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Agricultura Familiar e o Agronegócio - Unidade 1

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SURGIMENTO DA AGRICULTURA 
FAMILIAR E DO AGRONEGÓCIO
Professoras: Drª. Paula Toshimi Matumoto Pintro
Me. Yony Brugnolo Alves
Espª. Simoni Alexandre
Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho 
Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha
Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Pinelli
Head de Planejamento de Ensino Camilla Cocchia
Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo
Supervisão do Núcleo de Produção 
de Materiais Nádila de Almeida Toledo
Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey
Projeto Gráfico Thayla Guimarães 
Design Educacional Rossana Costa Giani 
Design Gráfico Isabela Mezzaroba Belido 
Ilustração Isabela Mezzaroba Belido
DIREÇÃO
Reitor Wilson de Matos Silva 
Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva 
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação 
a Distância; PINTRO, Paula Toshimi Matumoto; ALVES, Yony Brugnolo; 
ALEXANDRE, Simoni.
 
 Agricultura Familiar e Agronegócio. Paula Toshimi 
Matumoto Pintro; Yony Brugnolo Alves; Simoni Alexandre.
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 
 38 p.
“Pós-graduação Universo - EaD”.
 1. Agricultura. 2. Agronegócio. 3. EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 306
CIP - NBR 12899 - AACR/2
01
02
03
sumário
HISTÓRIA DA AGRICULTURA FAMILIAR|9
|19
|25
O AGRONEGÓCIO
AGRICULTURA FAMILIAR VERSUS AGRONEGÓCIO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 • Apresentar o histórico da agricultura familiar e do agronegócio e sua atua-
lidade no Brasil e no mundo.
 • Caracterizar o agronegócio.
 • Perceber as semelhanças, diferenças e singularidades entre a agricultura fa-
miliar e o agronegócio.
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 • História da Agricultura Familiar 
 • O Agronegócio
 • Agricultura Familiar versus Agronegócio
SURGIMENTO DA AGRICULTURA
FAMILIAR E DO AGRONEGÓCIO
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a),
Seja muito bem-vindo(a)! Vamos conversar sobre agricultura familiar e sobre 
agronegócio? 
Discutir esse assunto no Brasil é de grande relevância, pois o Produto Interno Bruto 
- PIB brasileiro sofre alterações para mais e para menos em decorrência do sucesso 
ou insucesso nesse setor da economia. 
Neste encontro, a proposta de estudo está dividida em três grandes tópicos, os 
quais separamos em três aulas para melhor entendimento: História da Agricultura 
Familiar e do Agronegócio: sua atualidade no Brasil e no mundo; Agronegócio; 
Agricultura familiar versus agronegócio.
Na aula um inicialmente, serão abordados fatos históricos desde os primórdios 
da agricultura até sua recente configuração, passando pela evolução nos conceitos 
relacionados à agricultura e pelas leis que ratificam esses conceitos. De forma con-
densada, foram apontados eventos que transformaram os modos de produção e que 
deram origem à chamada agricultura familiar e o agronegócio. 
Pós-Universo 7
Em seguida, serão expostos os conceitos e os fatos da agricultura familiar no Brasil 
e no mundo, demonstrando similaridades e diferenças. Existe, ainda, um levantamen-
to de fatos e dados que norteiam o aprendizado deste tópico. 
Na aula dois definiremos o que é agronegócio, esquematizamos a cadeia produ-
tiva e demonstramos a importância econômica deste setor no cenário econômico 
do Brasil. Além disso, apresenta uma figura que expõe o ranking dos produtos de 
maior produção e exportação do agronegócio brasileiro. 
Na nossa aula de número três procuramos demonstrar as semelhanças, diferen-
ças e singularidade da agricultura familiar e do agronegócio. O objetivo não é rivalizar 
agricultura e agronegócio e sim demonstrar que ambos são muito importantes para 
a economia brasileira e mundial, mas cada um tem suas peculiaridades. 
Dessa maneira, com o conjunto dessas três aulas, desejamos que você, aluno(a), 
consiga compreender o panorama geral da agricultura familiar e do agronegócio. 
Vamos lá?!
Bons estudos!
Pós-Universo 8
Pós-Universo 9
HISTÓRIA DA 
AGRICULTURA 
FAMILIAR
A agricultura é praticada há pelo menos 10 mil anos. Nos primórdios da pré-história 
os homens caçavam e coletavam seus alimentos. Quando não era mais possível usu-
fruir dos recursos em um ambiente de forma extrativista, os homens se realocavam, 
os denominados nômades. As técnicas de domesticação de animais e o domínio 
das práticas de plantar e colher permitiram que o homem deixasse de ser nômade, 
e passasse a se fixar em pequenos aglomerados. Estes grupamentos deram origem 
às civilizações. Com mais pessoas, foi necessário um aumento na produção de ali-
mentos. Dessa forma, as práticas agropecuárias foram cada vez mais aprimoradas e 
desenvolvidas.
Do período da pré-história até o período da revolução industrial no século XVIII, 
a agricultura cresceu, se expandiu e evoluiu. As populações começaram a dominar 
métodos de cultivos de diferentes espécies. O uso de tração animal proporcionou 
agilidade e aumento das produções. A transformação das matérias-primas resultou 
em durabilidade e diversidade de produtos. Nesse período, eram comuns as proprie-
dades que integravam produção e processamento das matérias-primas (ARAÚJO, 
2007). As habilidades requisitadas para que estes serviços fossem executados, capa-
citaram trabalhadores versáteis no trabalho do campo. Desde então, a apropriação 
de terras e o poder de produção tornou-se sinônimo de riqueza (BAPTISTA, 2010).
No levantamento histórico realizado por Mazoyer & Roudart (2010), foram elenca-
dos marcos na modernização da agricultura. De acordo com os autores, na segunda 
metade do século XX, com a chamada Revolução Agrícola Contemporânea, adotou-se 
inovações nas produções agropecuárias. As novas técnicas permitiram um aumento 
nas produções vegetais e animais. Essas práticas, contudo, modificaram significativa-
mente a história da agricultura. Alguns métodos adotados foram:
Pós-Universo 10
 • Motorização-mecanização: implementos que permitiram maior agilidade 
e menor uso da mão de obra.
 • Seleção de espécimes animal e vegetal com forte potencial de rendimen-
to: procedimento que permitiu um aumento de produção e produtividade.
 • Ingresso de produtos fitossanitários: método químico de prevenção, con-
trole e erradicação de pragas e doenças em vegetais. Surgiram também 
produtos para sanidade animal. 
