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(47) Aconselhamento Cristão

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1
ACONSELHAMENTO CRISTÃO 
 
S
UBERABA – MG – Filemom Escola Superior de Teologia – Aconselhamento Cristão – Pr. Mateus Duarte
–
Capítulo I
O atual desafio da Poimênica e do Aconselhamento Pastoral.
O texto inicia com a citação de uma interessante parábola do posto de salva-vidas
contada por Theodore Wedel retratando a situação de muitas igrejas que começam bem a sua
missão e perdem a noção de seu propósito no meio da caminhada. O primeiro desafio atual
citado por Howard J. Clinibell para a poimênica e o aconselhamento pastoral é a irrelevância
das necessidades das pessoas para a igreja nos últimos tempos. Ainda destaca a necessidade
da comunidade de f ter uma linguagem de relacionamentos para tr atar com vidas e
comunicar o evangelho.
Para o autor o aconselhamento pastoral é uma coluna da igreja que mantém de pé seus
relacionamentos fazendo reconciliações constantes na vida das pessoas e lutando pela
preservação do amor. A poimênica proporciona à Igreja relacionamentos profundos que
capacitam pessoas para a cura, libertação e crescimento de seu próximo. À semelhança do
convívio de Jesus com seus discípulos, é no interior da comunidade de fé que surgem as
situações para o tratamento de vidas.
Clinibell fala sobre a
renascença contemporânea
com satisfação pelas pesquisas e
descobertas da psicanálise, principalmente pela aceitação pela Igr eja a estes recursos no
acompanhamento dos problemas humanos até então tratados apenas espiritualmente. O
interesse pela psicologia aliada à ação pastoral tem crescido a cada dia e vários grupos ou
instituições têm sido formados para esta área específica da missão. A abertura da teologia
para a psicologia tem dado relevantes contribuições ao ministério pastoral principalmente
quanto à autocompreensão ou auto-imagem do/a pastor/a e sua função como conselheiro/a.
A partir desta aliança entre conhecimento teológico e técnicas da psicanálise muitos
equívocos foram evitados no seio da igreja. Há um maior discernimento quanto aos
problemas humanos que hoje são reconhecidos por suas causas reais e não são
espiritualizados. Com isso a aceitação no meio da comunidade de fé é muito maior e mútuo
tratamento é consequência natural na poimênica da igr eja.
Poimênica e aconselhamento estão ligados e devem agir juntas, mas não é a mesma
coisa. O aconselhamento pastoral é o trabalho específico do pastor no acompanhamento de
vidas tratando seus problemas pessoais com apoio da teologia e com auxílio de técnicas da
psicanálise. A poimênica é proporcionada pela igreja como um todo que acolhe e trata
pessoas contribuído para o crescimento e cura de vidas no meio da comunidade de fé ou na
sociedade em geral. Nota-se que uma precisa da outra. Se houver poimênica e faltar
aconselhamento pastoral o trabalho fica incompleto e vice-versa.
 
O autor passa a esclarecer o objetivo do livro da seguinte maneira:
-Objetivo geral: auxiliar pastores/as ou estudantes de teologia para desenvolverem suas
aptidões de poimênica e aconselhamento pastoral com vistas à cura e crescimento.
-Objetivos específicos:
1) descrever um novo paradigma mais abrangente centrado na integralidade humana e
com objetivo de libertação e crescimento.
2) dar uma visão geral:
- da missão da poimênica;
- dos fundamentos teológicos para o aconselhamento;
- da herança histórica deste ministério;
- falar sobre o caráter único da poimênica e do aconselhamento pastoral.
3) expor procedimentos úteis para toda poimênica e todo aconselhamento pastoral com
propostas de metodologias para o trabalho de cura e crescimento.
4) apresentar uma tipologia sobre situações do aconselhamento pastoral e da poimênica
para melhorar o entendimento do objetivo das mesmas que é a cur a e o cr escimento.
5) ressaltar os tipos de poimênica e aconselhamento pastoral que são essenciais e
normativos para o trabalho de cura e crescimento em diversos tipos de problemas humanos,
com uma forma especial de tratar cada situação especificamente.
6) promover o uso do ensaio de realidade ou desempenho de papéis como método de
aprendizagem da poimênica e do aconselhamento pastoral. Um técnica simples que permite
aprender fazendo sem correr risco de utilizar pessoas e seus reais problemas como =cobaias‘.
Depois de especificar seus objetivos Clinibell ainda ensina como tirar proveito máximo
do livro como uma bula que ensina a utilização e dosagem de um remédio em cinco passos:
1.
Ler todo o livro para ter uma visão geral dos métodos expostos.
2.
Voltar ao início e ler cuidadosamente refletindo sobre cada capítulo destacando as
idéias úteis e como se aplica ao trabalho pessoal de poimênica ou como conselheiro/a
pastoral.
3.
Procurar companheiros interessados em aprender mais sobre aconselhamento
pastoral e poimênica, de preferência que já conheçam o livro para o exercício através do
ensaio de realidade.
4.
Utilizar o que foi aprendido na medida em que surgirem oportunidades para o
aconselhamento pastoral intercalando o aprendizado do livro, ensaios de realidade e
prática do aconselhamento.
 
5.
Procurar por supervisão de algum especialista ou conselheiro experiente para
solucionar dúvidas. Se possível é também importante fazer cursos de capacitação ou
especialização na área da psicanálise.
Sobre os ensaios da realidade, Clinibell acredita que seja uma forma eficaz de
aprendizado e orienta que seja feito entre duas ou três pessoas interessadas em treinar as
técnicas apresentadas no livro. Para fazer o ensaio da realidade é muito prático organizando
o grupo da seguinte maneira, podendo variar ou intercalar os papéis para que todos possam
aprender:
Pessoa 1: CONSELHEIRO/A – ouve e aplica as técnicas estudadas para o
aconselhamento pastoral e poimênica com vistas à libertação e crescimento. O
conselheiro precisa saber antecipadamente qual o tipo de caso para se inteirar dos
métodos apropriados para o tratamento.
Pessoa 2: ACONSELHANDO/A – expõe a situação ou problema a ser tr atado
representando o personagem real (ou vítima). O caso apresentado pode ser uma
situação real da vida de um dos participantes ou uma situação específica para o
treinamento como, por exemplo, o luto, vícios, desemprego, enfermidade, etc.
Pessoa 3: OBSERVADOR/A – assiste o ensaio da realidade passivamente analisando
a forma e a aplicação das técnicas utilizadas para correção de possíveis falhas
posteriores. Caso não haja uma terceir a pessoa para ser observador, Clinibell orienta
a utilização de tecnologias de gravação em áudio ou preferencialmente vídeo para
uma posterior análise e estudo.
Pessoa 4: SUPERVISOR/A – se possível é bom ter alguém capacitado e experiente
na área de aconselhamento ou mesmo psicanálise que assiste e contribui com
orientações para melhor alcançar o objetivo e utilização dos métodos estudados. Mas
caso não seja possível a presença de um supervisor nada impede que o ensaio de
realidade aconteça.
O ensaio da realidade é uma forma de treinamento eficaz que proporciona ao/à
estudante a habilidade com o método teórico. No início pode parecer apenas um teatro, mas
com o tempo o/a aprendiz de conselheiro entende sua importância como treinamento de
teorias que devem ser vividas na prática e colocam em jogo a vida das pessoas. À medida
que repete a técnica ganha mais capacidade para lidar com situações reais do
aconselhamento pastoral e da poimênica.
 
Quanto ao uso do livro em seminários e cursos de aconselhamento, Clinibell também dá
orientações baseado em suas próprias experiências na utilização do conteúdo do livro. Para o
autor a melhor forma de compreensão é composta por três passos:
Dar um =mapa cognitivo‘ através de uma primeira explanação geral do tema com as
1.
propostasde técnicas apresentadas no livro.
2.
Proporcionar uma prévia observação de como utilizar os métodos através de uma
apresentação de um ensaio da realidade para que vejam e aprendam.
3.
Prática em grupo através do ensaio da realidade a partir do que foi aprendido e
posteriormente fazer um feedback com a teoria e a técnica.
A proposta do autor é muito útil levando a sério o objetivo a ser alcançado que é fazer
do/a conselheiro/a alguém capaz de tratar pessoas de forma eficaz. O método de aprendizado
é intercalar teoria e prática até que se torne algo natural na vida do/a conselheiro/a a
aplicação das técnicas propostas. Essa forma de didática do autor se manifesta no texto com
sua formatação em uma primeira explanação do tema com subtítulos, depois uma explicação
detalhada de cada tópico e com propostas para a prática do aconselhamento.
 
