sabedoria que pode nos fazer compreender e auxiliar na superação das dificuldades humanas. Seu conhecimento poderá ser associado a outras ciências como a psicologia e a filosofia. 
Sabe-se que o aconselhamento pastoral é diferente das outras modalidades de aconselhamento profissional. Se trata de um processo de conversação e cuidado por uma pessoa ou grupo íntimo. Nesse sentido a criação de vínculos é primordial antes do uso, se necessário, de meios técnicos. 
“Ter seu fundamento científico, sobretudo na psicologia, aconselhamento não é simplesmente dar um conselho. É fazer um profundo diagnóstico das causas da falta de orientação do aconselhado e conduzi-lo a partir dos fundamentos bíblicos e científicos rumo à plenitude da vida espiritual” (Jo 10:10).
O aconselhamento não deve gerar dependência, mas, ser um meio de libertação e crescimento integral do ser humano. Jesus praticou o cuidado com os enfermos de alma e corpo da sua época, em um contexto de pobreza e dificuldades socioeconômicas. Hoje, mais do que nunca, a figura do conselheiro cristão é necessária e urgente. “Não havendo sábios conselhos, o povo cai, mas na multidão de conselhos há segurança”. (Provérbios 11.14). Muitas pessoas em determinadas situações da vida não sabem que decisão tomar, que caminho seguir e nem mesmo se precisam de um tratamento com um especialista. Nessa perspectiva o conselheiro se torna alguém muito eficaz e necessário.
Nesse sentido ainda, Hoepfner (2008) exemplifica e comenta da seguinte maneira
essa questão:
Quando uma mãe afirma: “Estou cuidando do meu filho adoentado!”,
subentendem-se, nesta afirmação, múltiplos atos. Atos como: estar
preocupado com seu filho; leva-lo ao médico; dar a ele, não apenas
remédios, mas, igualmente carinho; orar com e por ele, enfim, estar
próximo dele por meio de ações diversas que compreendem uma atitude de cuidado. Nesse sentido, pode-se afirmar que uma atitude de
cuidado abarca o ser humano em sua totalidade de vida. No que tange
ao relacionamento humano, tanto a pessoa que toma uma atitude de
cuidar de alguém, quanto o indivíduo para o qual é dirigida tal atitude,
há um contato não meramente físico, mas também afetivo-emocional,
concretizando uma relação de sujeito para sujeito e não de sujeito para
sujeito-objeto, ou seja, o cuidado possibilita a dignidade, pois abre mão do poder dominador e afirma uma comunhão entre seres reais. “A relação não e de domínio sobre, mas de com vivência. Não é pura intervenção, mas interação”, por conseguinte, pode-se reiterar que só recebemos zelo se cuidarmos de outras pessoas; portanto, nessa dimensão, apenas nos tornamos pessoa no encontro com outra. Percebe-se, então, que a categoria cuidada tem conotações que superam as noções comuns que lhe são aplicadas. (p.15)
Percebe-se nesse trecho, que há uma atitude global de cuidado com o outro e à medida que se cuida, também o cuidado é recebido. A Psicologia tem uma significativa contribuição para o campo da teologia. Desde a idade média, Santo Tomás de Aquino, vinculou a fé e a razão, conversando entre filosofia, teologia e outras ciências. Hoje Howard J. Clinebell valoriza a contribuição, entre outras ciências, da psicologia para o aconselhamento pastoral.
[...] Deve, ainda, saber usar os conhecimentos das ciências humanas, sobretudo da psicologia, da psicanálise, da parapsicologia, sociologia e economia, além dos conhecimentos teológico-bíblicos para diagnosticar, discernir, aconselhar, orientar e libertar (1Tm 3,1-13; 2Tm 3,14-17). (WEBAULA)
O aconselhamento é de fundamento espiritual, mas o conselheiro cristão deve conhecer as metodologias científicas, porém nunca fazer atendimento psicológico se não tiver formação nessa área. O método de aconselhamento no antigo testamento centrava-se no alcance da terra prometida. No novo testamento o foco do aconselhamento se dá na santíssima Trindade, como um ministério de ajuda para os cristãos e também as outras pessoas como um serviço de inclusão, libertação e redenção.
O conselheiro será, antes de tudo, um mediador de conflitos a exemplo de Paulo com os coríntios. No livro, a árvore da cura, Roger Hurding, explicita cinco modelos de aconselhamento pastoral: O primeiro exclui a contribuição da psicologia, desconsidera a graça comum e a revelação geral e da ênfase na revelação divina nas sagradas escrituras. 
O segundo modelo é o de assimilação que abraça em diferentes níveis as metodologias psicoterápicas. O terceiro é chamado de ecletismo é chamado assim pois aqueles que adotam essa metodologia usam diversas fontes e tendências da psicologia, como behaviorismo, psicanálise, psicologia cognitiva, Gestalt, psicologia humanista etc.