 • Uso de corretivos e fertilizantes: recurso adotado para repor nutrientes no 
solo com contínuas produções.
 • Alimentos concentrados: alimentos ofertados em quantidade que acelera-
ram o ganho de peso vivo (PV) animal.
Agricultores de muitos países foram estimulados pelo poder público a consumir estas 
inovações, por meios de “políticas de incentivo aos preços agrícolas, de subvenções 
aos insumos, bonificação dos juros de empréstimos e investimentos” (MAZOYER; 
ROUDART, 2010). O acesso destes recursos concentrou-se nas regiões mais próspe-
ras, com alto potencial de rentabilidade.
Diante desse novo cenário, atentam-se as particularidades das novas formas de 
produção, de processamento, de distribuição e de comercialização. Distintas, espe-
cialmente, segundo o uso e a posse das terras são conceitualmente denominadas de 
agricultura familiar e agronegócio. A primeira refere-se aos detentores de terras que 
se mantiveram pequenos, em sua maioria, com produções diversificadas e de traba-
lhadores do núcleo familiar. Já o agronegócio trata de produções em larga escala, na 
maioria, monocultura, de trabalho e de posse de pessoas que não necessariamente 
possuem vínculos familiares.
As singularidades, semelhanças e diferenças entre a agricultura familiar e o agro-
negócio foram o objeto de estudo deste livro. A agricultura familiar, durante muito 
tempo,não foi assim denominada. Atualmente o conceito é diferenciado em cada país, 
mas o que todos têm em comum é o emprego de mão de obra familiar (FAO, 2014).
Pós-Universo 11
No Brasil, os agricultores já foram subdivididos em: índios, negros, mestiços, brancos 
não herdeiros e imigrantes europeus. Com o decorrer do tempo, eles foram chamados 
de camponeses (ALTAFIN, 2007). Com o processo de migração de europeus, espe-
cialmente, na região Sul, do Brasil, houve a expansão territorial e a inserção de novas 
tecnologias. Produtores rurais de base familiar passaram a ser chamados de novos 
colonos (ABRÃO; SANTOS, 2010).
Na década de 1930, com a adoção da mecanização e qualificação da mão de 
obra na agricultura, o Brasil assumiu-se autossuficiente. Uma visão sistemática das 
cadeias agroindustriais favoreceu a relação custo/benefício do agronegócio (SILVA; 
FRANCISCO, 2007). No ano de 1964, foi criada a Lei 4.504 que dispõe sobre o Estatuto 
da Terra. Surge então o termo empresa rural. 
Até a década de 1960 não se tinha uma lei que trata-se especificamente a 
respeito das propriedades rurais. Em 1964 foi instituída a Lei 4.504/64 que 
traz definições do que é um Imóvel Rural, o que é uma Propriedade Familiar, 
um Módulo Rural, um Minifúndio, um Latifúndio, uma Empresa Rural, o 
Parceleiro e a Cooperativa Integral de Reforma Agrária. Mas ainda não se 
discutia o termo Agricultura Familiar, é claro que foi com essa Lei que sur-
giram os primeiros termos que puderam, no futuro, originar o termo e a 
definição de Agricultura Familiar.
Fonte: BRASIL. Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964. Dispõe sobre o 
Estatuto da Terra, e dá outras providências. Diário Oficial Eletrônico, 30 de 
nov. 1964. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4504.
htm>. Acesso em: 22 abr. 2017
saiba mais 
Segundo os autores Abrão e Santos (2010), o final da década de 1970 e início da década 
de 1980, um novo conceito foi inserido: pequena produção integrada e pequena 
produção excluída da integração. Considera-se produção integrada àquela que une 
dois ou mais elos da cadeia produtiva (insumos – produção – processamento – dis-
tribuição – consumidor final), enquanto que a pequena produção trata-se somente 
do cultivo e/ou criação propriamente dito. Somente no final da década de 1980 e, 
no início dos anos 1990, fortaleceu-se o conceito de agricultura familiar por meio de 
debates políticos e acadêmicos.
Pós-Universo 12
Em 2006, foi elaborada a Lei 11.326 (BRASIL, 2006) para definir agricultura familiar:
 “
Art. 3o Para os efeitos desta Lei, considera-se agricultor familiar e empreen-
dedor familiar rural aquele que pratica atividades no meio rural, atendendo, 
simultaneamente, aos seguintes requisitos:
I – Não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 (quatro) módulos fiscais;
II – Utilize predominantemente mão-de-obra da própria família nas atividades 
econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento;
III – Tenha percentual mínimo da renda familiar originada de atividades econô-
micas do seu estabelecimento ou empreendimento, na forma definida pelo 
Poder Executivo;
IV – Dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família.
§ 1o O disposto no inciso I do caput deste artigo não se aplica quando se tratar 
de condomínio rural ou outras formas coletivas de propriedade, desde que a 
fração ideal por proprietário não ultrapasse 4 (quatro) módulos fiscais.
§ 2o São também beneficiários desta Lei:
I – Silvicultores que atendam simultaneamente a todos os requisitos de que 
trata o caput deste artigo, cultivem florestas nativas ou exóticas e que promo-
vam o manejo sustentável daqueles ambientes;
II – Aquicultores que atendam simultaneamente a todos os requisitos de que 
trata o caput deste artigo e explorem reservatórios hídricos com superfície 
total de até 2 ha (dois hectares) ou ocupem até 500 m³ (quinhentos metros 
cúbicos) de água, quando a exploração se efetivar em tanques-rede;
III – Extrativistas que atendam simultaneamente aos requisitos previstos nos 
incisos II, III e IV do caput deste artigo e exerçam essa atividade artesanalmen-
te no meio rural, excluídos os garimpeiros e faiscadores;
IV – Pescadores que atendam simultaneamente aos requisitos previstos nos 
incisos I, II, III e IV do caput deste artigo e exerçam a atividade pesqueira 
artesanalmente.
V – Povos indígenas que atendam simultaneamente aos requisitos previstos 
nos incisos II, III e IV do caput do art. 3º;
VI – Integrantes de comunidades remanescentes de quilombos rurais e demais 
povos e comunidades tradicionais que atendam simultaneamente aos incisos 
II, III e IV do caput do art. 3º (BRASIL, Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006, 2006).
Pós-Universo 13
De acordo com Abrão e Santos (2010, p. 4) a definição de agricultura familiar foi im-
portante para a ruptura de conceitos errôneos como: “agricultor de subsistência ou de 
baixa renda, sitiante, pequeno produtor, pequena produção, colono, caipira, meeiro, 
parceiro, arrendatário, posseiros e, principalmente, camponeses”.