–
Capítulo II
Um modelo Holístico, centrado em Libertação e
Crescimento.
O propósito deste capítulo é a instituição de paradigmas úteis para o aconselhamento
pastoral e a poimênica mostrando um modelo de trabalho que vise a integralidade humana
centrada no Espírito conduzindo para libertação e crescimento. Num primeiro momento o
autor se dedica a definições de terminologias utilizadas, depois faz uma apresentação geral
do modelo em dezesseis tópicos e então passa para a explicação do modelo passo a passo.
Clinibell demonstra que nos tempos modernos há grandes possibilidades para o trabalho
da psicoterapia pelo amplo estudo do comportamento humano. Também a teologia tem
considerado o fator antropológico como alvo de seus estudos reconsiderando a forma do
trabalho religioso de forma a apontar para o divino e o humano equilibradamente. Mas
chama a atenção para não confiar apenas nestas ciências devido à fácil mutação nos
comportamentos tão presente na atualidade. Para isso é preciso estar atento, com olhos
abertos para novas possibilidades.
As definições apresentadas pelo autor são das terminologias mais utilizadas neste
trabalho: poimênica e aconselhamento pastoral (juntos), poimênica, aconselhamento pastoral
(separados) e psicoterapia pastoral. Assim são conceituadas:
- Poimênica e Aconselhamento Pastoral: é a prática de pessoas que exercem o
ministério de relacionar com indivíduos ou grupos buscando potencializar situações
curativas e de crescimento através relacionamentos principalmente no meio da
comunidade de fé.
- Poimênica: acontece no meio da comunidade de fé como um ministério natural da
Igreja em cuidar de vidas que se achegam durante o ciclo da vida visando sua
integralidade centrada no Espírito com propósito de crescimento.
- Aconselhamento Pastoral: é uma face da poimênica a ser praticada de forma mais
técnica por alguém que se dedique especialmente a este ministério como o/a pastor/a,
por exemplo. Principalmente em períodos de crise o trabalho terapêutico durante um
curto prazo é uma grande ajuda para pessoas que têm seu crescimento comprometido.
- Psicoterapia Pastoral: é um trabalho mais profundo e demorado quando o/a pastor/a
acompanha por longo prazo uma pessoa que precisa de tr atamento devido a um trauma
que precise de acompanhamento especializado. Este trabalho é geralmente exercido por
pessoas que se dedicam a este ministério e se capacitam com técnicas e métodos
psicoterápicos visando a reconstrução de vidas.
 
O autor expõe de forma resumida os principais temas do modelo holístico centrado no
Espírito e visando a libertação e o crescimento que apresento de forma ainda mais concisa
para depois tratar especificamente:
1.
O objetivo de libertar visando à integralidade humana centrada no Espírito;
2.
O cerne da integralidade humana é a integralidade espiritual e ética;
3.
Integrar insights psicológicos e teológicos;
4.
Contemplar todas as dimensões da integralidade humana de forma holística;
5.
Aproveitar oportunidades de crescimento nas diversas fases da vida;
6.
A poimênica no meio da comunidade é a base par a o aconselhamento pastoral;
7.
Tanto a comunidade como o/a pastor/a deve exercer a poimênica;
8.
As crises e mudanças são situações que proporcionam o crescimento;
9.
A poimênica e A. P. deve ser inclusivo principalmente na questão de gênero;
10.
É necessário capacitar pessoas para o trabalho da poimênica e A.P.;
11.
Aproveitamento do papel de autoridade pastoral para o aconselhamento;
12.
Maior aproveitamento de métodos intuitivos (lado direito do cér ebro);
13.
Conceber a integralidade de forma andrógena e livre de estereótipos sexuais;
14.
Recorrer às novas psicoterapias orientadas para o crescimento de sistemas;
15.
Contemplar o exercício da poimênica em todas as áreas e ministérios da igreja;
16.
Continuar a crescer! Reconhecendo a necessidade de ajuda e crescimento.
Este modelo compreende desde a integralidade do ser humano com suas características
físicas, emocionais e espirituais até a integralidade de técnicas terapêuticas, teológicas e
pastorais, à vivência da comunidade de fé como um todo e ao treinamento do/a pastor/a
como líder espiritual e agente da poimênica.
O objetivo alcan ar a =vida abundante‘ prometida por Jesus. Para isso o trabalho do
aconselhamento pastoral e da poimênica são muito eficazes porque contemplam a
espiritualidade humana muito mais do que psicologia somente. O ministério da igreja e do/a
conselheiro/a pastoral juntos possibilitam o empoderamento de pessoas para serem curadas e
libertas alcançando sua integralidade.
O autor fala do objetivo da poimênica e do aconselhamento pastoral em libertar vidas
conduzindo para um crescimento para viver uma vida abundante. A humanidade não utiliza
toda a sua potencialidade e, além disso, há muitas vidas feridas e traumatizas que não
conseguem viver uma vida livre e plena reduzindo sua capacidade de ser feliz. Clinibell
acredita no crescimento de técnicas que possam algum dia medir em uma escala o Quociente
 
de Vivacidade (QV) expressando o nível de capacidade humana utilizada por um indivíduo
como um exame para o tratamento que vise o máximo de crescimento para a vida.
Para este modelo holístico o cerne da integralidade é o Espírito. Por isso o tratamento
deve ser feito nas direções vertical (espiritual) e horizontal (humana) associando
conhecimentos da teologia e da psicoterapia unindo forças contra tudo o que impede o ser
humano de crescer e ser livre. O acúmulo de sofrimentos e decepções da vida provoca uma
dor que só pode ser aliviada quando se quebr a este círculo vicioso que impede o ser humano
de crescer. Neste momento o aconselhamento pastoral e a poimênica são a ferramenta de
libertação.
Mas libertação de quê?
É preciso
LIBERTAR
:
-
em direção
à VIDA em toda a sua plenitude;
-
para
uma vida no ESPÍRITO;
-
das
muitas forças que LIMITAM o crescimento humano.
O ser humano não é um sistema fechado, pronto e sem transformação. É um ser
vulnerável de transformações e mudanças. Por isso o tratamento deve acontecer em meio aos
relacionamentos com vistas ao crescimento. Clinibell não acredita na auto-realização e sim
na integralidade sempre por meio relacional. Somente em conjunto é possível alcançar a
satisfação total.
A eficácia da poimênica e o aconselhamento pastoral consistem em proporcionar às
pessoas um melhor convívio em seus relacionamentos para alcançar integr alidade em si e
nas pessoas de sua vivência. Isso acontece através da satisfação mútua das necessidades.
A integralidade pode ser alcançada gradualmente em cada estágio da vida. A poimênica
e o aconselhamento pastoral não compreendem o crescimento humano como algo imediato e
sim como um processo, por isso trabalham como orientação para o desenvolvimento das
capacidades de libertação e crescimento em várias fases da vida.Especialmente na
comunidade de fé onde há pessoas em faixas etárias diferentes e formações variadas é
possível criar um programa de acompanhamento e troca de experiências para que um ajude o
outro a superar suas dificuldades. Ou seja, que já viveu e venceu um problema aconselha
quem está vivendo tal situação no momento.
Clinibell acredita que tanto os as mudanças nos comportamentos podem resultar em
transformações nos sentimentos e na autopercepção -terapia tradicional orientada para o
insight- como também as mudanças construtivas nos relacionamentos e no comportamento
produz transformações de sentimentos e atitudes.
 
Com o objetivo de compreender melhor a integralidade o autor descreve seis dimensões
que são alvo da poimênica e o aconselhamento pastoral:
1)
Avivar a mente:
Desenvolver os recursos da personalidade. O ser humano tem muito mais
capacidade do que o que utiliza e pode aumentar seu potencial enriquecendo
seu conhecimento, libertando a imaginação e a criatividade além de expandir
intelectualmente.
2)
Revitalizar o corpo:
Cuidar melhor da saúde e utilizar plenamente o corpo de forma mais
prazerosa e amorosa. Valorizar o tato e o bem estar par a um equilíbrio entre
corpo-mente-espírito.
3)
Renovar e enriquecer os relacionamentos:
Melhorar a qualidade dos relacionamentos e aumentar o círculo de
convivências. Ter relações mais saudáveis e profundas para mútua satisfação
e integralidade.
4)
Aprofundar a relação com a natureza e a biosfera:
Aumentar a consciência, comunhão e cuidado ecológicos são formas de
buscar equilíbrio com o que é externo, mas essencial à vida integral do ser
humano cuidando da saúde.
5)
Crescer em relação às instituições significativas para a vida:
Lutar em conjunto pela justiça social para a libertação e cr escimento de mais
vidas na sociedade derrubando tudo o que subtrai a integralidade humana.
Isso é possível através da união de forças com instituiçes que lutam pela
vida. O autor cita exemplos de grandes líderes que alcançaram sua
integralidade em conjunto com sua geração pelo amor à vida humana unida
ao trabalho social.
6)
Aprofundar e vitalizar o r elacionamento com Deus:
O crescimento espiritual é um vínculo unificador com as outras dimensões da
integralidade. A vida precisa de valores, de fé e amor para fortalecer os
relacionamentos. O cultivo espiritual é uma força proporcionada pela
poimênica e o aconselhamento pastoral para a libertação e o crescimento do
indivíduo considerando sua potencialidade.
 
No ambiente da igreja como comunidade de fé é que acontecem as oportunidades para a
poimênica e o aconselhamento pastoral. O/a pastor/a tem a função de promover a
capacitação para este ministério nutrindo o rebanho não só espiritualmente, mas com
conhecimentos que possibilitem a comunidade saber e querer cuidar de vidas.
As crises são oportunidades para o crescimento desde que haja uma identificação destas
e a consideração de que há possibilidade para libertação e crescimento. Clinibell diferencia
dois tipos de crises:
-crises desenvolvimentais: acontecem em situações de mudanças e momentos
transiçes que são normais na vida, mas que se tornam um pesadelo se não for bem
trabalhado. Por exemplo, uma mudança de cidade ou trabalho, o casamento, o
nascimento de um/a filho/a, etc.
-crises acidentais: problemas inesperados que pegam a pessoa despreparada gerando
uma situação de pânico em meio a tensões e perdas. Em geral são doenças, acidentes,
desemprego, catástrofes naturais, etc.
O aconselhamento pastoral visa dar forças num momento de fraqueza para que a pessoa
enfrente seus problemas acreditando em seu potencial e transforme a crise em uma
oportunidade para crescimento. O medo é o principal obstáculo em situações de crise. Ao
invés da fuga a melhor soluço é o enfrentamento das crises orientado por alguém capaz.
O autor chama atenção para a valorização da identidade e autoridade pastoral como
agente da poimênica e o aconselhamento pastoral incentivando que este ministério seja
muito mais do que um atendimento formalizado. O relacionamento na comunidade de fé e
do/a pastor/as para as ovelhas proporciona as maiores oportunidades de libertação e
crescimento.
Clinibell aconselha aos/às pastores/as
1
:
-conhecer as técnicas para =encontros‘ de aconselhamento pastoral, como entrevistas,
por exemplo, e utilizá-las sempre que possível;
-aproveitar as oportunidades que acontecem em momentos informais para dar um
primeiro passo em direção à libertação e crescimento de vidas;
-ir em direção às pessoas através de uma visita ou um encontro é uma liberdade que
o/a pastor/a tem de não esperar ser procurado, mas tomar a iniciativa assim que
diagnostica a necessidade;
1
Pág. 34 (reformulaço do pensamento do autor conforme minha compreensão).
 
