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parte 7

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PSICOLOGIA DO 
DESENVOLVIMENTO 
DA ADOLESCÊNCIA AO 
ENVELHECIMENTO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Definir o conceito de adultez e o desenvolvimento físico do adulto jovem.
 > Caracterizar os desenvolvimentos cognitivo, psicossocial e de personalidade 
de um jovem adulto.
 > Identificar como são estabelecidos relacionamentos interpessoais na adultez 
jovem.
Introdução
A idade adulta provavelmente é a fase mais esperada do desenvolvimento. Quando 
se é criança e, sobretudo, quando se é adolescente, pensa-se muito acerca da ideia 
de finalmente alcançar as almejadas liberdade e autonomia. Sem dúvidas, é uma 
fase ansiada; porém, não é isenta de desafios. De fato, é a etapa da vida em que 
muitas mudanças definitivamente ocorrem: a cisão com os pais, o ingresso no 
mercado de trabalho, o início de uma graduação ou de outro tipo de formação 
profissional, a construção de relações conjugais e, muitas vezes, até mesmo a 
maternidade/paternidade. 
Veja, portanto, que essa etapa do desenvolvimento é repleta de alterações na 
vida do indivíduo, de forma que, no seu psicológico, ocorre um desenvolvimento 
Desenvolvimento 
físico, cognitivo 
e psicossocial do 
jovem adulto
Igor Boito Teixeira
cognitivo mais avançado em contraponto ao físico, que praticamente permanece 
o mesmo da adolescência. Por sua natureza intrinsicamente transformadora, essa 
fase pode não ser fácil. Além disso, é a etapa em que a criação recebida dos pais 
mais refletirá na personalidade final do indivíduo e nos seus relacionamentos 
amorosos. 
Neste capítulo, você vai aprender como ocorre a passagem da adolescência 
para a vida adulta, com destaque para como se dá o desenvolvimento físico e os 
aspectos de saúde de um jovem adulto. Além disso, você verá, em detalhes, as 
teorias de formação da personalidade e o desenvolvimento psicossocial do adulto, 
bem como teorias sobre o amor e as bases dos relacionamentos dos jovens adultos.
A fase adulta: início e desenvolvimento
É inerente à vida de qualquer ser vivo a passagem por diferentes etapas do 
desenvolvimento, e o ser humano não é diferente: ele passa por fases distintas 
até o final da sua existência. Tudo começa na infância e, quando chega a tão 
aguardada puberdade, ocorre a transição para a adolescência. A puberdade 
implica maturidade sexual. Biologicamente, esse indivíduo já tem qualidades 
de um adulto; porém, socialmente, ele ainda não é posto como adulto. 
A adolescência é um fenômeno da sociedade ocidental moderna. De fato, 
a fase que precede a adulta nem sempre existiu, mas foi sendo moldada a 
partir do século XIX. O psicanalista italiano Contardo Calligaris (2009) postula 
a adolescência como uma moratória implementada pela sociedade moderna, 
na qual o indivíduo é fisicamente apto para amar, trabalhar e se reproduzir. 
No entanto, nem tudo isso lhe é permitido. 
Não existe um marco específico em questão de idade que seja o respon-
sável pela transição para a fase adulta; o que existem são alguns postulados 
sociais que indicam o que é ser um adulto. Alguns exemplos incluem tornar-se 
financeiramente independente, constituir uma família, ter uma formação 
e/ou ingressar no mercado de trabalho. Esses exemplos fazem parte da 
visão social, partindo, principalmente, do senso comum; porém, ser adulto 
contempla mais do que isso. 
Acredita-se que atingir definitivamente a maturidade psicológica ocorre 
em uníssono com descobrir a própria identidade, ter responsabilidade pessoal 
e autocontrole, e ponderar decisões de forma coerente (PAPALIA; MARTORELL, 
2022). Cada grupo social tem os seus marcadores de passagem, que sinalizam 
a transição de uma fase do desenvolvimento a outra. O ingresso na vida 
adulta comumente é associado com o fim da escolarização e a entrada no 
Desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial do jovem adulto2
mercado de trabalho, mas alguns estilos de vida emergentes têm mudado essa 
caracterização, que ainda se encontra atrelada à faixa etária (PETRÓ, 2018). 
De fato, é cada vez mais comum que jovens acima dos 20 anos de idade 
não sejam financeiramente independentes, sejam por questões sociais ou 
familiares. Muitos não atingem o papel de adulto “estável e produtivo” em 
uma idade em que já se espera que tenha atingido. Isso foi chamado, por 
muito tempo, de adolescência tardia. Entretanto, esse termo teve que ser 
revisto, visto que existem diferenças claras entre esses jovens em formação 
e adolescentes púberes. Dessa forma, aqueles pertencentes a essa fase da 
vida, independentemente do alcance de sucesso acadêmico ou financeiro, 
vêm sendo denominados adultos emergentes (RIBEIRO, 2007). 
