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BIANCA MARINELLI – DIREITO PENAL 2º TERMO Questões – Do Concurso de Pessoas Art. 29 CP: Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe- á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. Art. 30 CP: Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. QUESTÕES 1- “X” e “Y”, previamente ajustados, com unidade de desígnios, postaram-se, cada um num extremo de uma rua, para matar “Z” de emboscada. Quando “Z” passava, “X” e “Y” atiraram uma vez cada um ao mesmo tempo e fugiram. Reconhecidos por testemunhas e presos uma semana depois, descobriu-se que um dos dois foi o autor do disparo que causou a morte de “Z”. Todavia, como não foram apreendidas as armas, não se realizou o exame pericial de balística, e não foi possível identificar de quem partiu o tiro fatal. É caso de concurso de pessoas? É caso de autoria colateral? É caso de autoria incerta? Por quê respondem? Justifique. R: Concurso de pessoas pela existência de liame subjetivo. X e Y combinaram previamente. Respondem pelo mesmo crime. 2- “X” pratica crime de furto contra seu avô, auxiliado por “Z”. A isenção de pena prevista no artigo 181, II, do CP, se aplica a ambos? Justifique, apontando como fundamento legal uma norma do concurso de pessoas. Art. 181 CP: É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. R: O art. 30 do CP afirma que não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal. Não há registro de elementar nessa condição. Z responde pelo crime. Condição pessoal não pode ser aproveitada por terceiro. 3- Sobre o crime de estupro, Julio Fabbrini Mirabete ensina, com relação ao sujeito ativo: “Somente o homem pode praticar o delito, uma vez que só o varão pode manter conjunção carnal com mulher. Essa expressão se refere BIANCA MARINELLI – DIREITO PENAL 2º TERMO ao coito normal, que é a penetração do membro viril no órgão sexual da mulher, com ou sem o intuito de procriação” (Manual de Direito Penal, vol. II, 20 ed., Atlas, 2003, p.415). Há, no entanto, uma exceção em que, teoricamente, pode ser a mulher autora individual de estupro praticado contra mulher. Qual seria esta exceção? Exemplifique, indique a natureza da autoria e diga qual a teoria que adequadamente a fundamentaria. R: Levando em consideração a lei antiga, a mulher utiliza um terceiro como instrumento de sua vontade (que ele realize estupro). A mulher será considerada autora mediata ou indireta. Teoria do domínio do fato. 4- Y, X, Z e W combinaram a prática de um roubo a banco. Y, X e Z entraram fortemente armados na agência bancária e W ficou do lado de fora com o motor ligado, esperando os demais comparsas. Ocorreu que, na fuga, houve um tiroteio e um guarda foi morto. Sabendo que, no ajuste prévio, acertaram que não matariam ninguém em hipótese alguma, tipifique suas condutas. Quem é autor? Quem é partícipe? Por qual crime respondem? R: Sabendo que Y, X e Z entraram fortemente armados, W assumiu o risco do resultado morte. W é partícipe, mas responde por latrocínio. Embora não tivesse combinado de não matar ninguém, não tivesse dolo, consciência e vontade, há a assunção do risco. 5- Tício, desejando matar Caio, incitou-o a agredir Lucius, sabendo que este estava armado. Lucius reagiu em legítima defesa e matou Caio. Analise a situação jurídica dos envolvidos, fundamentando, à luz das teorias aplicáveis ao concurso de pessoas. R: Tício não é autor pois não realizou o tipo, não pode ser partícipe da ação de Lucius pois este agiu em legítima defesa. Trata-se de autoria mediata, Tício se valeu de Lucius e de Caio como instrumento de sua vontade. 6- É possível que terceiro responda por infanticídio, diante do concurso de agentes, considerando que autora do crime só pode ser a mãe, dada sua condição personalíssima? Justifique. Artigo 123 CP: Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena – detenção, de 2 a 6 anos. R: Sob a influência do estado puerperal é elementar. Art. 29 adota a teoria unitária. A gestante responde por infanticídio e o terceiro responde pelo mesmo crime. 