-usar sua autoridade pastoral através de sua influência social e racional para trabalhar
os relacionamentos e conduzir a comunidade a um processo de cura, crescimento e
auto-satisfação de suas necessidades.
Outro fator interessante que visa à integralidade não só do aconselhando, mas também
do conselheiro é a utilização do cérebro todo conforme as descobertas do cientista Roger
Sperry que permite um conhecimento integral do cérebro humano com seus dois lados e suas
respectivas funções ou capacidades
2
:
ESQUERDO:
DIREITO:
Linguagem,
Percepção,
Raciocínio
imaginação,
Análise, Avaliação
integração, modelos e
Pensamentos
consciência.
matemáticos
Intuitivo, integrador,
e abstrato.
metafórico.
Até pouco tempo os métodos da psicoterapia não conheciam esta capacidade da mente
humana, por isso o autor incentiva uma maior utilização de m todos intuitivos do =cérebro
direito‘ com sua capacidade holística aliada racionalidade do =c érebro esquerdo‘ , que é
mais analítico, como ferramenta eficaz para a poimênica e o aconselhamento pastoral.
Uma compreensão andrógena da integralidade surge à medida que a humanidade
alcança valores igualitários para homens e mulheres bem como a derrubada de preconceitos
raciais e abertura de espaço para pessoas com necessidades especiais. Principalmente a
contribuição feminina é um potencial a mais para a saúde holística do ser humano. Para
entender a humanidade de forma integral é preciso deixar a cultura machista para dar espaço
às mulheres que são muito capazes principalmente para o ministério da poimênica e o
aconselhamento pastoral.
O autor incentiva a utilização de diferentes ter apias centradas no crescimento. Nos
últimos tempos com o desenvolvimento das ciências e da capacidade terapêutica existem
diversos tipos de terapias que não devem ser ignoradas pela poimênica e o aconselhamento
pastoral porque podem contribuir ricamente para este ministério. Este campo tem sido
amplamente explorado e deve ser aceito e utilizado pelos conselheiros desde que sejam
centradas no crescimento.
2
Pág. 35 (esquema co nforme o texto para melhor memorização ).
 
Sobre a relação entre a poimênica e as demais funções do ministério na comunidade de
fé o autor ilustra com um diagrama que tem ao centro a
integralidade centrada no Espírito
e
ao seu redor os ministérios ou funções da igreja num círculo que demonstra a atividade
holística da poimênica. Todas as funções em conjunto formam uma órbita em torno de seu
objetivo unificador que é a integralidade centrada no Espírito. As funções citadas são:
-Proclamação da boa-nova (pregador/a): a transmissão de uma mensagem centrada na
pessoa é uma rica oportunidade para tratar os problemas humanos, investir no crescimento
cultural e espiritual e valorizar os relacionamentos.
-Culto e adoração (sacerdote): o grupo expressa juntos seus sentimentos e se alimenta
espiritualmente, recebe o perdão dos pecados e adquiremaior confiança;
-Educação (professor/a): é uma forma de ensinar e capacitar para o crescimento em
diferentes grupos que podem ser formados para ajuda mútua;
- Liderança e desenvolvimento congregacional (administração): cria um ambiente
curador e organiza as pessoas em grupos de convivência que valorize relacionamentos
sadios;
-Capacitação de leigos (treinador): investir na capacidade das pessoas para o exercício
do ministério e o crescimento na comunidade;
-Serviço comunitário (servidor): vai além da comunidade em direção à sociedade para a
transformação social com objetivo de libertar vidas;
-Ação Social (profeta): luta por mudança nas instituiçes e na comunidade para o apoio
mútuo e não repressão da integralidade humana.
Associado ao ministério da poimênica e o aconselhamento pastoral todas as outras
funções na igreja visam à integralidade humana centr ada no Espírito para libertação e
crescimento através da satisfação das necessidades um do outro. A comunidade de fé
alcança sua integralidade quando os ministérios se juntam com este objetivo e a capacidade
de alcançar e curar vidas é muito maior.
Qual é a história da poimênica e o aconselhamento pastoral? Como começou este
ministério? Uma ponte histórica também é feita pelo autor em direção à herança deste
modelo centrado em libertação e crescimento. Embora as últimas décadas tenham sido
marcadas pelo desenvolvimento de teorias, técnicas e práticas psicoterápicas que auxiliam a
poimênica e o aconselhamento pastoral, este ministério é muito mais antigo do que estas
ciências. Na igreja primitiva a poimênica era conhecida como cura d‘almas com o
significado de cuidado e crescimento de vidas na comunidade. Clinibell cita diversos nomes
 
de mulheres e homens que marcar am o trabalho de aconselhamento em toda a história da
Igreja cristã mostrando a importância e antiguidade da poimênica.
Na modernidade o que marcou o aumento de interesse na área foi principalmente a
difusão dos conhecimentos da psicanálise e sua grande necessidade devido aos problemas
humanos deixados após a Segunda Guerra Mundial. A renascença da poimênica remonta da
década de 1920 com apoio para tr atamento de outras doenças e através de treinamento para
capelania hospitalar. Posteriormente os insights do conhecimento da psicoterapia foram
associados para contribuir com o trabalho da poimênica.
Baseado no trabalho de William A. Clebsch e Charles R. Jaekle, o autor apresenta
quatro funções da poimênica secular e fazem um quadro explicando sua funcionalidade, as
expressões históricas que denominavam este ministério e as terminologias utilizadas
atualmente. Em seguida Clinibell acrescenta um tópico a mais de acordo com seus
conhecimentos e sua experiência pessoal.
Principais funções da poimênica:
Cura: tem por objetivo superar alguma debilitação e restituir à pessoa a sua
integralidade. Antigamente utilizada através de unção, exorcismo, santos, relíquias e
curandeiros carismáticos. Atualmente é denominado como psicoterapia pastoral, cura
espiritual, aconselhamento e terapia matrimonial.
Sustentação: auxílio para pessoas que têm dificuldade em transcender situações que
aparentemente são insolúveis. Teve expressões históricas através de preservar,
consolar e consolidar e no momento é chamada de poimênica e o aconselhamento de
apoio em casos de crise, luto ou perda.
Orientação: ajuda para tomada de decisões quando alguém não sabe que direção tomar
em meio aos desafios e alternativas da vida. Antes conhecida como dar conselhos,
exorcismo e o simples ato de escutar e na atualidade é chamada de aconselhamento
educativo, tomada de decisões em curto prazo, aconselhamento de confrontação e
orientação espiritual.
Reconciliação: auxílio para restabelecer relacionamentos rompidos entre a pessoa e
seu próximo ou até mesmo com Deus. Historicamente conhecida como confissão,
perdão e disciplina e para a prática atual é chamada de aconselhamento matrimonial
e aconselhamento existencial (reconciliação com Deus).
Nutrição: capacitação de pessoas para o crescimento desenvolvendo as potencialidades
recebidas por Deus para vencer diante das situações da vida. Na teologia tradicional
é conhecida como santificação ou treinamento de membros novos na vida cristã ou
 
educação religiosa. O autor denomina este novo item para as funções da poimênica
de aconselhamento educativo, grupos de crescimento, enriquecimento do matrimônio
e da família, assistência para a possibilitação de crescimento através de crises
desenvolvimentais.
O autor destaca a importância da divulgação destas funções como incentivo à poimênica
na comunidade de fé aumentando a capacidade para a assistência pastoral e o
aconselhamento. Além disso, a igreja deve contar com o apoio de profissionais
especializados para auxiliar em situações que superem o conhecimento das pessoas que
trabalham no ministério como situações clínicas e doenças mentais ou psicológicas.
Clinibell conclui este capítulo sobre
Um modelo Holístico, centrado em Libertação e
Crescimento
com uma ilustração de Daniel Yankelovich que fala das placas continentais em
movimento comparando com as transformações na humanidade nos últimos tempos. Isso
desafia a constante atualização de conhecimentos para a poimênica e o ministério pastoral ao
mesmo tempo em que demonstra a instabilidade atual da sociedade.
Daniel Yankelovich fala sobre a atual efervescência nos movimentos sociais e as
enormes mudanças comportamentais na humanidade atingindo até mesmo a natureza.
Também mostra uma grande mudança na ética em três momentos:
-
antiga ética do trabalho
que dava maior valor a responsabilidade, dever e sucesso com
objetivo de alcançar poder, prestígio e propriedade numa luta competitiva (esta foi
abandonada).
-
ética da auto-realizaço privatizada
que exalta a liberdade, a espontaneidade e o
individualismo como reação à ética tradicional num sentido de mudança (período que
está sendo atravessado).
-
nova ética de compromisso
que valoriza a responsabilidade mútua nos
relacionamentos através da integralidade como eu, com o próximo e com a sociedade
(demonstra a direção de um novo tempo).
Apesar de em meio a tantos mudanças e tremores este pensamento é uma grande
esperança para a poimênica e o aconselhamento pastoral. A ética voltada para compromisso
e integralidade como um novo chão ou pelo menos uma = placa‘ sólida que dá segurança ao
ministério mesmo correndo o risco de entrar em choque com outros valores. A igreja deve se
mover para ser uma força a mais para este novo tempo.
 
