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Aconselhamento Cristão

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TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO 
E CAPELANIA CRISTÃ
GRADUAÇÃO
TEOLOGIA
MARINGÁ-PR
2012
Professor Me. Rubem Almeida Mariano
Diretoria do NEAD: Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Coordenação Pedagógica: Gislene Miotto Catolino Raymundo
Coordenação de Polos: Diego Figueiredo Dias
Coordenação Comercial: Helder Machado
Coordenação de Tecnologia: Fabrício Ricardo Lazilha
Coordenação de Curso: Edrei Daniel Vieira
Supervisora do Núcleo de Produção de Materiais: Nalva Aparecida da Rosa Moura
Capa e Editoração: Daniel Fuverki Hey, Fernando Henrique Mendes, Luiz Fernando Rokubuiti e Renata Sguissardi
Supervisão de Materiais: Nádila de Almeida Toledo 
Revisão Textual e Normas: Cristiane de Oliveira Alves, Janaína Bicudo Kikuchi e Jaquelina Kutsunugi e Maria Fernanda 
Canova Vasconcelos
Av. Guedner, 1610 - Jd. Aclimação - (44) 3027-6360 - CEP 87050-390 - Maringá - Paraná - www.cesumar.br
NEAD - Núcleo de Educação a Distância - bl. 4 sl. 1 e 2 - (44) 3027-6363 - ead@cesumar.br - www.ead.cesumar.br
Reitor: Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor: Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração: Wilson de Matos Silva Filho
Presidente da Mantenedora: Cláudio Ferdinandi
“As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir dos sites PHOTOS.COM e SHUTTERSTOCK.COM”.
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação
 a distância:
C397 Teologia, aconselhamento e capelania cristã / Rubem Al - 
 meida Mariano - Maringá - PR, 2012.
 132 p.
 “Curso de Graduação em Teologia - EaD ”.
 
 
 1. Teologia. 2.Capelania cristã. 3. Aconselhamento. 4. EaD. I. 
 Título.
 CDD - 22 ed. 230 
 CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - CESUMAR
TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO 
E CAPELANIA CRISTÃ
Professor Me. Rubem Almeida Mariano
4 TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
5TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
APRESENTAÇÃO
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos 
os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de 
qualidade, novas habilidades para liderança e solução de problemas com 
eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: as escolhas que 
fizermos por nós e pelos nossos fará grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Cesumar – Centro Universitário de Maringá – assume o compromisso 
de democratizar o conhecimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos 
brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas 
do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária” –, o Cesumar busca a integração do ensino-pesquisa-
extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que 
contribua para o desenvolvimento da consciência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade.
Diante disso, o Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituição universitária de referên-
cia regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de compe-
tências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidação da extensão 
universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação 
da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrativa; compromisso social 
de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também 
pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos, incentivando a educação 
continuada.
Professor Wilson de Matos Silva
Reitor
Caro aluno, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua 
produção ou a sua construção” (FREIRE, 1996, p. 25). Tenho a certeza de que no Núcleo de 
Educação a Distância do Cesumar, você terá à sua disposição todas as condições para se 
fazer um competente profissional e, assim, colaborar efetivamente para o desenvolvimento da 
realidade social em que está inserido.
Todas as atividades de estudo presentes neste material foram desenvolvidas para atender o 
seu processo de formação e contemplam as diretrizes curriculares dos cursos de graduação, 
determinadas pelo Ministério da Educação (MEC). Desta forma, buscando atender essas 
necessidades, dispomos de uma equipe de profissionais multidisciplinares para que, 
independente da distância geográfica que você esteja, possamos interagir e, assim, fazer-se 
presentes no seu processo de ensino-aprendizagem-conhecimento.
Neste sentido, por meio de um modelo pedagógico interativo, possibilitamos que, efetivamente, 
você construa e amplie a sua rede de conhecimentos. Essa interatividade será vivenciada 
especialmente no ambiente virtual de aprendizagem – AVA – no qual disponibilizamos, além do 
material produzido em linguagem dialógica, aulas sobre os conteúdos abordados, atividades de 
estudo, enfim, um mundo de linguagens diferenciadas e ricas de possibilidades efetivas para 
a sua aprendizagem. Assim sendo, todas as atividades de ensino, disponibilizadas para o seu 
processo de formação, têm por intuito possibilitar o desenvolvimento de novas competências 
necessárias para que você se aproprie do conhecimento de forma colaborativa.
Portanto, recomendo que durante a realização de seu curso, você procure interagir com os 
textos, fazer anotações, responder às atividades de autoestudo, participar ativamente dos 
fóruns, ver as indicações de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados, 
pois tais atividades lhe possibilitarão organizar o seu processo educativo e, assim, superar os 
desafios na construção de conhecimentos. Para finalizar essa mensagem de boas-vindas, lhe 
estendo o convite para que caminhe conosco na Comunidade do Conhecimento e vivencie 
a oportunidade de constituir-se sujeito do seu processo de aprendizagem e membro de uma 
comunidade mais universal e igualitária.
Um grande abraço e ótimos momentos de construção de aprendizagem!
Professora Gislene Miotto Catolino Raymundo
Coordenadora Pedagógica do NEAD- CESUMAR
7TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
APRESENTAÇÃO
Livro: TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ
Professor Me. Rubem Almeida Mariano
“Jesus era absolutamente honesto, profundamente compassivo, 
altamente sensível e espiritualmente maduro”. 
Collys, G. R. em Aconselhamento Cristão.
Os estudos teológicos classicamente estão subdivididos em Teologia Bíblica, Teologia 
Sistemática e Teologia Prática. O primeiro volta-se para os fundamentos e os rudimentos 
dos textos bíblicos do Antigo testamento (AT) e Novo Testamento (NT); o segundo aborda 
as elaborações filosófico-teológicas enquanto sistema de interpretação e compreensão 
de doutrinas cristãs sistematicamente construídas, bem como dialoga com outros saberes 
como é o caso da Filosofia, Sociologia, Antropologia, Psicologia dentre outros e, por fim, a 
Teologia Prática, que tem como objetivo fundamentar construções teóricas e práticas da ação 
evangélica. Nesse particular, em nossos dias, há uma significativa demanda para a Teologia 
Prática, haja vista que vivemos tempos de novos paradigmas, por que não dizer, os quais 
exigem maior rigor e necessidades de atuação da Teologia.
A disciplina “Teologia, Aconselhamento e Capelania Cristã” é uma disciplina que se coloca no 
eixo da Teologia Prática. É importante ressaltar que Teologia Prática, conforme Silva (2010), 
designaria a reflexão crítica sobre a ação eclesial. No contexto da Teologia Prática, todas as 
ações implicam no agir da Igreja como liturgia, ensino, diaconia, aconselhamento e capelania 
dentre outras. Para Szenmártony (1999), deve-se compreender a Teologia Prática como 
uma reflexão teológica sobre o conjunto das atividades nas quais a Igreja se encarna, tendo 
presente anatureza da Igreja e a situação atual desta no mundo.
Os referenciais teóricos utilizados foram de literatura, devidamente sustentados na visão 
clássica da Teologia, sem nunca perder o tom crítico; assim como, também, nos estudos 
sobre aconselhamento e capelania. Faz-se necessário sublinhar que as fontes bibliográficas 
publicadas sobre capelania são deveras escassas, diferentemente das sobre aconselhamento.
A lógica desta disciplina prima pelo diálogo e respeito entre os conhecimentos que fazem 
interface com a Teologia Prática, o qual não poderia ser diferente, contudo, foi opção respeitar 
8 TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
as especificidades dos conhecimentos para a constituição do estudo desta disciplina, ou seja, 
referente ao aconselhamento cristão, primou-se em estudá-lo de forma muito peculiar junto 
com os conhecimentos de aconselhamento advindo do universo psicológico. Tal opção não 
tira em nada o brilho e a riqueza das elaborações e contribuições da Teologia Prática para a 
ação evangélica nessa área. Acredita-se sim que esse procedimento, na verdade, marca de 
forma indelével o respeito e o entendimento que os conhecimentos devem realmente exercitar, 
no contexto acadêmico, para a melhor compreensão do objeto de estudo em comum entre 
esses dois saberes.
Quanto aos objetivos a serem alcançados nesta disciplina, procurou-se atender as três áreas 
enfatizadas pela didática, a saber: cognitiva, afetiva e motora. Nesta sequência e sentido, 
foram sendo elaborados os estudos tema a tema para que o aluno ou a aluna, ao final desta 
disciplina, tenha condições de conhecer e de refletir sobre os conhecimentos necessários para 
o exercício da Teologia, em especial, nas áreas do Aconselhamento e Capelania Cristã. 
Por fim, a disciplina “Teologia, Aconselhamento e Capelania Cristã” está divida em 5 unidades: 
UNIDADE I – Aconselhamento e Capelania Cristã: Marco Bíblico-Teológico; UNIDADE II – Os 
Fundamentos do Aconselhamento e da Capelania Cristã; UNIDADE III – Teologia e Práticas 
em Aconselhamento Cristão; UNIDADE IV – O Perfil e Papel do Conselheiro e do Capelão 
Cristão e UNIDADE V – Temas e Procedimentos em Aconselhamento e Capelania Cristã.
SUMÁRIO
UNIDADE I
ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ: MARCO BÍBLICO-TEOLÓGICO
DIACONIA, MINISTÉRIO, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ ............................14
POIMÊNICA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ.................................................16
CUIDADO, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ ................................................... 21
UNIDADE II
OS FUNDAMENTOS DO ACONSELHAMENTO E DA CAPELANIA CRISTÃ
ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ: APONTAMENTOS HISTÓRICOS ................32
FUNDAMENTOS E TEORIAS EM ACONSELHAMENTO CRISTÃO ......................................33
OS FUNDAMENTOS DA CAPELANIA CRISTÃ......................................................................42
UNIDADE III
TEOLOGIA E PRÁTICAS EM ACONSELHAMENTO CRISTÃO
PROPOSTAS, TÉCNICAS E COMPORTAMENTOS EM ACONSELHAMENTO CRISTÃO ...57
PROMOVENDO O DIÁLOGO EM ACONSELHAMENTO CRISTÃO ......................................64
UNIDADE IV
O PERFIL E O PAPEL DO CONSELHEIRO E DO CAPELÃO CRISTÃO
PERFIL E ATITUDES DO CONSELHEIRO CRISTÃO ............................................................77
PERFIL E PAPEL DO CAPELÃO HOSPITALAR ....................................................................88
UNIDADE V
TEMAS E PROCEDIMENTOS EM ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ
ACONSELHAMENTO DE APOIO ......................................................................................................104
ACONSELHAMENTO EM CASOS DE PERDA PESSOAL ................................................................108
ACONSELHAMENTO EM CASO DE CRISE MATRIMONIAL ........................................................... 112
CONCLUSÃO .....................................................................................................................................126
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 127
UNIDADE I
ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ: MARCO 
BÍBLICO-TEOLÓGICO 
Professor Me. Rubem Almeida Mariano
Objetivos de Aprendizagem
•	 Ressaltar	 os	 fundamentos	 bíblico-teológicos	 do	 Ministério,	 Cuidado,	Poimênica, 
Aconselhamento e Capelania Cristã.