O período da adultez emergente é claramente caracterizado por 
alterações mais subjetivas do que sociais e materiais. Mesmo que 
ainda resida com os pais, o sujeito desenvolve individualização e modifica 
as suas relações familiares, começa a ter responsabilidade pelas suas ações 
e autonomia de escolha. O jovem adulto é um sujeito que está em busca de 
identificar-se profissionalmente, de aprimorar-se em relação à sua autonomia e 
às suas tomadas de decisão profissionais e pessoais, tornando-se socialmente 
ativo (FREIRE; BRESOLIN, 2020). 
É difícil determinar limites etários para cada fase da vida. A idade de um 
indivíduo é de incontestável importância descritiva ao se tratar de desenvol-
vimento cognitivo, pois existe um referencial médio. O adendo a ser feito é 
que, como sujeitos singulares, cada pessoa entrará em determinada fase da 
vida de acordo com a sua história e a sua individualidade (COLL; MARCHESI; 
PALACIOS, 2004). Grosso modo, as fases da vida de um indivíduo podem ser 
segmentadas da seguinte forma: 
1. infância (0-12 anos);
2. adolescência (12-20 anos);
3. idade adulta emergente (20-26 anos);
4. idade adulta inicial (26-40 anos);
5. idade adulta intermediária (40-65);
6. idade adulta tardia (65-75 anos);
7. velhice tardia (acima de 75 anos). 
Quando agregadas as fases adulto emergente e adulto inicial, também se 
tem a denominação jovem adulto.
Desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial do jovem adulto 3
Quando se fala em transição da adolescência para vida adulta, muitas vezes 
a primeira palavra que desponta é independência. O pediatra e psicanalista 
inglês Donald Woods Winnicott (1896-1971) propôs três categorias de depen-
dência para descrever o processo de independência de um indivíduo. Essas 
fases não são lineares; há, sobretudo, possibilidade de recuo dependendo 
da situação. Veja cada fase em detalhes a seguir (WINNICOTT, 1983).
 � A dependência absoluta se dá na fase inicial de desenvolvimento, 
quando um bebê é totalmente dependente dos cuidados parentais. 
Nesse estágio, a criança não consegue ter consciência dos cuidados 
que recebe. 
 � O próximo estágio é a dependência relativa, que emerge por volta 
dos 6 meses de vida e aproxima-se dos 2 anos. É o período no qual o 
bebê entende que é dependente de cuidados e, dessa forma, consegue 
utilizar recursos (mesmo que mínimos) quando os pais se ausentam 
por um breve período. 
 � Conforme a criança vai crescendo e entendendo o mundo ao redor 
de si, vai desenvolvendo autonomia dos pais mesmo para as tarefas 
básicas e entra na última fase: rumo à independência. Essa fase vai se 
perpetuar até o final da vida do indivíduo, visto que a independência 
absoluta não é possível. De fato, os sujeitos necessitam de interação 
com o ambiente para seguirem as suas vidas. 
A autonomia intelectual é fortemente ligada à independência. Poder 
pensar por si e expressar-se segundo as suas vontades é um fenômeno 
que se inicia na infância. Com a busca por uma referência interna, a criança 
começa a questionar os fatores que aparecem. Dessa forma, vai desenvol-
vendo a sua autonomia intelectual até que, na idade adulta, pode agir por 
si mesma. O desenvolvimento do pensamento autônomo em uma criança é 
facilitado quando ela está inserida em uma família que aceita e convive com 
as diferenças de pensamento e com questionamentos. Caso contrário, esse 
desenvolvimentopode ser atrasado ou prejudicado (PAIVA, 2020). 
Visto que independência e autonomia são palavras-chave para caracte-
rizar um jovem adulto, podemos afastar as questões financeiras e de cons-
trução de família própria. Atualmente, com o crescimento de desemprego, 
subempregos, a recomposição familiar e o aumento da expectativa de vida, 
a normatividade das fases da vida está sendo minada e, consequentemente, 
reestruturada. Dessa forma, as trajetórias de vida se encontram cada vez 
mais individualizadas, necessitando que os sujeitos se adaptem às condições, 
Desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial do jovem adulto4
conseguindo reconfigurá-las e optar pelas escolhas que têm a maior possi-
bilidade de trazer bons resultados à sua realidade (FERREIRA; NUNES, 2010). 