–
Capítulo III
A Missão, os Fundamentos Bíblicos e a Unicidade da
Poimênica e do Aconselhamento Pastoral.
O terceiro capítulo é dedicado por Howard J. Clinibell para falar da
Missão, os
Fundamentos Bíblicos e a Unicidade da Poimênica e do Aconselhamento Pastoral
. O texto
inicia com uma citação de Paul E. Johnson falando da inconstância da humanidade e da
sociedade como o meio onde acontece o trabalho da poimênica, fazendo uma ponte com a
última parte do capítulo anterior onde fala das
placas em movimento
.
Para falar da missão da poimênica Clinibell define mais uma vez o seu sentido como
“uma resposta à necessidade que cada pessoa tem de calor, sustento, apoio e cuidado”
.
3
Quanto ao aconselhamento pastoral sua missão é ser uma continuação da poimênica
reparando o seu trabalho de uma forma mais específica no tratamento de pessoas que
procuram ajuda em meio a suas crises.
O autor conta sua experiência pastoral e diz que do púlpito da igreja um/a pastor/a pode
ver pessoas com diferentes problemas em busca de uma resposta. Num momento difícil a
primeira pessoa que procuram é o/apastor/a. Tanto fora como dentro das igrejas há pessoas
que precisam de aconselhamento e apoio para o estresse pessoal ou social e a poimênica e o
aconselhamento pastoral prestam serviço a estas vidas como parte do seu ministério no
Reino de Deus.
Sobre a
importância crucial do aconselhamento pastoral,
uma pesquisa comprova um
considerável aumento na procura de profissionais na área da saúde mental e maior ainda a
procura por clérigos, o que demonstra a importância e confiabilidade do aconselhamento
pastoral para a vida das pessoas. Conforme a pesquisa antes mesmo de procurar um
psicólogo ou terapeuta a maioria das pessoas procura um ministro religioso para se
aconselhar. A maioria das pessoas também tem procurado ajuda para resolver questões de
relacionamentos. O que a maior parte destas pessoas procura é alguém para conversar, para
ser entendido e se aconselhar sobre seus problemas.
Por causa dessa confiança e a demanda por aconselhamento pastoral maior é o desafio
da poimênica na igreja local. É preciso de capacitação para que haja conselheiros para
acolher vidas que procuram a comunidade de fé, bem como auxiliar ao ministério pastoral
na função do aconselhamento. O/a pastor/a não deve ignorar os conhecimentos de métodos
terapêuticos por causa de sua primazia em relação aos outros profissionais da área. Por causa
3
Pág. 43.
 
disso deve ser maior ainda a busca por treinamento em técnicas que contribuam para o
aconselhamento.
Contudo se o/a pastor/ não é um/a clínico/a na área de psicoterapia não deve se
aventurar em ascender uma fogueira que depois não possa apagar. O ministério do
aconselhamento pastoral tem sua contribuição ímpar para a cura e libertação de vidas. Além
do conhecimento de técnicas terapêuticas o/a pastor/a conta com um arsenal de
conhecimentos bíblicos que são úteis no aconselhamento. É possível fazer teologia através
da poimênica e do aconselhamento com insights de exemplos bíblicos de pessoas que
passaram por situações semelhantes ao/à aconselhando/a e outros textos que servem de
inspiração em momentos de angústia.
A Bíblia é um livro que fala de Deus para o ser humano pode e deve ser usada no
aconselhamento por que:
A Bíblia é fonte do imaginário ocidental (judaico-cristão) por isso comunicam de
forma eficaz na sua linguagem quanto aos valores, costumes e a própria her ança
histórica e religiosa;
O diálogo com insights bíblicos ajuda o/a conselheiro/a ter atitudes e consciência de
cura e crescimento;
Principalmente se as histórias da Bíblia fazem parte das verdades consagradas na
mente da pessoa, o uso de imagens bíblicas pode avivar de forma criativa essa
esperança na mentes dessas pessoas;
A Bíblia tem uma concepção de integralidade maior do que a cultura atual e até
mesmo que as ciências atuais. Conceitos bíblicos podem ser utilizados para
criticar
,
corrigir
e
enriquecer
esta falta de concepção da integralidade humana.
Devido à fragmentação dos conhecimentos humanos em diversas especialidades nas
quais visam aprofundamento específico de uma área, o mundo sofre de miopia e não
consegue observar-se na sua integralidade. Os paradigmas bíblicos presentes em
personagens judaico-cristãos são instrumentos para a reconstrução da auto-imagem e
consciência de si mesmo.
V rios textos bíblicos podem ser usados para falar de integralidade. Desde a cria ão
imagem e semelhança de Deus como referencial de integralidade. At ao famoso versículo
o Senhor o meu pastor e nada me faltar como desejo de manuten ão dessa
integr alidade. E tamb m a vida abundante‘ dada por Jesus em restitui ão ao que o =ladrão‘
veio roubar, matar e destruir da integralidade humana. Além destas imagens várias palavras
 
(termos bíblicos em seu sentido original), parábolas e personagens falam sobre a
humanidade em seu significado integral.
Falar da integralidade compreende equilibrar a potencialidade e as limitações humanas.
É preciso restituir potencialidades subtraídas das pessoas sem cair no erro de esquecer-se de
avisar sobre suas limitações. Seria como tomar um remédio sem receita e sofrer as
conseqüncias de contra-indicações. Por isso a finitude humana faz parte de sua
integralidade. No mundo há um desequilíbrio que faz com que homens e mulheres pensem
que são infinitos e outros/as que não são capazes de suas atribuições mais simples.
Contrabalancear isso é tarefa contínua do aconselhamento.
O autor faz um paralelo entre as seis dimensões da integralidade a partir de suas raízes
bíblicas:
- Avivar a mente:
Na visão bíblica não há separação entre alma, espírito e corpo ou o
4
dualismo mente e corpo. Isso faz a visão bíblica de integralidade mais holística
através de uma compreensão total do ser humano e não em partes. Integralidade
mental é o aspecto cognitivo, intelectual, emocional e espiritual valorizado por Jesus
em Marcos 12.30 que fala do amor total com todo o teu cora ão, de toda a tua alma,
de todo o teu entendimento e de toda a tua for a .
- Revitalizar o corpo: A integralidade física porque o corpo é considerado sagrado no
Antigo Testamento e no Novo ganha significado ainda maior como habitação de
Deus em I Coríntios 6.19 onde fala do corpo como templo do Espírito Santo.
- Renovar e enriquecer os relacionamentos: a integralidade relacional é tema constante
na Bíblia através das palavras
shalom
que significa inteiro, paz e saúde bem como o
termo
koinonia
num sentido comunitário da paz que deve ser coletiva, como fruto de
relacionamentos saudáveis. Deus não criou a humanidade para viver só, mas em
família como uma só carne (Gênesis 2.24) em a igreja como membros do corpo de
Cristo (Romanos 12.5).
- Aprofundar a relação com a natureza e a biosfera: a integralidade ecológica é vista na
Bíblia através de um Deus que é Criador e sustentador de sua criação tendo dado a
humanidade a função de mordomos. Na Bíblia tudo que Deus fez é BOM (Gênesis
1.31) e Ele é o dono de tudo (Êxodo 9.29). Jesus andava sempre em meio à natureza
Nas páginas 47 (último parágrafo ) e 48 (primeiro e segundo parágrafo) o autor troca a ordem originalmente
4
apresentada nas páginas 29 e 30 quanto às duas primeiras das seis dimen sões da integralidade que é: 1. Avivar
a mente e 2. Revitalizar o corpo para o inverso desta ordem. Embora o autor tenha feito uma associação entre
os d ois primeiros fatores, não demonstrou motivos claros para esta mudança na ordem. Preferi manter a
primeira forma apresentada para melhor coesão no entendimento do texto. Mesmo assim a ordem dos fatores
não altera o produto.
 
e fazia uso poético de imagens dela tema de suas palavras para ensinar sobre o Reino
de Deus.
- Crescer em relação às instituiçes significativas para a vida: a integralidade
institucional ou social é vista na Bíblia pela atuação profética que busca transformar
não somente o indivíduo, mas tudo ao seu redor. A luta por justiça está presente na
história bíblica desde a instituição da lei como parâmetro da vontade de Deus até o
ministério de cura e libertação de Cristo. Jesus curava pessoas individualmente com
o propósito de libertar a sociedade. Novas teologias como a da libertação, a
feminista, negra, africana e latino-americana têm contribuído para uma melhor
compreensão sobre necessidade de libertação para cumprimento da justiça e
estabelecimento do Reino de Deus.
- Aprofundar e vitalizar o relacionamento com Deus: a integralidade espiritual é o
centro da mensagem bíblica para a humanidade. A Bíblia devolve ao homem e à
mulher esta consciência de que é um ser espiritual. Este fator soma todos outros itens
da integralidade humana reunindo suas potencialidades conforme é o propósito de
Deus.
Esta visão panorâmica da Bíbliasobre a integralidade humana contribui ricamente para
os insights durante um aconselhamento devido ao conteúdo prático que pode ser utilizado e
à visão geral da vida. Não é à toa que a Bíblia é comparada a um manual de instruções, uma
bula, uma lâmpada, uma bússola, mapa, alimento, água e outros essenciais par a a vida.
Contudo o uso da Bíblia não é algo mágico. É um processo onde interagem o/a
conselheiro/a, o/a aconselhando/a com seu meio relacional e Deus como fomentador deste
processo de cura e crescimento.
Trabalhar em busca da integralidade humana é como montar pacientemente um quebra-
cabeça aonde pouco a pouco cada coisa vai chegando ao seu lugar e a imagem original de
Deus vai aparecendo no semblante humano. Jesus mostrou este quadro completo quando se
fez carne e habitou entre os humanos dando esperança para a restauração da integralidade.
A poimênica e o aconselhamento pastoral visam à cura e o crescimento em direção à
integralidade. Isso acontece quando alguém ferido procura a comunidade de fé como um
hospital para sua alma e recebe primeiro um tratamento para cura. Imediatamente a mesma
pessoa deve ser enviada para crescimento. Isso é o que Jesus fazia quando perguntava
que
queres que eu te faça
mostrando o objetivo de cura e libertação e depois enviando com as
palavras
toma teu leito e anda
,
vai a tua fé te salvou
ou
vá e não peques mais
que
representam o desejo de Cristo pelo crescimento para estas pessoas.
 