•	 Assinalar	os	aspectos	fundamentais	do	Aconselhamento	e	da	Capelania	Cristã.
•	 Identificar	os	significados	do	termo	“diaconia”,	na	Bíblia.
•	 Conscientizar	que	o	fazer	Aconselhamento	e	Capelania	Cristã	são	atos	próprios	do	
serviço cristão.
•	 Conhecer	os	fundamentos	bíblico-teológicos	da	poimênica.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
•	 Diaconia,	Ministério,	Aconselhamento	e	Capelania	Cristã
•	 Poimênica,	Aconselhamento	e	Capelania	Cristã
•	 Cuidado,	Aconselhamento	e	Capelania	Cristã
13TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
INTRODUÇÃO
“Os ensinos do Senhor são certos e alegram o coração. Os seus ensinamentos são 
claros e iluminam a nossa mente”. 
Salmo 19: 8
“A tua palavra é lâmpada para guiar os meus passos e luz para o meu caminho”. 
Salmo 119:105 
“A Palavra era a fonte da vida e essa vida trouxe a luz para todas as pessoas”.
Evangelho de João 1: 4
A boa tradição cristã, de corte Protestante, ressalta a Bíblia como uma das fontes necessárias 
para o desenvolvimento da Fé Cristã. Nesse sentido, a presente unidade busca evidenciar os 
fundamentos para a prática do aconselhamento e da capelania cristã que assinalem, por um 
lado, uma genuína tradição cristã e, por outro, dialogue com as necessidades de nosso tempo. 
Por isso, nos voltamos para os fundamentos bíblicos e teológicos do próprio ministério 
cristão em que se destacaram os seguintes temas: diaconia, ministério, poimênica e cuidado. 
Nossa fundamentação teórica parte do latino Gattinoni (apud CASTRO, 1973) sobre “As 
bases do ministério pastoral no Novo Testamento” e do americano Clinebell (2000) sobre “O 
aconselhamento pastoral modelo centrado em libertação e crescimento no universo bíblico” 
dentre outros. Em ambos os autores citados, bem como nos outros, temos o objetivo maior de 
fundamentar biblicamente o aconselhamento e capelania cristã, como expressão mesma da 
ação cristã, ou seja, do próprio Cristo hoje.
Como se observou na apresentação, os estudos teológicos classicamente estão subdivididos 
em Teologia Bíblica, Teologia Sistemática e Teologia Prática. Esta última, a Teologia Prática, 
tem como objetivo fundamentar construções teóricas e práticas da ação evangélica. Nesse 
particular, em nossos dias, há uma significativa demanda para a Teologia Prática haja vista 
as necessidades do nosso tempo, as quais diferem de outros; há a necessidades de novos 
paradigmas, por que não dizer os quais exigem maiores, novas elaborações e ações da 
14 TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
Teologia na sua modalidade prática.
Nesse sentido, nota-se uma demanda significativa para dois ministérios em especial da igreja 
hoje: aconselhamento e capelania cristã. Eles apontam para as necessidades individuais, 
grupais, comunitárias, familiares, conjugais, sociais dentre outras. Essas necessidades 
cobram respostas da igreja. Contudo, essas repostas precisam de fundamentação também 
Teológica, para que esses ministérios, ações e vocações da igreja estejam em consonância 
com a Palavra de Deus e, assim, sejam eficazes, do ponto de vista bíblico, teológico e prático.
DIACONIA, MINISTÉRIO, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ
O exercício do aconselhamento e da 
capelania cristã está na mesma 
perspectiva do ministério cristão, uma 
vez que o ato de servir e o diaconato é o 
ponto de partida e de chegada de toda e 
qualquer ação cristã. Isso pode ser 
evidenciado quando voltamos nosso 
olhar para o universo neotestamentário, 
o qual ressalta como fundamento essencial do ministériocristão, o serviço. Portanto, servir se 
constitui fundamentalmente no próprio ser e agir do ministério cristão, que tem no ato de cuidar, 
uma de suas facetas indeléveis. 
Inicialmente, Gattinoni (apud CASTRO, 1973) informa que o sentido etimológico do termo 
“diákonos” indica uma tarefa de condutor de camelos no pó (poeira): diá = através kónos = pó, 
portanto diácono é um servente, um servidor. Exemplo maior é o próprio Jesus quando lava os 
pés dos discípulos (Jo. 13:1-17); o serviço é a definição própria da missão de Jesus, portanto 
ele veio para servir, pois é um servo (Lc. 22:27 e Mc. 10:45). 
Compreende Gattinoni (apud CASTRO, 1973) que o ministério pastoral não pode deixar de 
evidenciar essa atitude serviçal. Tal atitude é imprescindível, conforme Mt. 20:25-28; 25:31-46; 
10:24. Nesse perspectivo, tanto o aconselhamento quanto a capelania devem estar inseridos 
nessa visão bíblica: servir.
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15TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
Gattinoni (apud CASTRO, 1973) apresenta outro significado para a palavra diaconia, a 
palavra grega “doulos”, no sentido “escravo”, que serve. A ideia fundamental desse vocábulo 
é ressaltar o espírito serviçal como sendo inerente ao ministério e a todo e qualquer cristão 
(intra e extracomunidade). O próprio Jesus Cristo recebeu esse título como sendo “O servo 
por excelência” (Fil. 2:5-11; Atos 3:13,26; 4:27). Esse título é também conferido aos autores 
dos livros bíblicos: João 1:1, Atos 16:17, 2Cor. 4:5; 9:19; em II Ti. 2:24, o ministro como sendo 
servo; todos os cristãos assim o são: servos (Atos 2:18 e 4:29). Esse significado é designado 
universalmente e válido a todo o corpo de Cristo (I Cor. 7:22 e I Pedro 2:16). 
Portanto, os cristãos são chamados a servir a Cristo e ao seu Reino (Ro. 7:6; Col. 3:24; I Ts. 
1:9; 1:1; 2:20;7;3); nesse sentido, o serviço aos homens é entendido como servir ao Senhor 
Jesus Cristo (Ro. 14:18; Gá. 5:13; Ef. 9:9); a ideia de servir dos seres humanos como parte do 
serviço a Cristo (I Cor 16:15; II Cor. 6, 8:4; 9:1, 12; Atos 20:28, 34, 35; II Ti. 1:18; Fim. 13) ou 
ainda, o servir às pessoas como sendo uma ação ao próprio Cristo (Mat. 25:31-46). Diaconia, 
nesse sentido, por fim, evoca de forma categórica que todo e qualquer ministério da Igreja, 
com destaque para o aconselhamento e capelania cristã, é um ato de serviço ao próximo no 
mundo. Uma ação missionária que nasce do ministério de Jesus Cristo como identidade da 
Igreja. 
Por fim, outro sentido para “diaconia” é uma expressão, conforme Gattinoni (apud CASTRO, 
1973), “Diaconia como um ministério da Igreja, a serviço da obra de Deus, no mundo”. Diaconia 
como ministério de toda a Igreja e de toda a comunidade cristã, bem como de cada comunidade 
em particular – Ef. 4:12; Ap. 2:19; I Co.12 e Ro. 12:1-8; ou seja, toda e qualquer comunidade 
que se diz cristã tem uma identidade em comum: ser sinal de Deus por meio do serviço da 
igreja às pessoas. Essa expressão coroa e assinala a riqueza dos sentidos para “diaconia” já 
observados acima. 
Compreende-se, sem dúvida, que os sentidos de “diaconia” abordados até o presente ressaltam 
biblicamente o serviço como fundamento para o exercício do ministério cristão, ou os mais 
diversos ministérios da igreja, com destaque para o aconselhamento e a capelania cristã. 
16 TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
POIMÊNICA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ
Do ponto de vista bíblico-teológico, uma das imagens mais marcantes é o testemunho do 
cuidado de Deus pela humanidade. 
Assim, no Antigo Testamento, surge a imagem e 
a memória do Deus-Pastor como Aquele que 
conduz o povo, como faz um bom pastor ao 
conduzir suas ovelhas. Tal tradição faz parte da 
própria experiência existencial e de subsistência 
de todo um povo.
A vida do povo hebreu dependia do cultivo 
do rebanho de ovelhas. Este animal era a 
principal fonte de subsistência. Nesse sentido, a 
experiência pastoril e a subsistência humana que 
girava ao redor do rebanho não eram exclusivas 
de Israel, mas contemplavam todos os povos do 
mundo bíblico; assim como, também, para os povos mesopotâmicos. Por sinal, foram estes os 
primeiros a metaforizar a imagem do “pastor”.
Javé, portanto, é compreendido como o único e verdadeiro Pastor de Israel. Essa alegoria é 
celebrada no AT, especificamente, no Sl 23.1: “O Senhor é meu pastor, nada me faltará”. Ao 
lado Dele não há outro! Este Salmo revela a poimênica, pois ele refere-se ao centro vital do 
ser humano, que é sua relação com Deus. Uma relação concretizada a partir da fé humana 
em Deus, enquanto Criador e Pastor da vida. Então, a poimênica, nesse contexto, remete para 
aquilo que permite e ajuda o ser humano a continuar a respirar, a manter a sua vida saudável, 
afinal a morte para o semita é a falta da relação com Deus.
