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PLANEJAMENTO E ELABORAÇÃO DE PROJETOS

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PLANEJAMENTO E 
ELABORAÇÃO DE 
PROJETOS
CETEB – Centro de Ensino Tecnológico de Brasília
Brasília, DF 
Caderno de Estudos 
e Pesquisa
Elaboração: Cleia Cervigni Martinelli 
e Neurismar de Castro Barreto Torres
Colaboração: Elisaíde Santos de Souza Ramos
Avaliação e revisão linguística: Equipe Técnica do CETEB
Desenho educacional: Heliane Maria Bergo
Nos termos da legislação sobre direitos autorais, é proibida a reprodução total ou parcial deste 
documento, por qualquer forma ou meio – eletrônico ou mecânico, inclusive por processos xero-
gráficos de fotocópia e de gravação – sem a permissão expressa e por escrito do CETEB.
DOCUMENTO DE PROPRIEDADE DO CETEB
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
SumárioPlanejamento e Elaboração de Projetos
Sumário
– Como é o Caderno de Estudos e Pesquisa – CEPes .................................................................................................................... 04
– Outros recursos ...................................................................................................................................................................... 05
– O que você vai ver neste curso ................................................................................................................................................. 06
– Mapa conceitual ..................................................................................................................................................................... 07
– Intenção educativa .................................................................................................................................................................. 08
– Provocação ............................................................................................................................................................................ 09
– Unidade 1 – Planejamento ....................................................................................................................................................... 11
	 •	 O planejamento: conceitos, características e dimensões ......................................................................................................... 11
	 •	 Planejamento e instrumentos ............................................................................................................................................... 19
	 •	 Abrangência do planejamento .............................................................................................................................................. 25
– Unidade 2 – Elaboração do Projeto ........................................................................................................................................... 33
 • Estrutura técnica para elaboração do projeto ......................................................................................................................... 33
	 •	 O	projeto	e	seu	orçamento ................................................................................................................................................... 53
	 •	 O	custo	do	projeto:	classificação	dos	recursos	financeiros	por	elemento	de	despesa .................................................................. 57
	 •	 O	projeto	e	sua	avaliação ..................................................................................................................................................... 85
– Unidade 3 – Modelos de Projeto ............................................................................................................................................... 92
	 •	 A estruturação de projetos: modelos propostos ...................................................................................................................... 92
– Para (não) finalizar .................................................................................................................................................................. 107
	 •	 Acreditar e agir ................................................................................................................................................................... 107
– Referências ............................................................................................................................................................................ 109
4Planejamento e Elaboração de Projeto Como é o Caderno de Estudos e Pequisa – CEPes
Como é o Caderno de Estudos e Pesquisa – CEPes
O que você vai ver neste curso
Apresentação da ementa das Unidades.
Mapa conceitual
Expressão gráfica do que você vai ver no Curso. Observe que o mapa 
é formado por conceitos ligados por setas. Ele foi preparado para 
possibilitar-lhe visualizar as relações entre os conceitos.
Você poderá realizar o seu estudo obedecendo à sequência em que 
os temas aparecem neste Caderno de Estudo e Pesquisa – CEPes, ou, 
se preferir, poderá definir a partir do mapa a ordem em que pretende 
estudá-los. Observe que os conceitos mais inclusivos vêm em destaque 
e o principal está localizado no Centro.
Intenção educativa
Competências e habilidades pretendidas neste curso.
Para pesquisar
Questões propostas para estimular você a analisar de 
forma mais profunda a sua realidade e buscar novas 
soluções.
Provocação
Texto colocado no início do Curso para provocar 
você a refletir sobre sua prática e seus sentimentos. 
É importante que você reflita sobre as questões 
propostas. Elas são o ponto de partida de nosso 
trabalho.
O que você pensa disto?
Questões colocadas no início de cada tema 
para estimulá-lo a pensar a respeito do 
assunto em estudo. Registre aqui a sua visão, 
sem se preocupar com o conteúdo do texto. 
O importante é verificar seus conhecimentos, 
suas experiências e seus sentimentos prévios.
Textos básicos
Textos que desenvolvem os temas.
Janelas
Novos textos, exemplos e sugestões, 
para enr iquecer, concret i za r, 
apresentar novas visões sobre o tema 
abordado no texto básico.
Sintetizando e enriquecendo nossas informações
Espaço para você fazer uma síntese dos textos e enriquecê-lo com a 
sua contribuição pessoal.
Para (não) finalizar 
Texto no final do Caderno com a intenção de instigá-lo a prosseguir na 
reflexão.
Bibliografia
Bibliografia consultada para a elaboração do curso e que você poderá 
consultar também.
5Planejamento e Elaboração de Projeto Outros recursos
Outros recursos
Memorial
Instrumento de avaliação preparado para possibilitar o registro de sua 
caminhada no curso: suas reflexões, suas dúvidas, suas soluções, seus 
feedbacks etc.
6Planejamento e Elaboração de Projeto O que você vai ver neste curso
O que você vai ver neste curso
Você encontrará neste curso as seguintes Unidades:
Unidade 1 – Planejamento
Esta unidade apresenta uma introdução ao planejamento, envolvendo: conceitos, 
características, tipos, abrangência e instrumentos de planejamento. Analisam-se, ainda, 
aspectos da abrangência política do planejamento, abordando-se o Plano Plurianual de 
Ação – PPA em níveis federal, estadual e municipal.
Unidade 2 – Elaboração do Projeto
Constam desta unidade informações a respeito da estrutura técnica para elaboração do 
projeto, abordando seus componentes, orçamento, bem como o acompanhamento, o 
controle e a avaliação.
Unidade 3 – Modelos de Projeto
Apresenta diversos modelos de elaboração de projetos.
7Planejamento e Elaboração de Projeto Mapa conceitual
Mapa conceitual
Veja, no mapa a seguir, os temas abordados neste Caderno e as suas inter-relações.
8Planejamento e Elaboração de Projeto Intenção educativa
Intenção educativa
Este curso visa ao desenvolvimento das habilidades específicas para o alcance das competências necessárias 
ao exercício profissional, no que se refere à elaboração de projetos institucionais.
Destacam-se os seguintes conhecimentos, habilidades e competências pretendidos neste curso:
•	 Conceituar	planejamento,	identificando	suas	características,	tipos,abrangência	e	instrumentos.
•	 Identificar	os	principais	tipos	de	planejamento.
•	 Conhecer	os	elementos	estruturais	da	elaboração	de	projetos.
•	 Identificar	os	tipos	de	elementos	de	despesa	utilizados	no	orçamento	dos	projetos.
•	 Reconhecer	a	importância	da	sistemática	de	acompanhamento,	controle	e	avaliação	de	projetos.
•	 Analisar	modelos	diferenciados	de	elaboração	de	projetos.
•	 Apropriar-se	das	habilidades	e	competências	desenvolvidas	para	a	elaboração	de	projetos.
9Planejamento e Elaboração de Projeto Provocação
 Provocação
 Leia o texto que se segue. Ele tem finalidade de provocar você a refletir sobre o Plane-
jamento em sua prática pedagógica.
Contar grão-de-bico
Era uma vez – não se trata de uma história imaginária – um internato de crianças que possuía, em torno 
do seu prédio, uma ampla e rica área de terra. Lá, os trabalhadores agrícolas, ligados ao internato, teriam 
sabido fazer crescer toda uma variedade de produtos próprios das diversas estações. Poderiam plantar 
alfaces e tomates, couves e rabanetes, cenouras e aipos, feijões e berinjelas, pêssegos e uvas e até um 
pequeno canteiro de salsa onde a cozinheira previdente iria buscar o condimento dos seus molhos.