A igreja é o ambiente apropriado tanto para cura e libertação como também
especialmente para o crescimento. É na comunidade de fé que a pessoa recebe confronto e
estímulo para ir adiante. Em meio aos relacionamentos que o amor é aperfeiçoado
conduzindo para o crescimento. O próprio Cristo desejou viver em conjunto mostrando que
desta forma seria possível fazer as pessoas crescer muito mais, por isso procurou pessoas
que não tinham grandes expectativas para ser em seus discípulos e se tornarem em grandes
homens de Deus.
Para Clinibell a igreja proporciona crescimento por que:
- tem como
paradigma
de integralidade a pessoa de
Cristo
;
- a integralidade é vista como um
processo
contínuo
em busca da santificação;
- tem como parâmetros o
amor
e a
justiça
;
- acontece em meio aos
relacionamentos
;
- tem a missão de
servir
ao próximo.
Antes de iniciar um processo de cura e libertação para o crescimento em direção a
integralidade é preciso acontecer um quebrantamento tanto pessoal como social. A situação
humana de degradação de sua original integralidade é descrita na Bíblia com a queda da
humanidade para apontar o pecado como fator gerador de morte. É nesta raiz do problema
que a poimênica e o aconselhamento pastoral contribuem para cura e crescimento mais do
que outras práticas terapêuticas otimistas que não alcançam este entendimento. Contudo o
objetivo não é condenar o pecado porque este já tem suas conseqüncias e sim libertar vidas
para continuar crescendo. Deus tem o r emédio para o pecado que é o perdão e cura para a
conseqüncia do pecado que é a ressurreiço.
A compreensão da finitude humana conduz o olhar para a gr andeza de Deus. Quando
o/a conselheiro/a tem consciência do mal como causa da perca da integralidade pode
conduzir o/a aconselhando/a a desejar se levantar e crescer. No entanto há casos em que
mesmo curadas as pessoas e até mesmo a sociedade estão tão atrofiadas que têm medo da
dor de reagir. Neste momento deve-se contar com a graça de Deus e não desanimar na tarefa
encorajadora em direção ao crescimento.
Para esclarecer o conceito de crescimento, Clinibell faz uma trilogia com as palavras
luta, morte e renascimento. É como um tripé que tem a habilidade de se manter erguido
mesmo em terreno pedregoso ou desnivelado. O eixo que une e equilibra o desejo de lutar,
morrer e ressurgir é a graça de Deus. Somente pela graça Jesus foi capaz de lutar pelo ser
humano, morrer por amor e ressurgir para revelar a integralidade almejada por Deus para a
humanidade.
 
Os grandes relatos bíblicos de lutas são seguidos das mais belas vitórias. A própria
natureza mostra um ciclo de morte e vida seguidos para iluminar os olhos de quem precisa
de esperança ao saber que renascer á.
O ministério de Jesus focalizou pessoas que pr ecisavam de cura, libertação e salvação
deixando para a igreja o ministério
therapeuo
de salvar, curar e libertar através do cuidado
com vidas. Jesus anunciou um novo tempo para a integralidade humana restabelecendo
vidas com a visão do Reino de Deus. Entretanto conforme Pierre Teilhard de Chardin a auto-
consciência atingida pela humanidade também constitui num esperançoso desafio para a
poimênica e o aconselhamento pastoral.
A igreja é um centro para a integralidade levando o amor de Deus para as pessoas que
estão privadas deste sentimento devido à falta de amor nos seus relacionamentos. Somente
através da vivência do amor a igreja reintegra vidas mutiladas em sua capacidade de amar.
Essa tarefa da Igreja é descrita tradicionalmente por quatro palavras gregas no Novo
Testamento:
kerygma
didache
:
:
proclamação da
o ensino em
mensagem do
direção ao
evangelho que
crescimento
restaura o ser
humano;
Igreja
koinonia
diakonia
:
:
uma comu nidade
o serviço ao
unida e voltada
próximo como
para Cristo
expressão de
amor
Na Igreja acontecem estas quatro dimensões do crescimento em busca da integralidade
quando recebem a mensagem libertadora do evangelho (
kerygma
), aprendem a verdade que
liberta (
didache
), são integradas a um grupo que vive em comum (
koinonia
) e são enviados
 
para servir ao próximo (
diakonia
) dando continuidade a este círculo de proclamação, ensino,
comunhão e serviço.
Atualmente a poimênica e o aconselhamento pastoral numa perspectiva holística
associadas a uma teologia integral, sem distinções culturais, sexuais, sociais ou raciais
contribuem par a a visão cristã do Reino de Deus. Quanto a esta teologia inclusiva nas
concepções bíblicas de não haver distinço entre homem e mulher, nas descobertas da
exegese quanto a palavras femininas que se referem a Deus e principalmente no trato de
Jesus igualmente para todas as pessoas quer sejam mulheres, crianças, pobres, ricos e outros
desprezados da sociedade. O autor ressalta a contribuição das mulheres para a igreja bem
como para a teologia quanto a essa abertura com uma visão holística sem estes limites
preconceituosos.
Segundo Clinibell o ministério do aconselhamento pastoral possui uma singularidade e
unicidade que outras áreas que prestam serviço terapêutico não possuem. O/a pastor/a tem,
consciência de si mesmo, de Deus, de sua fé e da necessidade das pessoas. O ministério
pastoral tem a capacidade de unir sua herança, orientação, recursos e consciência teológica
em torno do aconselhamento. Dentre outras funções somente o/a pastor/a tem formação ao
mesmo tempo teológica e psicológica, bem como de outras áreas que falam da humanidade,
o que faz do aconselhamento pastoral mais holístico. A singularidade do ministério pastoral
também é fruto do objetivo de crescimento espiritual, os recursos de tradiço religiosa e o
ambiente proporcionado pela igreja para cura e crescimento.
O ministério pastoral além de unificar várias características e disciplinas de outras
funções terapêuticas e ser singular em diversos aspectos que estas funções não têm acesso,
também tem a vantagem de acontecer dentro de um círculo de relacionamentos saudáveis
que é a Igreja. Além disso, o/a pastor/a exerce uma série de outros papéis que lhe
possibilitam uma visão mais abrangente da vida em sociedade.
Outro fator discutido pelo auto é que geralmente pastores não cobram para aconselhar
porque isso já faz parte de suas atribuições pastorais. O fato do aconselhamento pastoral não
ser cobradotem o aspecto positivo de ser feito em uma relação de amor e amizade onde a
figura pastoral de torna uma referência para a vida, mas tem outros negativos como o fato de
ser uma tarefa a mais e acaba não sendo feito por completo. Clinibell chama atenção que
fazer aconselhamento de tempo parcial não pode ser desculpa para fazer o serviço mal feito.
Seria melhor cobrar e atuar como conselheiro/a de tempo integral podendo se especializar na
área para tr atamentos mais profundos que o autor não aconselha pastores despreparados a se
aventurar caso não tenham treinamento ou experiência no assunto.
 
Capítulo IV
–
O Fundamento de todos os tipos de Poimênica e
Aconselhamento.
A difícil tarefa do aconselhamento e da poimênica pode ser simplesmente resumida no
ato de ouvir verdadeiramente o/a aconselhando. Na agitada sociedade atual essa é uma
missão realmente desafiadora. É preciso treinamento, paciência e reaprendizado para ouvir
atentamente uma pessoa aflita. Como o autor apresenta em sua citação de uma frase de
“quem não mais ouve seu irmão [ou irmã], em breve também não mais
Dietrich Bonhoefer
ouvirá a Deus”
.
5
Este capítulo traz um prático exemplo de conversa entre um pastor e um homem que
precisava de ajuda como ilustração de como acontece o aconselhamento pastoral. Para fazer
uma relação entre necessidade de correspondência apresento o relato neste quadro
:
6
Atitude de
Aconselhando
Conselheiro
correspondência
depois o pastor o procurou para uma
Primeiro o homem visitou a
visita e não o encontrando deixou um
comunidade de fé
cartão com um recado e o número de
telefone se dispondo para contato
que espontaneamente o conduziu
então o homem correspondeu
para se abrir perguntando quanto a
telefonando para o pastor
sua dificuldade
propôs uma conversa em um
se abriu inicialmente
encontro marcado no gabinete
contando o seu problema
pastoral no mesmo dia
aceitou e compareceu ao
deu continuidade ao assunto
encontro
demonstrando interesse
diagnosticando a necessidade marcou
falou mais abertamente sobre
um novo encontro e propôs auxílio
sua situação pessoal
de um membro da comunidade
comunicou com um membro da
aceitou as duas propostas
igreja para que o procurasse
um irmão da igreja o procurou e
marcou um encontro no interregno
do próximo aconselhamento pastoral
aceitou e compareceu ao
encontro dando abertura para
continuar o acompanhamento
5
Pág. 69.
6
Forma pessoal de descrever a conversa narrad a nas páginas 69 e 70 demonstrando a correspondência das
atitudes de conselheiro/a e aconselhando/a.
 