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17TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
Nesse sentido, Hoepfner (2008), comenta:
Assim a poimênica, no mundo semita, está muito próxima da luta constante do ser 
humano para manter ou resgatar a sua relação com Deus por meio das diferentes 
articulações da vida em comunidade, como o culto e o sacrifício a Deus. Entretanto, 
compreende igualmente a busca por uma plena e justa integração social do indivíduo 
que cai no abismo do isolamento, que negligencia a sua relação com Deus e, 
conseqüentemente, não mais se considera parte integrante do povo de Deus. Ali 
onde o ser humano petrifica o seu coração, onde vive exclusivamente a partir do seu 
próprio ar, da sua exclusiva respiração, - isto é, vive ao redor do seu próprio ser -, a 
nefesh sucumbe, já não encontrará fôlego de vida e, por fim, clamará: “Como suspira a 
corça pelas correntes de água, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma” (Sl 42.1). A 
tradução de Lutero é mais enfática, pois translada “suspira” por “gritar” (schreit). Quer 
dizer, em meio ao abandono de Deus, o ser humano grita, geme, se desespera, pois 
enxerga com profundidade e dor o abismo em que sua aparente auto-suficiência o 
levou. “No culto se articulavam o grito, a lamentação e a prece por ajuda da pessoa 
que se encontrava fora da relação com Deus, que não conseguia mais enxergar o seu 
rosto” (p.55).
Nessa perspectiva, a poimênica tem a ver com o clamor e o louvor da criatura perante o seu 
Criador. O ser humano clama pelo hálito de vida que provém de Deus e o louva por este hálito 
que o mantém, como afirma o último salmo: “Todo ser que respira louve ao Senhor. Aleluia!” 
(Sl 150.6).
Hoepfner (2008) afirma ainda que: 
Os principais agentes da poimênica eram, sobretudo, os Sacerdotes (Lv 12ss.; 1 Sm 
1.9ss.), os anciãos e juízes que tomam decisões em casos de conflito (Rt 4), os profetas 
que desenvolvem na sua prática a admoestação e a consolação individual e coletiva 
(2 Sm 12; Is 40.1ss.) e, em primeiro lugar, os sábios, homens do povo que transmitiam 
como pais de família os conselhos da sabedoria popular para os filhos (Pv 4ss.) (p.56).
Nota-se que a poimênica está no coração do Antigo Testamento, pois ressalta e afirma 
categoricamente que tudo aquilo que torna plena a vida é concedida pelo Bom Pastor, Javé, 
o Deus que cuida de suas ovelhas, conforme o Salmo 23: “O Senhor é o meu Pastor e nada 
me faltará”.
18 TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
Hoepfner (2008) observa que no Novo Testamento a poimênica tem nas ações e atitudes 
libertadoras de Jesus Cristo a expressão perfeita do que significa pastorear. Ele sim é o 
verdadeiro Pastor que dá a sua vida por suas ovelhas, ressalta o Novo Testamento de forma 
vigorosa. Nesse sentido, tem-se nas ações e atitudes de Jesus Cristo a prática da poimênica 
como um modelo de ação.
Hoepfner (2008), nesse sentido, faz a seguinte observação sobre esse termo “poimênica” à 
luz do Novo Testamento:
A poimênica neotestamentária encontra no termo grego “paraclein”, “paraclesis”, o seu 
conceito-chaveque aponta para a oferta de salvação e de vida em abundância oferecida 
por Cristo em sua vida e cruz. A “paraclesis” remete ao consolo da salvação que Cristo 
oferece por meio de sua graça (2 Ts 2.16); entretanto, igualmente admoesta às pessoas 
a transformarem suas vidas cotidianas, desafiando-as a realizar uma identificação com 
Jesus Cristo também no decurso de um sofrimento (2 Co 1.5-7). Após a reflexão acima, 
acerca do ministério de Cristo, viu-se que Ele guiou, vigiou, providenciou a vida e sentiu 
profunda afetividade pelo povo do seu Pai. (p.65) 
Por fim, Hoepfner (2008) define poimênica a partir de quatro funções pastorais a partir do 
ministério de Jesus Cristo:
•	 Poimênica é vigiar, em um sentido de observar atentamente o outro em uma relação de 
cuidado constante em que a solidariedade se dá vivenciando as dores do seu irmão e irmã. 
Um bom exemplo é de Zaquel em Lc 19.1-10, Jesus demonstra o amor que sente por Za-
quel ao visitá-lo.
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19TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
•	 A	poimênica consiste em constituir relacionamentos afetivos entre iguais. Nesse sentido 
Jesus	foi	um	grande	mestre	que	ensinou,	pois	apesar	de	ser	o	filho	de	Deus	sempre	se	re-
lacionou como sendo igual. Ele não agia com desdém, mas acolhia e ouvia pacientemente. 
•	 Poimênica é guiar. Mas não no sentido de se colocar como maioral ou superior; Jesus se 
colocou com um irmão, em conjunto pelos novos caminhos que podem surgir, novas trilhas 
diante da adversidade, pois Ele é a própria esperança viva. Conforme Hoepfner (2008), Ele 
é o novo caminho que possibilita a vida; Ele é o guia que leva a novas esperanças, a um 
novo caminho.
•	 Não	por	último,	poimênica	é	a	afirmação	de	uma	vida	cheia	de	dignidade.	Ali,	onde	a	vida	
corre perigo com suas contradições sociais, por exemplo, essa vida se faz presente. É 
impossível desassociar a ajuda psicológica e espiritual da ação social. Nesse sentido, a 
poimênica em Cristo é anúncio de um evangelho integral. (p.p 65-66)
Portanto, podemos concluir por ora, que tanto a teoria quanto a prática da poimênica está 
sustentada na tradição do Bom Pastor que dá a sua vida por suas ovelhas, como o Bom Pastor 
do Antigo Testamento, Javé. Jesus Cristo, sem dúvida, testemunhou de maneira viva ao fazer 
poimênica como porta voz do Evangelho de Deus. Hoepfner (2008) nesse particular afirma: “É 
o Evangelho o esteio da poimênica cristã e Cristo o seu paradigma” (p.66)
Ainda sobre os fundamentos bíblico-teológicos da poimênica, Clinebell (2000) afirma 
reiteradamente as notáveis potencialidades dos seres humanos:
a) O ser humano é um pouco menor que Deus (Sl 8.5).
b) O ser humano foi criado a imagem e semelhança de Deus, imago Dei, (Gn 1:17).
c) Jesus veio para conceder vida e vida, em abundância (Jo. 10:10), O ser humano tem 
condições de desenvolver seus potenciais de sabedoria e de vida, segundo a parábola dos 
talentos (Mt. 25:14-30) e as admoestações de Paulo a Timóteo, para “acender a chama do 
dom de Deus que há em ti(...), pois o espírito que Deus deu é (...) para inspirar poder, amor 
e autodisciplina” (2 Tm. 1:6). 
É importante ressaltar, por fim, que a concepção bíblica nessa perspectiva deixa claro que os 
20 TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
seres humanos, apesar de terem potencialidades, não são onipotentes. Somos seres finitos, 
limitados e marcados pelas condições efêmeras da nossa humanidade.
Outra ideia bíblica que Clinebell (2000) observa é a compreensão hebraica das pessoas. Era 
essencialmente não dualista, ou seja, a Bíblia assinala que a vida humana deve ser entendida 
de forma integral, em unidade de dimensões, dentro de uma visão holística, em uma visão 
comunitária:
a)	É	assim	que	a	Bíblia	reafirma	o	sentido	de	glorificar	a	Deus	no	corpo	(1Cor.	6:19),	e	não	
fora dele ou desconsiderando-o. 
b) Que se deve amar a Deus com todas as dimensões humanas (Mc. 12:30).
c) Que se deve viver a vida alimentando os relacionamentos em paz, shalom, do Antigo Tes-
tamento, ou em comunhão, koinonia, na perspectiva do Novo Testamento.
d) O respeito à Criação (ecologia) como ato único da vida. “E viu Deus que tudo era bom”.
e) A libertação é tanto pessoal quanto social. Tanto o pecado quanto a salvação são comu-
nitários	e	sociais,	assim	como	individuais,	onde	o	Novo	Testamento	afirma	“Conheceres	a	
liberdade e a verdade vos libertará” (Jo. 8:32). 
Nota-se que o ser humano é compreendido pelas escrituras em uma dimensão holística e 
integral para o crescimento, conforme Clinebell (2000). 
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21TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
Essa visão deve demonstrar positivamente o fazer do aconselhamento e da capelania cristã, 
pois ressalta tanto as condições existenciais da humanidade, suas potencialidade advindas 
do Criador, quanto os propósitos cristãos para essa humanidade, ou seja, em Cristo, essa 
humanidade tem vida, e vida em abundância!
Pode-se concluir, por enquanto, que o marco bíblico-teológico aponta tanto o termo “diaconia” 
quanto “poimênica” como palavras-chave da ação cristã da própria Igreja no mundo, ou seja, 
como expressão própria do mistério cristão. Podemos assinalar, portanto, que todo e qualquer 
ministério da igreja, como o aconselhamento e a capelania, é ação da Missão de anúncio da 
Boa Nova, do cuidado que Deus tem pelo ser humano e, por outro lado, evidencia também 
as potencialidades do ser humano, criadas pelo próprio Deus, as quais revelam as suas 
possibilidades para um desenvolvimento de forma integral em Cristo.
CUIDADO, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ 
Inicialmente, a palavra que melhor expressa bíblica e teologicamente tanto aconselhamento 
quanto capelania é o termo “cuidado”, ou o verbo “cuidar”. 
A seguir, vejamos o trabalho realizado por Hoepfner (2008) sobre a análise do termo “cuidar”, 
em que o referido autor faz um estudo sobre o termo em seu sentido etimológico e bíblico; bem 
como o trabalho de Oliveira (2004).
Para Hoepfner (2008), o termo cuidar provém do latim cura, que assinala uma relação de 
amor e amizade, uma atitude de cuidado, de desvelo, de preocupação e de inquietação 
em relação a alguém ou a algo estimado. Portanto, o sentido aqui deve ressaltar, conforme 
observa Hoepfner (2008), uma relação pessoal, existencial, e, por consequência, estabelecer 
uma preocupação frente à vida de outra pessoa ou de algo, como o cuidado com os enfermos 
ou com o meio ambiente.