No caso, não é só o valor intrínseco desses produtos que conta, mas, como dizem as donas de casa, o 
uso e a comodidade.
Mas o “agrônomo” oficial estava alerta. Aquela produção anárquica, condicionada apenas pelas necessidades 
da comunidade, não era nada do seu gosto, mesmo que os convivas e a cozinheira se declarassem satisfeitos.
O agrônomo é um “cientista”. Quer precisão e, portanto, medida. Tem de ter, ao lado da coluna Despesas, 
uma Receita com todas as verbas, para a majestade dos totais impressionar os controladores e os burocratas. 
Mandou plantar beterrabas, nabos e grão-de-bico. Ninguém os queria, nem sequer o agrônomo, mas a 
“escrita”, com os seus resultados de pesagens e de cálculos, estava salva. A carreira do funcionário estava 
assegurada. O internato teria grão-de-bico.
A nossa Escola encontra-se muitas vezes, infelizmente, no regime do agrônomo, da falsa ciência e das 
estatísticas enganadoras, de que ele é o espantoso protótipo. Não se pergunta se o que irá produzir pode 
alimentar uma clientela de necessidades sutis e especiais. Receita, mais que tudo, a complexidade da vida, 
os diferentes gostos e apetites dos convivas, essa espécie de produção artesanal delicada e íntima como 
os sentimentos, as sensações, as cores e os perfumes que são a sua eterna riqueza.
Todo mundo ao grão-de-bico! Os manuais escolares repartirão e pesarão a semente; os problemas sobre as 
Vamos fazer uma reflexão?
Procure colocar-se numa posição em que se 
sinta bem confortável, ouvindo uma música 
relaxante para refletir sobre as questões que 
se seguem.
Sentiu o gosto desagradável do “grão-de-
bico” imposto ao professor e aos alunos?
Reflita sobre como tem planejado as ações 
educacionais.
Como fica o seu “canteiro”?
O que você tem cultivado?
Procure recordar-se de situações das quais 
participou como educador, identificando 
aquelas que se assemelharam a um canteiro 
de grão-de-bico e aquelas que eram ricos 
canteiros de verduras, frutos e flores.
Respire fundo, expire lentamente e vá 
pensando sobre as questões. Depois retorne 
aqui e descreva essas experiências.
10Planejamento e Elaboração de Projeto Provocação
formas culturais e os adubos necessários estabelecerão os preços exatos do custo. Já não haverá surpresas: 
medir-se-ão e contar-se-ão grãos-de-bico.
A falsa ciência pedagógica ri-se das sutilezas. Tem necessidade do prático, do sólido, do simples. Os exames 
sancionarão o rendimento com uma precisão e uma eficiência que atividades funcionais rebeldes aos testes 
engenhosos não permitem.
Se as crianças e os professores definham a contar e a comer grão-de-bico, se lhes falta o frescor das 
verduras, os sucos nutritivos e as vitaminas cujas virtudes são suspeitadas pelo menos pela ciência, é 
questão de clínica e de médicos, e não de educadores agrônomos.
Você sente o ridículo dessa mania de agrônomo cultivador de grão-de-bico, mas aceita, ou tolera, que 
uma escola, ultrapassada pela vida, cultive exclusivamente os produtos mortos – ortografia, redação e 
problemas –, essas beterrabas, esses nabos e esse grão-de-bico, medidos pelos programas e pesados 
pelos exames.
Extraído de: FREINET, Celestin. Pedagogia do bom-senso. Trad. J. BAPTISTA. 7. ed. Martins Fontes: São Paulo, 2004.
Para pesquisar
Vamos iniciar propondo que você realize uma 
pesquisa em sua instituição, objetivando 
verificar a visão e a prática de planejamento. 
Estabeleça a forma de abordar a equipe.
Relate no Memorial como você resolveu 
essa questão.
11Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
O que você pensa disto?
O que é planejamento?
Quais as características e 
dimensões do planejamento?
UNIDADE 1 – Planejamento
O planejamento: conceitos, características e 
dimensões
A noção de planejamento, por si mesma, é tão antiga quanto a 
humanidade. Sabe-se que a construção das pirâmides egípcias não 
teria se concretizado se não tivessem sido elaborados, para isso, 
vários planos e projetos. O mesmo se pode afirmar em relação a 
outras construções importantes como os aquedutos construídos 
pelos romanos, os templos astecas, as muralhas chinesas e outros. 
O planejamento era conhecido antigamente como “estratégia” ou “a 
arte dos generais”.
O ato de planejar foi conhecido pelo homem a partir do momento 
em que o mesmo descobriu sua capacidade de pensar e agir. A sua 
sistematização se dá fora do campo educacional estando relacionada, 
também, ao da produção e a emergência da ciência da administração.
Em todas as áreas de atuação, é fundamental a preocupação com o 
planejamento. Todos, de forma mais científica ou não, têm as suas 
ideias próprias do que seja planejar.
Tradicionalmente, os planejadores têm sido vistos como pessoas 
inatingíveis, mágicas, que se fecham em gabinetes para buscar soluções 
miraculosas aos problemas considerados insolúveis.
Hoje, felizmente, as coisas mudaram e o planejamento já é socializado 
entre vários profissionais e segmentos da sociedade, utilizando-se de 
metodologias menos complexas.
Breve retrospectiva histórica
Embora a atividade de planejar seja tão 
antiga quanto o homem, a sistematização do 
planejamento se dá fora do campo educacional, 
estando ligada ao mundo da produção (I e II 
Revoluções Industriais) e à emergência da ciência 
da administração, no final do séc. XIX. Este novo 
campo de saber terá como emblemáticos os nomes 
do americano Taylor (1856–1915) e do francês 
Fayol (1841–1925). A própria Administração 
vai se utilizar, para configurar o planejamento, 
de termos (como objetivos, estratégia) de um 
campo ainda mais distante e ancestral: a guerra! 
Considerada como um empreendimento que 
desde muito cedo buscou a eficiência... Mas 
talvez o elemento genealógico mais complicador 
em termos de alienação do trabalho – em geral e 
escolar – tenha sido a preconização por Taylor da 
necessidade de separar a tarefa de planejamento 
da execução, ou seja, para ele, organizar 
cientificamente o trabalho implicava a distinção 
radical entre concepção e realização. Desta 
forma, esta nova ciência acaba por respaldar e 
justificar a prática tão antiga (desde os gregos, 
por exemplo) de uns conceberem (homens livres) 
e outros executarem (escravos). Abre também o 
campo para o planejamento tecnocrático, onde 
o poder de decisão e controle está nas mãos de 
outros (‘técnicos’, ‘políticos’, ‘especialistas’), e 
não no próprio agente.
12Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
De acordo com Gracioso (1990):
“Há uma crença, ainda hoje bastante arraigada, de que no Brasil é impossível 
(ou inútil) planejar, dado o alto grau de imprevisibilidade da economia.
De fato, depois de décadas de inflação e loucuras, em que o jeito era 
“empurrar as coisas com a barriga” (um conselho, imaginem, de um de 
nossos Ministros do Planejamento!),não fica fácil acreditar que o Brasil virou 
de repente um país sério. Aliás, o mais provável é que no Brasil se pode 
hoje planejar com relativa dose de segurança – pelo menos tanto quanto na 
Europa, por exemplo, onde a maioria das empresas está a menos de 100km 
de um arsenal ou depósito de bombas atômicas. A verdade é que planejar não 
é apenas possível, mas cada vez mais necessário. O que é preciso, porém, é 
definir com clareza, antes de começarmos o processo de planejamento, quais 
são nossos objetivos principais; em outros termos, o que (de mais importante) 
esperamos obter, através de nosso plano estratégico.”
