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TDAH e AUTISMO

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NEUROANATOMOFISIOLOGIA 
ROTEIRO DE ESTUDOS 
 
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UNIDADE 4 
TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS E 
NEUROPSICOLOGIA 
NEUROPSICOLOGIA DO TRANSTORNO DE DÉFICIT 
DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE 
Você já ouviu falar sobre alguma criança que está com problemas na escola, com 
comportamento hiperativo, impulsivo, desatento? Muitas vezes esses comportamentos são 
confundidos como criança “sem educação”, “sem limites”. Na verdade, a criança pode 
apresentar Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), cuja etiologia é complexa 
com contribuição de fatores genéticos e condições ambientais. O TDAH pode contribuir para 
dificuldade no desempenho nas escolas, instituições de ensino superior, até problemas no 
campo social e psicológico. Pode haver prejuízos cognitivos associados ao TDAH, como 
alterações das funções executivas, tais como tomada de decisão, comportamento social, 
pensamento, planejamento do comportamento e memória de trabalho e atenção, além do 
atraso de aprendizagem e aquisição da linguagem em virtude do déficit de atenção. 
O relato dos sintomas clínicos do próprio indivíduo, familiares ou professores direcionam o 
diagnóstico, além do uso de escalas/manuais de avaliação, como o Manual Diagnóstico e 
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) ou (DSM-V), utilizado pela maioria dos profissionais 
da saúde, traz três especificadores ou “apresentação atual” de TDAH: apresentação combinada 
(pode haver os três sintomas, sendo que a impulsividade pode ser tanto motora quanto 
intelectual e verbal), apresentação predominantemente desatenta e apresentação 
Este roteiro orientará a sua aprendizagem por meio da leitura de livros e artigos que cabem na sua 
rotina de estudos. Experimente esse recurso e aumente a sua habilidade de relacionar a teoria à 
prática profissional. 
No seu caminho de aprendizagem, você encontrará os seguintes tópicos: 
 
 Texto de apresentação de cada leitura indicada; 
 Links para acesso às referências bibliográficas. 
 
É importante ressaltar: o seu esforço individual é fundamental para a sua aprendizagem, mas você 
não estará sozinho nessa! 
 
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predominantemente hiperativa/impulsiva. O DSM-5 classifica em dezoito sintomas dentre os 
especificadores, onde indivíduos com dezessete anos devem apresentar seis dos sintomas, e 
acima dessa idade devem ter apenas cinco, sendo que, os sintomas devem estar presentes até 
os doze anos de idade para confirmação diagnóstica. Os profissionais também podem usar 
escalas de hiperatividade e atenção, além do exame eletroencefalograma para concretizar o 
diagnóstico. 
O tratamento do TDAH deve ser multidisciplinar com envolvimento não apenas do indivíduo 
com TDAH, mas também a família, profissionais de saúde, e da escola (psicopedagogos), com 
orientações, tratamento psicofarmacológico e tratamento psicoterapêuticos, como a Terapia 
Cognitivo Comportamental que objetiva construir novos padrões de pensamentos e 
comportamentos, estabilidade emocional e motivação, com técnicas específicas direcionadas 
para cada faixa etária: crianças, adolescentes ou adultos. 
Referências e Link do material na Biblioteca Virtual 
e artigo 
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtorno mentais 
- DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014. Disponível em: 
http://publicbrasil.com.br/fehoesp360/03-2017/DiagnosticoTM.pdf. Acesso em: 30 ago. 2019. 
BÉLIARD, A. et al. The multiple meanings of ADHD: between deficit, disruption and hidden 
potential. Saúde e Sociedade, v. 28, n. 1, p. 55-74, 2019. Disponível em: 
https://www.scielosp.org/pdf/sausoc/2019.v28n1/55-74/en. Acesso em: 30 ago. 2019. 
LENT, R. (coord.). Neurociência da Mente e do Comportamento. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-
1994-0/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em: 30 ago. 2019. 
NEUROPSICOLOGIA DO TRANSTORNO DO 
ESPECTRO AUTISTA 
O aumento no número de novos casos do Transtorno do Espectro Autista (TEA) vem crescendo, 
porém ainda não está claro que esse aumento se deva as atualizações dos critérios diagnósticos, 
ao grande número de pesquisas, maior conscientização ou ao aumento de fato no índice de 
novos casos. Fatores de risco podem ser ambientais (idade avançada, exposição fetal a ácido 
http://publicbrasil.com.br/fehoesp360/03-2017/DiagnosticoTM.pdf
https://www.scielosp.org/pdf/sausoc/2019.v28n1/55-74/en
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-1994-0/cfi/0!/4/2@100:0.00
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-1994-0/cfi/0!/4/2@100:0.00
 