22 TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
Hoepfner (2008), baseado em Boff, faz a seguinte observação sobre o cuidado: 
[...]é mais que um ato; é uma atitude. Portanto, abrange mais que um momento de 
atenção, de zelo e de desvelo. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de 
responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro, pois uma atitude perfaz uma 
fonte, pela qual descendem muitos atos. (p.14-15)
Nesse sentido ainda, Hoepfner (2008) exemplifica e comenta da seguinte maneira essa 
questão: 
Quando uma mãe afirma: “Estou cuidando do meu filho adoentado!”, subentendem-
se, nesta afirmação, múltiplos atos. Atos como: estar preocupado com seu filho; levá-
lo ao médico; dar a ele, não apenas remédios, mas, igualmente carinho; orar com e 
por ele, enfim, estar próximo dele por meio de ações diversas que compreendem uma 
atitude de cuidado. Nesse sentido, pode-se afirmar que uma atitude de cuidado abarca 
o ser humano em sua totalidade de vida. No que tange ao relacionamento humano, 
tanto a pessoa que toma uma atitude de cuidar de alguém, quanto o indivíduo para o 
qual é dirigida tal atitude, há um contato não meramente físico, mas também afetivo-
emocional, concretizando uma relação de sujeito para sujeito e não de sujeito para 
sujeito-objeto, ou seja, o cuidado possibilita a dignidade, pois abre mão do poder 
dominador e afirma uma comunhão entre seres reais. “A relação não é de domínio 
sobre, mas de com-vivência.Não é pura intervenção, mas interação” Por conseguinte, 
pode-se reiterar que só recebemos zelo se cuidarmos de outras pessoas; portanto, 
nessa dimensão, apenas nos tornamos pessoa no encontro com outra. Percebe-se, 
então, que a categoria cuidado tem conotações que superam as noções comuns que 
lhe são aplicadas. (p.15)
Nota-se que o sentido ora ressaltado assinala vigorosamente uma atitude de cuidado total, 
não com o que é particular ou pontual, mas sim com o ser humano em sua integralidade, em 
suas mais diversas áreas e dimensões: física, afetivo-emocional, social, ecológica, cultural e 
espiritual. 
Outra questão importantíssima ressaltada ainda por Hoepfner (2008) é a relação entre os 
seres humanos que deve ser pautada não pelo domínio sobre, mas pela convivência. Pode-se 
compreender nessa perspectiva que só recebemos cuidado se cuidarmos também de outras 
pessoas; portanto, nessa dimensão ou relação, apenas nos tornamos pessoa efetivamente 
quando estamos no encontro com outra, ou seja, nos relacionamos respeitosamente como 
iguais.
23TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
Diante do exposto, Hoepfner (2008) conclui as seguintes considerações:
Explicitando, o cuidado vê os contornos concretos dos problemas, da realidade, 
enxerga e abraça o ser em sua integralidade vital e, portanto, não se resume a 
apenas fidelidade, a princípios profissionais e a deveres morais impostos por uma 
sociedade deveras injusta. Perceptivelmente esclarecedor é o vocábulo alemão Sorge, 
comumente traduzido ao vernáculo pátrio como “cuidado”, “preocupação”, “aflição”. Se 
por um lado, a Sorge remete para o cuidado de si, por alguém ou por algo (Fürsorge), 
por outro, remete, igualmente, para uma situação existencial de aflição, ou seja, o de 
estar preocupado consigo mesmo, por alguém ou com algo (sich sorgen um). O termo 
inglês care, da mesma forma, traz consigo a idéia de um cuidar solícito, bem como o 
de um cuidar ansioso e aflito junto a alguém ou a algo. Conclui-se que, uma atitude de 
cuidado frente a pessoas, requer envolvimento, pois “o cuidado é aquela relação que se 
preocupa e se responsabiliza pelo outro, que se envolve e se deixa envolver com a vida 
e o destino do outro, que mostra solidariedade e compaixão”. Tal atitude é a condição 
prévia para o eclodir da amorosidade humana, afinal, quem cuida, ama e, quem ama, 
cuida (p.16)
Hoepfner (2008) faz ainda um estudo sobre expressões correlatas ao termo “cuidar” no Antigo 
Testamento e Novo Testamento: 
O principal correlato do termo cuidar no Antigo 
Testamento (AT) é o verbete shãmar. Ao longo 
do testamento hebraico ele aparece 420 
vezes. A ideia básica da raiz deste termo, 
conforme o Dicionário Internacional do Antigo 
Testamento, é a de “exercer grande poder 
sobre”, significado que permeia as várias 
alterações semânticas sofridas pelo verbo. 
Combinado com outros verbos, o sentido 
expresso é o de “fazer com cuidado”, “fazer diligentemente”, por exemplo, como aparece 
em Nm 23.12: “(...) Porventura, não terei cuidado de falar o que o Senhor pôs na minha 
boca”. O verbo pode vir a exprimir também a atenção cuidadosa que se deve ter com as 
obrigações contidas em leis e na própria aliança de Deus com o seu povo, como 
expresso em Gn 18.19 ou Êx 20.6. Frequentemente, o verbo ainda é utilizado para 
designar a necessidade de ser cuidadoso frente às próprias ações; frente à própria vida 
(Sl 39.1; Pv 13.3), ou ainda, designar a atitude de alguém de dar atenção ou reverenciar 
Deus, outras pessoas ou ídolos (Os 4.10; Sl 31.6). O verbo shãmar abrange ainda os 
sentidos de “preservar”, “armazenar” e “acumular” a ira (Am 1.11), o conhecimento (Ml 
2.7), o alimento (Gn 41.35) ou qualquer coisa de valor (Êx 22.7). Um último desdobramento 
da raiz exprime a ideia de “tomar conta de” ou “guardar”, ou seja, envolve manter ou 
cuidar de um jardim (Gn 2.15), de um rebanho (Gn 30.31) ou de uma casa (2 Sm 15.16). 
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24 TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
É nessa ótica que Davi admoesta Joabe a cuidar de Absalão: “Guardai-me o jovem 
Absalão” (2 Sm 18.12), ou quando Davi, nos Salmos 34.20; 86.2; 121.3-4 e 7, utiliza o 
termo para falar do cuidado e da proteção divina.
No que tange ao Novo Testamento, o principal correlato de cuidar é o verbete grego 
merimna. Assim como o termo alemão sorge e o inglês care, merimna pode remeter a 
dois significados. Num sentido negativo, é traduzido por “preocupação” ou “ansiedade” 
do ser humano. É nesse parâmetro que merimna é empregado no Sermão do Monte 
(Mt 6.25-34). Jesus, nessa homilia, critica a demasiada preocupação do ser humano 
em torno de questões materiais que o afastam de Deus. Paralelamente, a passagem 
de Lc 21.34, adverte para as fúteis preocupações concernentes à vida diária. Já o 
sentido positivo de merimna, remete ao “ter cuidado de” ou “preocupar-se com” alguém 
ou algo. Em 2 Co 11.28, o apóstolo Paulo se vê como aquele que deve preocupar-se 
com as igrejas. Já em 1 Co 12.25, a Igreja é vista como “corpo de Cristo”, no qual todos 
os membros cuidem e cooperem uns a favor dos outros. Em 1 Pd 5.7, o ser humano é 
chamado a lançar toda a sua ansiedade aos cuidados de Deus.
Outras tantas passagens bíblicas poderiam ser aqui arroladas. Perícopes, que 
dependendo do testamento, utilizam os termos shãmar ou merimna, para expressarem 
a ampla ideia do cuidado humano ou de Deus por sua criação. Entretanto, ressalta-se, 
a partir dessa breve investigação acerca dos correlatos bíblicos do termo cuidar, que 
em muitas passagens nas quais os termos shãmar e merimna são empregados, eles 
compreendem, ao menos indiretamente, uma atitude que lida com a própria condição 
de vida do ser humano. Atitude esta, profundamente arraigada na fé dos inspirados 
escritores bíblicos em Deus. (p.p 17-18)
Ainda nessa direção, Oliveira (2004) afirma, a partir das elaborações teológicas de Leonardo 
Boff sobre o cuidado com o ser humano no contexto maior que é o cuidado com a natureza, o 
seguinte: “cuidar da alma implica cuidados sentimentos dos sonhos, dos desejos, das paixões 
contraditórias, do imaginário, das visões e utopias que guardamos dentro do coração” (p.17). 
Tal elaboração aponta o cuidar como um ato integral da existência humana.
Oliveira (2004), tomando afirmação de Brakemeier, destaca que o cuidado com o ser humano 
está justamente na afirmação doutrinaria da Imago Dei, ou seja, que o ser humano é imagem 
e semelhança de Deus. Portanto, há uma dignidade no ser humano que lhe é atribuída, 
concedida sem merecimento que provém de Deus e que se manifesta em si mesmo.
Teologicamente, observa Oliveira (2004) que os atos de misericórdia e compaixão 
25TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
testemunhados por Jesus Cristo, em sua prática, revelam o próprio amor de Deus dispensado 
ao ser humano. Enquanto os atos de poder coisificavam o ser humano, escravizando-o, Jesus 
testemunhava o amor de Deus que transforma a dor e a escravidão em amor, saúde e vida, 
vida em abundância.
Oliveira (2004) assinala que a desesperança e o pessimismo podem ser revestidos pela 
ressurreição de Cristo, pois ela apresenta uma nova condição antropológica para a existência 
humana; bem como pela cruz que não nega o sofrimento, mas assinala que todos estão 
suscetíveis nesta condição humana, pois Jesus também recebeu cuidados quando de sua 
morte.
Por fim, o aconselhamento e a capelania cristã também são experiências construídas e 
contextualizadas pela riqueza do serviço cristão que se explicita no ato de cuidar do ser 
humano numa perspectiva bíblica. E essa tradição bíblica tem como eixo fundante e articulador 
o Cristo da Fé e o Jesus Histórico. No primeiro, se evidencia a celebração da Vida e no 
segundo se ressalta as contradições existenciais da Vida. Nessa dinâmica é que se encontram 
relacionadas fundamentalmente o aconselhamento e a capelania cristã.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro aluno (a), estanossa primeira unidade nos lançou no universo bíblico-teológico. Nela 
visitamos e revisitamos textos clássicos e fundamentais da Fé Cristã que são imprescindíveis 
não só para os nossos intentos, como para todo e qualquer objetivo que queira fundamentar 
o testemunho cristão.