E você, o que pensa disto?
Leia o texto Breve retrospectiva histórica que se encontra na janela.
Conceito de planejamento
O planejamento é um processo que implica a formulação de um 
conjunto de decisões sobre as ações futuras. Caracteriza-se como um 
processo racional, por meio do qual se pode garantir um maior grau 
de eficiência às atividades.
O planejamento pressupõe um método para sistematizar o processo 
de decisões e planificar ações, de forma que se possa prever situações 
futuras, a partir de respostas a questionamentos, tais como:
•	 O	que	fazer?
•	 Como	fazer?
•	 Quando	fazer?
•	 Onde	fazer?
•	 Com	que	meios	fazer?
No início do século XX, o planejamento vai 
avançando para todos os setores da sociedade, 
provocando um enorme impacto a partir do seu 
uso na ex-União Soviética, não como simples 
organização interna a uma empresa, mas como 
planificação de toda uma economia.
Atualmente, pode-se identificar três grandes linhas 
em termos de planejamento administrativo: o 
gerenciamento da qualidade total, o planejamento 
estratégico e o planejamento participativo, sendo 
que a tendência do primeiro é decrescente em 
favor do segundo, que procura, em certos casos, 
incorporar contribuições do terceiro, que é mais 
difícil de ser utilizado em empreendimentos 
cuja função social não possa ser definida 
coletivamente.
Extraído e adaptado de:
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: Projeto 
de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico – 
elementos metodológicos para elaboração e realização. 
São Paulo: Libertad, 2006.
Continua ...
13Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
Finalidades e benefícios do processo de 
planejamento
O futuro é não apenas inevitável, como dizia Oscar 
Wilde, mas também incerto. É possível antever 
com clareza alguns eventos que acontecerão, 
porque estão sob controle, são consequências 
previsíveis de atos e decisões passadas, ou estão 
dentro de um calendário de acontecimentos 
regulares. As estações repetem-se todos os anos, 
há datas certas para o pagamento de impostos e 
prestações, e sabemos que é preciso comparecer 
àquela reunião da semana que vem para a qual 
fomos convocados. O material em estoque é 
consumido segundo a taxa constante, e assim 
o responsável pelas compras sabe quando será 
necessário fazer nova encomenda ao fornecedor.
No entanto, não se pode ter essa mesma certeza 
em relação a outros tipos de eventos, sobre 
os quais é limitada ou inviável a possibilidade 
de controle. Não se pode saber qual vai ser 
exatamente o comportamento da concorrência 
e dos consumidores, se os fornecedores serão 
capazes de atender às encomendas, se haverá 
recursos financeiros disponíveis para cumprir 
os compromissos assumidos, ou o que dirão 
as outras pessoas presentes àquela reunião da 
semana que vem. A incerteza é particularmente 
aguda quando dois ou mais competidores estão 
tentando alcançar o mesmo objetivo: vencer uma 
eleição, uma batalha ou um campeonato, ou 
conquistar os mesmos clientes.
Nesse sentido, pode-se afirmar que PLANEJAR é:
•	 o	oposto	de	improvisar;
•	 conhecer	a	realidade	e	nela	intervir;
•	 decidir,	previamente,	o	que	fazer;
•	 tomar	decisões;
•	 preparar	para	a	ação;
•	 um	processo	sistêmico,	racional,	participativo	e	dinâmico.
A construção de um planejamento compreende uma série de etapas 
que ocorrem, em geral, na seguinte sequência:
Dessa forma, planejar é preciso e é possível.
Planeja-se para desenvolver a ação e age-se em função do 
planejamento. Agir significa intervir na realidade, planejar significa 
refletir criticamente sobre a ação.
ETAPAS DO 
PLANEJAMENTO
Diagnóstico
Alternativas 
de ações
Acompanhamento, 
controle e avaliação
Implantação/ 
implementação
Planificação
Decisão
14Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
O planejamento não é um ato isolado que antecede a ação, mas um 
ato contínuo e permanente que precede, acompanha e continua após 
a ação. Nesse sentido, conforme teóricos da área, o planejamento é:
•	 Previsão	–	reflexão	crítica,	que	precede	a	ação.
•	 Revisão	–	reflexão	crítica,	no	decorrer	da	ação.
•	 Avaliação	–	reflexão	crítica,	durante	e	após	a	ação.
Características do planejamento
A partir dessas considerações sobre o planejamento, destacam-se 
alguns aspectos essenciais sobre os seus componentes básicos para 
se apreender o seu conceito e os objetivos a que se propõe.
Podem-se destacar, dentre outras, como características do 
planejamento:
•	 é	sempre	voltado	para	o	futuro;
•	 visa	à	racionalidade	e	à	tomada	de	decisões;
•	 objetiva	selecionar,	entre	várias	alternativas,	a	mais	apropriada;
•	 é	sistêmico,	isto	é,	considera	a	totalidade	da	instituição;
•	 é	iterativo,	ou	seja,	deve	ser	suficientemente	flexível,	para	aceitar	
ajustes e correções;
•	 é	 uma	 alocação	 (técnica)	 de	 recursos,	 visando	 ao	 emprego	 de	
recursos humanos e não humanos, da instituição;
•	 é	 uma	 técnica	 cíclica,	 pois	 a	 sua	 execução	 permite	 avaliação	 e	
mensuração para novos planejamentos;
•	 é	uma	função	administrativa	que	interage	de	forma	dinâmica	com	
as demais, influenciando e sendo influenciado por elas;
•	 é	uma	técnica	de	coordenação,	já	que	as	atividades	de	diferentes	
órgãos ou níveis operacionais são integrados e sincronizados para 
a consecução dos objetivos finais;
Natureza do processo de planejamento
Seja o futuro previsível ou incerto, a organização 
precisa preparar-se para enfrentá-lo, visando 
assumir os riscos certos e aproveitar as 
oportunidades que ele oferece. O processo de 
preparar o futuro chama-se planejamento.
O processo de planejar consiste em tomar decisões 
antecipadamente. Certas decisões são tomadas 
de imediato, assim que o problema ocorre, e seu 
alcance esgota-se com a resolução desse mesmo 
problema. Outras decisões, ao contrário, visam 
definir um objetivo ou curso de ação para o futuro. 
Elas são formuladas no presente, para serem 
postas em prática no futuro. Não apenas serão 
postas em prática num futuro que pode estar 
próximo ou distante, mas também têm o objetivo 
de influenciar esse mesmo futuro. Decisões desse 
tipo são decisões de planejamento.
O processo de planejamento pode ser definido de 
várias maneiras:
– É o processo de definir objetivos ou resultados 
a serem alcançados, bem como os meios para 
atingi-los.
– É o processo de interferir na realidade, com 
o propósito de passar de uma situação 
conhecida para outra situação desejada, 
dentro de um intervalo definido de tempo.
– É tomar no presente decisões que afetam o 
futuro, visando reduzir sua incerteza.
Continua ...
15Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
•	 é	 uma	 técnica	 de	 transformação,	 já	 que	 introduz	mudanças	 e	
inovações dentro da instituição;
•	 é	um	processo	permanente	e	contínuo	e
•	 é	viável	ou	exequível,	isto	é,	adequado	ao	público-alvo	e	à	realidade	
na qual será executado.