Embora não exista uma definição universal, diferentes conceitos baseiam-se em 
fatores relacionados à propriedade e gestão, utilização de trabalho, tamanho físico e 
econômico. Numa pesquisa com 36 conceitos, observaram-se alguns fatores que são 
comumente associados à agricultura familiar. São termos como: mão de obra fami-
liar (operado e/o gerido pelo menos em parte), limite máximo de área total e limite 
máximo de renda (FAO, 2014). Em 2014, a Comissão de Coordenação Internacional 
da FAO (Food and Agriculture Organization), propôs uma definição transmitida mun-
dialmente. O Ano Internacional da Agricultura Familiar (2014) foi a oportunidade para 
conceituar agricultura familiar como: 
 “
Forma de organizar a produção agrícola, florestal, pesqueira, pecuária e 
aquícola que é gerenciada e administrada por uma família e depende princi-
palmente da mão de obra de seus membros, tanto mulheres quanto homens. 
A família e o estabelecimento estão relacionados entre si, evoluem conjun-
tamente e combinam funções econômicas, ambientais, reprodutivas, sociais 
e culturais (FAO, 2014).
Atualmente, a agricultura familiar é responsável por 570 milhões de fazendas em 
todo o mundo. Quase 75% desta totalidade estão localizadas na Ásia. A maioria dos 
imóveis rurais do mundo, voltados à produção familiar, é menor que um hectare 
(Figura 1). Fatos históricos, instituições, desenvolvimento econômico, desenvolvimen-
to do setor não agrícola, terra e trabalho, foram fatores que determinaram, ao longo 
do tempo, a distribuição de tamanhos de propriedades em vários países (FAO, 2014).
Pós-Universo 14
Figura 1 - Distribuição de propriedades rurais em todo o mundo
Fonte: adaptado de FAO (2014) 
Nota: Os primeiros dois painéis são baseados em uma amostra de 161 
países, que respondem por quase 570 milhões de explorações; o número 
de países é mostrado entre parênteses. O terceiro painel mostra fazendas 
por tamanho da propriedade, cobrindo um total de cerca de 460 milhões 
de propriedades rurais em 111 países. Todos os valores são arredondados.
fatos e dados
Pós-Universo 15
Dos mais de 500 milhões de propriedades rurais familiares, nota-se que mais 70% 
são menores que um hectare. Mesmo consideradas pequenas, essas propriedades 
são os grandes responsáveis por 80% da produção mundial de alimentos e repre-
sentam mais de nove a cada dez propriedades em todo o mundo. A agricultura 
familiar é essencial para desenvolvimento rural sustentável e anseia-se que muitos 
destes saiam da situação de pobreza e insegurança alimentar. Para isso, é fundamen-
tal que assumam o papel de protagonistas frente às necessidades de produção de 
alimentos, no mundo, ao trabalharem por uma agricultura sustentável (FAO, 2014). 
Historicamente, países com maiores rendas beneficiaram seus produtores rurais 
por meio de políticas de apoio ao desenvolvimento rural. Desta forma, os agriculto-
res que já eram relativamenteprodutivos passaram a ser cada vez mais prósperos 
(MAZOYER; ROUDART, 2010).
Na Europa, nos EUA (Estados Unidos da América) e no Japão, especialmente, 
pós-Segunda Guerra Mundial, os governos privilegiaram a agricultura familiar com 
estruturação de várias políticas agrícolas e agrárias. Transformaram o modo tradicio-
nal de campesinato dos tempos medievais em uma moderna agricultura familiar. A 
mudança, interna e externa desses produtores foi resultado da intervenção governa-
mental e suas políticas, gerando uma agricultura familiar empresarial (CAUME, 2009).
Diante destas considerações, é possível compreender porque nos EUA existem 
propriedades com diversos tamanhos, desde os níveis de renda mais baixos até agri-
cultores multimilionários são considerados agricultores familiares. O conceito está 
embasado em que todos os estabelecimentos rurais são conduzidos por famílias, in-
dependentemente de sua grandeza ou poder econômico (HEBERLÊ, 2014).
Além disso, os EUA trabalham a propriedade rural como uma empresa e, muitas 
vezes, aderem o estilo de sociedade holding. A palavra hold (inglês) significa: “segurar, 
controlar, manter”. 
Pós-Universo 16
Holding é uma sociedade que tem como atividade o exercício do contro-
le acionário de outras empresas e a administração dos bens das empresas 
que controla, além do desenvolvimento do planejamento estratégico, fi-
nanceiro e jurídico dos investimentos do grupo, devendo não interferir na 
operacionalização das empresas controladas, mas prestar serviços que elas 
não podem executar eficientemente, ou que, para cada empresa, isolada-
mente, seja oneroso e para a holding não, tendo em vista a pulverização 
dos custos.
Fonte: Teixeira (2007, p.2).
atenção
Trabalhar a propriedade rural como empresa rural é uma forma de garantir a prote-
ção e a sucessão patrimonial. Esse estilo de sociedade é bastante difundido e adotado 
nos EUA. No Brasil, essa prática não é aderida por agricultores familiares e também 
não é uma cultura muito disseminada.
É possível legitimar propriedades brasileiras como holding, desde que a Lei 11.326 
de até quatro módulos fiscais seja respeitada. Ou seja, a partir do momento em que 
o produtor torna-se “grande”, descaracteriza-se como agricultor familiar. Por outro 
lado, a legislação brasileira prevê este modo de sociedade, qual seja, o holding na 
Lei 6.404 (BRASIL, 1976) que define: 
 “
Características e Natureza da Companhia ou Sociedade Anônima
Características Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o capital divi-
dido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao 
preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. Objeto Social
Art. 2º Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim lucrativo, não 
contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes.
§ 1º Qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se rege pelas leis 
e usos do comércio.
§ 2º O estatuto social definirá o objeto de modo preciso e completo.
§ 3º A companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades; ainda 
que não prevista no estatuto, a participação é facultada como meio de reali-
zar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais (BRASIL, Lei nº 
6.404, de 15 de dezembro de 1976, 1976).
Pós-Universo 17
Os sistemas de gestão das propriedades não são as únicas diferenças entre a agri-
cultura familiar americana da agricultura familiar brasileira. Historicamente, foram 
evidenciados alguns diferenciais. Na obra “Agricultura familiar: é preciso mudar para 
avançar”, Navarro e Pedroso (2011) fazem um levantamento de três fatores primor-
diais. O primeiro descreve o modo de colonização; o segundo, as formas de apoio 
no fortalecimento da agricultura familiar; e. o terceiro, a cultura de cientistas sociais 
preocupados com os interesses rurais.