Em nosso caso, olhamos firmemente para o campo da Teologia Prática, ou mais especificamente, 
para as áreas do Aconselhamento e da Capelania Cristã. Nesse sentido, quando estudamos a 
palavra “diaconia”, vimos como este termo é rico e diverso, bem como aponta indelevelmente 
para o ser próprio do Cristianismo: servir ao mundo. Destacou o nome e o sobrenome dessa 
essência diaconal: Jesus Cristo, o servo por excelência. Assim, ficou límpido que o ministério 
cristão, guarda-chuva maior que abarca o Aconselhamento e a Capelania Cristã, é um 
instrumento de serviço no mundo, quer intra ou extraigreja.
Vimos ainda, juntos, o termo poimênica. Termo que deve ser entendido como ponto de 
26 TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
partida e de chegada do aconselhamento cristão, e por que não dizer da Capelania Cristã 
também? Claro que sim. Esse termo alimenta essas duas atividades que, do ponto de vista 
bíblico-teológico, são instrumentos para possibilitar ajuda e crescimento a todo aquele que se 
encontra necessitado. Contudo, esse termo guarda também as potencialidades inerentes ao 
ser humano; isso não pode ser esquecido quando se faz Aconselhamento e Capelania nessa 
perspectiva, pois o aconselhando não é um objeto, mas um sujeito em crescimento. Isso deve 
ser compreendido como um mote da ética da ajuda cristã.
Por fim, vimos cuidadosamente o verbo “cuidar”, ou o substantivo “cuidado”. Brincadeiras à 
parte. “Cuidar” e “cuidado” são as palavras, sem dúvida, que melhor interpretam, em última 
instância, toda e qualquer ação cristã. Nesse sentido, o oxigênio afetivo do Aconselhamento e 
da Capelania Cristã é justamente a boa nova de Salvação a todo aquele que crê: “Porque Deus 
amou (cuidou) do mundo de tal maneira que enviou o seu Filho unigênito para que todo o que 
nele crê não pereça, mas tenha vida eterna” (João 3:16). 
Neste link, você encontrará mais informações sobre o cuidado à luz da poimênica.	Especifi	camente,	o	
texto enfoca a questão do cuidado de pastores e pastoras.
 
<http://www3.est.edu.br/biblioteca/btd/Textos/Mestre/Oliveira_rmk_tm105.pdf>.<http://www3.est.edu.br/biblioteca/btd/Textos/Mestre/Oliveira_rmk_tm105.pdf>.
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
1. Como vimos nesta unidade, o termo “diákonos” é muito rico e diverso em sua significação. 
Aponte em que sentido Jesus é entendido como exemplo maior enquanto “diákonos”.
2. O estudo do termo “diákonos”, na perspectiva bíblica que vimos, é essencial para direcionar 
o Ministério Cristão, o qual também orienta o aconselhamento e a capelania cristã. Diante 
disso, interprete a seguinte afirmação: “Diaconia como um ministério da Igreja, a serviço da 
obra de Deus, no mundo”.
3. Fundamentar, bíblica e teologicamente, é indispensável para toda e qualquer teoria ou 
27TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
prática cristã. Nesse sentido, elabore um texto, entre 4 e 8 linhas, que ressalte o sentido de 
poimênica, no que concerne às potencialidades próprias dos seres humanos.
4. A partir da elaboração teológica do cuidado como fundamento para o aconselhamento e 
capelania, aponte e argumente o porquê desse tema: “cuidado” é essencial para o exercício do 
aconselhamento e da capelania cristã.
5. Nesta unidade foram vistos os termos “Diaconia”, “Ministério Cristão” e “Cuidado”. Vimos 
que esses três termos são importantes para uma compreensão bíblico-teológica do fazer 
aconselhamento e capelania cristã. Construa um texto argumentativo entre 5 e 10 linhas, 
a partir desta unidade, que expresse a importância desses termos para a atividade de 
aconselhamento e capelania cristã. 
Comunidade	de	Fé:	Aconselhamento	–	Missão	e	Diaconia
“Enviou-os a pregar o Reino de Deus e a curar os enfermos” (Lc 9.2). No afã de anunciar o Evangelho 
até	aos	confi	ns	da	Terra,	a	Igreja	centra-se	muitas	vezes	na	primeira	parte	deste	mandato	divino	e	es-
quece sua missão de “curar os enfermos”. O ser missionário se dá de forma plena quando assumidas 
todas as dimensões do Reino. Anunciar o Reino implica, na sua essência, a ajuda ao próximo, pois 
o ensinamento primordial de Jesus é o da caridade. Avaliando a ação da Igreja através da história, 
reconhece-se hoje a necessidade de retomar as características primeiras da comunidade de fé cristã, 
ou seja, a recuperação de sua ação de diaconia.
As crises na vida do ser humano suscitam questionamentos existenciais. É bom que eu exista? Por 
que eu existo? São perguntas que requerem respostas consistentes e efetivas para a vida da pessoa 
em crise. Estas perguntas podem ser resumidas na questão central: Como posso aceitar a vida pas-
sada e futura?
Esta pergunta primária, essência da busca de sentido do ser humano, aponta para além do mundo 
imamente. Ela expressa o desejo ilimitado do ser humano por felicidade, integridade, aceitação e 
paz consigo mesmo e com os outros. Os cristãos acreditam que neste desejo pelo céu Deus mesmo 
permanece na lembrança da humanidade. As crises na vida levam, como nenhuma outra experiência 
biográfi	ca,	a	este	desejo	humano	primário	por	Deus.	A	pessoa	afetada	por	crises	se	depara	irremedia-
velmente – quando se preocupa com estas questões - com a necessidade de Deus.
É na comunidade de fé que a pessoa deve encontrar apoio e arrimo na busca por respostas existen-
ciais.	Profi	ssionais	da	área	de	Saúde	Mental	feriram	por	anos	de	sua	história	um	direito	fundamental	
do	portador	de	transtornos	mentais	ao	ignorar	sua	dimensão	espiritual.	Dada	a	difi	culdade	de	delimitar	
fé sincera e coerente como direito fundamental e a confusão mental relativa a elementos religiosos, 
28 TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
optou-se	não	 tocar	neste	aspecto	da	vida.	Por	outro	 lado,	constata-se	a	difi	culdade	de	 instituições	
denominacionais para tratar questões religiosas abertamente de forma a respeitar o direito à liberdade 
religiosa. Subestimar as capacidades mentais e cognitivas dos pacientes em instituições psiquiátricas 
constituiu-se	em	um	entrave	para	avançar	nas	refl	exões	sobre	a	experiência	religiosa	no	campo	da	
Saúde Mental.
Por parte das comunidades de fé cristãs coexistem os bons propósitos a partir do Evangelho que en-
sina a não fazer acepção de pessoas nas relações e cuidados e a crença milenar preconceituosa que 
vê as patologias mentais como possível castigo divino ou possessão demoníaca.
Para anunciar o Reino a todos – indiscriminadamente – é preciso superar tais paradigmas e construir 
um novo modo de integrar portadores de transtornos mentais nas comunidades. A comunidade de fé 
é o espaço privilegiado para a concretização do Reino aqui e agora. É nela que o portador de transtor-
nos mentais faz a experiência de um Deus de amor e ternura. O encontro de cristãos comprometidos 
com os valores do Evangelho permite uma aproximação real com Deus, mesmo que, dependendo do 
grau de transtorno mental, não haja uma sistematização e compreensão da relação com a Transcen-
dência. Antes da Palavra está a experiência. Se há limites para acolher a Palavra falada e sistemati-
zada, o mesmo não acontece com a Palavra encarnada, pois esta remete diretamente à experiência 
do sagrado, portanto, acessível a todos.
Geni Hoss
Fonte: <http://www.rcaap.pt/detail.jsp?id=urn:repox.ibict.brall:oai:est.edu.br:172>. Acesso em: 26 dez de 2011.
UNIDADE II
OS FUNDAMENTOS DO ACONSELHAMENTO E DA 
CAPELANIA CRISTÃ 
Professor Me. Rubem Almeida Mariano
Objetivos de Aprendizagem
•	 Conhecer	as	origens	históricas	do	Aconselhamento	e	Capelania	Cristã.	
•	 Assinalar	os	aspectos	fundamentais	das	teorias	em	Aconselhamento	e	em	Capela-
nia Cristã.
•	 Apontar	atitudes	em	Aconselhamento	e	Capelania	Cristã.
•	 Identificar	os	objetivosprincipais	do	Aconselhamento	e	Capelania	Cristã.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
•	 Aconselhamento	e	Capelania	Cristã:	Apontamentos	Históricos
•	 Fundamentos	e	Teorias	em	Aconselhamento	Cristão
•	 Os	Fundamentos	da	Capelania	Cristã
•	 Capelania	Hospitalar
31TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
INTRODUÇÃO
“Assim como o corpo precisa do médico, a vida espiritual da pessoa precisa do 
capelão”.
Jung, G. In: Silva – Capelania Hospitalar e terapia da enfermidade: uma visão pastoral.
No contexto religioso de corte 
cristã, são duas as práticas, em 
especial, o Aconselhamento e a 
Capelania, que são marcadas pelo 
termo “ajuda”. Ambas se encontram 
no campo da Teologia Prática, 
bem como a liturgia, a educação, a 
pastoral e o cuidado (diaconia).
Especificamente, como bem ressalta Barrientos (1991), o tema do aconselhamento é bastante 
amplo e delicado, enquanto o tema da capelania ainda é pouco conhecido. Nessa área há 
questões polêmicas, como a utilização ou não de técnicas e procedimentos do aconselhamento 
psicológico para o aconselhamento ou a capelania cristã. Contudo, este livro tem o objetivo de 
ser didático, ou seja, ser uma introdução aos temas do aconselhamento e da capelania para a 
formação universitária em Teologia. Não obstante, o leitor atento e interessado deve buscar na 
literatura especializada seu aprofundamento. É verdade, até então, que há bem mais material 
disponível em aconselhamento do que em capelania.