Alterações físicas e questões de saúde
A mudança essencial que faz de um ex-adolescente um adulto está, então, 
contida na sua forma de ver e relacionar-se com o mundo, de ter uma identi-
dade e autonomia intelectual, sendo, assim, responsável por si e pelas suas 
escolhas. Tendo sido um adolescente que passou pela puberdade há pelo 
menos uma década, esse indivíduo já é maduro sexualmente e já atingiu as 
suas composição corporal e estatura máxima; porém, neurologicamente, 
ainda há mudanças acontecendo. 
Os córtex frontais são responsáveis por comportamentos característicos 
da maturidade: raciocínio abstrato, controle de impulsos, ponderar decisões, 
comportar-se socialmente, entre outros comandos superiores. Essa área do 
cérebro é imatura durante a infância e vai amadurecendo a partir da puber-
dade. Os dendritos e sinapses são reorganizados, gerando mais estabilidade 
e funcionalidade. É um processo que, apesar de ocorrer majoritariamente na 
adolescência, costuma atingir a idade adulta, podendo seguir até entre 30 e 
40 anos (HERCULANO-HOUZEL, 2015). 
Retomando o tema do desenvolvimento físico, geralmente os indivíduos 
têm boas condições físicas e de saúde nessa fase da vida. Essas condições 
podem ser influenciadas por fatores genéticos e comportamentais, que, na 
maioria das vezes, passam a expressar os problemas de saúde já na meia-
-idade (adulta intermediária). 
As doenças crônicas com fundo genético afetam uma parcela significativa 
da população. As mais comuns são obesidade, hipertensão e alguns tipos de 
câncer. Além disso, os hábitos de um indivíduo têm uma grande influência na 
sua saúde e no seu bem-estar. Fatores como dietas inadequadas, sedentarismo 
e tabagismo são hábitos bastante prejudiciais em médio e longo prazo para os 
adultos ascendentes. Sobretudo, a prática de atividade física, aliada a dietas 
balanceadas, tem grande impacto na manutenção da saúde física e mental, 
uma vez que neurotransmissores reguladores de ciclos, como a serotonina, 
são liberados durante a realização dos exercícios. Ademais, dietas balanceadas 
e exercício físico têm a capacidade de melhorar a qualidade do sono, o que 
favorece a regulação do sistema nervoso central e diminui a incidência de 
problemas psicológicos (PAPALIA; MARTORELL, 2022).
Com relação à saúde mental, existem fatores bem relevantes a serem 
considerados na condição do jovem adulto. O estresse é uma condição cada 
Desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial do jovem adulto 5
vez mais recorrente, visto que é uma fase em que existem preocupações de 
âmbito pessoal e profissional quanto a tomadas de decisões e inseguranças 
pelo futuro. De fato, é um momento crítico, pois trata-se de mudanças alta-
mente significativas. Durante a adolescência, pensava-se no futuro; na idade 
adulta é tempo de colocar em prática as decisões tomadas. 
Além disso, muitos jovens se encontram sobrecarregados por jornadas 
duplas de trabalho associadas a estudos. Essa sobrecarga leva ao estresse, 
que favorece comportamentos de risco como tabagismo e consumo excessivo 
de bebidas alcoólicas, além de poder levar o indivíduo a adotar uma dieta 
inadequada. A falta de sono com qualidade e duração adequadas também 
interfere bastante na saúde tanto física quanto mental desses indivíduos. A 
faixa etária entre 20 e 30 anos costuma estar engajada em muitas atividades, 
aliadas com problemas familiares e acadêmicos, resultando em uma alta taxa 
de insônia entre jovens adultos (PAPALIA; MARTORELL, 2022). 
O início da vida adulta, assim como a adolescência, é um período bastante 
suscetível a transtornos depressivos. Os jovens adultos que os apresentam 
geralmente já haviam sido por eles acometidos durante a adolescência (PA-
PALIA; MARTORELL, 2022). Em geral, jovens adultos que estão passando por 
problemas psicológicos apresentam sinais de esgotamento, ansiedade e de-
pressão, falta de confiança e estresse incessante. Um dos elementos relatados 
é a necessidade de atender às demandas dos pais, acima das próprias, em 
conjunto à descrição de preocupações exacerbadas relacionadas aos pais. 
Isso acarreta uma dificuldade no processo de cisão pais-filhos, levando ao 
atraso no desenvolvimento pessoal e profissional autônomo. Algumas vezes, 
esses processos indicam uma inversão geracional, caracterizada pela paren-
talização, que é uma distorção das relações familiares, de modo que o filho 
acaba adotando a postura de responsabilidade parental (MELLO et al., 2020).