O propósito deste exemplo é demonstrar como o/a pastor/a pode agir ativamente e
correspondentemente no aconselhamento e como despertar a pessoa a responder
positivamente.
Um relacionamento curativo não acontece de uma vez. Pode ser comparado a uma
semente que embora pequena tenha a capacidade de crescer. Assim o aconselhamento deve
ser algo crescente. Na primeira sessão de aconselhamento existem cinco passos que devem
ser tomados para estabelecer inicialmente uma r elação curativa
7
:
Se continuar o aconselhamento fazer um contrato com objetivos e expectativas 5º passo
Recomendar uma forma de obter ajuda, como um aconselhamento 4º passo
Diagnóstico inicial de como a pessoa se sente interiormente 3º passo
Crescimento
Ouvir com atenção e refletir empaticamente 2º passo
em uma
Proporcionar calor e solicitude 1º passo
Relaço de Cura
Desta forma o/a conselheiro/a pode ajudar pessoas que têm dificuldade de se abrir
inicialmente não perdendo a oportunidade de um primeiro contato. Outros três conceitos
importantes na mente do/a aconselhador/a são qualidades de uma conversa:
-terapêutica: com o objetivo de cuidar e curar pessoas, tomando cuidado principalmente
com julgamentos;
-maiêutica: ajudar a pessoa a nascer e crescer. Segundo a filosofia de Sócrates é uma
arte de saber inquirir a pessoa para extrair verdades que estão encobertas
.
8
-reconciliação: ajudar a enfrentar situações e reativar os laços quebrados.
Pesquisas apontam que a maior necessidade de pessoas que procuram aconselhamento
ou tratamento terapêutico é de serem ouvidas por alguém. A tarefa mais desafiadora para o
aconselhamento não é o que será dito pelo/a conselheiro/a ao/à aconselhando/a e sim o ouvir
verdadeiramente durante o atendimento. Principalmente para pastores e pastoras que são
tentados/as a falar respondendo de imediato, para alcançar este ouvir verdadeiro é preciso
disciplina e treinamento constante. Por isso todo/a conselheiro deve evitar distrações e
outras impressões internas que possam lhe impedir de ouvir atentamente, principalmente se
o/a conselheiro/a não estiver bem emocionalmente podem acontecer interferências.
Segundo Clinibell ouvir é
: - presença (estar com a pessoa);
9
- prestar atenção somente na pessoa sem interromper;
- se interessar pelo que a pessoa está falando;
7
Quadro feito para melhorar a compreensão pessoal do texto da página 71.
8
Consulta ao dicionário Aurélio.
9
Con forme páginas 72 e73.
 
- estar em sintonia com o sentimento da pessoa;
- ser empático e reflexivo enquanto a pessoa fala;
- ter profundidade na expressão corporal.
Para o autor o/a conselheiro/a deve pr estar mais atenção aos sentimentos expressos do
que às palavras utilizadas na conversa ou fatos ocorridos. O objetivo de ouvir em
profundidade proporciona por si só a cura para pessoas em crise quando o/a conselheiro/a
alcança uma
compreensão empática
ou demonstra o
desejo de compreender
de forma que a
pessoa se sinta aceita e motivada ao crescimento.
Antes de continuar as sessões de aconselhamento o/a conselheiro/a precisa descobrir
qual foi a
motivação
que conduziu a pessoa a procurar sua ajuda. Isso pode ser feito
perguntando por que a pessoa procurou aconselhamento pastoral, o que espera do
aconselhamento, qual é o problema e o que pode ser feito para ajudar. Enquanto a pessoa
fala deve-se prestar atenção especial aos
sentimentos dominantes
. Algumas motivações
talvez estejam encobertas ou inconscientes para a pessoa e não deve haver pressão. Para isso
é preciso concentrar-se no
problema de apresentaço
ou problema inicialmente apresentado
como motivo de procurar aconselhamento.
Um exemplo disso é demonstrado na continuação da narrativa ilustrando a conversa do
pastor aconselhando um homem. Nesta sessão o pastor ouve atentamente o homem e lhe faz
algumas perguntas para diagnosticar qual o problema central ou sentimento dominante.
Baseado nisso o aconselhamento pode ser continuado. Então o pastor continua o diagnóstico
no fim da conversa perguntando como o homem se sentia após ter conversado e propõe um
novo encontro.
Quando a pessoa procura voluntariamente aconselhamento o diagnóstico é rápido
porque a pessoa inicia apresentando seu problema. Mas caso a pessoa seja pressionada a ir a
um/a conselheiro/a sem vontade própria, segundo Clinibell cinco passos são tomados para
alcançar um diagnóstico:
1.
Descobrir como a pessoa vê seu problema;
2.
Saber onde a pessoa sente dor e se este é o motivo de procurar ajuda;
3.
Encorajar a expressar sua raiva em ter sido pressionada;
4.
Aceitar o direito da pessoa em não continuar o aconselhamento;
5.
Fazer com que a pessoa se sinta livre e calorosamente envolvida para continuar a
conversa apresentando seus verdadeiros motivos para pedir ajuda.
Além destas dicas o autor orienta que caso a pessoa seja pressionada a procurar
aconselhamento pode-se procurar quem fez tal pressão para participar da próxima sessão por
 
que possivelmente tem algum problema entre as duas pessoas. Neste caso deve também
trabalhar a reconciliação entre ambas.
Qualquer tipo de intervenção na fala do/a aconselhando deve ser feita cuidadosamente
sem interferir diretamente no que pensa. O/a conselheiro/a pode ajudar a pessoa aelaborar
suas palavras para expressar seus sentimentos. Isso pode ser feito através de perguntas
referindo-se a como a pessoa se sente. Toda e qualquer intervenção além de cuidadosa deve
ter como objetivo alcançar o diagnóstico do problema.
O diagnóstico é feito para a continuidade do aconselhamento de forma eficaz e para isso
deve-se observar:
- as seis áreas da integralidade humana, descobrindo em qual delas está o problema;
- a forma de tratamento que pode ser feita para a pessoa, se de curto ou longo prazo ou
mesmo se a pessoa deve ser encaminhada para tratamento clínico especializado;
- um diagnóstico pastoral, se o/a pastor/a tem condiçes de atender a necessidade da
pessoa a ser aconselhada.
Depois de diagnosticar a motivação ou problema inicial é preciso propor uma
continuidade no aconselhamento marcando outras sessões para conversar. Isso não deve ser
feito diretamente e sim sugerir se dispondo caso a pessoa quiser continuar. Se não aceitar ou
procurar novamente deve ser respeitada. Se concordar marcam as próximas sessões e pode
ser feito um contrato especificando objetivos, expectativas e a forma do acompanhamento.
Para o sucesso da continuidade no aconselhamento o/a conselheiro deve focalizar em
cada encontro a
catarse emocional
que mostrará os verdadeiros sentimentos da pessoa por
trás dos diversos problemas que vão sendo apresentados. Essa catarse é alcançada com
aceitação solícita através de uma linguagem emocional e compreensiva. Além disso, o
aconselhando deve saber que seu engajamento ativo na mobilização de seus próprios
recursos é essencial para resolver seus problemas e para o sucesso do aconselhamento muito
mais do que qualquer intervenção do/a conselheiro/a.
Clinibell deixa algumas dicas de como alcançar a catarse emocional:
Evitar fazer perguntas de informação
para não deslocar os sentimentos em
detrimento de detalhes ou fatos;
Fazer apenas perguntas de sentimentos
ajudando a pessoa a descobrir suas emoçes
escondidas por trás de suas razões;
Responder aos sentimentos
e não tomar tempo com respostas intelectuais;
Ficar atento à portas para os sentimentos
com o expressões, palavras, postura
corporal ou facial que demonstrem dor, raiva ou qualquer sentimento;
 
Estar alerta para sentimentos negativos especialmente;
Evitar conselhos e interpretações prematuras sobre os fatos ou sentimentos.
Outra preocupação de Clinibell é quanto a aconselhamentos que começam e não têm
continuidade, por isso deixa algumas dicas de como evitar isso:
Expressar interesse ativo em trabalhar com a pessoa;
Explicar sobre a necessidade de várias conversas de aconselhamento;
Dar esperança de que o aconselhamento pode ajudar a pessoa;
Desde a primeira entrevista deixar algo para que pessoa possa refletir;
No fim de cada sessão perguntar como se sentiu coma conversa;
Deixar a pessoa à vontade para falar se não está gostando do aconselhamento para
conversarem evitando ocorrer uma interrupção pelo abandono aos encontros;
Conduzir a expectativas realistas de forma gentil;
Fazer um contrato claro determinando o número de sessões como padrão para que o
tempo seja aproveitado e a pessoa se esforce para alcançar o objetivo.
O autor também orienta prestar atenção em alguns detalhes chamados de
mecânicos
como publicidade, ambiente, fichário e o uso do telefone que são imprescindíveis para quem
deseja ter um ministério de aconselhamento pastoral eficaz.
As recomendações de Clinibell são:
Publicidade: visto que muitas pessoas não sabem que o/a pastor/a tem habilidade
ou treinamento em aconselhamento por isso é preciso divulgar isso na comunidade para
que as pessoas procurem o aconselhamento pastoral. Para isso também é preciso
organizar a agenda de atendimento pastoral marcando horários.
Ambiente: deve ser em um lugar tranqüilo e livre de interrupções e para isso o
autor deixa diversas recomendações com desligar telefone, deixar um cartaz na porta ou
ter uma secretária.
Fichário: deve ser um arquivo confidencial com informações sobre os
aconselhamentos visando uma visão holística da situação do/a aconselhando/a para um
futuro feedback. Isso deve ser feito discretamente e com o conhecimento da pessoa e
destruído quando não houver mais utilidade.
Telefone: embora nunca substitua o aconselhamento pessoalmente pode ser
utilizado nos intervalos entre as sessões como uma forma de acompanhamento e
 