O planejamento é um processo e como tal é contínuo e permanente, 
ou seja, não se restringe à elaboração de documentos, tais como 
Planos, Programas e Projetos, que por si só não garantem os resultados 
pretendidos. Há uma longa distância entre documentos e ação. Muitas 
vezes sobram bons Planos, mas faltam boas ações.
Para ser efetivado, de forma sistemática, o planejamento requer uma 
organização e uma administração relativamente complexas. Essa 
organização pressupõe uma estrutura que pode abranger diferentesníveis e setores, normas e regulamentos e sistemas de informações e 
avaliação, a partir da linha mestra política de ação que serve de base 
a todos os níveis de decisão.
O planejamento está voltado ou é dirigido para a ação futura, ou seja, 
preocupa-se em determinar o futuro, implicando duas ações básicas: 
a projeção e a implementação. Assim, por meio da projeção de dados 
é examinada a maneira como a situação evolui historicamente e quais 
os fatores dinâmicos que influenciaram essa evolução. Por exemplo: 
quais as taxas de crescimento da população obtidas e os esforços 
realizados para consegui-las ou, conforme o caso, para reduzi-las? 
A pesquisa procurará identificar as tendências futuras prováveis, 
as possibilidades de variação ou de persistência de determinados 
fatores, as possibilidades de desenvolvimento da situação e o grau 
de intervenção necessário para desencadeá-las. Os dados analisados 
servirão, por exemplo, para definir a política de ampliação ou redução 
da rede física escolar em determinadas regiões.
A implementação é a formalização, incorporação dos diversos recursos 
(humanos, materiais, financeiros e institucionais) e a obtenção das 
Finalidades do processo de planejamento
O processo de planejamento tem três finalidades 
principais: antecipação a situações previsíveis, 
predeterminação de acontecimentos e preservação 
da lógica entre eventos.
Em outras palavras, há três situações principais 
que geram a necessidade de planejar:
– enfrentar fatos que certamente ocorrerão;
– criar um futuro desejável;
– coordenar fatos entre si.
Você pode estabelecer um paralelo entre essas 
finalidades e sua vida como estudante. Supondo-
se que você esteja agora no segundo ano de um 
curso de quatro, dentro de, no mínimo, dois anos 
você sabe que estará alcançando um diploma. 
Este é o futuro previsível, que ocorrerá com 
certeza. O que você pretende fazer com esse 
diploma? Pode ser que dentro de um ano você 
escolha uma das modalidades que sua habilitação 
profissional lhe oferece, o que significa que no 
quarto ano você estará decidindo-se por uma 
profissão e especializando-se. Este é o futuro 
incerto, relacionado com o destino profissional 
que você pretende seguir, e que depende de suas 
decisões para se concretizar. Seja qual for sua 
escolha, terá de eleger determinadas disciplinas 
e estágios profissionalizantes para alcançar a 
especialização pretendida. Essa é sua tentativa 
de coordenar os fatos do futuro entre si.
Continua ...
16Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
decisões políticas para a colocação em andamento da intervenção 
planejada.
O processo de planejamento supõe, também, a realimentação contínua, 
principalmente através dos dados obtidos da avaliação da execução 
das ações propostas.
A realimentação ou feedback do processo de planejamento permitirá a 
redefinição ou elaboração de novas políticas, novos planos, com base 
nas evidências detectadas a partir do comportamento do progresso da 
intervenção e da análise dos resultados obtidos.
O planejamento visa a atingir objetivos determinados, ou seja, deve 
haver uma relação necessária entre planejamento e tomada de decisão, 
a fim de se assegurar que o processo esteja voltado para a consecução 
daqueles objetivos desejados.
Os momentos específicos de tomada de decisão ocorrem por ocasião 
da definição dos objetivos, quando são escolhidas as metas, eleitas 
as prioridades e alternativas de intervenção de modificação nos níveis, 
na composição de recursos, na distribuição de responsabilidades etc.
Assim, a tomada de decisão quanto aos objetivos e metas a atingir 
envolve uma função política.
Pode-se até afirmar que não há situações totalmente planejadas nem 
totalmente improvisadas. Em algumas circunstâncias há necessidade 
de improvisar soluções rápidas, usar a criatividade. Outras situações 
exigem uma ação cuidadosamente planejada, resultando em sérios 
prejuízos quando isso não acontece.
Mesmo nesses casos o planejamento deve ser flexível, passível de 
mudanças, correções, adaptações e redirecionamento.
Em qualquer situação o planejamento não é, por si só, nem eficiente, 
nem ineficiente, é um instrumento racional de ação, cuja eficiência 
depende da interpretação e do uso que dele se faça.
Benefícios do processo de planejamento
O processo de planejamento permite que a 
organização tenha controle sobre seu próprio 
futuro – ela não deixa o futuro ao acaso e procura 
definir um caminho a ser seguido para não ser 
apanhada de surpresa. Isso traz três benefícios 
principais.
Permanência das decisões
Um pequeno grupo informal pode facilmente 
alterar seus objetivos: em vez do clube, que tal 
a praia neste fim de semana? Uma organização, 
especialmente uma de grande porte, não pode 
alterar um programa de trabalho e muito menos 
seus rumos com a mesma facilidade. É necessária 
uma certa permanência de comportamento ao 
longo do tempo. É neste ponto que o planejamento 
ajuda a organização, definindo objetivos a serem 
perseguidos e os caminhos a serem percorridos. 
Como o processo de planejamento procura antever 
os problemas e as formas de resolvê-los, quando 
chegar o momento, basta colocar em prática 
aquilo que já foi decidido anteriormente.
Os planos estabelecidos passam a constituir 
um caminho a ser seguido pela organização, 
independentemente de quem dela faça parte e, 
dessa forma, alguns problemas estão resolvidos 
antecipadamente. Isto é particularmente útil em 
organizações onde a composição da administração 
muda periodicamente.
Continua ...
17Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
Dimensões do planejamento
O processo de planejamento envolve diferentes dimensões 
(Suzart, 2003):
•	 dimensão racional, visto que é uma prática que norteia naturalmente 
as ações humanas, levando-nos a pensar e agir dentro de uma 
sistemática própria;
•	 dimensão política, pois o processo contínuo de tomada de decisões 
requer a definição de objetivos e metas, a seleção de prioridades e 
alternativas, a dotação de recursos etc., que envolvem uma função 
política e exercício do poder, seja na área governamental ou privada;
•	 dimensão valorativa, considerando que as decisões tomadas 
envolvem opções que não são neutras, mas têm conteúdos éticos, 
sociais, formativos, cuja execução propositada, sistemática, implica 
mudanças na situação presente e futura, podendo se constituir em 
um instrumento de dominação ou de participação e
•	 dimensão técnico-administrativa, ou seja, sob esse aspecto o 
planejamento significa atividades estruturadas em uma organização, 
com funções e responsabilidades claramente definidas, buscando 
operar com eficiência, aplicar economicamente os recursos 
materiais, humanos, financeiros e controlar o processo e a qualidade 
dos resultados.
Todas essas dimensões se relacionam no processo dinâmico e contínuo 
do planejamento.
As decisões tomadas para a intervenção em uma realidade determinada 
são sistematizadas, interpretadas e consubstancializadas em 
documentos específicos.
Esses documentos, decorrentes das ações de elaboração do 
planejamento podem se caracterizar como um Plano, um Programa 
ou um Projeto, a depender do nível decisório a que se relacionam, 
de seu âmbito de ação e de seu grau de agregação de variáveis e 
detalhamento.
Permanência das decisões não signif ica 
imobilidade. Assim, o objetivo é orientar o 
comportamento da organização, de modo a 
torná-la menos vulnerável às incertezas do 
futuro, bem como aos interesses pessoais ou 
de momento, e evitar a necessidade de tomar 
decisões uma a uma.