Na década de 1940, criaram-se as primeiras políticas públicas para a agricultura 
familiar nos EUA, enquanto que, no Brasil, elas iniciaram nos anos de 1968 a 1981. No 
processo de colonização, os americanos ocuparam as terras da maioria das regiões 
do país, e adotaram-se os lotes pequenos para cada propriedade. No Brasil, foram 
feitas grandes divisões de terras e de modo desorganizado.
Outro diferencial levantado na pesquisa de Navarro e Pedroso (2011) foi em relação 
às formas de apoio ao desenvolvimento da agricultura familiar. Antes mesmo de 
surgirem as primeiras políticas públicas nos EUA, a igreja e, especialmente, os protes-
tantes, atuavam como porta voz das necessidades dos agricultores frente ao governo. 
As questões agrárias eram defendidas e fomentadas por essas igrejas. Na agricultu-
ra brasileira, não há registros formalizados de entidades que assumiram esse papel. 
Deste modo, algumas questões continuam carentes de atendimento.
Navarro e Pedroso (2011) finalizam as comparações apontando a existência de 
cientistas sociais na América. Estes pesquisadores, também fomentados pela igreja, 
atuaram de modo a aprimorar pesquisas para o campo. Assim, caminharam para um 
desenvolvimento rural e, consequentemente, garantiram uma melhor qualidade de 
vida para essas famílias. No Brasil, o estímulo de cientistas sociais voltados para ques-
tões agrárias, ainda é considerado um fenômeno recente.
Os últimos dados de pesquisas brasileiras sobre a agricultura familiar são do IBGE 
(2006) (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A seguir, apresenta-se de forma 
resumida os dados compilados a partir do censo agropecuário do IBGE (2006). De 
modo geral, os estados com os maiores números de estabelecimentos, são, também, 
os maiores percentuais de áreas ocupadas. A exceção é na região Centro-Oeste. O 
estado de Goiás apresenta um maior número de estabelecimentos, enquanto o 
estado do Mato Grosso tem o maior percentual de áreas com agricultura familiar. Uma 
justificativa para essa desproporção pode estar na legislação brasileira. Para ser consi-
derada agricultura familiar, um pré-requisito é que a propriedade tenha, no máximo, 
Pós-Universo 18
até quatro módulos fiscais. Um módulo fiscal em Goiânia-GO vale 7 ha, então, as 
áreas de até 28 ha podem ser consideradas familiares. Enquanto um módulo fiscal 
em Cuiabá-MT vale 30 ha, podendo englobar imóveis rurais de até 120 ha como fa-
miliares. Vale ressaltar que o exemplo apresenta apenas as capitais dos estados, e a 
estatística do IBGE é abrangente para os estados como um todo.
Tabulando-se os dados do censo agropecuário do IBGE (2006), é possível notar 
os números de estabelecimentos e a área total ocupada por agricultores rurais fami-
liares. Vejamos na tabela 1, a seguir: 
Tabela 1 - Estabelecimentos e área da agricultura dividida pelas regiões bra-
sileiras, tanto da agricultura familiar quanto da não familiar
Grandes 
regiões
Agricultura familiar
Lei 11.326/06 Área total 
(ha)
Não familiar Área total 
(ha)
Estabelecimentos Estabelecimentos
Brasil 4 367 902 80 250 454 807 585 249 687 833
Norte 413 101 16 647 328 62 674 38 139 968
Nordeste 2 187 295 28 332 600 266 711 47 261 841
Sudeste 699 978 12 789 019 222 069 41 444 044
Sul 849 997 13 066 592 156 184 28 459 566
Fonte: Censo Agropecuário (IBGE, 2006).
Nota-se que, assim como a relação por estados, os valores dos módulos fiscais na 
região Norte são majoritariamente elevados. Assim, a região Norte é a quarta em 
números de estabelecimentos e a segunda em porcentagem de áreas ocupadas 
pela agricultura familiar.
Além destas informações, o censo agropecuário (2006) fez um levantamento a 
respeito dos números e variedades de produtos agropecuários produzidos no Brasil. 
A agricultura familiar é um grupo (Agricultura Familiar, Agronegócio) extremamente 
diversificado e produzem, principalmente: arroz, feijão, mandioca, milho, soja, trigo, 
leite, aves e ovos.
A diversidade da agricultura familiar é um convite para inovações, considerando as 
condições agroecológicas, socioeconômicas e políticas públicas. O desafio é estabe-
lecer estratégiasde inovação para “concentrar não apenas o aumento do rendimento, 
mas, também, um conjunto mais complexo de objetivos, incluindo a preservação de 
recursos naturais e elevação da renda rural” (FAO, 2014, tradução nossa).
Pós-Universo 19
O AGRONEGÓCIO
Outra vertente da agricultura é denominada agronegócio. O conceito de agrone-
gócio (agribusiness) foi elaborado pelos professores americanos de Harvard, John 
Davis e Ray Goldberg, em 1957. Atualmente, procura-se manter a essência da defi-
nição de agribusiness como: “a soma das operações de produção e distribuição de 
suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades agrícolas, do arma-
zenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos 
a partir deles” (CRUVINE; NETO, 1999, p.1).
No Brasil temos diversos pesquisadores e diversas Instituições que se 
dedicam ao estudo do agronegócio. Bons exemplos são: PENSA - Centro 
de Conhecimento em Agronegócio que é um programa ligado à US <http://
pensa.org.br/> e o GPAI - Grupo de Estudos e Pesquisas Agroindustriais que 
é ligado à UFSCAR <http://www.gepai.dep.ufscar.br/>. Boa pesquisa!!
atenção
Silva e Francisco (2007) apontam que, durante o período de colonização do Brasil, su-
cederam-se vários ciclos agroindustriais, como: a exploração do Pau-Brasil, cana de 
açúcar, borracha e café. Estes períodos revelam que “a economia brasileira teve im-
plicações sociais, políticas e culturais com fortes raízes junto ao agronegócio”.
Didaticamente, a cadeia produtiva do agronegócio ou sistema agroindustrial 
pode ser dividida em: “antes da porteira” ou montante, “dentro da porteira” e “depois 
da porteira” ou jusante. Estes segmentos estão interligados e associados (ARAÚJO, 
2007), como mostra a figura 2.