também na impossibilidade de um encontro dever usado como recurso além de servir
para marcar horários de aconselhamento.
Um sério conselho deixado pelo autor é que pastores/as nunca podem priorizar questões
administrativas a frente dos sentimentos das pessoas. Para isso é preciso ter cuidado na
linguagem e nas decisões com pessoas e famílias que estão em crise ou sofrimento.
De forma prática Clinibell apresenta uma proposta de como aplicar os princípios do
método holístico no aconselhamento pastoral:
Incluir todas as seis dimensões da integralidade inclusive a física;
Ter consciência das forças e potencialidades encobertas no/a aconselhando/a e
declarar isso quando for apropriado;
Usar de forma equilibrada a Fórmula do Crescimento: Solicitude + Confrontação;
Ter em mente o objetivo do
crescimento-em-direção-à-integralidade
articulando
com expectativas e desafios;
Relacionar-se com o/a aconselhando e considerar sua r ede de relacionamentos
como seu ambiente de crises e potencialidades para o tratamento;
Centralizar a espiritualidade na pessoa levando-a a compreender sua necessidade de
crescimento.
Além de focalizar a integralidade humana de forma holística há também aptidões
essenciais para o ministério do aconselhamento pastoral baseado na experiência de Robert
R. Carkhuff. As aptidões fundamentais para o aconselhamento são:
- comportamento atencioso e solícito até nas expressões corporais e faciais;
- fazer per guntas breves convidando a pessoa a falar sobre assuntos significativos para
sua vida; ouvir e observar mensagens não verbais de forma cuidadosa;
- deixar a conversa fluir naturalmente evitando mudar de assunto e seguir a iniciativa da
pessoa;
- responder empaticamente mostrando que compreende o que a pessoa está sentindo;
- procurar clarear as coisas de forma que tanto conselheiro/a como aconselhando/a
tenham consciência de que entendem o que está acontecendo em cada estágio ou sessão;
- focar e explorar as áreas mais significativas para a pessoa;
- confrontar na medida em que for necessário sempre valorizando a potencialidade da
pessoa;
- a partir da compreensão por meio de insights diagnósticos r ecomendar auxílio
necessário para a solução do problema.
 
Estas aptidões devem ser alvo de toda pessoa que deseja se preparar para o ministério
do aconselhamento de forma holística e desenvolver a capacidade de tr abalhar com pessoas
conduzindo para a cura e libertação com vistas ao crescimento centrado no Espírito para a
restauração da integralidade humana.
O cuidado com as respostas dadas pelo/a conselheiro/a é uma das preocupações do autor
no aconselhamento e apresenta cinco tipos de respostas baseado em Elias H. Porter Jr. e uma
acrescentada pelo próprio Clinibell.
Os seis tipos de respostas são:
INTERPRETAÇO:
APOIO:
AVALIAÇÃO:
Indica a intenção de ensinar,
Indica o propósito de
Um julgamento dos
comunicar algo significativo
?
tranqüilizar e reduzir o
sentimentos da pessoa
ou explicar o porquê. Útil no
sofrimento. Principalmente
com uma sugestão
aconselhamento matrimonial.
em situações de crise as
embutida. Usado em
respostas de apoio são muito
aconselhamento de
importantes.
confrontação.
INDAG AÇÃO:
CONSELHO:
Sugerir abordagens,
Frases que ajudam a
pessoa a responder
ações, crenças ou
questões internas ou
atitudes recomendando
COMPREENSÃO:
como lidar com o
temas para a discussão.
Um retorno à pessoa para que
Usada no
problema. Também útil
saiba queestá sendo ouvida de
aconselhamento
para aconselhamento de
forma empática. Muito importante
confrontação.
educativo de curto prazo.
na fase inicial do aconselhamento.
A seguir um exemplo de como em uma situação de aconselhamento estes tipos de
respostas é útil no caso de uma jovem que demonstra ódio pelo próprio pai sem mesmo
saber o motivo. O autor apresenta os seis tipos de respostas que podem ajudar neste
exemplo específico e ensina como estas respostas podem ser práticas para o
aconselhamento. O tipo de resposta mais escasso entre conselheiros é a de compreensão.
Para pessoas moralistas rapidamente dão respostas de avaliação.
A posição pastoral de autoridade e a tendência a uma resposta pronta e rápida são
perigos para o aconselhamento. Quanto a resposta o/a pastor/a deve ser muito cauteloso/a e
quanto a autoridade deve ter cuidado para não ser repressivo/a ou criar expectativas de
resolver o problema da pessoa fazendo-se continuar dependente e inibindo sua libertação e
crescimento.
Mais uma vez Clinibell insiste em que o aconselhamento seja mais inclusivo e
transcultural denunciando o sexismo racista e classicista tão forte na sociedade e influente
sobre as demais ciências. Para o autor a contribuição de pessoas negras, mulheres,
 
deficientes e de diversas culturas é um grande avanço para a poimênica. Não são apenas
pessoas de cultura anglo-européia, brancos de classe média e do sexo masculino que
precisam e podem fazer o aconselhamento pastoral.
Segundo Clinibell é preciso uma abertura para outros
backgrounds
que é o conteúdo de
conhecimento e experiência de vida trazida por pessoas diferentes. A contribuição de
diferentes tipos de pessoas é um grande avanço para o aconselhamento pastoral porque abre
o leque de alcance deste ministério para pessoas que não têm acesso a outro tratamento
terapêutico. Isso é perceptível na formação de grupos que lutam para atender seus desafios
étnicos e culturais como, por exemplo, os ministérios negros, f eministas, latino-americanos
com a teologia da libertação, associações como os Alcoólicos Anônimos e de deficientes que
têm lutado pela cura e crescimento atingindo pessoas fora do alcance de tradicionais meios
terapia.
Para trabalhar em busca de libertação na vida das pessoas o/a próprio/a conselheiro/a
deve ser alguém liberto de preconceitos raciais, culturais e de gênero. O autor lista uma série
de vantagens para um aconselhamento libertador baseado na abertura pessoal do/a
conselheiro que está livre de estereótipos opressivos da sociedade como o racismo e o
machismo.
Um interessante proposta do autor é a formação de grupos de aconselhamento e auto-
ajuda para discussão em conjunto de problemas sociais e comunitários visando a libertação e
crescimento coletivos. Um exemplo clássico disso são as classes wesleyanas e os CEBs
latino-americanos. Também não pode ser ignorada a contribuição do movimento pentecostal
no Brasil com a formação de inúmeras pequenas comunidades onde são agrupadas pessoas
com origem rural em meio aos grandes centros urbanos. Embora o tipo de aconselhamento
pastoral exercido por este grupo seja muito de avaliação e interpretação faltando
principalmente a compreensão, exercem importante trabalho de crescimento porque seus
adeptos podem vivenciar sua forma de pensar e expressar sua espiritualidade
Um exercício de ensaio da realidade é recomendado no final do capítulo e melhor
esclarecido por uma explicação clara dos papéis do/a paroquiano/a, do/a pastor/a e do/a
observador/a ou monitor/a. O caso deve ser baseado em alguma experiência ou problema
pessoal vivido pela pessoa que representará o/a aconselhando/a. Após a repetição da
atividade trocando os papéis no grupo é importante refletir sobre o que ocorreu à luz do
texto estudado.
 
– Integralidade Espiritual: o cerne da Poimênica e do
Capítulo V
Aconselhamento.
A citação inicial do capítulo leva a crer que o tema que intitula o texto não é uma
novidade. Desde Platão já se pensava na importância da contemplação do espírito para o
crescimento integral do se humano. O/a pastor/a devem ter um faro aguçado para perceber
quando as necessidades de um/a aconselhando/a é de natureza espiritual, bem como
aproveitar os conhecimentos teológico e a experiência religiosa como fomentadores de
crescimento.
Uma pesquisa mostra que raramente um problema de origem espiritual é diagnosticado
inicialmente numa primeira sessão de aconselhamento. Mas contraditoriamente a isso se
descobre posteriormente que muitos problemas têm ao menos vínculo com situações re
religiosidade. Quando o problema de apresentação tem alguma característica religiosa pode-
se diagnosticar uma origem espiritual, mas nem sempre o problema de apresentação é
mostrado com ligação espiritual. No decorrer do aconselhamento pode-se chegar a este
diagnóstico porque problemas espirituais podem estar embutidos em outros sintomas.
Segundo o autor vários estudos demonstram que a principal crise no mundo é a falta de
significado chamada de crise existencial e tem como sintomas emocionais um desequilíbrio
religioso em forma de excesso ou falta de espiritualidade e o medo da morte como fruto de
aceitação quanto sua origem familiar. O aumento de tecnologia e modernidade tem feito a
sociedade quebrar sua ponte histórica e como conseqüncia as pessoas têm perdido seu
sentimento de origem e significado existencial.
Problemas espirituais também são percebidos conjuntamente com problemas familiares.
A ligação entr e a figura paterna e divina é um exemplo: ausência do pai pode ser o motivo
para não crer em Deus ou um pai muito rigoroso pode fazer a pessoa acreditar em um Deus
ditador. Do mesmo modo é possível perceber outras raízes espirituais em problemas
familiares como a má convivência entre irmãos e a dificuldade de comunhão com a igreja.
Problemas religiosos podem ocultar problemas psicológicos e vice-versa. Mas
pesquisadores da área têm preferido acreditar que os problemas psicológicos têm maior
probabilidade de ter uma patologia espiritual. No entanto ao tratar questões espirituais o/a
conselheiro/a pastoral está lidando com o cerne da integralidade humana e tem chances de
alcançar libertação total possibilitando o crescimento.
 