Diante disso, esta unidade desenvolve estudos nos campos da história e das teorias puras, bem 
como das teorias sobre as práticas do Aconselhamento e da Capelania Cristã. É importante 
ressaltar que focamos na área Hospitalar em Capelania e, ainda, que os conceitos, a natureza, 
os objetivos, o intento, as dimensões, os procedimentos, as atitudes, os instrumentos e os 
comportamentos em Aconselhamento e Capelania Cristã foram observados e abordados à luz 
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32 TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
de diferentes autores, uns bem conhecidos e outros menos pelo público especializado.
ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ: APONTAMENTOS 
HISTÓRICOS
Acompanhar, ajudar e fortalecer na fé sempre foi uma atividade própria da Igreja de Cristo. 
Flor (2010) observa três modelos básicos de aconselhamento cristão durante o período Antigo 
e Medieval:
a) “poimênica como instrumento a serviço da disciplina eclesiástica” (cuidado com a fé para 
que ninguém se afastasse do caminho reto);
b) “poimênica como caminho de aperfeiçoamento da vida monástica” (cuidado com a vida 
interior e experiência mística de união com Deus);
c) “poimênica como função terapêutica” (na visão de luta entre poderes, era comum a busca 
de cura de males atribuídos aos espíritos imundos).
Outras referências históricas dessa atividade podem ser encontradas logo nos primeiros cem 
anos da Igreja Cristã. A história registra textos cuidadosos como, por exemplo, a Carta a 
uma Jovem Viúva, escrita por João Crisóstomo em 380; o “Livro de Cuidado Pastoral”, de 
Gregório, o Grande, no final do século VI ou a carta “Catorze Consolos Para os Exaustos e 
Sobrecarregados”, escrita por Martinho Lutero em 1520. Em cada um destes há a demonstração 
de um tempo na Igreja Cristã em que o cuidado era parte integrante do ensino e da vivência 
pastoral (FLOR, 2010).
Como é bom estar localizado ou contextualizado. Isso não é diferente quando estudamos o 
tema da capelania. Saber nossas origens, e, principalmente, os fundamentos da nossa forma 
de pensar, bem como os motivos que estão na base de uma determinada ação ou atitude é 
sempre importante. Conforme Gentil, Guia e Sanna (2011):
33TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
Historicamente o termo “capelania” foi criado na França, em 1700 porque, em tempos 
de guerra, o rei costumava mandar para os acampamentos militares, uma relíquia 
dentro de um oratório, que recebia o nome de “Capela”. Essa capela ficava sob a 
responsabilidade do sacerdote, conselheiro dos militares. Em tempos de paz, a capela 
voltava para o reino, ainda sob a responsabilidade do sacerdote, que continuava como 
líder espiritual do rei, e assim ficou conhecido por capelão. Com o tempo, o serviço de 
capelania se estendeu aos parlamentos, colégios, cemitérios e prisões (p.1).
Silva (2010), ao tratar sobre a conceituação de capelania, observa que o termo aponta para 
o cargo, a dignidade e o ofício de capelão. Tal atividade é exercida por um religioso, católico 
ou protestante, responsável em prestar assistência religiosa e/ou realizar culto ou missa nas 
instituições que serve. É comum ter um local denominado capela em repartições públicas ou 
privadas, escolas, hospitais, quartéis, presídios, universidades etc., onde o capelão atende às 
pessoas e essas podem também exercitar a sua fé. Observa ainda Silva (2010) que é comum 
haver instituições que só têm capelão católico ou protestante, mas há também instituições que 
comportam as duas ramificações do cristianismo, bem como fora do país há outras religiões 
que também têm exercido essa mesma função.
Silva (2010) destaca em seu texto a importância do papel do capelão enquanto facilitador. Ele 
observa que Jung atribuía ao capelão o papel de sujeito facilitador do encontro do homem com 
a sua dimensão espiritual; assim como o corpo precisa do médico, a vida espiritual da pessoa 
precisa do capelão, compreendia Jung, conforme Silva (2010).
FUNDAMENTOS E TEORIAS EM ACONSELHAMENTO CRISTÃO
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
34 TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
A compreensão tradicional de aconselhamento cristão pode ser identificada nas palavras de 
Cunha (2004) ao tratar sobre o tema citando Mack:
O aconselhamento para ser chamado cristão precisa possuir quatro características: 
1. Ser realizado por um cristão; 2. Ser centrado em Cristo (Cristo não é um adendo 
ao aconselhamento, mas é a alma e o coração do aconselhamento, a solução para os 
problemas. Isto contrata com o caráter antropocêntrico das psicologias modernas); 3. 
Ser alicerçado na Igreja (a Igreja é meio principal pelo qual Deus trás às pessoas ao 
seu convívio e as conforma ao caráter de Cristo); 4. Ser centrado na Escritura Sagrada 
(a Bíblia ajuda a compreender os problemas das pessoas e prover solução para os 
mesmos)” (p.1).
Contudo, tomemos em termos o conceito advogado por Clinebell (2000), que vê o 
aconselhamento, o qual constitui uma dimensão da poimênica, como a “utilização de uma 
variedade de métodos de cura (terapêuticos) para ajudar as pessoas a lidar com seus 
problemas e crises de uma forma mais conducente ao crescimento e, assim, a experimentar a 
cura de seu quebrantamento” (p.25). Nesse sentido, o aconselhamento tem função reparadora 
quanto ao crescimento de uma pessoa.
É importante, inicialmente, nos localizarmos sobre qual modalidade de aconselhamento 
nós estamos nos referindo ou tratando aqui. Barrientos (1991) apresenta quatro tipos de 
aconselhamento:
1.	Aconselhamento	popular
É o que ocorre nos relacionamentos diários das pessoas que trocam problemas e conselhos 
entre si.
2.	Aconselhamento	comunitário
Em muitos grupos latino-americanos, especialmente os de cultura indígena, existe essa prática 
de aconselhamento em grupo. Se uma pessoa tem dificuldades em seu lar recorre aos líderes 
da tribo, então eles, em grupo, escutam e aconselham.
35TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
3.	Aconselhamento	pastoral
É uma prática exercida por um pastor junto a sua comunidade. Precisa de preparo e 
muita competência para tratar os mais diversos temas, como: problemas matrimoniais, 
relacionamentos entre pais e filhos, disputas entre irmãos na fé, dificuldades econômicas, 
dificuldades sobre a fé, falta de sentido na vida, homossexualidade, alcoolismo, vício de 
drogas, prostituição e problemas emocionais mais profundos.4.	Aconselhamento	profissional
Esse tipo de aconselhamento é exercido por conselheiros, psicólogos e psiquiatras. Esses são 
profissionais que o pastor pode e deve trabalhar junto, pois há problemas mais profundas na 
comunidade e por isso necessitam de um cuidado maior. 
Nossos estudos assinalam o aconselhamento pastoral primeiramente, bem como o profissional, 
com destaque para o aconselhamento psicológico. Nossa perspectiva é o diálogo. Esse 
diálogo está imbuído pelo respeito e consideração entre os conhecimentos da Teologia e da 
Psicologia.
Avançando um pouco mais, Barrientos (1991) apresenta as cinco objetivos do aconselhamento, 
e ainda destaca que o mesmo não está indicado somente para os momentos de crise, mas 
é também um meio de ajuda, com isso corroborando com a ideia acima de Clinebell (2000). 
Vejamos os cinco objetivos:
1. Relatar a situação que está enfrentando.
2. Obter uma visão global do problema, e não reparar apenas em detalhes.
3. Descobrir as causas.
4. Tomar decisões.
5. Amadurecer para que, em situações futuras, possa resolvê-los por si mesmo.
36 TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
Mannóia (1985) também corrobora ao apresentar os seguintes objetivos:
a) Auxiliar o indivíduo a alcançar o conhecimento e a aceitação de si mesmo.
b) Auxiliar o indivíduo a analisar rumos de ação alternativos.
c) Oferecer oportunidades ao indivíduo de escolher um modo de proceder que seja viável.
d) Oferecer ao indivíduo uma situação na qual tome iniciativa e aceite se responsabilizar por 
ela. 
Para Collins (1995), o aconselhamento tem os seguintes objetivos:
a) Estimular o desenvolvimento da personalidade.
b)	 Enfrentar	mais	eficazmente	os	problemas	da	vida,	os	conflitos	íntimos	e	as	emoções	preju-
diciais.
c) Promover encorajamento e orientação para aqueles que perderam alguém querido ou que 
estejam sofrendo uma decepção.
d) Assistir as pessoas cujo padrão de vida lhes cause frustração e infelicidades.
e) Levar o indivíduo a uma relação pessoal com Jesus Cristo. 
Collins (1995) ressalta, ainda, os seguintes alvos do aconselhamento:
a) Autocompreensão – compreender a si mesmo é o primeiro passo para a cura.
b) Comunicação – é essencial para a pessoa. Isso envolve a expressão da pessoa e a capa-
cidade de receber mensagens corretas por parte de outras.
c)	 Aprendizagem	e	Modificação	de	comportamento	–	desenvolver	comportamentos	adequa-
dos e abandonar os inadequados é essencial para o aconselhando.
d) Autorrelização – desenvolver uma vida realizada em Cristo, na força do Espírito Santo, em 
que nota-se o amadurecimento espiritual do aconselhando.
37TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
e) Apoio – o aconselhando em situações de crise pode necessitar de apoio para enfrentá-las. 
Já Clinebell (2000) apresenta o seguinte quadro de áreas funcionais onde há oportunidades 
dentre as quais o aconselhamento se desenvolve de maneira efetiva:
Clinebell (2000) observa que o fim último do aconselha-
mento é o crescimento espiritual integral das pessoas. 
Para isso, o conselheiro deve utilizar os instrumentos que 
são próprios ao cristianismo, como: 
•	 A	bíblia.
•	 A	oração.
•	 A	visitação.
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•	 A	meditação.
•	 A	exortação.
•	 O	perdão.
•	 A	comunhão,	dentre	outros.	
Se assim podemos nos referir, esses instrumentos têm o objetivo de potencializar esse 
crescimento espiritual integral à luz da ação do Espírito Santo. 