 . O quarto é do da compartimentação, nesse modelo teologia e psicologia são parceiras para o atendimento total ao sofrimento humano, havendo uma dualidade. No quinto e último método o foco está na integração, teologia e psicologia como também outras ciências pois esse método acredita que a união desses saberes será imprescindível para o ministério de ajuda e aconselhamento pastoral “que toda verdade é revelada por Deus criador e redentor de todas as coisas, seja nos escritos da Sagrada Escritura ou dos conhecimentos científicos”. (HURDING,1994, p. 305, 314).
Entrevistas 
Aconselhamento cristão de confissão católica
O Padre Pedro, ao ser entrevistado, afirmou ter como principal objetivo do aconselhamento cristão de doutrina católica, aproximar as pessoas de Deus. É tarefa do conselheiro, independe do assunto trazido por quem o procura pedindo ajuda, incentivar na fé para que tenha confiança em Deus. Em seguida deverá ouvi-lo atentamente com toda paciência e dedicação, para que possa a partir da fala do aconselhado, poder auxiliá--lo. 
Segundo o sacerdote, aproximar as pessoas de Deus para que tenham um contato mais íntimo com Ele, é o que os diferencia de outras ações de ajuda. Depois da audição o conselheiro espiritual o orienta acerca de algumas ações, para que ele mesmo consiga resolver seus problemas. A pessoa será direcionada a se aproximar de Deus, dos familiares e das pessoas que a cercam.
O entrevistado afirmou ainda, que as pessoas que estão passando por dificuldades têm a inclinação de se fechar, e não conseguem enxergar as oportunidades e as coisas boas da vida. O objetivo do aconselhamento é tentar ampliar a visão do aconselhado para que ele veja outras possibilidades. Disse ainda que, em alguns casos pode ser rápido, mas na maioria das vezes o processo é lento, porque não se trata de uma conversa de perguntas e respostas prontas, mas de reflexão profunda, pois o aconselhado precisa tomar suas próprias decisões.
A tentativa de ampliar a visão do aconselhado passa necessariamente por quatro etapas: o seu relacionamento com Deus, consigo, com as pessoas e com o mundo. Ele faz isso através de alguns métodos, dentre eles, citando referências bíblicas, contando histórias da vida cotidiana para estabelecer um diálogo próximo da realidade de quem o procurou. Sempre atento a escolaridade do indivíduo para estabelecer a melhor forma de comunicação. Tudo se encerra em São João: ‘Se você não consegue amar ao irmão que você vê, muitomenos a Deus, que você não vê’.
Dentre os principais conflitos enfatizou os de origem conjugal. Muitos casais enfrentam problemas, como, frustrações que causam infelicidade na vida à dois. Deve-se ter nesse tipo de aconselhamento respeito, sigilo, sobriedade e empatia. Segundo ele os maiores conflitos se dão por falta de comunicação, sujeitos egocêntricos que acham mais fácil apontar o defeito do outro do que reconhecer o seu. Tédio, pressões externas de familiares e amigos, as exigências profissionais que causam estresse e acabam explodindo com seus parceiros.
Os passos nesses casos é tentar reabrir as linhas de comunicação dos cônjuges, promover caminhos para que cada um identifique suas falhas e se responsabilize em tentar estreitar a relação em prol da família. Não fazer críticas nesse momento é fundamental, apoio e encorajamento é o que o casal precisa. O padre também dá a absolvição dos pecados pautado no sacramento da reconciliação em nome de Cristo fazendo-o novamente participante da salvação.
Recordou ainda, que no atendimento a um casal que estava iniciando um processo de divórcio, depois de muitas conversas e orações, os cônjuges confessaram que ainda se amavam. Nenhum dos dois queria admitir isso. Nesse caso, a orientação foi para que falassem claramente o que os incomodavam na relação e, feitos os desabafos, procuraram juntos possíveis soluções para manterem o relacionamento. Segundo o conselheiro, reconhecer as falhas e ter boa vontade de mudar em prol do bem estar de todos, é um grande avanço na cura do relacionamento. Três anos após a mediação desses conflitos o casal continua junto. 
Aconselhamento cristão de confissão Protestante
Pastor Renato, acerca do aconselhamento, explanou que deverá ser Cristo o centro de tudo. “Os ensinos do Senhor são certos e alegram o coração. Os seus ensinamentos são claros e iluminam a nossa mente”. (Salmo 19: 8). A bíblia é o fundamento da fé cristã e, segundo ele, Deus cuida da humanidade e devemos a semelhança divina cuidarmos uns dos outros.” O ser humano foi criado a imagem e semelhança de Deus,” (Gn 1:17).
Destacou como o atendimento aos jovens tem crescido na atualidade. Contou a história de um jovem chamado Filipe que tinha muitas marcas de abandono familiar. A mãe por problemas psicológicos o abandonara quando criança e o pai era totalmente ausente. Foi criado por uma tia que não demonstrava afeto, passou por muitas privações tanto físicas como afetivas.
