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TCC FINAL PSICOPEDAGOGIA

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INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM DO AUTISTA
Denise Gonçalves Carvalho
RESUMO 
O presente artigo trata-se de um trabalho de revisão biblíográfica, tendo como enfoque principal fazer uma reflexão acerca dos metódos de intervenção que podem ser utilizados com as criança com Transtorno do Espectro Autista. Bem como analisar a importância da atuação do Psicopedagogo, a fim de compreender quais as principais atribuições do seu trabalho e a participação da família no processo de desenvolvimento destas crianças. 
Discute-se também neste artigo a importância do diagnóstico precoce, para o desenvolvimento do trabalho multidisciplinar que envolve profissionais da área da saúde, psicólogos e terapeutas para acompanhar o desenvolvimento dos sujeitos diagnosticados com TEA. 
 
Palavras-chave: Transtorno do Espectro autista; Psicopedagogo; Intervenção psicopedagógica. 
INTRODUÇÃO
Em 1943, Leo Kanner, mencionou o conceito do Autismo como uma doença da linha das psicoses, caracterizada por isolamento extremo, alterações de linguagem, esteriotipias entre outros sintomas. Atualmente o autismo é uma área bastante estudada e é definido como um conjunto de sintoma de base orgânica, não se sabe ainda o que ocasiona esse transtorno mais acredita-se que sua ocorrência tenha 
implicações neurológicas e genéticas.
 A medida que os estudos científicos aumentam e o conhecimento e descobertas em torno desse transtorno ampliam, os especialista buscam acompanhar esses avanços, visando acompanhar esse desenvolvimento para melhorar suas estrategias afim de melhoras o desenvolvimento do seu paciente. 
Bossa, 2007 nos diz que a Psicopedagogia é um campo do conhecimento que faz interlocução com as áreas da educação e da saúde e possui como objeto de estudo a aprendizagem humana. Neste artigo, busco identificar a necessidade da participação e o papel do psicopedagogo no processo de desenvolvimento do sujeito autista. 
A escolha do tema foi motivada pelo fato de obesrvarmos que existe uma demora na hora de fechar o diagnóstico e buscar o atendimento dos especialistas. 	O profissional em psicopedagogia irá contribuir para melhorar o desempenho e aprendizagem de alunos autistas e ajudará a reconhecer os mecanismos que melhor atenderão as suas necessidades. Considerando a importância do tema e as dificuldades em relação à identificação dos indivíduos com TEA, constituem objetivos desse trabalho: apontar os avanços científicos em relação ao diagnóstico e tratamento dos pacientes; demonstrar a importância do trabalho do psicopedagogo e apontar alguns dos métodos que podem ser utilizados para melhorar o desenvolvimento desses sujeitos.
CARACTERÍSTICAS DO ESPECTRO AUTISTA 
O Autismo foi apresentada pelo psiquiatra austríaco Léo Kanner, em 1943. Que no primeiro momento relacionou os sintomas a fenômenos esquizofrênicos. Sendo descrita como uma síndrome comportamental com etiologias diferentes, na qual o processo de desenvolvimento infantil encontra-se profundamente distorcido (Gillbert, 1990; Rutter, 1996). Os especialistas afirmam que não é possível determinar qualquer aspecto biológico e/ou ambiental que contribua de forma decisiva para que ocorram as manifestações desse.
A partir da analise do comportamento de onze crianças das quais ele acompanhava e que possuíam algumas características em comum: incapacidade de se relacionarem com outras pessoas; severos distúrbios de linguagem (sendo está pouco comunicativa) e uma preocupação obsessiva pelo que é imutável (sameness). Esse conjunto de características foi denominado por ele de autismo infantil precoce (Kanner, 1943). Segundo o DSM- V (2014), a pessoa que apresenta um quadro de TEA, irá apresentar déficits persistentes na comunicação social e na interação social; déficits na reciprocidade socioemocional; comportamentos repetitivos, estereotipias motoras ou fala estereotipados ou repetitivos.  Os comprometimentos nessas áreas estão presentes antes dos três anos de idade, quando os pais, em geral, já percebem e preocupam-se com as limitações observadas, cada vez mais aparentes ao longo do desenvolvimento, (Camargo, 2009).