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valproico, baixo peso ao nascer), ou genéticos e fisiológicos (herança genética de 37% até 90%, 
e até 15% dos casos com mutação genética conhecida), com índice quatro vezes maior para o 
sexo masculino. Os sintomas do TEA são comumente mais evidenciados na primeira infância e 
nos primeiros anos que se encontram na escola, com melhora no fim da infância, como a 
melhora na interação social. Das várias características (sintomas) possíveis, três delas são bem 
comuns ao autista: déficit na comunicação e na interação social (inadequação das repostas 
emocionais) e padrões repetitivos e restritos de comportamento, atividades e interesses. Essas 
características são consideradas como critérios de diagnóstico pelo Manual Diagnóstico e 
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) e ainda inclui a persistência desses sintomas desde 
a infância, se há ou não o comprometimento intelectual e/ou da linguagem concomitante. Por 
isso, se torna importante que os profissionais que irão acompanhar o autista colham a história 
e observação clínica através de instrumentos padronizados de diagnóstico do comportamento 
com questionários e medidas padronizadas e relato do cuidador ou até mesmo do próprio 
autista, se possível. Esses profissionais também precisam estar atentos quanto aos prejuízos 
nos aspectos neuropsicológicos: memória, atenção e funções executivas. 
O tratamento para TEA é individualizado, necessitando de acompanhamento de uma equipe 
multidisciplinar, o qual deve estar relacionado aos prejuízos funcionais e direcionado ao grau de 
dificuldade de cada um. O tratamento pode incluir medicamentos, quando há presença de 
agressividade, epilepsia, ou outras doenças associadas; a musicoterapia; orientações ao 
cuidador; cuidados nutricionais, pois há casos de persistência para determinados alimentos ou 
até aversões; fonoaudiologia para os prejuízos de comunicação; reabilitação fisioterapêutica 
visando reduzir movimentos repetitivos e evitar deformidades em decorrência aos movimentos 
e posturas adotadas; psicoeducacionais para prejuízos sociais e comportamentais, entre outros. 
Atividades lúdicas é indicado para todos os casos, sempre respeitando a idade e escolhas de 
cada indivíduo. Por isso, não esqueça: “brincar é coisa séria”. 
Referências e Link do material na Biblioteca Virtual 
e artigo 
COLOMBI, C.; GHAZIUDDIN, M. Neuropsychological Characteristics of Children with 
MixedAutism and ADHD. Autism Research and Treatment, v. 2017, Article ID 5781781. 
Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5547727/pdf/AURT2017-
5781781.pdf. Acesso em: 30 ago. 2019. 
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5547727/pdf/AURT2017-5781781.pdf
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5547727/pdf/AURT2017-5781781.pdf
 