Outro fator importante da saúde do jovem adulto é atrelado aos seus 
comportamentos sexuais. Estudos apresentados por Papalia e Martorell 
(2022) demonstram que os adultos iniciais tendem a ter mais parceiros sexuais 
que os indivíduos em outras fases etárias e que pessoas que iniciam a sua 
vida sexual durante essa fase têm menos envolvimento em comportamentos 
sexuais de risco em comparação a indivíduos que a iniciaram na adolescência. 
Esses comportamentos possivelmente danosos implicam, por exemplo, manter 
relações sexuais sem o uso de preservativos ou outros métodos contracepti-
vos, acarretando a aquisição de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) 
e uma gravidez indesejada. 
Desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial do jovem adulto6
Outros estudos apresentados por Papalia e Martorell (2022) indicam que 
a população de adultos emergentes tem taxas de ISTs mais elevadas do que 
as outras faixas etárias. Índices de ISTs e comportamentos sexuais de risco 
estão vastamente associados a outros comportamentos de risco, como abuso 
de álcool e de outras substâncias psicoativas. Assim, trata-se de assuntos 
pertinentes, que devem servir como base para desenvolver programas de 
prevenção a problemas de saúde. De fato, a incidência de ISTs está aumen-
tando em várias regiões do Brasil nos últimos anos, tornando-se um assunto 
imprescindível na promoção da saúde.
O termo IST foi aderido em substituição ao termo doença sexualmente 
transmissível (DST), visto que a palavra “doença” requer a apresen-
tação de sintomas (que, muitas vezes, não ocorrem nos primeiros momentos 
da infecção). Usar o termo IST, então, possibilita uma melhor compreensão de 
que pode ser transmitida sem apresentar sintomas. 
Nesta seção, você viu como ocorre o ingresso na idade adulta e quais são 
as principais questões do desenvolvimento e da saúde física e mental de um 
jovem adulto. A seguir, você lerá sobre o desenvolvimento cognitivo, moral e 
de personalidade dos jovens adultos. 
A cognição do jovem adulto
Como foi visto, a adolescência é uma fase disruptiva, caracterizada por inú-
meras mudanças físicas e cognitivas. No entanto, o desenvolvimento humano 
não para nela. A partir da adolescência, não se tem mais um desenvolvimento 
determinado pela idade cronológica, que, biologicamente, prevê a idade 
adulta como um platô, em que não há mais mudanças. O desenvolvimento 
na fase adulta encontra-se na idade psicológica e social, pois a idade adulta 
é igualmente aberta e sensível a influências que a alterem evolutivamente. 
Embora haja regressos de desenvolvimento na idade adulta e na velhice, 
também existem acréscimos e aquisições que permitem caracterizá-las como 
etapas evolutivas como a adolescência, mesmo que tenhamcaracterísticas 
distintas. Os adultos são capazes de manter bons níveis de desenvolvimento 
cognitivo e, consequentemente, de aprendizagem. Sobretudo, jovens adultos 
ainda têm a capacidade de dividir o seu foco entre diversos estímulos distintos 
(COLL; MARCHESI; PALACIOS, 2004).
Desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial do jovem adulto 7
Grande parte das pesquisas acerca do desenvolvimento cognitivo 
realizadas durante o século XX não enfoca a fase adulta. Portanto, 
é um período carente de algumas elucidações e pesquisas mais amplas.
Um dos grandes teóricos da psicologia do desenvolvimento, Jean Piaget 
(1896-1980), ao criar a sua teoria do desenvolvimento cognitivo, postulou que 
a última etapa (período operatório formal) se concretiza na adolescência, 
quando a cognição de um indivíduo atinge o seu ápice e não avança mais. 
Alguns teóricos se opuseram a Piaget, alegando que as mudanças cognitivas 
se estendem continuamente após a chegada à idade adulta. Um deles foi 
John Dewey (1859-1952), que definiu o conceito de pensamento reflexivo, uma 
forma complexa de cognição alcançada entre os 20 e 25 anos. Pensadores 
reflexivos já ultrapassaram o estágio operatório-formal, de forma que podem 
elaborar mentalmente sistemas complexos combinando mesmo concepções 
que pareçam discrepantes (por exemplo, agrupar conceitos diversos de uma 
área da ciência em uma teoria una e resumida, que explica diferentes coisas) 
(PAPALIA; MARTORELL, 2022). 