Atualmente, o autismo é classificado como um transtorno invasivo do desenvolvimento que envolve graves dificuldades ao longo da vida nas habilidades sociais e comunicativas. Em geral, a maioria dos indivíduos tende a melhorar com a idade quando recebe cuidado apropriado. No entanto, os problemas de comunicação e sociabilização tendem a permanecer durante toda a vida (Bosa, 2006). 
Estudos apontam que o transtorno atinge quatro vezes mais em meninos do que em meninas, (Klin, 2006). Apesar da incidência ser menor em meninas, elas tendem a ser mais seriamente comprometidas quando são afetadas. No DSM-V, sugere que crianças do sexo feminino podem apresentar comprometimento intelectual . 
As causas do autismo ainda são bastante discutidas por vários pesquisadores. Podemos relacionar o autismo com fatores ambientais, genético e fisiológicos. Segundo o DSM-V, o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento. A teaoria mais aceita no campo cientifico, relaciona as causas do autismo serem devido as alterações genéticas. Com base em Brunoni (2015) relacionada um grupo de genes e da interação entre eles, e não a um gene único causador, envolvidos e com a presença do fator ambiental. 
Segundo Silva e Mulick (2009) , os pais de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), desde muito pequenos conseguem observar características em seus filhos das quais começam a levantar dúvidas a respeito de seu desenvolvimento. No DSM-V, os sintomas costumas aparecer mais comummente após os 24 meses de vida. 
Alguns marcos de desenvolvimento podem não estar dentro do esperado, e necessário que os pais estejam atentos aos sinais de sintomas do autismo. As dificuldades nas interações sociais e na linguagem, como atraso de fala, comportamentos diferentes podem ser um dos primeiros sintomas do autismo na infância. Segundo Silva (2012), esses sintomas que não irão se manifestar de maneira igual, pelas pessoas. 
Apesar de nos últimos anos os estudos e materiais disponíveis para diagnosticar uma criança com TEA, aumentaram, existe ainda uma desinformação por parte dos pais que acabam buscando o diagnostico tardiamente. O DSM-5 estabelece critérios que facilitam o diagnóstico precoce e o tratamento.
Os Critérios utilizados para o diagnósticos de autismo no DSM-5 baseiam-se na gravidade dos prejuízos causados na habilidade de comunicação social e em padrões de comportamento restritivos e repetitivos. 
Nível 3 - Inabilidade persistente na comunicação social, manifestada em déficits na reciprocidade emocional e nos comportamentos não verbais de comunicação usuais para a interação social.
Nível 2- Déficits graves nas habilidades de comunicação social verbal e não verbal; prejuízos sociais e limitações a interações sociais, mesmo com apoio.
Nível 3- Déficits para desenvolver, manter e compreender relacionamento. Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividade, manifestados por movimentos, falas e manipulação de objetos de forma repetitiva e/ou estereotipada, insistência na rotina, rituais verbais ou não verbais, inflexibilidade a mudanças, padrões rígidos de comportamento e pensamento.
Ainda segundo o DSM-5, esses sintomas devem estar presentes de maneira precoce no período de desenvolvimento, ou ainda podendo se manifestar com o tempo conforme as demandas sociais excedam as capacidades limitadas. Todos esses sintomas causam prejuízos significativos no funcionamento social, profissional e em outras áreas da vida da pessoa com autismo.
Alguns autores classificam a síndrome de acordo com as competências ou características intelectuais do autista como:
- alto funcionamento (ou Síndrome de Asperger): as pessoas são capazes de acompanhar o currículo do ensino comum, falar, desenvolver-se em uma profissão e criar vínculos afetivos; 
- baixo funcionamento:acompanhado de deficiência intelectual, ausência de fala e de contato visual, sem demonstrar interesse pelas pessoas ou pelos objetos. (APAE, 2011, p. 8).
O diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista baseiam-se atualmente nos critérios internacionais propostos pela Classificação Internacional das Doenças (CID) e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM). O diagnostico de TEA é realizado com base nas avaliações clínicas feitas pos diversos profissionais, que irão avaliar o desenvolvimento da criança e ainda por meio de entrevistas com os responsáveis. 
O diagnóstico precoce do TEA facilita o encaminhamento para os tratamentos necessários, o que trás para a criança consequências positivas no seu desenvolvemento (KOEGEL et al., 2014). O inicio precoce das intervenções necessárias são de grande importância para o desenvolvimento das habilidaddes da criança que se encontra dentro do espectro autista (social, afetivo, intelectual e corporal). 
O diagnostico de autismo é baseado conforme analises clínicas, entrevista com os pais, e podendo ainda um clínico utilizar alguns instrumentos, como por exemplo: M-CHAT. M-CHAT - Modified Checklist for Autism in Toddlers - (Lista Modificada de Verificação de Autismo em Crianças Pequenas). . Esse questionário é utilizado pelo Ministério da Saúde, esta baseado nas Diretrizes Diagnósticas para Autismo Infantil (CID-10) e no manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-IV). Todos O questionário CHAT não forma um diagnóstico final, apenas ajuda aos pais a identificarem possíveis atrasos no desenvolvimento dentro da faixa etária. O M-CHAT17 é composto por vinte e três itens com base em evidencias diagnósticas do TEA, sendo que dezessete desses itens não são específicos do transtorno, mas mantém relação com o autismo e o restante dos itens são pontuais da sintomatologia do transtorno. 
Outra forma de buscar o diagnóstico de autismo é por meio do CARS (Childhood Autism Rating Scale ou Escala de Avaliação do Autismo na Infância). É uma escala com 15 itens que auxiliam o diagnóstico e identificação de crianças com autismo. A sua importância é baseada na capacidade de diferenciar o grau de comprometimento do autismo entre leve, moderado e severo (Magyar & Pandolfi, 2007; Schopler, Reichler & Renner, 1988). Utilizado em crianças com mais de 2 anos de idade. Os 15 quesitos de avaliação são os seguintes: (1) interação com as pessoas, (2) imitação, (3) resposta emocional, (4) uso do corpo, (5) uso de objetos, (6) adaptação à mudança, (7) reação a estímulos visuais e (8) auditivos, (9) a resposta e uso da gustação, olfato e tato; (10) medo ou nervosismo, (11) comunicação verbal, (12) comunicação não verbal, (13) nível de atividade, (14) o nível e a coerência da resposta intelectual e, finalmente, as (15) impressões gerais. A pontuação atribuída a cada domínio varia de 1 (dentro dos limites da normalidade) a 4 (sintomas autísticos graves). A pontuação total varia de 15-60 e o ponto de corte para o autismo é 30 (Schopler, Reichler & Renner, 1988).
As pessoas com transtorno autista, exibem diverso padrões de comportamentos, como por exemplo não fazer contato vizual, gritos, moviemntos esteriotipados com as mãos, balançar do corpo, agressividade. Sabe-se que, no autismo, “nem todos são iguais e nem todos têm as mesmas características. Uns podem ser mais atentos, uns mais intelectuais e outros mais sociáveis, e assim por diante” (FERREIRA, 2009, p. 15).
Para que o profissional feche um diagnóstico de autismo, requer bastante cautela para que não haja nenhuma confusão no diagnóstico. Já que nem todas as crianças não-verbais são autistas, e que esse atraso de linguagem pode estar relacionado a algum déficit de aprendizado ou outro prejuízo da linguagem.
O DIAGNÓSTICO PRECOCE EM AUTISTAS 
O Autismo é um transtorno de causas ainda desconhecidas, que durante muitos anos foi considerado um grande misterio para a medicina. Ainda nos dias de hoje não se sabe a causa desse transtorno, alguns cientistas acreditam estar relacionado com fatores genéticos, ambientais, problemas na grávidez, alguns associam médicos já associaram a vacinas. 