Nessa perspectiva, Clinebell (2000) observa, ainda, seis dimensões da integralidade da vida 
de uma pessoa:
1. Avivamento da sua mente.
2. Revitalização de seu corpo.
3. Renovação e enriquecimento de seus relacionamentos íntimos.
4. Aprofundar sua relação com a natureza e a biosfera.
5.	 Crescimento	em	relação	às	instituições	significativas	em	sua	vida.
6. Aprofundamento e vitalização de seu relacionamento com Deus. 
Castro (1974) faz a seguinte pergunta: qual será a meta da atividade pastoral? Ele mesmo 
responde assim “logicamente como todo conselheiro, procura ajudar a recuperar a saúde 
plena da personalidade do aconselhando” (p.182). Nessa direção, Castro (1974) destaca as 
seguintes questões do aconselhamento:
a) A capacidade de uma pessoa de ter o controle sobre seu próprio destino.
b) Fazer suas próprias escolhas.
c) Ser responsável tanto no desenvolvimento de suas ações como nos resultados das mes-
mas. 
39TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
É fundamental ressaltar que Castro (1974) assevera que tais questões do aconselhamento, 
que se apresentam como objetivos que devem ser tomados dentro da seguinte perspectiva: 
“vão acompanhados normalmente por uma militância serviçal, uma atitude vicária em relação 
com o mundo, com o exemplo de Zaquel” (p. 183), ou seja, servir ao Senhor Jesus Cristo.
Schipani (2004) parte dessa mesma direção quando observa que:
[...] o aconselhamento pastoral é um ofício e uma forma especial do ministério do cuidado 
pastoral na Igreja. No aconselhamento pastoral, o emergir humano é promovido de 
maneira especial por meio de uma forma distinta de caminhar com as pessoas, casais 
e membros de famílias ou pequenos grupos, no momento em que enfrentam desafios 
e dificuldades na vida. O objetivo maior, termos simples, é que vivam sabiamente à luz 
do Deus (p.97). 
Por isso, para Schipani (2004) aconselhamento pastoral deve ser entendido teologicamente 
como:
a) Adoção da sabedoria à luz de Deus como a metáfora fundamental que reconstrói a estrutura 
teórica	e	os	fundamentos	teológicos	do	aconselhamento	pastoral	em	solo	firme.
b) Integração das perspectivas psicológicas e teológicas à luz da sabedoria de Deus como o 
princípio digno para orientar, compreender e realizar um tipo de aconselhamento pastoral 
ao mesmo tempo plenamente aconselhador e plenamente pastoral.
c)	A	luz	de	Deus	que	define	a	natureza	e	a	orientação	de	forma	do	ministério	cristão,	de	modo	
que prontamente reconhecemos as dimensões éticas e o contexto moral do aconselha-
mento.
d) A luz de Deus que orienta os aconselhadores pastorais a caminharem com os outros na 
esperança de construir uma sociedade de liberdade, justiça, paz, amor e integridade e os 
chama, de forma singular, a se tornar em terapeutas para um mundo melhor. 
Schipani (2011) observa ainda que em aconselhamento pastoral é imprescindível que se tenha 
claro que cada situação requer formulação de objetivos específicos, bem como, em cada 
situação, que se apliquem estratégias próprias. Contudo, há também de se reconhecer que há 
muitas ocorrências em comum que apontam para um propósito geral ou fundamental, o qual, 
40 TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
nesse caso, é a sabedoria à luz de Deus. Portanto, o propósito mais amplo de crescer em 
sabedoria inclui três aspectos inseparáveis para se buscar alívio e resolução, advoga Schipani 
(2011):
1. Crescimento na visão
A experiência do aconselhamento pastoral tem de ser orientada para ajudar o aconselhando 
a encontrar novas e melhores formas de conhecer e compreender a realidade, incluindo as 
dimensões da sua própria pessoa, o mundo social, as ameaças do vazio e a realidade da 
graça do Sagrado.
2. Crescimento em virtude
A experiência do aconselhamento deve convidar o aconselhando a descobrir maneiras de 
ser e amar mais satisfatoriamente, com particular ênfase na sua relação com outras pessoas 
- especialmente amigos, familiares e colegas de trabalho - com o Espírito de Deus e consigo 
mesmo.
3. Crescimento em vocação
A experiência de aconselhamento pastoral procura capacitar o aconselhando a tomar boas 
decisões e investir energias novas em relacionamentos interpessoais, profissionais, nas 
horas de descanso, lazer, alimentação espiritual, serviço, e encontrar formas de apoiar essas 
decisões com integridade. É fundamental encontrar uma orientação para a vida queseja mais 
livre e esperançosa, em meio à situação social que vivemos.
Portanto, Schipani (2011) entende que o propósito geral do aconselhamento pastoral é ajudar 
o aconselhando a descobrir como viver uma vida mais íntegra, moral e plena. 
Brister (1980), ao tratar da natureza do aconselhamento pastoral, observa que há muitos 
problemas, dos mais diversos possíveis, entre as pessoas hoje. Tal realidade assinala a 
41TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
necessidade de um melhor preparo por parte de pastores e pastoras, bem como liderança 
religiosa como um todo, incluindo entendimento técnico e busca por resultados efetivos. 
Deve-se reconhecer que o aconselhamento pastoral não é uma atividade nova, por mais que 
tenha ganhado visibilidade atualmente, como nos cursos de formação teológica e na própria 
comunidade cristã, ele é muito antigo.
Em seu estudo pela compreensão da natureza do aconselhamento pastoral, Brister (1980) 
destaca os seguintes elementos:
a) O aconselhamento pastoral pressupõe um diálogo entre Deus e o ser humano, na perspectiva 
da Fé Cristã. Seja em que situação for, Deus sempre se fará presente nessa relação (Mt. 18:20), 
por isso em certo sentido, do ponto de vista teológico, a experiência do aconselhamento deve 
ser compreendida como uma oração, uma conversa com Deus na presença de outra pessoa. 
Que responsabilidade nossa, você não acha?
b) O aconselhamento pastoral tem como contexto o ambiente cristão e recursos ou fontes 
únicas. Ou seja, sempre está relacionado à igreja e ao contexto tipicamente comunitário. 
Como, por exemplo, na visão dos membros da comunidade um conselheiro pastor é um guia 
espiritual. Ele pode até não usar desse poder, mas tal realidade é difícil de desvencilhar. Por 
isso, cabe ao conselheiro possibilitar ajuda adequada à pessoa, oportunizando para que ela 
tenha um melhor entendimento da sua situação e das condições proporcionadas por essa 
relação de ajuda.
c) O aconselhamento pastoral é distinto das outras modalidades de aconselhamento 
profissional, por exemplo, pois ele é um processo de conversação entre um pastor responsável 
e um indivíduo preocupado ou grupo íntimo, com a intenção de permitir que tais indivíduos 
resolvam as suas preocupações, e assim, possam atingir uma ação construtiva. Nesse sentido, 
é fundamental a criação de vínculos antes mesmo de qualquer utilização de técnica.
42 TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
OS FUNDAMENTOS DA CAPELANIA CRISTÃ 
No que se refere à capelania deve-se observar, inicialmente, 
que é uma ação que nasce a partir da interação e da relação 
de ajuda, de auxílio, de cooperação e de cuidado humanizado, 
onde a marca principal é a da solidariedade e da fraternidade, 
conforme Souza (2006).
Segundo Barros (2008), Capelania é uma atividade cuja 
missão é colaborar na formação integral do ser humano, 
oferecendo oportunidades de conhecimento, reflexão, desenvolvimento e aplicação dos valores 
e princípios ético-cristãos e da revelação de Deus para o exercício saudável da cidadania. 
Na atualidade há diversas modalidades de Capelania, contudo se destacam entre as mais 
conhecidas:
•	 Educacional.
•	 Carcerária.
•	 Hospitalar.
•	 Militar.
•	 Empresarial.
Essas modalidades já estão em todo Brasil, devidamente reconhecidas por lei com uma longa 
folha de serviços prestados à sociedade, como é o caso da capelania militar. 
O capelão, seja qual for o contexto em que os tiver inserido, tem a missão de ajudar a pessoa 
em seu crescimento utilizando os instrumentos próprios da ajuda cristã ou pastoral, os quais 
já foram citados acima a bíblia, a oração, a visitação, a meditação, a exortação, o perdão, a 
comunhão, dentre outros. 
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Nesse sentido, cabe ao capelão desenvolver procedimentos contextualizados à sua área de 
ação, ou seja, escola, universidade, quartel, presídio, hospital buscando sempre uma atuação 
em equipe, mas que ressalte as contribuições específicas e próprias do trabalho espiritual; 
sempre ciente de que a pessoa é um ser de várias dimensões, e por isso ele deve exercer seu 
trabalho à luz da interdisciplinaridade.
Capelania Hospitalar
Um bom exemplo é a atuação do capelão no 
hospital. Esse contexto tem suas especificida-
des, sendo muitas vezes marcado por contradi-
ções que lhe são próprias, como: 
a) De um lado, o adoecer, a doença, o morrer e 
a morte.
b) De outro, a convivência com diversos profissionais da área da saúde e áreas afins que, 
independente de suas possíveis crenças, têm uma formação profissional específica que pauta 
a sua atuação, como é o caso da enfermagem, da medicina, da fisioterapia, da psicologia, da 
assistência social, da administração dentre outras. 
A capelania hospitalar é uma atividade que remonta a datas longínquas da nossa história, por 
volta dos cem primeiros anos da Era Cristã, conforme Silva (2010). Hoje ela já é respeitada 
e presente positivamente nos hospitais. Quem faz uma exposição muito interessante sobre a 
capelania hospitalar em nossos dias é Silva (2010). A seguir, transcrevemos algumas de suas 
principais ideias sobre essa questão. Vejamos:
Silva (2010) localiza a capelania hospitalar no contexto da teologia pastoral, mais especificamente 
na tradição da Teologia Prática, que tem sua origem nos estudos de Schleiermacher (1768-
1834). Este Teólogo foi responsável por chamar a atenção dos estudos teológicos para a 
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44 TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
prática pastoral como uma área autônoma, pois compreendia que a riqueza da teologia está 
justamente em sua ação ou aplicabilidade. Nesse sentido, o teólogo brasileiro Zabatieiro 
(2005) observa que toda teologia é prática, no sentido de finalidade mais premente. 