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SANTOS, F. H.; ANDRADE, V. M.; BUENO, O. F. A. (org.). Neuropsicologia hoje. 2. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2015. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582712214/cfi/6/2[;vnd.vst.idref=cap
a.xhtml. Acesso em: 30 ago. 2019. 
CZERMAINSKI, F. R.; BOSA, C. A.; SALLES, J. F. Funções Executivas em Crianças e Adolescentes 
com Transtorno do Espectro do Autismo: Uma Revisão. Psico, Porto Alegre, PUCRS, v. 44, n. 4, 
pp. 518-525, 2013. Disponível em: 
http://revistaseletronicas.pucrs.br/revistapsico/ojs/index.php/revistapsico/article/view/11878
. Acesso em:30 ago. 2019. 
MIOTTO, E. C.; DE LUCIA, M. C. S.; SCAFF, M. Neuropsicologia clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Roca, 
2018. Link do material na BV: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730976/cfi/6/2!/4/2/2@0:0. 
Acesso em: 30 ago. 2019. 
NEUROPSICOLOGIA DAS DEMÊNCIAS 
Você já ouviu falar que aumentou a expectativa de vida? A população está envelhecendo!! Isso 
se deve ao aumento da expectativa de vida!! Associado a isso e ao grande número de pesquisas, 
vem crescendo consideravelmente o número de diagnóstico para as demências, atualmente 
reconhecida e incorporada ao grupo transtorno neurocognitivo (TNC) maior pelo Manual 
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) ou (DSM-V). O DSM-5 ainda reconhece 
o nome demência, como termo habitual para os transtornos em adultos mais velhos, como nas 
demências degenerativas. Os TNCs envolvem um grupo de transtornos onde o déficit clínico 
inicial está na função cognitiva, assim considerados os transtornos adquiridos, ou seja, há uma 
queda diante de um nível de função alcançada anteriormente. Há subtipos dos TCNs, de acordo 
com a etiologia: TNC decorrente à doença de Parkinson, TNC decorrente à doença de Alzheimer, 
TNC decorrente à doença de Huntington, TNC devido a lesão cerebral traumática, TNC com 
corpos de Lewy, TNC vascular, TNC frontotemporal, TNC induzido por substância/medicamento, 
TNC devido a infecção por HIV, entre outros transtornos. 
Avaliação neuropsicológica se faz necessário para os casos de TNCs, através investigação clínica, 
relatos dos familiares, e também através da observação clínica sempre buscando identificar as 
possíveis mudanças/alterações neuropsicológicas. Pode fazer uso também de testes e escalas 
de avaliação específicas. Os testes neuropsicológicos, por exemplo, são utilizados comparando 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582712214/cfi/6/2%5B;vnd.vst.idref=capa.xhtml
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582712214/cfi/6/2%5B;vnd.vst.idref=capa.xhtml
http://revistaseletronicas.pucrs.br/revistapsico/ojs/index.php/revistapsico/article/view/11878
http://revistaseletronicas.pucrs.br/revistapsico/ojs/index.php/revistapsico/article/view/11878
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730976/cfi/6/2!/4/2/2@0:0
 
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o desempenho do indivíduo com padrões normais de acordo com cada idade, antecedentes 
culturais e nível educacional, fazendo parte da avaliação-padrão de TNC. No processo de 
avaliação é reconhecido os domínios neurocognitivos preservados dos comprometidos, análise 
do comportamento funcional, humor e problemas na vida diária do indivíduo. São considerados 
domínios neurocognitivos: Atenção complexa, Função executiva, Aprendizagem e memória, 
Perceptomotor, Linguagem e Cognição social. 
A intervenção neuropsicológica nos TNCs deve incluir equipe multidisciplinar em conjunto com 
os familiares e pacientes, propondo estratégias para melhor sanar/reduzir os déficits e melhor 
convivência diária. Para isso, a intervenção deve sempre transpor para as atividades de vida 
diária e instrumentais de vida diária de cada um, onde deve haver um ambiente terapêutico, 
tranquilo, dentro da proposta da intervenção. Pode fazer parte, o Tratamento medicamentoso; 
Reabilitação Cognitiva; Psicoterapia, como uso da Musicoterapia; Treino cognitivo, entre outros. 
Referências e Link do material na Biblioteca Virtual 
e artigo 
SANTOS, F. H.; ANDRADE, V. M.; BUENO, O. F. A. (org.). Neuropsicologia hoje. 2. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2015. Link do material na BV: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582712214/cfi/6/2[;vnd.vst.idref=cap
a.xhtml]!. Acesso em: 31 mai. 2019. 
GONDIM, A. S. et al. Prevalence of functional cognitive impairment and associated factors in 
Brazilian community-dwelling older adults. Dement Neuropsychology, v. 11, n. 1, p. 32-39. 
Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5619212/pdf/dn-11-01-
0032.pdf. Acesso em: 30 mai. 2019. 
MALLOY-DINIZ, L. F.; FUENTES, D.; COSENZA, R. M. (org.) Neuropsicologia do envelhecimento: 
uma abordagem multidimensional. Porto Alegre: Artmed, 2013. Link do material na BV: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582710159/cfi/0!/4/2@100:0.00. 
Acesso em: 31 mai. 2019. 
PUREZA, J. R.; FONSECA, R. P. Development and content validity of the CENA Program for 
Educational Training on the Neuropsychology of Learning, with an emphasis on executive 
functions and attention. Dement Neuropsychology, v. 11, n. 1, p. 79–87, 2017. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582712214/cfi/6/2%5B;vnd.vst.idref=capa.xhtml
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582712214/cfi/6/2%5B;vnd.vst.idref=capa.xhtml
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5619212/pdf/dn-11-01-0032.pdf
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5619212/pdf/dn-11-01-0032.pdf
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582710159/cfi/0!/4/2@100:0.00
 
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https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5619218/pdf/dn-11-01-0079.pdf. Acesso em: 
30 mai. 2019. 
 
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5619218/pdf/dn-11-01-0079.pdf

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