Trabalhos feitos a partir da década de 1970 indicam a existência de um 
pensamento pós-formal, que é mais complexo que o formal descrito por 
Piaget na medida em que tem a habilidade de operar com tolerância, con-
tradição, inconsistência e imperfeição. Esse pensamento é individualista e 
flexível, permitindo a transcendência por um sistema lógico e a conciliação de 
ideias conflitantes. O pensamento pós-formal é caracterizado como dialético 
por Michael Basseches, que, utilizando as ideias da dialética de Karl Marx, 
caracterizou-o como um empenho para entender o mundo, tendo o desenvol-
vimento como produto da interação com a mediação. O pensamento formal 
é estruturado de forma sistemática, e o dialético compõe-se de constantes 
ambíguas que interagem e são mediadas, o que contribui para a evolução 
sociocognitiva do indivíduo (PAPALIA; MARTORELL, 2022).
Uma das qualidades pertencentes aos adultos consiste na inteligência 
emocional. Esse termo foi criado por Peter Salovey e John Mayer para designar 
a capacidade de perceber, usar, entender e regular as emoções, sejam elas 
próprias ou alheias, a fim de atingir determinados objetivos. Essa caracte-
rística é proveniente do desenvolvimento psicológico e é extremamente útil 
para lidar com ambientes de socialização (PAPALIA; MARTORELL, 2022). 
Para que a inteligência emocional fosse mensurada, foi criado o teste 
psicológico de Mayer-Salovey-Caruso (MSCEIT, do inglês Mayer-Salovey-Caruso 
emotional intelligence test). Resultados de pesquisas com universitários 
Desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial do jovem adulto8
demonstram que a qualidade dos relacionamentos interpessoais é propor-
cional ao nível de inteligência emocional. Jovens com pontuações mais altas 
apresentaram relacionamentos mais positivos tanto com familiares quanto 
com amigos. Contudo, não são apenas os relacionamentos pessoais que essa 
qualidade aprimora. Há estudos que demonstram que, em ambientes de 
trabalho, aqueles que têm maior pontuação no MSCEIT são mais bem avalia-
dos por colegas e supervisores em quesitos como sociabilidade, liderança e 
capacidade de lidar com conflitos (PAPALIA; MARTORELL, 2022).
Personalidade e desenvolvimento moral
A idade adulta é alcançada a partir da criação e do entendimento de uma 
identidade, da autonomia; para o psicólogo analítico Carl Gustav Jung (1875-
1961), da personalidade. Para o autor suíço, o indivíduo só se torna o ideal 
do adulto quando expressa personalidade, sendo esse o marco final do 
desenvolvimento. 
A personalidade se dá quando o sujeito passa pelo processo de indivi-
duação, que é a relação do seu eu com o inconsciente indiferenciado, em 
que fatores inatos reagem e englobam-se com as experiências vividas pelo 
sujeito, levando à efetuação do si mesmo. Jung (1972) afirma que crianças, 
apesar de terem uma psique individual, só se tornarão independentes a 
partir da puberdade. Assim, crianças são apenas reprodutoras do ambiente 
doméstico e escolar aos quais pertencem, estando sempre sob constante 
influência externa. 
A criança tem um germe de personalidade que só poderá ser desenvolvido 
paulatinamente no decorrer da sua vida, com o emprego de determinação, 
inteireza e maturidade. Uma criança não pode desenvolvê-la porque essas 
três características não são naturais a ela; caso as desenvolva, perderá a 
sua infantilidade, sendo artificialmente precoce. Segundo Jung (1972), esse 
germe de personalidade, inato, é de difícil e até impossível interpretação, 
manifestando-se pela ação do indivíduo sendo quem ele é de verdade. Quando 
ocorre o desenvolvimento da personalidade, naturalmente há o afastamento 
de ligações inconscientes infantis. Há, na personalidade, o ideal de adulto, 
pois se vê totalidade psíquica, posse de decisão, resistência e força.
Existem, sobretudo, quatro diferentes teorias psicossociais que abordam 
o desenvolvimento da personalidade no adulto:
1. modelos do estágio normativo;
2. modelo do momento dos eventos;
Desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial do jovem adulto 9
3. modelos de traço;
4. modelos tipológicos. 
Modelos do estágio normativo indicam que os indivíduos adultos seguem 
um padrão de alterações psicossociais e, consequentemente, de personali-
dade conforme a sua idade. Por se tratar de mudanças comuns à maioria dos 
indivíduos de uma população, são chamadas de normativas. Ocorrem de forma 
sucessiva e acompanham as expectativas sociais vigentes naquela cultura. 
Basicamente, são uma sequência de mudanças psicossociais definidas por 
meio da idade e da expectativa cultural. 