Equilíbrio
A organização que não se prepara para o futuro 
está constantemente sendo apanhada de 
surpresa: no extremo, seu dia a dia é feito de 
emergências e calamidades. A consequência 
de uma administração sem planejamento (por 
incoerente que isto possa parecer) é a incerteza 
quanto ao futuro e a falta de rumos. As decisões 
são tomadas conforme os problemas aparecem, 
e alguns problemas são criados pelas próprias 
decisões. Comoos recursos estão previstos para 
serem aplicados em situações de normalidade, 
a organização fica sempre no limite do risco, na 
“corda bamba”, e qualquer evento inesperado 
provoca uma drenagem de esforços que deveriam 
estar sendo usados em outro lugar.
Uma administração praticada desta maneira 
parece-se muito com o primeiro e desajeitado 
governo daquela fase da história do Brasil que 
ficou conhecida como “Nova República”: foi nessa 
época que inventaram a expressão “pacote”, para 
designar um conjunto de decisões. Se um pacote 
não dava certo, o que acontecia regularmente, 
inventava-se outro, e assim indefinidamente, sem 
que qualquer problema fosse resolvido.
Continua ...
18Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
O planejamento deve estar dirigido à realização de metas. O interesse 
pelos resultados é a primeira razão para que se faça a opção pelo 
planejamento, que se prevejam metas a realizar, em lugar de improvisar.
A necessidade de planejamento é tanto maior quanto mais complexa 
for a ação planejada, que, por sua vez, requer proporcional empenho 
para o alcance dos seus resultados.
Dessa forma, tendo estabelecido os objetivos da ação, o processo 
de planejamento busca empregar os meios mais convenientes para 
atingi-los, ou seja, otimizar, maximizar recursos e meios. Utilizando 
esses componentes básicos poderemos sintetizar mais um conceito 
de planejamento:
Planejamento é um processo contínuo, que requer uma 
organização e uma administração nos vários ramos da 
atividade humana. 
Nesse sentido, se analisarmos todos os conceitos, encontraremos 
explícita ou implicitamente os seus componentes básicos.
Sintetizando e 
enriquecendo nossas 
informações
Faça uma síntese do texto 
O planejamento: conceitos, 
características e dimensões.
Você acrescentaria outras 
características?
Analise o texto Finalidade e 
benefícios do processo de 
planejamento, apresentado na 
janela.
Você apontaria outros benefícios 
do planejamento?
Melhor desempenho
Quando se tem um curso de ação definido, 
as pessoas sabem de antemão quais serão os 
padrões que servirão para avaliar seu desempenho 
e quais são os problemas que se espera que elas 
resolvam. Implícita ou explicitamente, sabem 
quais serão os benefícios que advirão de atender 
esses padrões ou resolver esses problemas. É de 
se esperar, portanto, que se dediquem a eles com 
certo grau de empenho.
Outro importante benefício que advém do 
processo de planejar é, portanto, esse efeito 
positivo sobre o comportamento de indivíduos 
e grupos, que se acentua quando há algum tipo 
de participação na definição dos objetivos. A 
possibilidade de seguir um caminho predefinido, 
para reduzir um problema do presente ou previsto 
no futuro, especialmente quando se trabalhou 
para ajudar a estabelecê-lo, constitui um 
poderoso fator de mobilização de competências.
Extraído e adaptado de:
MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Introdução à 
administração. 7. ed. revisada e ampliada. São 
Paulo: Atlas, 2007.
Continua ...
Para refletir
Alice no país das maravilhas
Por falar em planejamento, lembramos o diálogo seguinte de Alice no País das Maravilhas, de 
Lewis Carrol:
– Alice perguntou ao gato: “Diga-me, por favor, por onde devo ir daqui?
– “Isto depende muito de para onde você quer ir”, disse o gato.
Alice respondeu: – “Não me importa muito para onde...” O gato concluiu: “Então não importa qual 
o caminho que você tome”.
Extraído de
Stephen Paul Robins. O processo administrativo: integração teoria e prática. São Paulo: Atlas. 1981 – p. 155.
19Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
Planejamento e instrumentos
Tipos de planejamento
Os tipos de planejamento mais utilizados podem ser classificados em: 
Planejamento Participativo e Planejamento Estratégico.
Planejamento participativo é o planejamento em que “o saber deixa 
de ser considerado como propriedade de especialistas, valorizando a 
construção, a participação, o diálogo, o poder coletivo local, objetivando 
transformar as relações de poder autoritárias e verticais, em relações 
igualitárias e horizontais, de caráter dialógico e democrático”. 
(VASCONCELLOS, 2006).
O conceito de planejamento que se apresenta traz consigo uma 
exigência: a participação.
Conforme (VASCONCELLOS, 2006) não importa “o que” se planeja mas 
também “o como”, visto que estamos na busca do bem comum, de uma 
nova qualidade de vida para todos. A autêntica participação é, muito 
concretamente, uma estratégia de superar a dominação e a exclusão.
A proposta metodológica do planejamento participativo é o 
envolvimento, visto que nasce da própria participação ativa de cada 
membro. O problema maior não está em se fazer uma mudança, mas 
em sustentá-la, daí, a essencialidade da participação. Que o planejar 
seja do grupo e não para o grupo. A participação pode ser enfocada 
em três níveis inter-relacionados: a institucional, que remete ao tipo 
de proposta feita para a elaboração do planejamento, a individual 
que tem a ver com o grau de conhecimento das pessoas e a coletiva 
relativa à organização, que pode favorecer a que um conjunto de forças 
se articule em torno de uma mesma meta, o que aumenta as chances 
das ações se concretizarem.
O que você pensa disto?
Quais os tipos de planejamento 
que você conhece? Descreva-os.
Quais os instrumentos de 
planejamento que você já 
utilizou?
Planejamento Participativo
•	 O	planejamento	participativo	“se	constitui	num	
processo político, num contínuo propósito 
coletivo, numa deliberada e amplamente 
discutida construção do futuro na comunidade, 
na qual participe o maior número possível 
de membros de todas as categorias que a 
constituem. Significa, portanto, mais do que 
uma atividade técnica, um processo político 
vinculado à decisão da maioria, tomada pela 
maioria, em benefício da maioria” (CORNELY, 
1977, p. 37).
•	 “Genericamente,	o	Planejamento	Participativo	
constitui-se uma estratégia de trabalho, que 
se caracteriza pela integração de todos os 
setores da atividade humana social, num 
processo global, para solução de problemas 
comuns” (VIANNA, 1986, p. 23).
•	 Sobre	 o	 Planejamento:	 “(...)	 Valorizar	 a	
participação é considerar importante o 
próprio processo de planejamento e não 
apenas o produto final que é o plano com 
suas propostas. A eficácia torna-se, portanto, 
mensurável a partir de critérios mais amplos 
do que apenas custo e tempo. Aceitar o 
planejamento participativo como um valor a 
ser buscado deve fazer com que uma possível 
incapacidade inicial dos envolvidos para 
participar não seja impeditivo intransponível, 
justificador do abandono do esforço inicial 
20Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
A participação deve se dar em todas as instâncias: sensibilização, 
discussão, decisão, colocação em prática, avaliação e resultados. 
No planejamento participativo há a oportunidade das pessoas se 
posicionarem, arriscarem-se, apostarem em algo, assim, abrem-se 
espaços para o autêntico diálogo.
Leia na janela, um pouco mais a respeito do planejamento participativo.