7- Tício, funcionário público dos Correios, propôs a Caio a subtração de malote com cartões de crédito. Combinaram que Caio, especialista em fechaduras, abriria o local e ficaria vigiando, enquanto Tício entraria, como entrou, para pegar os malotes. O ajuste prévio se deu em um bar, após Tício ouvir Caio dizendo que era “mestre em fechaduras”, e convidá-lo para o furto. Caio aceitou, sem saber que Tício era funcionário. Por qual (ou quais) crimes respondem? BIANCA MARINELLI – DIREITO PENAL 2º TERMO R: Houve uma cooperação dolosamente distinta. Caio queria praticar um delito menos grave e vai responder por ele. Seu dolo abrangeu por subtrair coisa alheia móvel mas não abrangeu as elementares dos delitos cometidos pelo funcionário. 8- Analise a situação jurídica do motorista em uma empreitada criminosa (roubo a banco), que participa efetivamente do planejamento da empreitada juntamente com os demais comparsas, no âmbito do concurso de pessoas: a) face a teoria formal-objetiva; b) face a teoria do domínio do fato. R: a) O motorista não executa o tipo, portanto é partícipe. b) O motorista participou efetivamente do planejamento da empreitada, ou seja, tem domínio do fato, portanto é autor. 9- Tício, sabendo que Brutus iria matar Caio por vingança, e desejando a morte deste, furtou-lhe o revólver com o qual poderia defender-se, sem que Brutus soubesse. Por quê respondem? Há concurso de pessoas? Há coautoria? Há autoria mediata? Há autoria colateral? Responda, justificando. R: Tício responde como participe do homicício praticado por Brutus. Há liame subjetivo, pois houve adesão da vontade de Tício a vontade de Brutus, mesmo Brutos desconhecendo o comportamento de Tício. Há concurso de pessoas. Não há coautoria, pois Ticio não realizou o tipo e não tem domínio do fato. Não há autoria mediata, pois Brutos não foi dominado, ia matar por conta própria. Não há autoria colateral, pois nesta não há vinculo de pessoas e no crime houve concurso de pessoas. Ambos respondem pelo mesmo crime, Brutus como autor e Tício como participe. 10- Leia o artigo 34, caput e inciso III, da Lei 9.605/98. Considere o seguinte caso e responda: X realizou pesca proibida em época de piracema, capturando 200 Kg de pintados e dourados. Ao chegar em terra, descarregou os peixes e os limpou, à beira do rio. Y, previamente combinado com X, colocou o pescado em seu automóvel e se dirigiu à cidade mais próxima, para vendê-lo a uma peixaria. Tipifique, precisamente, as duas condutas, dizendo se há concurso de pessoas. R: Não há concurso de pessoas, são tipos diferentes. 11- Tício foi contratado por Mévio para ir até o Paraguai e trazer, mediante descaminho (CP, art. 334, caput), certa quantidade de equipamentos eletrônicos. Tício convidou Caio para auxiliá-lo a dirigir no caminho, haja vista a grande distância a ser percorrida. Caio estava ciente de que seriam importados clandestinamente os aparelhos eletrônicos. No Paraguai, entretanto, Tício adquiriu entorpecente (cocaína), por conta própria, sem o conhecimento dos demais, para revender a droga no Brasil. Há concurso de pessoas? Quem é autor e quem é partícipe? Por que respondem os agentes? BIANCA MARINELLI – DIREITO PENAL 2º TERMO Fundamente a resposta, indicando a(s) teoria(s) e o(s) dispositivo(s) legais aplicáveis. R: Tício éautor de dois delitos, descaminho e tráfico. Mévio é autor do descaminho. Caio é participe por ajudar na importação. Em relação ao tráfico Mévio e Caio não respondem. 