Por sua vez, o modelo do momento dos eventos não se apoia na idade para 
analisar o desenvolvimento da personalidade no adulto, mas sustenta que o 
desenvolvimento psicossocial ocorre dependendo de eventos específicos que 
se passarão. Esses eventos são chamados de eventos de vida normativos e 
também são correspondentes a cada cultura (casar-se, ter filhos, aposentar-se, 
entre outros). Infere-se que as pessoas têm consciência da idade e do relógio 
social que dita as expectativas comuns. Se esses eventos não ocorrerem em 
momentos culturalmente esperados, pode haver situações de estresse, que 
podem fazer eventos inesperados ocorrerem. 
Já os modelos de traço consistem em cinco fatores que são subjacentes 
aos grupos de traços (PAPALIA; MARTORELL, 2022): 
1. neuroticismo;
2. extroversão;
3. abertura para o novo;
4. conscienciosidade;
5. amabilidade. 
Cada grupo de traços tem diferentes facetas e características, conforme 
resumido no Quadro 1.
Desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial do jovem adulto10
Quadro 1. Grupos de traços e as suas diferentes características
Grupo de traços Características Facetas
Neuroticismo Indica instabilidade 
emocional.
Ansiedade, hostilidade, 
depressão, insegurança, 
impulsividade e 
vulnerabilidade.
Extroversão Indica impulsividade e 
alta expressividade.
Acolhimento, 
gregariedade, 
assertividade, atividade 
e busca por sensações 
fortes e emoções 
positivas.
Abertura para o novo Indica disposição para 
abraçar novas ideias e 
tentar coisas inéditas.
Não tem.
Conscienciosidade Indica competência, 
organização, 
respeito, cautela e 
disciplina. Pessoas 
empreendedoras.
Não tem.
Amabilidade Indica pessoas 
confiantes, altruístas, 
obedientes, modestas e 
facilmente seduzíveis.
Não tem.
Estudos baseados nos modelos de traço demonstram que há mudanças 
e continuidades entre os traços demonstrados por cada indivíduo entre a 
adolescência e os 30 anos. A partir dessa idade,as mudanças se tornam 
lentas, e isso é associado com o amadurecimento. 
A última das quatro teorias é a dos modelos tipológicos, que procura 
elaborar as pesquisas sobre traços e estudar a personalidade como uma 
unidade funcional. As pesquisas desse campo identificaram três persona-
lidades possíveis: 
1. egorresiliente;
2. supercontrolado;
3. subcontrolado. 
Os egorresilientes têm mais plasticidade sob estresse, controlam o ego e 
têm mais autocontrole. São pessoas mais independentes e focadas nas suas 
Desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial do jovem adulto 11
tarefas. Além disso, são prestativas e articuladas. Já o indivíduo supercontro-
lado é quieto e ansioso, procura manter as suas ideias apenas para si, evita 
conflitos e é mais suscetível à depressão. Por fim, os subcontrolados são 
mais ativos e impulsivos, distraem-se facilmente e são enérgicos. A resiliência 
do ego vai interagir com o controle do ego, determinando o comportamento 
adaptativo ou mal adaptativo (PAPALIA; MARTORELL, 2022). 
O desenvolvimento moral, por sua vez, será edificado em conjunto ao 
desenvolvimento da personalidade, iniciando-se com o desenvolvimento 
da consciência ainda durante a infância, quando os primeiros ensinamentos 
morais vão sendo agregados à personalidade primária por processos psíquicos 
(uma vez que ainda não há consciência formada). Entretanto, segundo a teoria 
de Lawrence Kohlberg, os julgamentos morais se tornam mais complexos na 
idade adulta. Nesse âmbito, a moralidade se chama pós-convencional e é 
totalmente baseada em princípios concomitantes com a própria experiência 
do indivíduo (LINS; SOUZA, 2018). Assim, situações vivenciadas podem levar 
indivíduos adultos a repensarem os seus parâmetros de justiça. Por exemplo: 
um indivíduo que já sofreu com fome e desnutrição tende a achar justificável 
que um pai roube alimento em supermercados para os seus filhos. Os ambien-
tes frequentados por esses sujeitos também moldarão as suas concepções 
morais. Jovens que frequentam a igreja são menos propensos a mentir, por 
exemplo, pois a condenação desse ato é uma crença moral individual intrínseca 
ao ambiente (PAPALIA; MARTORELL, 2022). 
Nesta seção, você viu como ocorrem o desenvolvimento da personalidade, 
o desenvolvimento moral e o desenvolvimento da cognição no adulto inicial. 
A seguir, você verá como eles se relacionam entre si e conhecerá algumas 
teorias do amor. 