Em 1975, o autismo foi classificado como uma psicose pela Classificação Internacional de Doenças (CID-9). Já no Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais, tanto em sua na primeira edição (DSMI), em 1952, quanto na segunda, em 1968 (DSM-II), o autismo foi apontado como uma Esquizofrenia do Tipo Infantil.
O autismo compromete algumas áreas do desenvolvimento do sujeito. O seu grau de comprometimento irá varias de indíviduo para indíviduo. Segundo Cunha (2015, p.20) “o autismo compreende a observação de um conjunto de comportamentos agrupados em uma tríade principal: comprometimentos na comunicação, dificuldades na interação social e atividades restrito-repetitivas.”
 	Os sinais do autismo normalmente aparecem no primeiro ano de vida e sempre antes dos três anos de idade. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), atualmente, o autismo é classificado como um transtorno invasivo do desenvolvimento que envolve graves dificuldades nas habilidades sociais e comunicativas.
Existem poucos profissionais especialistas, aptos para diagnosticar o autismo, o que interfere na rapidez do diagnóstico e uma demora em começar os tratamentos, acabam por prejudicar o desenvolvimento dessa criança. 
Para o desenvolvimento psíquico, físico-motor e afetivo-social da criança, é necessário que ocorra a intervenção precoce no sujeito autista. Porém, é muito raro que isso ocorra. Lidamos ainda com à falta de conhecimento dos pais, familiares e professores, sobre o autismo. Os sintomas podem passar despercebidos pelos pais, principalmente nos casos de autismo leve e quando ocorre em meninas. Essa falta de conehcimento dificulta e atrapalha no diagnóstico.
Para que o diagnóstico seja feito, é necessário que os pais, familiares, professores e demais pessoas que convivem com a criança participem desse processo. As informações que os familiares irão passar para o médico especialista, o neuropediatra, serão de grande importância para o fechamento do diagnóstico. É importante que a família participe e observe os sinais que seu filho apresenta, pois durante a consulta com o especialista, todos os sinais observados devem ser passados para o clínico. Conforme Costa e Nunesmaia (1998, p. 25), “o diagnóstico do autismo infantil é baseado principalmente no quadro clínico do paciente, não havendo ainda um marcador biológico que o caracterize”. Não existe um exame laboratorial para diagnosticar se uma pessoa tem autismo ou não, por isso a importância dos pais, da escola e de todos os profissionais que fazem o atendimento a este sujeito. 
A comparação que os pais fazem em relação a outras crianças que apresentam o autismo pode atrapalhar em alguns casos o fechamento do diagnóstico, pois uma criança pode ter sintomas mais ou menos severos que outras. Essa comparação não deve ser feita, já que as características autisticas irão ser diferentes em cada sujeito, por exemplo há crianças autistas que possuem comportamentos estereotipados e uma rigidez maior em relação a outras crianças que podem ter um maior comprometimento na linguagem. 
O TRABALHO DO PSICOPEDAGOGO 
A psicopedagogia tem sua origem na Europa, século XIX, os estudiosos em busca de uma   melhor   compreensão   do   processo   de aprendizagem, e possíveis implicações que ocasionam alterações, das quais geram Dificuldades de Aprendizagem e Transtornos de Aprendizagem. De acordo com Mery (1985, apud BOSSA 2000), em 1946 foram fundados e os primeiros Centros Psicopedagógicos chefiados por J. Boutonier e George Mauco ,   onde   se   buscava   unir   conhecimentos  
da   Psicologia,   da Psicanálise e da Pedagogia para tratar comportamentos socialmente inadequados de crianças. 
A Psicopedagogia é um campo do conhecimento que diáloga com as áreas da educação e da saúde e que tem como objeto de estudo a aprendizagem humana. 