12- A, pedreiro, resolveu lançar, do alto de uma construção, uma tábua que havia se soltado do andaime. Para tanto, solicitou ou auxílio de B, que o ajudou a erguer a tábua. Agindo com negligência e deixando de se certificar, adequadamente, se havia pessoas transitando no térreo da obra, A e B jogaram a tábua, que atingiu C, que veio a falecer. Por que respondem A e B? Há concurso de pessoas? Em caso positivo, qual o papel de cada um (coautor, partícipe)? Justifique, com base nos requisitos do concurso de pessoas. R: A e B respondem por homicídio culposo. Há concurso de pessoas, ambos agiram com negligência. Ambos são coautores. 13- O barco em que estavam X, Y e Z naufragou, em razão de avaria no casco provocada por X. Querendo matar Z para receber a herança deste, X providenciou uma tábua de salvação para Y e Z, sabendo que a mesma apenas suportaria o peso de um deles. X sabia que Y, mais forte e mais jovem, na luta pela vida, levaria vantagem e acabaria matando Z, mais idoso e mais fraco, para sobreviver. X se salvou porque era exímio nadador. Y acabou matando Z para se salvar, como X planejara. Tipifique as condutas de X e Y, indicando, inclusive, se há concurso de pessoas e especificando quais as categorias dos integrantes da situação fática narrada (autor ou partícipe). Justifique, com base na teoria aplicável ao concurso de pessoas. R: Com a teoria formal a questão não seria resolvida já que X não realizou o tipo, portanto não seria o autor. Usa-se a teoria do domínio do fato. X é considerado autor mediato, usou Y e Z como instrumentos de sua vontade levando-os a uma situação de estado de necessidade. Y não será punido. 14- Caio contratou Tício para espancar Túlio, num lugar deserto, sabendo que a vítima era hemofílica. Tício não sabia que Túlio era hemofílico e lhe causou lesões corporais, conforme combinado com Caio. Embora Caio quisesse apenas causar lesões corporais em Túlio, este acabou morrendo, em razão de um pequeno corte na perna, por conta de sua peculiar condição fisiológica, após sangramento fatal. Por quais crimes respondem Caio e Tício? Quais os dispositivos legais que resolvem o caso? Quais os componentes dogmáticos da teoria do delito que têm importância fundamental nessa questão? R: Caio responderia por homicídio doloso eventual consumado por assumir o risco de produzir o resultado morte. Tício causou um pequeno corte na perna de Túlio e responde pelas lesões causadas, imagina-se que esse quis participar de crime menos grave. BIANCA MARINELLI – DIREITO PENAL 2º TERMO 15- O funcionário público que, em razão da função, recebe vantagem indevida, responde por corrupção passiva (art. 317), ao passo que o corruptor, que lhe oferece vantagem, comete corrupção ativa (art. 333). É correto dizer que isso ocorre porque o partícipe realiza uma conduta acessória, não executando o núcleo do tipo? Ou seria correto dizer que se aplica a teoria unitária ou monista, concluindo-se que a conduta do partícipe tem caráter acessório? Responda as duas indagações, justificando. R: São tipos penais diferentes. Ambos executam o núcleo do tipo. Há dois autores executando crimes diferentes. 16- O segurança de uma agência bancária, revoltado com o modo pelo qual vinha sendo tratado por seus superiores e pelos atrasos no pagamento de seus salários, decide cooperar com o roubo do estabelecimento, ao não acionar o alarme entraram os roubadores na agência. Considerando que os assaltantes nem ficaram sabendo da conduta do segurança, responderia ele pelo roubo diante de sua omissão? Sim ou não? Fundamente. R: Não tem conivência pois a conivência é a participação negativa quando não tem o dever de agir. O segurança tem o dever jurídico de acionar o alarme e responderia pelo roubo como partícipe diante de sua omissão. Não é necessário a lesão prévia de vontades para haver o concurso de pessoas. 17- Quais os dispositivos legais relativos à imputabilidade e ao concurso de pessoas que demonstram ser a culpabilidade mensurável? Diga quais são e justifique, fundamentando. R: O artigo 29 caput é relativo ao concurso de pessoas que demonstra a culpabilidade mensurável (“na medida”) e o artigo 26 parágrafo único é relativo à imputabilidade, pelo qual o agente que tem uma perturbação da saúde mental responde pelo crime com uma diminuição da pena (capacidade mental menor). 