As relações interpessoais no início da vida 
adulta
Os humanos são seres gregários, ou seja, são uma espécie feita para for-
mar comunidades e viver entre pares. Desenvolver relações interpessoais é 
natural para a maioria das pessoas, e o estabelecimento de boas relações 
sociais é essencial para que o jovem adulto tenha bem-estar psicológico e, 
consequentemente, uma boa saúde mental. Pode-se dizer que o relaciona-
mento com os pais (ou cuidador) é o primeiro que a criança estabelece na 
sua vida, e geralmente esse relacionamento se perpetua até a idade adulta. 
As figuras parentais são constituidoras da maior base social de uma criança, 
Desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial do jovem adulto12
e essas ligações muito contribuirão para as competências sociais adquiridas 
futuramente, na fase de jovem adulto. 
Ao final da adolescência, ocorre o processo de individuação (separação) 
das figuras parentais. É uma etapa fundamental do crescimento humano e 
afeta o funcionamento adaptativo ao longo do ciclo de vida. Essa cisão ocorre 
visando à autonomia e à independência do jovem adulto. Por consequência, 
alterará a forma como se dá a sua relação com os pais. Se as figuras de vin-
culação forem facilitadoras nesse processo de independência, ele será mais 
fácil e mais saudável. De fato, a qualidade desse processo afetará as relações 
que o jovem virá a formar com os seus semelhantes (GRANJA; MOTA, 2018). 
A relação que o jovem adulto estabelece com os pais ao iniciar nessa etapa 
é algo totalmente novo a ambos. Quando os pais não conseguem reconhecer 
essas alterações, isso pode prejudicar o desenvolvimento dos seus filhos. 
Os recém-adultos, mesmo alcançando a sua independência, ainda procuram 
pelo apoio dos pais, pois necessitam de aceitação, e o apego se encontra 
presente nessa relação. Um estudo mencionado por Papalia e Martorell (2022) 
mostra que relacionamentos positivos no início da adolescência entre pais 
e filhos tendem a manter-se e se tornarem relacionamentos adultos menos 
conflitantes. Essa pesquisa também sugere que há melhor relação entre os 
pais e filhos jovens quando os filhos estão trilhando um percurso de vida 
conforme o que é aguardado e ainda não têm os próprios filhos. Nos casos de 
adultos que ainda moram com os pais, o relacionamento pode tornar-se mais 
dependente e, muitas vezes, mais conflituoso (PAPALIA; MARTORELL, 2022).
A tendência de os jovens viverem com os pais até por volta dos 30 
anos está crescendo mundialmente, sobretudo em decorrência do 
desemprego e da busca por uma formação acadêmica mais longa (PAPALIA; 
MARTORELL, 2022). 
O termo vinculação, citado anteriormente, caracteriza-se como o laço 
afetivo que se estabelece entre a criança e o seu cuidador principal. Esse 
laço consistirá, durante a infância e a juventude, em uma base de proteção 
e conforto. A teoria da vinculação tem um papel importante, relacionando os 
estilos parentais e as formas como os jovens se relacionam na sua vida afetiva. 
Há um modelo dos estilos parentais que tem duas variáveis: exigência e 
responsividade. Exigência compreende atitudes que controlam o comporta-
mento dos filhos e estabelecem regras. Já a responsividade compreende as 
atitudes compreensivas demonstradas, expressando autoafirmação, apoio 
Desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial do jovem adulto 13
emocional e autonomia para os jovens. Figuras parentais que expressam 
as duas dimensões de forma elevada são considerados pais democráticos, 
enquanto aqueles que expressam as duas de forma insuficiente recebem a 
designação de negligentes. Existe a polaridade: figuras muito exigentes e 
pouco responsivas tornam-se autoritárias; na situação contrária, tornam-se 
indulgentes (GRANJA; MOTA, 2018). 
Os diferentes estilos parentais podem influenciar o desenvolvimento 
afetivo do indivíduo tanto com outros quanto consigo mesmo. Es-
ses fatores parecem criar expectativas referentes à maneira como os jovens 
adultos se colocam nas relações e como as estabelecem, além de afetar a 
regulação emocional. A exacerbação do controle parental tende a gerar, no 
jovem, comportamentos dependentes, a limitar a construção da autonomia, 
a minar a motivação para realizações e a criar um sujeito passivo-agressivo. 
Já a permissibilidade excessiva pode gerar falta de autocontrole e confiança 
nos filhos, nutrindo sentimentos relacionados a dependência e superproteção. 