Pós-Universo 20
MONTANTE
Antes da portaria
INSUMOS PRODUÇÃO PROCESSAMENTO DISTRIBUIÇÃO
ATACADO/VAREJO
CONSUMIDOR
FINAL
Depois da portaria
Dentro da
portaria
JUSTANTE
Produção Aninal
Produção Vegetal
Aves
Bovinos
Suínos
Alimentos
Bebidas
Açúcar
Embutidos
Importação
Exportação
Logística
Rodovias
Ferrovias
Hidrovias
Aerovias
Meios próprios
Postal
Supermercado
Lojas
Restaurantes
Padarias
Bares
Feiras
Hotéis
“Internet”
Vestuário
Madeira
Papel
Celulose
Biocombustíveis
Roupas
Calçados
Culturas Anuais
Culturas Perenes
Floricultura
Horticultura
Silvicultura
Extração Vegetal
Defensivos
Fetilizantes
Sementes
Máquinas
Combustíveis
Motores
Tratores
Rações
Vacinas
Figura 2 - Representação da Cadeia Produtiva do Agronegócio.
Fonte: o autor (2015)
Antes da porteira ou montante representa os insumos necessários para as produ-
ções agropecuárias. Dentro da porteira é a representação de pequenos, médios ou 
grandes produtores, organizados como pessoas físicas (agricultores) ou pessoas 
jurídicas (empresas). E depois da porteira ou jusante representa as etapas de benefi-
ciamento, transporte até a venda ao consumidor final (ARAÚJO, 2007).
Segundo Silva e Francisco (2007, p.13): 
 “
A proposta do agronegócio é focada nos fornecedores de bens e serviços 
para a agricultura, os produtores rurais, os processadores, os transformado-
res e distribuidores e todos os envolvidos na geração e fluxo dos produtos 
de origem agrícola até o consumidor final.
A partir de 1990, com a reabertura econômica do Brasil, grandes empresas do comple-
xo agroindustrial instalaram-se no país. Setores de insumos, maquinários, tecnologia 
de processamentos, distribuição e comercialização, são as áreas de atuação destas 
empresas. Ou seja, participam de todo o ciclo produtivo do agronegócio. Além disso, 
essas empresas são até hoje protagonistas em investimento em ciências e pesquisas 
em todo território brasileiro (SANTOS; VALE, 2012).
Pós-Universo 21
As inovações tecnológicas tornam-se importantíssimas para alavancar as produ-
ções rurais. A cadeia produtiva do agronegócio é diretamente afetada pela utilização 
de tecnologias. Mas são, especialmente, os grandes produtores e exportadores que 
usufruem dos avanços tecnológicos no agronegócio (SILVA; FRANCISCO, 2007).
De acordo com a pesquisa de Caume (2009), a produção agrícola depende cres-
centemente de recursos econômicos. Este fator é essencial para a aquisição de bens 
de produção (máquinas, implementos e insumos) e acesso aos processamentos das 
agroindústrias.
Os países que perceberam essa dinâmica e adotaram políticas, “tais como inves-
timento em educação e treinamento, ciência, geração de tecnologia, infraestrutura, 
difusão de informações e melhoria na qualidade de vida rural”, foram os maiores be-
neficiados (CRUVINE; NETO, 1999, p.4).
No Brasil e no mundo houve uma crescente demanda por produtos agríco-
las, especialmente, em consequência do êxodo rural. O modo de operacionalidade 
empresarial rural foi implantado, visando atender o aumento do consumo. A maior 
produtividade é resultado das inovações tecnológicas implementadas. O novo modelo 
foi possível por meio de incentivos de créditos no setor agrícola e industrial, que con-
duziram as produções do campo até a cidade (SANTOS; VALE, 2012).
Considerando-se o Brasil um país essencialmente agrícola, almeja-se a incorpo-
ração das novas tecnologias voltadas à produção rural. Para que este processo de 
modernização seja alcançado com sucesso, e de modo abrangente, deve haver in-
vestimentos do setor público e privado. Objetiva-se uma “melhoria contínua dos 
equipamentos e máquinas, e na especialização de recursos humanos, principalmen-
te no treinamento de técnicos na área agrícola” (SILVA; FRANCISCO, 2007, p.11).
Neste contexto, o setor agroindustrial é um dos maiores beneficiados do suporte 
científico e tecnológico. Responsabiliza-se por uma porção generosa da economia, e 
ajuda a manter, e até mesmo incrementar, a competitividade de mercado (CRUVINE; 
NETO, 1999).
Pós-Universo 22
US$ Bilhão
Ano
2017
2016
2015
2014
2013
2012
2011
2010
2009
2008
0 20 40 60 80 100
US$11,9
US$71,8
US$64,8
US$13,4
US$76,4
US$17,5
US$95,0
US$16,4
US$17,1
US$16,6
US$13,1
US$13,6
US$88,2
US$84,9
US$3,8
US$20,5
US$96,7
US$95,8
US$100,0
US$9,9
Exportação
Importação
Figura 3 - Balança Comercial do Agronegócio - Série Histórica
Fonte: Agrostat (2017).
No gráfico 3 podemos observar a importância do agronegócio para a Balança Comercial 
Brasileira. Percebam que em todos os períodos mostrados (2008 até 2017) as expor-
tações do agronegócio superam as importações do agronegócio, gerando assim 
divisas para a economia brasileira.
Pós-Universo 23
O infográfico apresenta os principais destinos das exportações do agro-
negócio brasileiro no primeiro trimestre de 2017. Há que se ressaltar que 
tanto os países de destino quanto os produtos não tem se modificado nos 
últimos anos e, provavelmente, não ocorram grandes modificações nos 
próximos anos.
Fonte: CNA - Confederação Nacional da Agricultura. Boletim do Agronegócio 
Internacional Edição 32 - Abril de 2017. Disponível em: <http://www.cnabrasil.
org.br/boletins/boletim-do-agronegocio-internacional-alternativas-e-opor-
tunidade-de-integracao-comercial>.
fatos e dados
O agronegócio não deve ser exclusivamente voltado aos grandes produtores rurais. 
Os pequenos e médios, visando crescimento e competitividade de mercado, podem 
associar-se. A cooperação é uma maneira de se fortalecer e gerar alternativas, prin-
cipalmente, para os agricultores familiares. Ressalta-se que para os agricultores, 
pecuaristas e agroindústrias se destacarem nesse novo cenário de cooperação (unir 
pequenos e torná-los grandes/competitivos), as inovações tecnológicas e conheci-
mentos, pois não basta só a informação, é preciso compreendê-la e praticá-la. Por 
isso, valoriza-se o investimento em ciência e tecnologia (SILVA; FRANCISCO, 2007).