Planejamento estratégico é definido normalmente pela alocação 
de recursos para atingir determinados objetivos; é o instrumento em 
torno do qual todos os demais sistemas de controle – orçamento, 
informações, estrutura organizacional – podem ser integrados.
A função precípua do planejamento estratégico é criar condições para o 
crescimento equilibrado da instituição ou empresa (GRACIOSO, 1996).
O planejamento estratégico é uma técnica administrativa que, através 
da análise do ambiente de uma organização, cria a consciência das 
suas oportunidades e ameaças, dos seus pontos fortes e fracos para o 
cumprimento de sua missão e, por meio desta consciência, estabelece 
o propósito de direção que a organização deverá seguir para aproveitar 
as oportunidades e evitar riscos.
O planejamento estratégico incentiva a identificação de valores, visão 
e missão da instituição.
Nesse tipo de planejamento, as ações não ficam só no papel. Para 
cadaação é nomeada uma pessoa responsável pelo andamento e 
implementação. Os resultados esperados, os indicadores que justificam 
a necessidade da ação, os custos e os financiadores também são 
definidos previamente.
O processo é dinâmico. A cada ano, o planejamento estratégico é 
avaliado para identificação do alcance das metas.
rumo à participação. Antes, deve ser vista tal 
dificuldade como um desafio a superar. Nesta 
perspectiva, viabilizar a participação de todos 
passa a ser também uma tarefa educativa 
(...) O processo participativo, longe de ser 
estanque, é dinâmico e dotado de tensões 
que precisam ser vividas e administradas” 
(FONSECA, NASCIMENTO; SILVA, 1995:88-
91).
Extraído de
PADILHA, Paulo Roberto. Planejamento dialógico: como 
construir o projeto político-pedagógico da escola. São 
Paulo: Cortez, Instituto Paulo Freire, 2001.
Continua ...
21Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
A partir daí, há duas possibilidades: melhoria contínua ou ação corretiva 
que implica um novo planejar. Novas metas e ações serão propostas 
para o alcance dos objetivos que são de longo prazo.
Hoje a exigência é por um estudo, um trabalho mais científico, não 
mais empírico ou intuitivo, mas técnico; e o planejamento estratégico 
promove isso.
Instrumentos do planejamento
O planejamento assume formas instrumentais diversas de acordo com 
o âmbito e a abrangência a que o mesmo se destina. Em decorrência, 
pode ser apresentado sob a forma de Planos, Programas e Projetos. 
Observe as características essenciais desses instrumentos:
Plano
•	 Delineia	as	decisões	de	caráter	geral	do	sistema;
•	 define	as	linhas	políticas	prioritárias;
•	 apresenta	estratégias	e	diretrizes	básicas;
•	 estabelece	responsabilidades	para	os	órgãos/setores;
•	 constitui-se	em	referencial	para	análises	setoriais	e/ou	regionais,	
visando à elaboração de programas e projetos específicos;
•	 estabelece	a	duração,	em	geral,	a	médio	e	longo	prazos.
Programa
•	 Apresenta	o	detalhamento	do	Plano;
•	 detalha,	por	setor,	a	política	e	diretrizes	do	Plano;
•	 possibilita	projeções	mais	aproximadas	em	relação	ao	nível	setorial	
ou regional;
Plano de Desenvolvimento da Escola – PDE: 
um modelo de Planejamento Estratégico
O Plano de Desenvolvimento da Escola é o 
planejamento estratégico da escola, elaborado 
após o levantamento de dados e intenso debate 
com a comunidade escolar para definir prioridades 
e metas. Foi instituído em 1998 e implantado, 
primeiramente, em 400 escolas das regiões Norte 
e Centro-Oeste. No ano seguinte, passou a ser 
adotado também na região Nordeste.
Trata-se de uma proposta de gestão baseada 
na escola e busca promover a autonomia 
escolar e estimular a comunidade ao pensar 
estratégico. Enquanto na Secretaria de Educação o 
FUNDESCOLA apoia o Planejamento Estratégico da 
Secretaria (PES), na escola é dado apoio ao PDE.
Em 2002, 6.735 escolas das regiões Norte, 
Nordeste e Centro-Oeste desenvolveram o 
PDE com apoio do FUNDESCOLA. Os estados 
de Goiás, Acre, Tocantins, Rondônia e Mato 
Grosso promoveram uma expansão autônoma do 
programa para todas as escolas da rede estadual. 
Alguns municípios também adotaram o plano em 
todas as escolas. Santo Augusto, no Rio Grande do 
Sul, está entre os municípios situados fora da área 
de atendimento do FUNDESCOLA que o adotou.
Extraído de
BOLETIM TÉCNICO DO FUNDESCOLA – ano VII – nº 63 
– dez/2002, p. 8.
22Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
•	 apresenta	a	referência	para	a	elaboração	dos	projetos;
•	 pressupõe	a	vinculação	entre	os	projetos	dele	decorrentes;
•	 permite	a	realização	de	diagnósticos	precisos;
•	 identifica,	com	detalhes,	as	disponibilidades	de	recursos	humanos,	
materiais, financeiros e institucionais.
Projeto
•	 É	o	instrumento	mais	próximo	da	execução;
•	 sistematiza	as	ações	principais;
•	 detalha	as	atividades;
•	 objetiva	a	produção	de	bens	ou	serviços;
•	 propõe-se	a	obter	resultados	definidos,	específicos;
•	 estabelece	prazos	mais	curtos;
•	 determina	recursos	humanos,	materiais	e	financeiros;
•	 exige	maior	detalhamento	técnico	e	financeiro;
•	 atende,	na	sua	elaboração,	a	um	roteiro	predeterminado,	estabelecido	
conforme as características do objeto, necessidades e exigências 
da instituição executora ou financiadora.
Como exemplificação desses tipos de instrumentos, pode-se citar:
•	 O	Plano	Nacional	de	Educação	–	PNE,	documento	norteador	para	
elaboração dos Planos Estaduais e Municipais de Educação, com 
duração decenal.
•	 O	Programa	de	Aceleração	da	Aprendizagem	–	PAA,	voltado	para	
a correção da defasagem idade-ano nos cinco primeiros anos do 
Ensino Fundamental, em atendimento à meta estabelecida no Plano 
Nacional de Educação – PNE.
Apresentam-se, a seguir, algumas concepções 
relacionadas por Padilha (2001), referentes a 
Planejamento, Plano, Programa e Projeto.
Planejamento
•	 O	planejamento	“é	uma	atividade	essencial	e	
exclusivamente humana. Somente o homem, 
como animal racional e temporal que é, realiza 
a complexa atividade de planejamento. (...) 
Pensar antes de agir. Organizar a ação. Adequar 
meios a fins e valores. Estas expressões 
sintetizam o conceito de planejamento, 
considerando-o uma técnica, uma ferramenta 
para a ação. Coloca-se esta questão dentro 
do que se convencionou chamar de visão 
instrumental do planejamento, destacando-se 
seu aspecto utilitário. (...) Global, integrado, 
contínuo, realista, flexível, interdisciplinar 
e multiprofissional, participativo: estas são 
algumas condições, entre outras, para um 
bom planejamento, inclusive o educacional” 
(FONSECA, NASCIMENTO; SILVA, 1995:81-86).
•	 Planejamento	é	um	“processo	de	previsão	de	
necessidades e racionalização de emprego 
dos meios materiais e dos recursos humanos 
disponíveis, a fim de alcançar objetivos 
concretos, em prazos determinados e em 
etapas definidas, a partir do conhecimento e 
da avaliação científica da situação original” 
(MARTINEZ; LAHORE, 1977, p. 11).
23Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
•	 O	 Projeto	 de	 Correção	 do	 Fluxo	 Escolar	 –	 desenvolvido	 com	
financiamento do MEC/FNDE, por Municípios e Estados, objetivando a 
regularização do fluxo escolar nos anos iniciais do Ensino Fundamental. 
Utiliza como alternativa pedagógica a Aceleração da Aprendizagem.
Para perceber melhor as distinções, do ponto de vista do âmbito da 
ação e do grau de detalhamento de cada um, observe:
•	 se	o	 âmbito	 da	ação	 tem	maior	 abrangência,	 como	no	 caso	do	
Plano Nacional de Educação e o nível de detalhamento é menor, o 
documento se caracteriza como um Plano.
•	 se	o	âmbito	da	ação	se	refere	a	um	setor	específico	(educação,	
saúde, segurança) ou a uma área geográfica (leste, oeste, urbano, 
rural), e o nível de detalhamento com abrangência setorial ou 
regional, pode-se caracterizar o documento como um Programa.
•	 se	o	âmbito	ou	área	de	abrangência	é	menor,	porém	o	grau	de	
detalhamento é maior (educação infantil, ensino fundamental, 
defasagem idade-série, desempenho escolar), o documento 
apresentará as características de um Projeto.
Conforme COHEN e FRANCO,
“um Plano é a soma de Programas que procuram objetivos comuns, 
ordena os objetivos gerais e os desagrega em objetivos específicos, 
que constituirão por sua vez os objetivos gerais dos Programas.”
“o Programa é um conjunto de Projetos que perseguem os mesmos 
objetivos. Estabelece as prioridades da intervenção, identifica e ordena 
os projetos, define o âmbito institucional e aloca os recursos a serem 
utilizados. O horizonte temporal dos Programas são, em geral, de 1 a 
5 anos.”
“um Projeto é um empreendimento planejado que consiste num 
conjunto de atividades inter-relacionadas e coordenadas para alcançar 
objetivos específicos dentro dos limites de um orçamento e de um 
período de tempo dados.”
Plano
•	 O	Plano	é	um	documento	que	registra	o	que	se	
pensa fazer, como fazer, quando fazer, com que 
fazer, com quem fazer. Para que exista o Plano 
é necessário que um grupo tenha antes sereunido e, com base nos dados e informações 
disponíveis, tenha definido os objetivos 
a serem alcançados, tenha confrontado 
os objetivos com os recursos humanos e 
financeiros disponíveis, tenha definido o 
período de realização das ações, enfim, tenha 
organizado o conjunto de ações e recursos. 
O Plano evita o improviso, o imediatismo, a 
ausência de perspectivas, pois ele antecipa, 
ele prevê. O Plano passa a ser um referencial, 
um norte para as ações educacionais do 
município. Com o Plano é possível então 
acompanhar o seu desempenho, avaliar 
se os resultados alcançados foram ou não 
os esperados, onde houve desvios, quais 
os problemas enfrentados. Planejamento e 
Plano estão estreitamente relacionados, mas 
não são sinônimos. O primeiro representa 
o processo e o segundo é um registro do 
processo (SOBRINHO, 1994, pp. 3-4).
•	 “P lano	 é	 um	 cor te 	 no	 processo	 de	
planejamento – que torna explícitos os seus 
elementos já conhecidos: é um instantâneo 
da situação presente que fixa os objetivos, 
suas interdependências e prioridades, meios 
e recursos, estimativas de prazos e custos” 
(LAMPARELLI, in BIERRENBACH, 1981:30).
Continua ...
24Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
Programa
“Programa é constituído de um ou mais 
projetos de determinados órgãos ou 
setores, num período de tempo definido” 
(LAMPARELLI, in BIERRENBACH, 1981:30).
Projeto
“O projeto é uma antecipação. A 
utilização do prefixo pro-, que significa 
antes, na terminologia da planificação e 
nomeadamente nas noções de projeto 
e de programa, é neste ponto de vista 
significativa: o conteúdo de um projeto 
não tem a ver com acontecimentos ou 
objetivos, pertencendo ao ambiente atual 
ou passado do ator que o elabora, mas 
com acontecimentos ou objetos ainda 
não verificados; não se debruça sobre 
fatos, mas sobre possíveis; relaciona-se 
com um tempo a vir, com um futuro de 
que constitui uma antecipação, uma visão 
prévia” (BARBIER, 1993:49).
Continua ...
Em síntese, pode-se dizer que o planejamento em nível macro vai direcionar 
ou estar alinhado ao planejamento em nível micro. Para exemplificar melhor 
essa correspondência, podemos citar um dos objetivos e metas – item 3, 
citado no Plano Nacional de Educação, no que se refere ao fluxo escolar, ou 
seja, “Regularizar o fluxo escolar, reduzindo 50%, em cinco anos, as taxas de 
repetência e evasão, por meio de programas de aceleração da aprendizagem e 
de recuperação paralela ao longo do curso, garantindo efetiva aprendizagem.”
Este objetivo é consubstanciado nos Planos Estaduais e Municipais de 
Educação, mediante a implantação/implementação do Programa de 
Aceleração da Aprendizagem para o Ensino Fundamental – 1o ao 9o ano, sob 
a forma de Projeto, nos vários estados brasileiros e municípios, objetivando 
regularizar o fluxo escolar dos alunos.
Você encontrará nas janelas pequenos textos que analisam os conceitos 
aqui discutidos.
Sintetizando e 
enriquecendo nossas 
informações
Faça uma síntese dos tipos e 
instrumentos de planejamento, 
apresentados no texto 
Planejamento e instrumentos.
25Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
Abrangência do planejamento
A abrangência do planejamento pode ser definida em relação à sua 
duração, ao seu alcance físico ou ao político.
Em relação ao período em que os Planos são elaborados, pode-se ter 
o planejamento: conjuntural – menos de um ano; de curto prazo – de 
um a dois anos; de médio prazo – de três a quatro anos e de longo 
prazo – mais de quatro anos, vinculado às vezes, a mais de um período 
governamental.
Essa duração é flexível, sendo que alguns autores e órgãos financiadores 
a classificam como: curto prazo – 1 mês a 1 ano; médio prazo – até 
2 anos e longo prazo – mais de 2 anos.
Quanto a sua abrangência física, o planejamento pode ser:
•	 mundial, multinacional, nacional, regional, estadual, municipal, 
urbano, rural, local, institucional, familiar e, até, individual.
Em referência à abrangência política, pode-se ter o planejamento em:
•	 nível macro e
•	 nível micro.
Observa-se, que na prática, utilizam-se nos planejamentos dois ou 
mais critérios de abrangência, como pode ser observado nos exemplos 
apresentados a seguir.
Plano Plurianual de Ação – PPA, em nível federal
A ideia da elaboração do Plano Plurianual foi inspirada no patrono 
universal do planejamento econômico, o czar soviético Josef Stalin, 
que já em 1939, elaborava planos quinquenais para a ex-URSS.
O que você pensa disto?
Como classificar o planejamento 
em termos de abrangência?
Em que consiste um Plano 
Plurianual de Ação?
Quais os Planos Plurianuais de 
Ação que você conhece na área 
educacional?
Os desafios do Plano Plurianual
Pensar no Brasil a longo prazo e fazer cumprir as 
promessas da campanha. Com essas intenções, 
o governo anunciou há pouco a elaboração do 
próximo Plano Plurianual – PPA. Até aí, nenhuma 
novidade. O planejamento é o alicerce das finanças 
públicas: quem planeja tem melhores condições de 
fazer uma boa gestão. Mas o atual governo lança 
as discussões do PPA com um grande diferencial: 
pela primeira vez no Brasil, a sociedade civil 
organizada poderá participar da elaboração do 
planejamento orçamentário do governo.