As relações românticas se tornam regulares com o início da fase adulta, 
tendo um papel fundamental no desenvolvimento do jovem na medida em 
que satisfazem as suas necessidades afetivas. De fato, ter relação com uma 
pessoa que lhe transmite segurança gera efeitos positivos, aumentando os 
índices de bem-estar psicológico. Esse bem-estar pode ser possibilitado pelos 
vínculos românticos dos jovens adultos, os quais frequentemente resultam 
em aprendizado e desenvolvimento de autoestima e controle sentimental 
para lidar com adversidades (GRANJA; MOTA, 2018). 
As relações românticas trazem consigo um dos sentimentos mais famosos 
do mundo: o amor. Para muitos, trata-se de algo ainda não totalmente eluci-
dado; porém, existem algumas teorias sobre o amor no campo da psicologia 
que dizem muito sobre esse fenômeno. Para o psicanalista vienense Sigmund 
Freud (1856-1939), o amor ocorrerá apenas após efetivada a construção do 
ideal de eu do indivíduo. A determinação de um objeto externo de amor só é 
concebível após o indivíduo ter a sua energia libidinal direcionada a si mesmo. 
Dessa forma, o narcisismo é marcante para o estabelecimento de relaçõesamorosas, uma vez que o objeto de amor é escolhido com base no faltante 
do indivíduo (FREUD, 2018). 
Por sua vez, o psicólogo humanista Abraham Maslow (1908-1970) contribuiu 
com a sua teoria sobre o amor, que defende que há dois tipos de amor: o 
D-love (deficiency love, ou seja, amor deficiente) e B-love (being love, sendo 
amor). D-love, o amor deficiente, tem os atributos do amor descrito por 
Desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial do jovem adulto14
Freud, enquanto o B-love acontece com pessoas que conseguem amar-se 
por serem quem são, pois são autorrealizadoras (MARTINS-SILVA; TRINDADE; 
SILVA JUNIOR, 2013). 
A despeito de inúmeras teorias, cada indivíduo terá a sua visão e 
as suas necessidades amorosas, concomitantes com a sua cultura 
e a sua criação. Diversas questões despontam quando amor é o tema, e não 
cabe julgar o interesse do outro pelas diferentes formas como o amor pode ser 
despertado (CERQUEIRA; ROCHA, 2018). 
Vale ressaltar, nesse contexto, que existem inúmeras teorizações sobre o 
amor, o que ele é e como ocorre. Uma teoria bastante completa que discorre 
sobre isso é a teoria triangular do amor, criada pelo psicólogo norte-americano 
Robert Sternberg. Essa teoria descreve o amor com base em três elementos, 
que formam os vértices de um triângulo: 
1. intimidade;
2. paixão;
3. decisão (ou compromisso).
Cada um desses elementos tem a sua definição, e as suas combinações 
caracterizam relações distintas. A intimidade é a presença de sentimen-
tos como felicidade e respeito, compreendendo o entendimento mútuo de 
ambas as partes aliado a apoio emocional, comunicação e valorização. Já a 
paixão indica desejo físico e sexual, atração e romance. Por fim, a decisão 
é o compromisso de manter a relação e a vontade de que dure. A presença 
dos três fatores em uma relação designa um amor pleno. A ausência de um 
deles acarretará diferentes formas de relação (MÔNEGO; TEODORO, 2011). 
Intimidade combinada com paixão pode ser chamada de amor romântico. 
Apesar de se querer estar junto, não há garantia de que isso acontecerá. 
Intimidade e decisão estabelecem uma relação que é conhecida como compa-
nheirismo, aquela que perdura após o fim do desejo sexual. Paixão e decisão 
formam o amor factual, uma relação em que existe atração física intensa e 
desejo de perpetuação, mas em que a intimidade ainda não foi desenvolvida 
(CERQUEIRA; ROCHA, 2018). 
Desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial do jovem adulto 15
Veja, na Figura 1, uma representação da teoria triangular do amor. 
Figura 1. Representação da teoria triangular do amor pela combinação dos seus três fatores.
Neste capítulo, você viu como acontece a passagem da adolescência para 
o início da idade adulta, sobretudo com foco nas questões de saúde física 
e mental do jovem adulto. Também viu como ocorre o seu desenvolvimento 
cognitivo, que não fica, como proposto por alguns teóricos, estagnado na 
adolescência. Agora, você sabe como se dá a formação da personalidade e do 
desenvolvimento psicossocial, além de como ocorrem as relações interpes-
soais nessa nova etapa da vida. Entender as circunstâncias e os pormenores 
dessa fase do desenvolvimento é de notável importância para conseguir 
realizar atendimentos psicológicos em indivíduos que nela se encontram. 
Existem muitos empregos, além da clínica, para esses conhecimentos no 
campo da psicologia, incluindo o desenvolvimento de projetos educacionais 
e projetos de promoção de saúde e prevenção. 
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