Conhecer os dados sobre o agronegócio brasileiro é muito interessante. 
Uma boa fonte de pesquisa são os sites governamentais. Saiba mais sobre 
as exportações e importações do agronegócio brasileiro.
Fonte: Agrostat. Ministérioda Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Disponíel 
em: <http://indicadores.agricultura.gov.br/agrostat/index.htm>.
saiba mais 
Pós-Universo 24
Pós-Universo 25
AGRICULTURA 
FAMILIAR versus 
AGRONEGÓCIO
O panorama mundial da agricultura familiar contabiliza mais de 500 milhões de proprie-
dades. As famílias podem contribuir efetivamente para garantir a segurança alimentar 
mundial, cuidar e proteger os recursos naturais, acabar com a pobreza, subnutrição 
e desnutrição. Para assumir tal papel, é fundamental o desenvolvimento de políticas 
públicas para o fortalecimento da agricultura familiar. Deste modo, é possível torna-
rem-se mais inovadoras, produtivas e sustentáveis (FAO, 2014).
Outro ponto importante é desvincular a palavra agronegócio como sinônimo de 
grandes produtores rurais. O agronegócio é resultado de produtores altamente com-
petitivos no mercado, inclusive agricultores familiares. A principal diferença está na 
escala de produção, pois os menores produzem menos. Mesmo assim, é possível tor-
ná-los competitivos unindo-os, por exemplo, em associações e cooperativas (CRUVINE; 
NETO, 1999).
Fomentar inovações, especialmente na aplicação do conhecimento científico, é 
um modo de melhorar a produção e as práticas de gestão. É importante propor ideias 
de uma agricultura sustentável como plantio de novas variedades combinadas às 
práticas tradicionais ou, ainda, aplicar técnicas integradas de produção. Para isso, é fun-
damental que setor público, privado, sociedade civil, agricultores e suas organizações 
trabalhem por este objetivo.
De acordo com Silva e Francisco (2007,p. 12): 
 “
Para estabelecer uma relação entre desenvolvimento sustentável e o agro-
negócio, discute-se exauridamente a preservação do meio ambiente, dos 
programas de biotecnologia e recursos genéticos, gestão de recursos hídri-
cos, conservação de solos na agricultura, florestas e agroflorestas, conservação 
de parques e proteção ambiental.
Uma perspectiva do tamanho das propriedades e de suas áreas de ocupa-
ção, em todo o mundo, foram pesquisadas pela FAO (2014). Esses números 
estão graficamente representados na figura 4, a seguir.
Pós-Universo 26
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
<2 2-5 5-10 10-20
Tamanho (ha)
Tamanho da propriedade Área da propriedade
20-50 50-100 100-200 200-500 500-1000 >1000
Figura 4 - Tamanho x Área das propriedades rurais em todo o mundo, 2014.
Fonte: adaptado de dados do Programa da FAO para o Censo Mundial de Agricultura mostrado 
em FAO (2013).
Nota: Com base em uma amostra de 106 países.
Com esses dados, interpreta-se que aproximadamente 90% dos imóveis rurais do 
mundo têm até 100 ha., Somando-se, porém, o tamanho dessas propriedades, re-
sulta-se algo em torno de 40% da área total de produção agrícola mundial. Diante 
dessa análise, é correto afirmar que quase 10% de todos imóveis rurais levantados 
pela pesquisa, são maiores que 100 ha e ocupam cerca de 60% da área total mundial 
agricultável.
Quando se trata de dados específicos sobre o Brasil, prevalece a quantidade de 
pequenas propriedades, menores que 100 ha. Mas a soma das áreas dessas peque-
nas propriedades chega somente a 15,98% do total. Enquanto as áreas maiores que 
2000 ha, não alcançam 1% do número de imóveis rurais, mas dominam mais de 40% 
das áreas produtivas no Brasil. Isto mostra que existe concentração de terras em nosso 
país, ou seja, poucas pessoas/empresas são donas da maior parte de terras.
Pós-Universo 27
Esta interpretação é confirmada no trabalho de Silva (2011) e que Caio Prado 
Júnior em 1979 também relatava: 
 “
(...) por força da grande concentração da propriedade fundiária que carac-
teriza a economia agrária brasileira, bem como das demais circunstâncias 
econômicas, sociais e políticas que direta e indiretamente derivam de tal 
concentração, a utilização da terra se faz predominantemente e de maneira 
acentuada, em benefício de uma reduzida minoria (PRADO JR., 1979, p.15).
Na pesquisa de Camacho (2009), foi apontado a concentração de grandes proprieda-
des como um dos fatores que contribuíram para o êxodo rural. O censo do IBGE (2010) 
apurou informações, segundo a localização do domicílio, representando, assim, a po-
pulação rural e a população urbana. A figura 5 mostra estes números de 1980 até 2010.
RURAL
URBANO
10
0 1980 1991 1996 2000 2010
20
30
40
50
60
70
80
90
67,7%
75,47%
78,36%
81,23%
84,36%
Figura 5 - População residente segundo localização do domicílio Brasil.
Fonte: adaptado de IBGE (2010).
Pós-Universo 28
De fato, os dados apontam uma redução de aproximadamente 50% da população 
rural, em 30 anos. Dessa forma, os produtores familiares e não familiares, mesmo re-
presentando a minoria da população, assumem a responsabilidade de alimentar toda 
a população e alavancar a economia brasileira. Por isso, serão apresentadas pesqui-
sas comparativas dos números da agricultura familiar e não familiar.
Para fins didáticos, será considerada agricultura familiar todas as propriedades 
rurais brasileiras que se enquadram na Lei 11.326/06 (BRASIL, 2006). As demais serão 
consideradas agricultura não familiar/agronegócio.
A tabela seguinte expõe informações acerca do número de estabelecimentos, 
área total, receita anual e outras receitas fora da produção agrícola.
Tabela 2 - Número de estabelecimentos, área total e receita anual dos estabelecimentos da agri-
cultura familiar e da agricultura não familiar 
Estabelecimentos Área total 
(ha)
Receita anual
(1 000 R$)
Outras receitas 
obtidas por ano 
(1 000 R$)
Total 5 175 487 329 938 287 121 833 136 12 707 879
Agr. Familiar 
Lei 11.326/06
4 367 902 80 250 454 41 322 443 7 763 150
Não familiar 807 585 249 687 833 80 510 693 4 944 729
Fonte: Censo Agropecuário (IBGE, 2006).