A Psicopedagogia, é uma área bastante importantee que vem evoluindo com o passar do tempo. Sendo de grande importância o trabalho do psicopedagogo clínico, em conjunto com os demais profissionais, desenvover e realizar os procedimentos necessários para a avaliação de seu paciente. Bossa (2007), relata que “a psicopedagogia enquanto produção de um conhecimento científico nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do processo de aprendizagem, não basta como aplicação da psicologia à pedagogia” (p.19).
O psicopedagogo deve realizar seu trabalho utilizando estratégias que levam em consideração a individualidade do educando, buscando a melhoria das condições de aprendizagem. 
Dentre as inúmeras maneiras terapêuticas as quais uma criança autista precisa, a intervenção psicopedagógica é de extrema relevância para o desenvolvimento intelectual (ROSSATO, 2014).
O psicopedagogo, além de investigar, detectar e intervir nas causas que estão levando ao fracasso escolar e os fatores que limitam o aprendizado, atua na orientação dos familiares quanto as suas posturas e também os profissionais envolvidos diretamente com esse aluno autista (ROSSATO, 2014, s/n).
O trabalho do psicopedagogo é desenvolvido junto com uma equipe interdisciplinar, onde o psicopedagogo irá identificar por meio de uma anamnese, coleta e análise de informações do paciente (questionários respondidos pela família/ escola), aplicação de testes psicopedagógicos. Golbert apud Bossa (2007), diz “o objeto de estudo da psicopedagogia deve ser entendido a partir de dois enfoques: preventivo e terapêutico” (p.22). A intervenção do psicopedagogo pode acontecer tanto na escola, onde tem o carater preventivo, prevenir as dificuldades de aprendizagem e,como consequência o fracasso escolar. Na clínica a psicopedagogia com caráter terapêutico.
O trabalho do psicopedagogo deverá levantar hipóteses durante o processo de investigação, quais as condições de aprendizagem do paciente, e buscar compreender os fatores etiológicos das dificuldades, pra assim determinar quais serão as prioridades de tratamento, e como será desenvolvido. 
Para desenvolver seu trabalho com crianças com diagnósticos de TEA, o psicopedagogo deve conhecer as características dessas, para que este tenha condições de planejar uma intervenção. Desenvolver um trabalho voltado para as necessidades do paciente com TEA, tendo como objetivo atingir tanto os aspectos aspectos afetivos, cognitivos e comportamentais. 
Atualualmente existem diferentes métodos e programas indicados para crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista. Para que os profissionais psicopedagogos clínicos possam garantir um atendimemto especializado de qualidade, estes devem estar em constante formação, realizar muitas leituras e de diversas abordagens para assim não cometer erros. 
De fato, a equipe profissional especializada que irá realizar o diagnóstico da criança com TEA, é de extrema importância. Buscar as informações junto com a familia e a escola, para que em conjunto possam trabalhar para o melhor desenvolvimento da criança e sua inclusão nesses espaços. 
METODOS UTILIZADOS PARA A INTERVENÇÃO COM PACIENTES AUTISTAS
O psicopedagogo inicia sua avaliação psicopedagógica normalmente com a detecção das necessidades de seu paciente. Conhecendo suas necessidades ele irá desenvolver sua intervenção com a finalidade de buscar melhorias nas demandas apresentadas. As estratégias didáticas que serão utilizadas, deverão ser indicadas conforme cada caso, afim de melhorar a aprendizagem do indivíduo em questão. 
Os diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista baseiam-se atualmente nos critérios internacionais propostos pela Classificação Internacional das Doenças (CID) e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM). As áreas que sofrem prejuízo, a comunicação social, interação social, reciprocidade socioemocional e déficits comunicativos. Para que o individuo diagnosticado com TEA, desenvolva essas áreas e extremamente importante os atendimentos terapêuticos dos quais uma criança autista necessita. O psicopedagogo é um profissional indispensável, pois a intervenção psicopedagógica irá contribuir para o desenvolvimento intelectual, social, afetivo e corporal da criança com transtorno do espectro autista. 