Silva (2010) faz o seguinte comentário sobre a localização da capelania hospitalar no contexto 
da Teologia Prática:
A capelania hospitalar se insere na chamada ‘’teologia prática’’ como o serviço cristão 
da Igreja ao mundo dos doentes, nas casas, nos hospitais. Com o objetivo de ajudá-
los a partir da fé, da esperança e da caridade, em sua luta pela recuperação de sua 
saúde ou pela cura integral da aceitação e da humanização dos últimos momentos da 
existência mediante o diálogo... 
O serviço de capelania hospitalar consiste num ministério de apoio, fortalecimento, 
aconselhamento e consolação, desenvolvidos junto aos enfermos e seus familiares, 
funcionários e médicos do hospital... É um serviço de dimensão holística, que considera 
o enfermo uma unidade pluridimensional. Consiste em levar conforto em horas de 
angústia, incerteza, aflição, desespero e compartilhar o amor de Deus por meio de 
atitudes concretas: presença; gestos; palavras; orações; textos bíblicos; música e 
silêncio. A capelania hospitalar é uma organização religiosa interdenominacional com a 
finalidade principal de prestar assistência espiritual em instituições hospitalares...
A capelania colabora na formação integral do ser humano, oferecendo oportunidade de 
conhecimento, reflexão, desenvolvimento e aplicação dos valores e princípios éticos, 
na revelação de Deus para o exercício da cidadania. A capelania realiza também a 
assistência espiritual, social e emocional às famílias de enfermos, equipes de saúde 
dos hospitais e estudantes de medicina.
De acordo com Bautista, a capelania hospitalar tem como característica ser um serviço 
sanativo, porque pretende a apropriação da realidade pessoal até o último instante 
de vida. Esse serviço (diaconia) exige, em primeiro lugar, a colaboração dos cristãos 
próximos ao mundo do enfermo, especialmente os agentes mais idôneos, desde os 
pastores, diáconos e os leigos que vivem e conhecem o contexto hospitalar e podem 
ajudar nas atividades no hospital. Esse trabalho é baseado no conceito de “atendimento 
integral” em que o paciente tem umaaceitação melhor da hospitalização e tem mais 
chances de um rápido reestabelecimento por ter também contemplados os aspectos 
espirituais e emocionais. (p.p 26-27)
Teologicamente, Silva (2010) lembra que como toda ação pastoral, a capelania hospitalar está 
fundamentada na própria prática de Jesus, pois Ele atendeu e cuidou dos enfermos e doentes 
de sua época, em um contexto bem peculiar de pobreza e de contradições socioeconômicas. 
45TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
O próprio testemunho bíblico do Novo Testamento assinala que Ele atendia os que sofriam, 
curando-os e anunciando o Reino de Deus, de vida e paz. 
Silva (2010) observa o papel imprescindível do capelão ao afirmar:
O profissional da saúde nem sempre está preparado para trazer relações saudáveis 
de ajuda. Depois de esgotadas todas as possibilidades técnicas e feito todo o possível 
do ponto de vista clínico, justamente, então, estaremos diante do momento de maior 
vulnerabilidade e de maior necessidade do enfermo. E quase sempre nessa situação, 
os profissionais da saúde deixam o doente sozinho e desamparado. Por diversos fatores 
alheios a nossa vontade, não se leva a sério com a devida frequência, intensidade e 
consideração, a máxima de que o doente deve ser protagonista da visita do médico, da 
enfermeira e do visitador. Deve, portanto, ser o centro do hospital e de todo o sistema 
de saúde. Por isso, precisamos fortalecer a redescoberta da capelania hospitalar, 
uma capelania da humanização e da vida para com os doentes, especialmente os 
marginalizados, esquecidos e abandonados. (p.p. 27-28)
Portanto, a Capelania Cristã é uma atividade legitima do ambiente teológico, especificamente 
do ambiente pastoral, o qual tem no universo bíblico sua principal inspiração, na própria 
ação e atitude de Jesus Cristo diante dos enfermos, os quais em estado de vulnerabilidade 
encontravam alento e esperança de cura. E, assim, hoje a Capelania Cristã é uma realidade 
que continua seguindo essa boa tradição de Jesus Cristo, como uma atividade parceira, em 
especial, dos profissionais da saúde no contexto hospitalar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nossos estudos nos revelaram que tanto o Aconselhamento quanto a Capelania Cristã remonta 
de uma datação longínqua, contudo, ambas foram mais recentemente tomando a forma que 
temos nos estudos clássicos modernos. Ambas seguem a mais pura tradição cristã de ajuda 
aos necessitados e aos que sofrem.
Vimos conceitos, objetivos e finalidades, bem como teorias sobre Aconselhamento Cristão. 
Vimos também que algumas teorias ora enfatizaram os fundamentos, ora enfatizaram as 
finalidades. Observamos ainda a riqueza de argumentos puramente teóricos e teorias sobre a 
prática, bem como argumentações ricas teologicamente.
Sobre a Capelania Cristã foi dado um tom apenas introdutório e panorâmico. Focou-se mais 
especificamente na capelania hospitalar. É importante ressaltar que essa área será mais 
bem desenvolvida quando forem tratados o perfil e o papel do capelão, na Unidade IV desta 
46 TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
disciplina.
Por fim, esta unidade teve como objetivo tornar mais evidente ao leitor os fundamentos teóricos 
e práticos do Aconselhamento e da Capelania Cristã, e assim possibilitar informações básicas, 
fundamentais e técnicas sem as quais essas áreas ficam apenas no campo do voluntarismo 
desprovido de toda sorte de competências. 
Este link remete você ao site do Conselho Federal de Capelania Hospitalar. Nele há diversas informa-
ções sobre esse tema, bem como cursos e orientações básicas. 
<http://www.capelaniafederal.org/>. 
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
1. Quando se trata sobre a conceituação de Aconselhamento e Capelania Cristã, se sobressai 
a palavra “cuidado”. Cite dois elementos históricos que localizem essas atividades ao longo 
da história.
2. Uma das atividades essenciais da academia é capacitar o educando a construir entendi-
mentos, bem como precisar conceitos. Diante disso, elabore e explique os conceitos de 
aconselhamento e Capelania cristã a partir dos estudos feitos sobre esses temas nesta 
unidade.
3. Esta unidade foi rica em demonstrar objetivos e propósitos sobre aconselhamento cristão. 
Desenvolva um texto de 5 a 10 linhas, que tenha como competência ressaltar os objetivos 
essenciais do aconselhamento cristão a partir das concepções de Collins e de Clinebell.
4. Atualmente, há diversas construções teóricas sobre aconselhamento cristão ou pastoral. 
Vimos várias nesta unidade, entre elas a de autoria de Schipani. Posto isso, liste os pontos 
positivos da concepção de Schipani para a prática do aconselhamento pastoral.
5. Capelania cristã é uma atividade que hoje goza de respeito e consideração. Sua atividade 
já é reconhecida pelo governo em nosso país, prova disso é a capelania militar. A partir da 
Leitura Complementar “Capelania Hospitalar –Levando o amor de Cristo aos enfermos e 
necessitados” e dos estudos realizados sobre capelania hospitalar, discuta qual a importân-
cia dessa atividade para o atendimento de enfermos no contexto hospitalar. 
47TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
 
Capelania Hospitalar
Levando o amor de Cristo aos enfermos e necessitados
Atuar nos hospitais levando o amor de Deus, Seu consolo e alívio num momento de dor. Esta é a 
principal missão da Capelania Hospitalar, que, através de gestos de solidariedade e compaixão, tem 
levado a Palavra de Deus não só aos pacientes, mas também aos seus familiares, sem esquecer 
ainda	dos	profi	ssionais	de	saúde,	tantas	vezes	vivendo	situações	de	estresse	ou	mesmo	passando	
por momentos difíceis. Os capelães respeitam a religião de cada paciente sem impor nada, apenas 
levando a Palavra àqueles que desejarem.
O que faz um capelão?
O capelão, integrante da equipe multidisciplinar de saúde, é uma pessoa capacitada e sensível às 
necessidades humanas, dispondo-se a dar ouvidos, confortar e encorajar, ajudando o enfermo a lutar 
pela vida com esperança em Deus e na medicina. Oferece aconselhamento espiritual e apoio emo-
cional	tanto	ao	paciente	e	seus	familiares,	como	aos	profi	ssionais	da	saúde.	É	importante	elo	com	a	
comunidade local.
REAÇÕES DO ENFERMO PERANTE A DOENÇA
Diante da enfermidade a pessoa se vê tolhida de sua liberdade de ser ela mesma, não pode desempe-
nhar suas atividades e sente-se ameaçada quanto a seu viver ou futuro. A reação diante de tudo isso 
é	uma	atitude	psicológica	chamada	de	MECANISMO	DE	DEFESA,	classifi	cada	como	inconsciente.
Eis algumas reações dessa natureza:
- REGRESSÃO – O paciente se torna dependente dos outros, sem autonomia, adotando atitudes in-
fantis, exagerando desproporcionalmente a gravidade do seu caso; reclama sem fundamento e cons-
tantemente do atendimento e da alimentação; queixa-se que os parentes ou conhecidos não o visitam.
- FORMAÇÃO REATIVA – Os impulsos e as emoções censuradas como impróprias assumem uma 
forma de expressão contrária, aceitável para o consciente. No caso de doenças longas ou piora gra-
dativa,	o	paciente	afi	rma	que	está	sendo	perseguido	pelos	 funcionários	do	hospital,	adotando	uma	
atitude defensiva e agressiva, pois estes representam sofrimento para ele. Pragueja, xinga, acusa os 
familiares de falta de interesse, que os médicos são irresponsáveis.
- NEGAÇÃO – Ao tomar conhecimento do diagnóstico, o paciente se recusa a aceitar que esse pro-
blema de saúde é dele. A negação funciona como uma proteção contra a angústia. Ele acha que o 
resultado está errado, que outro médico deve ser procurado e continua tentando viver como se a 
enfermidade não existisse, evitando falar sobre o assunto. A negação pode ocorrer em crentes que 
adotam	uma	atitude	triunfalista	ao	afi	rmarem:	“Em	nome	de	Jesus	já	estou	curado,	Deus	não	permitirá	
que eu seja operado”.
48 TEOLOGIA, ACONSELHAMENTO E CAPELANIA CRISTÃ | Educação a Distância
REAÇÕES DOS FAMILIARES DO ENFERMO:
A família acaba sendo afetada e as reações negativas podem

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