18- Considere a seguinte afirmativa: “A causa de participação de menor importância prevista no art. 29, § 1º, do Código Penal, terá aplicação não só nos casos de participação (instigação e cumplicidade), mas também nas hipóteses de coautoria, segundo a teoria do domínio funcional do fato (divisão de tarefas)”. É falsa ou verdadeira? Justifique. R: Coautor é aquele que executa o tipo ou tem o domínio do fato, não sendo uma participação de menor importância. 19- Tício, Mévio, Brutus e Epifanius foram condenados pelo crime de organização criminosa em razão de associação estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, para a prática de crimes ambientais de exportação de animais silvestres brasileiros para o exterior, sendo que efetivamente, exportaram para a Europa espécimes da fauna silvestre nativa, provenientes dos criadouros não autorizados (Lei 9.605/98, art. 29, caput e 1 §). BIANCA MARINELLI – DIREITO PENAL 2º TERMO Em relação à fase de aplicação da pena, responda se o juiz deverá aplicar a causa de aumento de pena prevista no inciso V do § 4º do artigo 2º da Lei 13.850/2013, que aborda “se as circunstancias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização. Justifique. R: Sim, há a comunicabilidade de circunstancia de transnacionalidade em relação a todos os agentes. Em face do concurso de pessoas todos responderiam pelo crime de organização criminosa e pela transnacionalidade da organização. O crime é de concurso necessário. 20- Astrogildo pagou 20 mil reais a Gerismundo, perito judicial, para que este falseasse os cálculos do valor de um imóvel, sobrevalorizando-o, em ação de desapropriação. Nesse caso, é possível dizer que houve concurso de pessoas, na forma da coautoria? Sim ou não? Justifique. Art. 342 CP: Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral. Art. 343 CP: Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação. R: Exceção pluralística da teoria unitária. Poderia ser concurso de pessoas, mas falta a identidade de infração. 21- Segundo a doutrina, é chamado “autor de escritório” o agente que transmite a ordem a ser executada por outro autor direto, dotado de culpabilidade e passível de ser substituído a qualquer momento por outra pessoa (executor fungível), no âmbito de uma organização ilícita de poder. Com base nisso, considere ser Bráulio um líder do PCC dando ordens, do interior de penitenciária, a serem seguidas por seus comandados (Tício e Brutus), com poder hierárquico sobre esses seus “soldados”. Bráulio determina que pratiquem um homicídio contra agente penitenciário. Tício e Brutus, cumprindo a ordem de Bráulio, matam o agente, mediante tiros de arma de fogo. Assinale a alternativa correta: a) pela teoria formal objetiva, Bráulio deve ser considerado autor intelectual do homicídio praticado; b) pela teoria do domínio do fato, Bráulio deve ser considerado autor mediato ou indireto do homicídio praticado; c) pela teoria do domínio do fato, Bráulio deve ser considerado autor intelectual do homicídio, enquanto Tício e Brutus seriam partícipes;d) pela teoria do domínio do fato, todos seriam autores do homicídio praticado. R: a) Bráulio deve ser considerado participe intelectual pela teoria formal, pois não executa o tipo. b) Bráulio não usou Tício e Brutus como instrumento de sua vontade, ambos tinham domínio do fato e praticaram o tipo do artigo 121. c) Tício e Brutus não são partícipes. BIANCA MARINELLI – DIREITO PENAL 2º TERMO 22- Assinale a alternativa correta a) a causa de participação de menor importância prevista no art. 29, § 1º, do Código Penal, terá aplicação não só nos casos de participação (instigação e cumplicidade), mas também nas hipóteses de coautoria, segundo a teoria do domínio funcional do fato (divisão de tarefas); b) o Código Penal adota a teoria