De acordo com Silva (2012, p. 208), “o tratamento baseia-se no desenvolvimento de comportamentos funcionais e redução dos comportamentos inadequados. Para isso, utilizamos técnicas e métodos fundamentados em princípios comportamentais”.
Para desenvolver seu trabalho de intervenção, o psicopedagogo deve buscar conhecer as características próprias da criança com TEA, criar vínculo afetivo irá e favorecer a aprendizagem. 
A criança que possui o Transtorno do espectro autista, necessita do ensino de regras, comandos claros, reforço positivo. 
Devem-se reforçar positivamente os comportamentos adequados e não se devem reforçar os comportamentos inadequados. Quando ocorrer um comportamento inadequado, deve-se ensinar o comportamento adequado que é esperado. Repete-se o ensino todas as vezes que sejam necessárias e controla-se o ambiente para evitar que eventos do ambiente determinem, propiciem ou favoreçam a emissão de problemas de comportamento ou comportamentos inadequados (KHOURY, 2014 p. 30).
A importância de se conhecer os comportamentos que irão ser modificados, para fazer um planejamento, para que os objetivos desejados sejam alcançados. Atualmente existem diversas terapias disponíveis. Uma das teorias que vem sendo bastante utilizada é a terapia comportamental. Uma das técnicas utilizadas é a Análise Aplicada do Comportamento (ABA), que é um método empregado e aplicado em diversos países e eficaz, segundo Silva (2012, p. 216), “a metodologia consiste em modificar os comportamentos inadequados, substituindo por outros funcionais. O foco da mudança baseia-se, principalmente, nos comportamentos social, verbal e na extinção de birra”. 
A escolha do metódo também irá depender do grau de severidade do autismo na criança, pois crianças com grande déficit em sua habilidade de comunicação verbal podem requerer alguma forma de comunicação alternativa, para serem compreendidas e desenvolver as demais habilidades comprometidas. Levar em consideração qual objetivo se espera alcançar bem como conhecer as habilidades que são comprometidas. 
Existem diversas terapias, que podem minimizar alguns sintomas e comportamentos mais severos desses indivíduos. Cunha (2017) e Keinert (2017) destacam três deles que demonstram ter os resultados mais satisfatórios:
PECS (Picture Exchange Communication System), TEACCH (Treatment and Education of Autistic and related Communication - handicapped Children) e o ABA (Applied Behavior Analysis). 
O PECS — Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (Picture Exchange Communication System) — é um sistema para ajudar pessoas não- verbais de várias idades. A PECS é uma comunicação aumentativa e alternativa. Este sistema facilita tanto a comunicação quanto a compreensão, quando se estabelece a associação entre a atividade/símbolos.
Outro sistema de instrução com base visual é o programa educacional TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related Communication Handicapped Children). Desenvolvido na década de 60 pelo Dr. Eric Schopler e colaboradores, esta abordagem consiste em utilizar recursos visuais, que combinam diferentes materiais visuais para aperfeiçoar a linguagem, o aprendizado e reduzir comportamentos inapropriados. Os objetivos principais do TEACCH são aumentar a independência do indivíduo e desenvolver a comunicação.
O Metodo - ABA - Applied Behavior Analysis ou Análise do Comportamento Aplicado, consiste em ensinar novas habilidades, corrigir comportamentos inadequados, reforçando os comportamentos positivos por meio de recompensa. Esse é um programa intensivo e deve ser feito de 20 a 30 horas por semana. Este método envolve o ensino individualizado das habilidades necessárias para que a criança autista possa adquirir independência e melhorar sua qualidade de vida. 
Algumasdas habilidades e comportamentos que são trabalhados com o sujeito autista, inclui:
- Comportamentos sociais, tais como contato visual e comunicação funcional;
- Comportamentos acadêmicos tais como pré-requisitos para leitura, escrita e matemática;
- Atividades da vida diária como higiene pessoal.