Computados os dados em proporções aproximadas, admite-se um valor em torno 
de 84% de estabelecimentos familiares contra 16% de estabelecimentos não fami-
liares. Mesmo em número proporcionalmente menor, os agricultores não familiares 
com cerca de 76% da área total e em torno de 66% da receita anual. Dominando 
uma menor renda na produção agropecuária, os agricultores familiares, são respon-
sáveis por aproximadamente 61% de toda renda fora das atividades agropecuárias.
Detalhando-se os dados, a tabela 3 demonstra valores de números de estabele-
cimentos e área ocupada, subdivididos em estados, regiões e total brasileira. 
Pós-Universo 29
Tabela 3: Estabelecimentos e área da agricultura dividida pelas regiões brasileiras, tanto da agri-
cultura familiar quanto da não familiar
Grandes 
regiões
Agricultura 
familiar
Lei 11.326/06
Área total 
(ha)
Não familiar Área total 
(ha)
Estabelecimentos Estabelecimentos
Brasil 4 367 902 80 250 454 807 585 249 687 833
Norte 413 101 16 647 328 62 674 38 139 968
Acre 25187 1494424 4295 1996859
Amapá 2863 12 130770 019 664 743018
Amazonas 61843 1477045 4941 2157265
Pará 196150 6909156 25878 15556870
Rondônia 75251 3302769 11826 5026364
Roraima 8908 637963 1402 1061871
Tocantins 42899 2695201 13668 11597721
Nordeste 2187295 28332600 266711 47261841
Alagoas 111751 682616 11580 1425745
Bahia 665831 9955563 95697 19224996
Ceará 341510 3492848 39504 4429366
Maranhão 262089 4519305 24948 8472143
Paraíba 148077 1596273 19195 2186605
Pernambuco 275740 2567070 29048 2866999
Piauí 220757 3761306 24621 5745291
Rio Grande 
do Norte
71210 1046131 11842 2141771
Sergipe 90330 711488 10276 768925
Sudeste 699 978 12789019 222069 41444044
Espírito Santo 67403 966797 16953 1871381
Minas Gerais 437415 8845883 114202 23801664
Rio de Janeiro 44145 470221 14335 1575646
São Paulo 151015 2506118 76579 14195353
Pós-Universo 30
Sul 849997 13066592 156184 28459566
Paraná 302907 4249882 68144 11036652
Rio Grande do Sul 378546 6171622 62921 14027867
Santa Catarina 168544 2645088 25119 3395047
Centro-Oeste 217531 9414915 99947 94382414
Goiás 88436 3329630 47247 22353918
Mato Grosso 86167 4884212 26811 42921302
Mato Grossodo Sul 41104 1190206 23758 28866741
Fonte: Censo Agropecuário (IBGE, 2006).
Considerando os valores da agricultura familiar, em proporções aproximadas e des-
considerando o Distrito Federal, tem-se: o maior número de estabelecimentos (50%) 
e maiores áreas (35%) de ocupação por região no Nordeste. Por Estado, a Bahia lidera 
o ranking com proporções de (15%) de estabelecimentos e (12%) da área. O Centro-
Oeste foi a região que apresentou o menor índice de estabelecimentos (5%) e área 
(12%). Por Estado, o Amapá mostra-se com o menor número de estabelecimentos 
(0,065%) e em área (0,16%).
Ponderando-se os valores referentes à agricultura não familiar, em porcentagens 
aproximadas, e desconsiderando o Distrito Federal, tem-se: a região Nordeste lideran-
do o número de estabelecimentos (33%) e o Estado de Minas Gerais com (14%). Já as 
maiores porções de áreas estão em domínio da região Centro-Oeste (38%) e no Estado 
de Mato Grosso com (17%). Referindo aos menores percentuais, a região Norte apontou 
menor número de estabelecimentos (7%) ao lado do Estado do Amapá com (0,82%). 
Por área, a menor representação é da região Sul (11%) e o Estado do Amapá (0,29%).
Outros índices levantados pelo censo agropecuário do IBGE (2006) são em relação 
a produção vegetal e a produção animal. 
Elencando-se os produtos em ordem classificatória de produção, tem-se na agricul-
tura familiar, primeiro o milho, segundo a mandioca e o terceiro, a soja. As produções 
referentes à agricultura não familiar classificam-se: primeiro a soja, segundo, o milho e, 
em terceiro, o arroz. Nota-se que a soja e o milho são os mais produzidos em ambas.
O quadro 1 é uma simplificação dos principais produtos vegetais produzidos pela 
agricultura familiar e não familiar, em número de estabelecimentos e em produção, e 
por ordem classificatória.
Pós-Universo 31
Quadro 1: Classificação dos produtos vegetais produzidos pela agricultura familiar e não 
familiar no Brasil 
PRODUÇÃO VEGETAL
Agricultura familiar Lei 11.326/06 Não familiar
Número de 
estabelecimentos
Milho
Mandioca
Feijão fradinho [...]
Milho
Feijão fradinho [...]
Mandioca
Produção Milho
Mandioca
Soja
Soja
Milho
Arroz
Fonte: adaptado de IBGE (2006).
Outros dados do censo agropecuário do IBGE (2006) são referentes à produção animal. 
Mostrando-se os produtos em ordem classificatória, tem-se: primeiro o leite de 
vaca, segundo as aves e o terceiro, os ovos, produzidos pela agricultura familiar. Para 
as produções não familiares, primeiro o leite de vaca, segundo, ovos e terceiro as aves. 
Nota-se que os produtos produzidos são equitativamente importantes, leite de vaca, 
aves e ovos, diferenciando-se o segundo e o terceiro lugar.
O quadro 2 mostra uma síntese da classificação animal oriundo da agricultura fa-
miliar e não familiar, divididas por estabelecimentos e produção.
Quadro 2 - Classificação dos produtos animais produzidos pela agricultura familiar e não fami-
liar no Brasil
PRODUÇÃO ANIMAL
Agricultura familiar Lei 11.326/06 Não familiar
Estabelecimentos Aves
Bovinos
Suínos
Bovinos
Aves
Leite de vaca
Produção Leite de vaca
Aves
Ovos
Leite de vaca
Ovos
Aves
Fonte: adaptado de IBGE (2006).
Desse modo, verifica-se o potencial de competitividade nas produções agropecuárias 
da agricultura familiar frente ao agronegócio. Como citado anteriormente: a coope-
ração é uma maneira de se fortalecer e gerar alternativas, principalmente para os 
agricultores familiares (SILVA; FRANCISCO, 2007).
