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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ANÁPOLIS/GO PROCESSO Nº: XXX João Pinho, espanhol, viúvo, contador, portador da carteira de identidade nº XXX, expedida pelo XXX, inscrito no CPF sob o nº XXX, endereço eletrônico, residente e domiciliado na Rua Uruguai 180, Goiânia/GO, pelo advogado infra-assinado, com endereço profissional constante da procuração em anexo, para fins do artigo 77, inc. V, do CPC, vem, a esse juízo, oferecer CONTESTAÇÃO em face de XYZ, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XXX, endereço eletrônico, sediada na Rua Limão, 213, Anápolis/GO, pelos motivos de fato e direito que passa a expor. I – PRELIMINARES I.1 – DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO De atenta análise dos autos, resta evidente a ausência de procuração do advogado representando a PARTE AUTORA, configurando-se, dessa forma, o defeito de representação. Diante disso, deve a PARTE AUTORA ser intimada por esse Douto Juízo para que proceda à correção da irregularidade, sob pena de extinção do feito sem resolução do mérito, na forma do art. 485, IV, do Código de Processo Civil. I.2 – INCOMPETÊNCIA É esse Juízo incompetente para julgamento da presente ação. Como já informado nos autos, a PARTE RÉ é residente e domiciliada na cidade de Goiânia/GO, e, de acordo com a previsão expressa no art. 46 do CPC, é competente o foro do domicílio do réu para as ações fundadas em direito pessoal. Portanto, é competente para o julgamento da presente ação o Juízo Cível da Comarca da cidade de Goiânia/GO, devendo os autos serem remetidos àquele Juízo, conforme determinação constante do art. 64, §3º, do CPC. I.3 – PREJUDICIAL AO MÉRITO - DECADÊNCIA A ação é plenamente improcedente, uma vez que a direito do autor encontra-se totalmente fulminado pela DECADÊNCIA. Assevera o artigo 178, II, do Código Civil que, no caso de fraude contra credores, é de quatro anos prazo decadencial para se pleitear a anulação do negócio jurídico, contado do dia em que se realizou o ato. A doação feita pela PARTE RÉ às filhas ocorreu no dia 06/01/2012, tendo a PARTE AUTORA ajuizado a ação somente no dia 08/11/2016, ou seja, exatos 4 anos, 10 meses e 2 dias após o prazo decadencial, tendo a PARTE AUTORA decaído do direito de ação. II – MÉRITO De fato, consta do art. 158 do CC a previsão de que os negócios de transmissão gratuita de bens, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. Porém, por uma questão notavelmente lógica, fez o legislador questão de salientar, uma vez que, em um país como o nosso, até o óbvio sempre precisa ser dito, no §2º do citado artigo que só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles. E é exatamente nesse ponto que reside a grande questão. O contrato de locação, que, conforme consta da inicial, hoje vigora por prazo indeterminado, inicialmente, possuía o prazo de duração de 30 meses. Dispõe o art. 39 da Lei nº 8.245, de 18 de outubro de 1991 – a Lei do Inquilinato -, que salvo disposição contratual em contrário, qualquer das garantias da locação se estende até a efetiva devolução do imóvel, ainda que prorrogada a locação por prazo indeterminado, Ciente das obrigações que lhe cabiam, com total zelo e diligência, mesmo diante do fato de ser o contrato de locação por prazo determinado, a PARTE RÉ, com 120 dias de antecedência do término do contrato, notificou o locador e o locatário de que não renovaria a fiança em caso de prorrogação do contrato, o que, na forma do inc. X do art. 40 da Lei do Inquilinato, desobriga o fiador dos efeitos da fiança após os 120 dias posteriores à notificação. É claro o art. 819 do CC quando estabelece que a fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva. Portanto, se, após a notificação ao locador e ao locatário de que a fiança não seria renovada. Diante disso, como não houve a assinatura da PARTE RÉ em novo contrato de fiança, com o fim do contrato de locação, finalizou-se também o contrato de fiança celebrado entre as partes, não podendo ser demandada a PARTE RÉ por obrigações posteriores ao término do contrato de locação. Ademais, com a doação dos imóveis às herdeiras, a PARTE RÉ antecipou a legítima, consoante permissão legal prevista no art. 544 do CC, por terem os imóveis de igual valor os imóveis e ser a última vontade declarada por esposa da PARTE AUTORA em seu leito de morte para que, no futuro, as irmãs não viessem a se desentender por conta de herança. III - PEDIDO Diante do exposto, requer a esse juízo: a) o acolhimento da preliminar de defeito de representação, com a consequente extinção do processo sem resolução do mérito, na forma do art. 485, inc. IV, do CPC; b) o acolhimento da preliminar de incompetência, com a consequente remessa dos autos para a Comarca de Goiânia/GO, conforme previsão constante do art. 64, §3º, do CPC; c) o acolhimento da prejudicial de mérito, com a consequente extinção do processo com resolução do mérito, na forma do art. 487, inc. II, do CPC; d) no mérito, a improcedência do pedido autoral; e) a condenação da PARTE AUTORA ao pagamento das despesas processuais e os honorários advocatícios de sucumbência. IV - PROVAS Requer a produção das provas documentais, depoimento pessoal, testemunhal e daquelas que se fizerem necessárias no curso da instrução processual. Nestes termos, Pede deferimento. Local, data Nome do Advogado OAB/UF
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