 O Pastor ouviu a sua história e começou a cuidar dele. Fez contato com a família e com muitas conversas e orações conseguiu aproximar Filipe de sua mãe. Encaminhou o rapaz a um tratamento psicológico, pois se fazia necessário. E afim de integrá-lo a comunidade cristã, organizou alguns passeios. Lembrou-se de ter feito uma trilha com o jovem e outros rapazes da comunidade de fé e se divertiram muito. Também aproveitou o momento para ensinar sobre Cristo e de como ele nos trata como amigos. Hoje o jovem está mais feliz e faz parte da membresia da Igreja juntamente com sua mãe.
O Pastor afirmou que acompanhar, ajudar, cuidar e motivar a fé cristã sempre foi um fundamento do seu ministério e o ato de aconselhar não é somente falar e ouvir, ou vice-versa, mas procurar caminhos e soluções para que o aconselhado se reencontre, supere seus traumas e por ele mesmo possa trilhar uma nova vida. Segundo o conselheiro a autocompreensão é o primeiro passo para a cura.
Testemunhos
Luana buscou o aconselhamento do Pastor Wagner da Igreja Batista atitude. A jovem estava atravessando dificuldades depois de perder o seu pai. Seus sentimentos já estavam interferindo em seus estudos, pois não conseguia se concentrar em mais nada que não fosse a perda. A jovem estava em negação e precisava de conforto espiritual e orientação. Relatou que o pastor a ouviu pacientemente, orou com ela e depois lhe disse que o pesar pelo falecimento de um ente querido, não é doença, mas trata-se de um processo normal de cura. O que estava acontecendo é que ela se sentia deprimida e se fechou as outras pessoas.
 O Pastor a orientou a se reconectar com as pessoas que a cercavam, familiares, amigos e tentar aos poucos retomar suas atividades normais para se manter ocupada. A confortou com trechos bíblicos sobre esperança de vida eterna e reencontro. Marcaram encontros periódicos para a leitura dos textos bíblicos e conversas longas sobre a vida.
Luana declarou que a experiência fui fundamental para que ela pudesse superar o sentimento de perda e conseguir retomar a sua vida. Disse ela: “Ter alguém que me escute, sem criticar, ao contrário, dar apoio para passar por aquela situação, foi fundamental na retomada da minha vida. Livre daquela sensação terrível, ficaram somente as boas lembranças e a saudade”. Segundo ela, seria muito difícil enfrentar isso sozinha.
Hoepfner (2008), baseado em Boff, faz a seguinte observação sobre o cuidado:
[...]é mais que um ato; e uma atitude. Portanto, abrange mais que um momento de atenção, de zelo e de desvelo. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro, pois uma atitude perfaz uma fonte, pela qual descendem muitos atos. (p.14-15)
Cuidar de uma pessoa é dar a ela o suporte de que precisa para superar suas dificuldades, enxergar o ser humano como um todo, é primordial. É estar ocupado e interessado no bem estar do outro. “Aconselhamento é uma relação em que uma pessoa busca ajudar outro ser humano nos problemas da vida”. (Gary Collins).
Por tudo que foi dito aconselhar não é influenciar comportamentos através da persuasão ou constrangimento, mas respeitar as crenças de cada pessoa e não determinar o que a ela deve ou não dizer ou pensar. O conselheiro não deve ser um controlador mental e emocional. Antes de tudo o aconselhamento deve ser o realizado por uma pessoa qualificada que saiba como ajudar o aconselhado em seus conflitos e dúvidas. Uma pessoa não qualificada pode prejudicar ainda mais aquele que busca por ajuda.
O conselheiro que entra em atrito com o outro por questões religiosas não acolhe. Aconselhar não é tentar converter o outro e sim priorizar a libertação, a cura, a sustentação e a reconciliação.
Referências 
COELHO FILHO, I. G. O Perfil e Atributos do Conselheiro Bíblico. Disponível em:http://www.isaltino.com.br/2011/11/o-perfil-e-atributos-do-conselheiro-biblico/Acesso em: 18/06/20.
CUNHA, G. P. Aconselhamento Cristão. Disponível em:<http://www.lideranca.org/cgi-bin/index.cgi?action=viewnews&id=82>. Acesso em: 18/06/20. 
HOEPFNER, D. Fundamentos Bíblico-Teológicos da Capelania Hospitalar: Uma contribuição para o cuidado integral da pessoa. 2008. Dissertação (Mestrado em Teologia) – Escola Superior de Teologia, São Leopoldo, 2008.
CLINEBELL, Howard J. Aconselhamento Pastoral: Modelo centrado em libertação e crescimento/Howard J. Clinebell; tradução de Walter O. Schlupp e Luís Marcos Sander. _ São Leopoldo: Sinodal, 1987. ISBN 85-233-0466-5
Acessoem16/06/20>https://books.google.com.br/books?id=vYIK7NvMMbEC&printsec=frontcover&d=&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false

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