- A redução de comportamentos tais como agressões, estereotipias, autolesões, agressões verbais, e fugas
Essas habilidades geralmente são repetidas muitas vezes, até que a criança demonstre a habilidade sem erro em diversos ambientes e situações. 
A família será quem irá medir se o tratamento feito pela equipe está realmente sendo eficaz no tratamento da criança. As mudanças no comportamento, a melhora ao se relacionar socialmente ou até uma evolução no desenvolvimento das tarefas diárias, o que demonstra uma maior autonomia. São ganhos importantes para essas crianças. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
	Esta reflexão acerca do transtorno do espectro autista buscou explicitar as características dos autistas, fornecer informações a respeito do TEA Com base nas pesquisas feitas para a realização deste do presente artigo, pode- se concluir que é de extrema importância o atendimento e acompanhamento psicopedagógico para adultos e crianças autistas. Sendo extremantemte necessário que os pais procurem obter o diagnóstico o mais cedo possível, para os profissionais possam iniciar as intervenções necessárias. O trabalho a ser desenvolvido com o sujeito autista, deve envolver a família, a escola, e todos os profissionais da saúde. Devem ter o mesmo objetivo, promover o desenvolvimento integral desse sujeito, afim de melhorar sua qualidade de vida desenvolvendo as áreas que se encontram mais comprometidas. 
Atualmente com o desenvolvimento de diversas metodologias, temos possibilidades de trabalhar diversas terapias e intervenções. Dando possibilidades ao psicopedagogo e a todos os profissionais várias abordagens. Cabendo aos pais que busquem escolher o profissional e as abordagens terapêuticas que ajudará de maneira mais positiva no desenvolvimento do seu filho, juntamente com toda a equipe especializada 
REFERÊNCIAS
BOSA, Cleonice Alves. Autismo: intervenções psicoeducacionais. Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre (RS), Brasil, 2006.
BOSA, Cleonice Alves; CAMARGO, Síglia Pimentel Höher. Competência social, inclusão escolar e autismo: revisão crítica da literatura. 2009 - SciELO Brasil.
BOSSA, Nadia A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. RS, Artmed, 2007.
BOSSA, Nádia, Aparecida. A Psicopedagogia no Brasil: Contribuições a partir da prática, 3 ed. São Paulo: Artmed, 2007.
CUNHA, Eugênio. Autismo na escola: um jeito diferente de aprender, um jeito diferente de ensinar – ideias e práticas pedagógicas. 3 ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2015
COSTA, M. F. & Nunesmaia, H. G. S. (1998). Diagnóstico genético e clínico do autismo infantil. Arquivos de Neuropsiquiatria, 56(1), 24-31. Recuperado em 10 de março de 2012, de http://www.scielo.br
DSM - IV Diagnostic and statistical manual of mental disorders. American Psychiatric Association.
KHOURY, L.A. et al. Manejo comportamental de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo em condição de inclusão escolar. 2014. Disponível em: https://especialdeadamantina.files.wordpress.com/2014/09/tgd_manejo-comportamental.pdf
ROSSATO, R. O papel do psicopedagogo no tratamento de autistas. 2014. Disponível em: http://www.paisfilhoseescola.com.br/o-papel-psicopedagogo-tratamento-de-autistas/
SILVA, Micheline  and  MULICK, James A.. Diagnosticando o transtorno autista: aspectos fundamentais e considerações práticas. Psicol. cienc. prof. [online]. 2009, vol.29, n.1 [cited  2020-10-01], pp.116-131.
Transtorno do Espectro do Autismo. Manual de Orientação D e p a r t a m e n t o C i e n t í f i c o d e P e d i a t r i a do Desenvolvimento e Comportamento.
Schopler E, Reichler R, Renner BR. The Childhood Autism Rating Scale (CARS). 10th ed. Los Angeles, CA:Western Psychological Services; 1988.
VERCELLI, Ligia de Carvalho Abões O trabalho do psicopedagogo institucional. REVISTA ESPAÇO ACADÊMICO N° 139, ANO 2012.

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