Entretanto o autor chama atenção para não espiritualizar as coisas imediatamente. É
preciso deixar fluir e vir à tona o que está no profundo do/a aconselhando/a. Quando o/a
pastor/a vai direto tratando como problema espiritual pode causar um bloqueio e atrapalhar a
libertação inibindo o crescimento.
Ao falar sobre a
dimensão espiritual em todos os problemas humanos
o autor mostra
que a ansiedade é um sentimento muito presente em todas as fases da vida humana e mais
forte ainda no intervalo entre estas fazes como na adolescência e intervalo da idade adulta
para terceira idade. A ansiedade pode ser per cebida pelo medo da morte, frustração quanto
aos sonhos, falta de sentido para a vida por causa da dificuldade de fazer vínculo com o
passado e um medo do futuro por causa das decepções com o passado.
Para Paul Tillich a ameaça da ansiedade existencial que toca a heran a da finitude no
ser humano quando este tem a consciência de sua finitude. Este medo do não-ser e tem três
formas: ameaça de destino e morte, culpa e condenação e vazio e perda de sentido tendo no
âmago destes sintomas o medo de não-ser
10
.
Ansiedade existencial:
Segundo Paul Tillich
Ameaça de
Destino e
Morte
MEDO
de
NÃO-SER
Culpa e
Vazio e perda
condenaço
de Sentido
10
Diagrama feito par ilustrar o pensamento do autor na página 103.
 
Clinibell chama aten ão que a ansiedade existencial a mat ria prima,o protótipo e o
manancial e outras ansiedades e que não h respostas psicológicas ou psicoterápicas para a
ansiedade existencial
11
.
Contudo a religião é uma forma de enfrentar a ansiedade existencial e presta o
importante serviço de dar sentido à vida quando prega o perdão para o passado e esperança
pra o futuro. Entretanto segundo Paul Tillich o impacto religioso poder ter duas formas de
conseqüncias: destrutiva ou patogênica e a criativa ou salugênica.
Vejamos a diferença entre estas duas
Religiosidade
Destrutiva ou patogênica:
Qualquer forma de idolatria que se
Religiosidade
torne uma preocupação
Criativa ou salugênica:
incondicional como a deificação de
Uma religião aberta que incrementa
posses, saúde, sucesso, álcool, o
a vida e capacita a enfrentar a
estado ou uma instituição como a
ansiedade existencial ao invés de
igreja. Uma religiosidade repressiva
fugir dela. Ensina a transcender a
leva a fugas através da negação do
transitoriedade em busca da fé na
ser manifestam em forma de
eternidade. Uma vida religiosa
neuroses mutiladoras. Uma
autêntica ajuda a pessoa a perceber a
religiosidade patogênica produz
imagem de Deus dentro de si a
doença e bloqueia o crescimento.
aceitar sua existência.
Manifesta-se em formas rígidas,
Uma religiosidade criativa ou
autoritárias e que negam a realidade.
salugênica respeita a realidade,
produz comunhão com Deus e com
as pessoas e diz um sim à vida acima
de tudo.
formas de religiosidade
12
:
Ao descobrir qual tipo de religiosidade está sendo vivida pelo/a aconselhando/a é
possível perceber como está sua vida espiritual facilitando o diagnóstico. Uma religiosidade
saudável é diagnosticada por conduzir o ser humano para cima, elevando para o
transcendente e Divino. E uma religiosidade prejudicial pode ser per cebida por rebaixar a
humanidade através da negação de sentimentos e valores humanos em rígida obrigação a
regras e exigências moralistas.
O autor se baseia no pensamento de Paul Tillich para falar das necessidades básicas do
ser humano que não são apenas num sentido religioso institucional, mas algo inerente à
própria existência humana. O objetivo da religião de vê ser ajudar a satisfazer as
11
Página 104.
12
Página 104, 105 e 107.
 
necessidades espirituais humanas. Não há como separar do ser humano a sua espiritualidade.
É a sua dimensão vertical como afirma Tillich.
O objetivo do aconselhamento relativo a problemas religiosos numa visão holística
centrada no Espírito é ajudar as pessoas a potencializar sua libertação e crescimento a partir
de sua espiritualidade e atingindo todos outros aspectos de sua vida. O crescimento acontece
através de um saudável relacionamento com Deus, com as pessoas ao redor e com a
natureza. Para isso é preciso satisfazer as necessidades espirituais básicas não só num
sentido religioso e sim humano pela compreensão integr al do ser com sua centralidade
espiritual.
Clinibell enumera nove necessidades espirituais básicas
13
:
1. Filosofia de
vida com sistema
de crenças e
símbolos que
9. Pertencer a uma
2. Imagens e
dêem sentido a
comunidade
valores que
vida.
solícita que nutre
criativos para
e sustenta a
orientar
jornada espiritual.
construtivamente
o estilo de vida
8. Buscar
3. Compromisso e
„experiências-
relacionamento
pico”
ou
com um Deus
momentos de
amoroso que
transcendência
integra e ativa a
espiritual.
vida.
4. Desenvolver o
7. Desenvolver
formas de reduzir
self
interior ou a
o narcisismo
alma como centro
alienador e
de todo o ser.
fortalecer a auto-
estima.
6. Descobrir
5. Renovar a
modos de passar d
confiança básica
alienação da culpa
para ter esperança
para a
em meio a perdas
reconciliarão do
e tragédias.
perdão.
Para atingir o crescimento necessário é preciso deixar alguns conceitos cômodos e ir à
busca de respostas que satisfaçam as necessidades espirituais profundamente. No
aconselhamento é pr eciso ajudar as pessoas a procurar estas respostas e não entregar
13
Página 106.
 
respostas prontas. A busca por respostas aos anseios interiores faz parte do processo de
libertação e crescimento. Por isso deve-se ter cuidado com imposição de verdades
cristalizadas que impedem a pessoa de questionar e raciocinar aprisionando a mente num
mundo religioso sem poder enxergar horizontes mais distantes.
Segundo o autor quando a pessoa tem uma experiência-pico consegue transcender sua
finitude e atinge o sentimento de satisfação existencial alcançado quando a se sente em
harmonia com o universo. Isso chamado por Maslow de sentimento oce nico que
permite a pessoa estar ligada a todos os outros =continentes‘ ao mesmo tempo no sentido de
que o espírito da pessoa tem acesso a todas as outras áreas de sua integralidade.
O ser humano precisa constantemente de orientação para sua vida. Em toda a história da
humanidade os líderes têm uma importante função para orientação. Até mesmo na igreja
sempre foi necessário uma liderança para dirigir a congregação. Neste sentido Clinibell
destaca a importância do/a conselheiro/a pastoral como um/a guia espiritual para o/a
aconselhando/a. Essa direção espiritual deve acontecer como um meio de orientação para
evitar autoritarismo que bloqueia o crescimento.
Com o objetivo de enfatizar a importância da direção ou =guia‘ espiritual, o autor faz
uma explicação de semelhanças e diferenças entre direção espiritual e psicoter apia secular
baseado no pensamento de Ruth Barnhouse
:
14
Semelhanças e Diferenças
Direço Espiritual Psicoterapia Secular
entre Direção Espiritual e
Psicoterapia Secular
Critério de avaliação: o
Critério de avaliação: as
relacionamento da
mudanças no ser interior
pessoa com Deus e com
e nos relacionamentos
a comunidade cristã.
da pessoa.
Diferenças
Faz distinço entre alma
Não faz distinço entre
e psique enfocando a
alma e psique e às vezes
integr alidade dos valores
ignora os valores
orientada para questões
espirituais.
de saúde espiritual.
Motivação interior para mudar
Uma pessoa mais objetiva (terapeuta ou orientador)
para ajudar a identificar áreas cegas na percepção
Semelhanças
Lidam com questões específicas e singulares na
vida das pessoas
Exigem treinamento na técnica de escolher
14
Quadro formado conforme conteúdo da página 111.
 
Estes fatores comprovam a relevância da direção espiritual como forma eficaz de
aconselhamento principalmente por contemplar a integralidade humana centrada no espírito
e acontecer em meio a um grupo de relacionamentos que é a comunidade de fé.
Em um mundo secularizado onde a individualidade é supervalorizada, a aceitação de
uma direção espiritual é um desafio para a poimênica. Principalmente porque até mesmo a
religião absorveu estas car acterísticas seculares individualistas tomando forma de uma
religião de consumo e perdendo valores de serviço e comunhão com o próximo. Entretanto
o/a conselheiro/a como diretor/a espiritual tem a capacidade de reunir pessoas para viver
uma vida comunitária visando à mútua satisfação de suas necessidades.
Sobre como diagnosticar o problema de origem espiritual o autor orienta ao/a
conselheiro/a a não ter receio de perguntar sobre questões espirituais ou sentimentais que
tenham raízes no espírito como a culpa, o rancor e o medo da morte, por exemplo. Após
diagnosticar uma questão de cunho espiritual deve-se conduzir a pessoa quebrantada a um
momento de cura para que possa se sentir livre para crescer.
Clinibell pontua dois níveis no processo do aconselhamento
:
15
Níveis no processo do
aconselhamento pastoral
Ajudar as pessoas a enfrentar seus
problemas ou crises
Encorajar a examinar questões espirituais
.
causadoras dos sintomas
A partir da compreensão das causas fundantes dos problemas espirituais e sua seqüente
cura

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