psicológico-normativa da culpabilidade, um ramo da teoria limitada da culpabilidade, para a qual a culpabilidade não é requisito do crime, mas, sim, pressuposto de aplicação da pena; c) a teoria do domínio do fato não tem aplicação prática no direito penal brasileiro, tendo sido superada pela teoria formal-objetiva; d) o sistema adotado pelo Código Penal para a inimputabilidade do menor de 18 anos é o biológico, enquanto que, para os demais casos, é o biopsicológico. R: a) Participação de menor importância não se relaciona com coautoria. b) Pressuposto de aplicação da pena. c) A teoria do domínio do fato tem aplicação prática no direito penal brasileiro. 23- Assinale a alternativa falsa: a) na participação, o agente não comete qualquer das condutas típicas (verbos descritos na lei), mas de alguma outra forma concorre para o crime; b) pela teoria do domínio do fato, autor é quem realiza a conduta típica e também quem não a realiza mas tem o domínio do fato, ou seja, controle pleno da situação, com poder de decidir sobre sua prática ou interrupção, bem como acerca de suas circunstâncias; c) é chamado de autor colateral aquele autor que, apesar de não realizar a conduta típica, manipula terceiro, que não possui capacidade de discernimento, para que este realize a conduta típica, servindo como instrumento para a efetivação do delito; d) se duas pessoas combinam de agredir outra e, durante a execução, uma delas resolve matar a vítima, sem que tenha havido anuência ou contribuição da outra, haverá apenas crime de lesões corporais por parte da que queria o resultado menos grave. R: Esse autor é o mediato. 24- Em que situações pode se manifestar a autoria mediata ou indireta? R: O instrumento pode estar acobertado por: excludentes de culpabilidade, por exemplo ser inimputável sem capacidade mental, sem consciência da ilicitude; erro de proibição por não reconhecer ser uma ação proibida; inexigibilidade de conduta diversa; excludente de ilicitude. 25- Diferencie autoria intelectual de participação intelectual à luz da teoria do domínio do fato. R: A execução do tipo não as torna diferentes (nenhum dos dois o executa), na realidade são um ponto de semelhança. A diferença é o domínio do fato, já que o partícipe intelectual não tem domínio do fato enquanto o autor intelectual sim. BIANCA MARINELLI – DIREITO PENAL 2º TERMO A luz da teoria formal o autor intelectual não seria autor, mas sim partícipe pois não executa o tipo e o participe intelectual se manteria. 26- Assinale a alternativa falsa: a) pela teoria do domínio do fato, autor é quem realiza a conduta típica e também quem não a realiza mas tem o domínio do fato, ou seja, controle pleno da situação, com poder de decidir sobre sua prática ou interrupção, bem como acerca de suas circunstâncias; b) é chamado de autor mediato aquele autor que, apesar de não realizar a conduta típica, manipula terceiro, que não possui capacidade de discernimento ou está acobertado por alguma excludente de antijuridicidade ou de culpabilidade, por exemplo, para que este realize a conduta típica, servindo como instrumento para a efetivação do delito; c) se duas pessoas combinam de agredir outra e, durante a execução, uma delas resolve matar a vítima, sem que tenha havido anuência ou contribuição da outra, haverá apenas crime de lesões corporais por parte da que queria o resultado menos grave; d) é possível a participação culposa em crime doloso, porque não é necessária a adesão prévia de uma vontade à outra, para que haja liame subjetivo, como no caso da empregada que deixa aberta a porta para os furtadores, que desconhecem o comportamento dela. R: Deve haver homogeneidade no vinculo subjetivo (dolo, dolo, dolo) para ser concurso de pessoas. Não existe participação culposa em crime doloso e nem participação dolosa em crime culposo. Cada um responde por um crime diferente.
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