Pós-Universo 32
Pela inserção de novas técnicas de produções, associações, subsídios, entre outras 
variáveis citadas, observa-se o reflexo da contribuição da agricultura familiar e não 
familiar para a economia brasileira, demonstrado no gráfico seguinte.
Em 10 anos, segundo dados da CNA (2014) o PIB (Produto Interno Bruto) agro-
pecuário cresceu 188,3%. Isso demonstra a força da agricultura brasileira para o 
crescimento do país. Outra contribuição é em relação à produtividade que cresceu 
142,3%. Esse índice demonstra que o produtor aumentou sua produção utilizando-
-se de inovações tecnológicas e novas pesquisas. Um pouco menos expressivo foi 
o crescimento de emprego, apenas 19%. Maquinários, implementos, entre outros, 
potencializam em agilidade e reduzem a mão de obra. Por outro lado, assim como 
outros setores da economia, a agricultura também se profissionalizou. Hoje são en-
genheiros agrônomos, médicos veterinários, zootecnistas, técnicos agrícolas e outras 
especialidades, a mão de obra necessária no campo. Destacando também a impor-
tância da qualificação profissional permanente dos operários e gestores rurais.
Desse modo, relaciona-se agricultura familiar e o agronegócio como formas inter-
dependentes de produção agropecuária e de renda. O foco desta pesquisa revelou a 
busca de referências acerca do tema, enfatizando singularidades, semelhanças e dife-
renças. Portanto, ressaltam-se o papel fundamental da inovação, incentivos à ciência 
e pesquisa, e políticas públicas voltadas à produção rural.
atividades de estudo
1. Nem sempre foi simples definir e classificar o que é Agricultura Familiar. Mas, em 
2006 surgiu a lei que conseguiu nos trazer uma definição um pouco mais concre-
ta do que vem a ser a agricultura familiar. Nesse contexto, assinale a alternativa que 
apresenta uma característica importante para que a propriedade rural seja enqua-
drada na Agricultura Familiar:
a) Ser de pessoas físicas e não jurídicas se enquadram como agricultura familiar;
b) Ser menor do que que 3 hectares.
c) Não ter dois sócios ou mais.
d) Utilize predominantemente mão de obra familiar.
e) Utilize exclusivamente mão de obra familiar.
2. O agronegócio é amplamente estudado. Há certo padrão de definições para se 
estudar o agronegócio mundialmente, entre eles os conceitos de: Antes da porteira, 
dentro da porteira e depois da porteira. Analise as afirmativas e assinale a que pre-
enche corretamente a lacuna do texto a seguir:
---------------- representa os insumos necessários para as produções agropecuárias.
a) depois da porteira.
b) dentro da porteira.
c) antes da porteira.
d) antes e dentro da porteira.
e) nenhuma das opções.
3. Os principais produtos vegetais agrícolas em termos de produção, produzidos pela 
agricultura familiar no Brasil são:
a) trigo, soja e milho.
b) milho, mandioca e soja.
c) laranja, soja e mandioca.
d) alface, trigo e milho.
e) trigo, soja e mandioca.
resumo
Neste estudo, propôs-se a revisão de referências, o levantamento de fatos, a exposição de dados 
e a contextualização da agricultura familiar e do agronegócio em seu panorama atual, importan-
te destacar que levantamentos oficiais no Brasil aconteceram em 2006, o que torna os dados um 
pouco defasados mas, nem por isso, deixam de retratar a realidade brasileira.
Não se pode afirmar quando e onde surgiu a agricultura, mas foi graças a ela que as civiliza-
ções foram consolidadas e são sustentadas até hoje. Desde seu surgimento, a agricultura passou 
por profundas transformações, especialmente em suas formas de produção e comercialização. 
Independentemente de certas peculiaridades, os principais objetivos da agricultura são a pro-
dução de alimentos e de renda e isso independe se estamos falando de pequenas ou grandes 
propriedades, o que se deseja é a sobrevivência e, em muitos casos, a geração de lucro.
Na abordagem feita sobre as diferenças entre a agricultura familiar e o agronegócio, a principal 
consideração apontada foi em relação à Lei 11.326/06. De acordo com esta Lei, a agricultura fa-
miliar e o agronegócio diferem-se em relação ao tamanho das propriedades, renda do produtor 
e a gestão do empreendimento. Em outros países, essa discrepância é minimizada, pois consi-
deram como única diferença a forma de administração das propriedades rurais. Assim, é possível 
que o agricultor inove em suas atividades, e cresça em tamanho e renda, o que não é tão fácil 
no Brasil. Com isso, nesseponto da aprendizagem, é possível diferenciar a agricultura familiar e 
o agronegócio e também elencar suas semelhanças. Apesar de mostrarmos as diferenças entre 
agricultura familiar e agronegócio, há que se pontuar que ambos são importantes para o Brasil e 
para o mundo, principalmente na produção de alimentos.
Na sequência, o objetivo central será o entendimento de sustentabilidade e as singularidades da 
agricultura familiar. 
material complementar
NA WEB
Interessante vídeo a respeito do agronegócio e da agricultura familiar, apresenta alguns dados 
relacionado a essa área. Nele há um debate a esse respeito. 
Link: <https://www.youtube.com/watch?v=Oj_eka1pqmE>
referências
ABRÃO, J. A. A.; SANTOS, R. A. A classificação do conceito de agricultura familiar a partir da análise 
da obra “O processo de modernização da agricultura no sudoeste do Paraná”. In: XVI ENCONTRO 
NACIONAL DOS GEÓGRAFOS, [s.n.], 2010, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre, 2010.
AGROSTAT. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Disponível em: <http://in-
dicadores.agricultura.gov.br/agrostat/index.htm>>. Acesso em 04 mar. 2015.
ALTAFIN, I. Reflexões sobre o conceito de agricultura familiar. Brasília: 2007, p. 23.
ARAÚJO, M. J. Fundamentos de agronegócios. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 157 p.
BAPTISTA, V. F. A relação entre o consumo e a escassez dos recursos naturais: Um aborda-
gem histórica. Saúde & Amb. Rev., Duque de Caxias, v. 5, n. 1, p. 08 – 14, jan./jun. 2010.
BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Diário 
Oficial Eletrônico, 15 de dez. 1976. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l6404consol.htm>. Acesso em: 04 mar. 2015.
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resolução de exercícios
1. d) Utilize predominantemente mão de obra familiar.
2. c) antes da porteira.
3. b) milho, mandioca e soja.

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