Mesmo diante dos drásticos cortes orçamentários 
do início de gestão, da indefinição do futuro do 
país com o novo contexto internacional e dos 
juros severos da dívida, o presidente tem chances 
factíveis de fazer um bom trabalho.
Primeiro, porque vai aproveitar os avanços 
metodológicos do plano, que hoje não pode mais 
ser considerado uma carta de boas intenções. 
Desde 1996, o PPA passou a ser organizado por 
programas, voltados para a solução de problemas, 
quantificados por indicadores. Incorporou metas 
físicas de gasto e passou a definir gerentes, 
explicitar parcerias, além de prever a avaliação dos 
programas orçamentários. Antes os governantes 
rejubilavam-se com a divulgação das cifras de 
gasto, em puro exercício de abstração. Com o novo 
método de elaboração do PPA, o cerne da questão 
26Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
No Brasil, a partir da promulgação da Constituição de 1988, que obrigou 
o Governo Federal a elaborar e submeter ao Congresso Nacional seus 
projetos de médio e longo prazos, o então chamado PLANO PLURIANUAL 
foi adotado.
Pode-se afirmar que, em nível macro, a expressão máxima de 
PLANEJAMENTO está consubstanciada no PLANO PLURIANUAL DE 
AÇÃO elaborado tanto em nível federal quanto estadual e municipal. 
Ele representa o documento maior, sendo que os demais são 
decorrentes dele.
É um plano de médio prazo, por meio do qual procura-se ordenar as 
ações do Governo que levem ao atingimento dos objetivos e metas 
fixados para o período de 4 anos.
Cabe ao Governo Federal expressar sua visão sobre os problemas 
prioritários enfrentados pelo país e apontar soluções mediante a 
concepção e execução de Programas e Metas. Um dos instrumentos 
utilizados por ele para isso é o Plano Plurianual de Ação – PPA, que 
consiste em instrumento de previsão, organização e sistematização 
de suas atividades nas várias áreas de atuação. O Plano apresenta 
uma percepção dos desafios em cada área, ou seja, Educação, 
Saúde, Transporte, Ciência e Tecnologia, Defesa, Comunicações, 
Energia e outros, apresentando, também, um elenco de políticas, com 
propostas para a superação das dificuldades, entre outras, a redução 
das desigualdades sociais e diminuição das disparidades regionais, 
integração do país com os países vizinhos.
Assim, o PPA estabelece Diretrizes, Objetivos, Metas e Programas 
da administração pública federal vinculados aos respectivos custos 
orçamentários. O PPA é elaborado pelo Ministério do Planejamento, 
Orçamento e Gestão, a partir de dados e informações coletados, bem 
como instrumentos próprios elaborados em cada um dos ministérios, 
já no primeiro ano do mandato do Presidente.
passou a ser a relação custo-benefício, ou seja, o 
que se pretende fazer com os recursos previstos.
Segundo, porquea abertura das discussões à 
sociedade civil representa uma grande parceria 
para o país. Bem conduzido, esse processo poderá 
constituir um marco referencial no processo 
de formulação, implementação e avaliação de 
políticas públicas no Brasil. No entanto, alguns 
aspectos do plano devem ser pontuados e 
discutidos pelo governo e pela sociedade para 
que não aconteçam os mesmos erros do passado.
1. Um projeto de desenvolvimento. O primeiro 
ponto refere-se ao diagnóstico, realizado em 
etapa anterior à formulação dos programas do 
plano. É o ponto de partida para a discussão 
dos problemas que atingem a sociedade 
brasileira e que devem ter sua proposta de 
resolução elencada no PPA. Essa análise 
deve orientar a intervenção planejada do 
governo para dar sentido aos programas que 
compõem o Plano Plurianual como parte de um 
projeto de desenvolvimento para o país. Esse 
diagnóstico deve estar inserido na agenda de 
debate do governo com a sociedade civil. E, 
sob o pressuposto da transparência da ação 
governamental, é fundamental que se dê 
publicidade ao estudo.
2. Compatibilidade. Refere-se à necessidade de 
compatibilizar os programas com as estratégias 
abordadas, ou seja, estabelecer uma lógica 
interna entre os programas, bem como 
Continua ...
27Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
Trata-se de Programas para todo o Brasil e empreendimentos que 
devem ser assumidos não só pelo governo federal, mas também por 
estados, municípios, iniciativa privada e sociedade civil organizada. É 
uma convocação à união de esforços para o desenvolvimento voltado 
para o bem-estar e melhoria da qualidade de vida dos brasileiros.
O microplanejamento, aquele que se dá em nível da escola, tem 
vinculação direta com o macroplanejamento, ou seja, aqueles projetos 
elaborados com vistas à melhoria da ação pedagógica correspondem 
às diretrizes e aos objetivos determinados para a educação em nível 
nacional. Assim, as ações estabelecidas numa escola do interior do 
Amapá ou de São Paulo, para combater a repetência, não estão 
isoladas, soltas, mas buscam atender ao que está estabelecido no 
Plano Plurianual de Ação do Governo Federal, que se caracteriza como 
um macroplanejamento.
Veja, na janela, as reportagens Os desafios do Plano Plurianual e PPA 
prevê aumento de consumo. Elas mostram a abrangência e os desafios 
de um PPA.
Como modelo de macroplanejamento no setor educacional, destaca-se 
o Plano Nacional de Educação. No contexto de um processo histórico 
de planejamento e organização, não é resultado de uma decisão 
isolada, de um grupo de pessoas, de forças políticas ou educacionais 
organizadas, mas de uma ampla discussão em níveis nacional e 
internacional, e sendo lei está em consonância com compromissos 
internacionais firmados pelo Brasil, que dizem respeito diretamente à 
educação. Como exemplo, citem-se as diretrizes do PNE – 2011/2020:
•	 erradiação do analfabetismo;
•	 universalização do atendimento escolar;
•	 superação das desigualdades educacionais;
•	 melhoria da qualidade do ensino;
•	 formação para o trabalho;
entre estes e as prioridades elencadas pelo 
governo. Na questão ambiental, por exemplo, 
não faz sentido propor um programa que crie 
um corredor de exportação onde antes havia 
uma floresta, para depois criar um outro com 
o objetivo de protegê-las e recuperá-las. Do 
mesmo modo, se o governo tem como meta 
concentrar seus esforços na área social, seus 
programas precisam ser compatíveis com 
esse objetivo e sua estratégia organizada para 
atingir tal fim.
3. Interação com os Estados. O terceiro 
aspecto aponta para uma coerência entre o 
planejamento dos governos federal e estadual. 
Embora os prazos constitucionais ainda sejam 
um empecilho a essa tarefa – matéria que 
deverá ser objeto da lei de finanças públicas 
–, é importante realizar um esforço para evitar 
contradições e sobreposições entre os PPAs 
federal e estaduais.
4. Indicadores adequados. O quarto ponto 
diz respeito à definição dos indicadores que 
servem para estabelecer os parâmetros iniciais 
de ação e avaliar a eficiência dos programas 
ao término de sua implementação. Até o 
momento, não há estatísticas adequadas para 
mensurar demandas específicas do país.
5. Realismo. Deve-se buscar o realismo das 
metas físicas em relação aos seus custos e 
das ações em relação ao objetivo de cada 
programa. Ao mesmo tempo, evitar ao máximo 
Continua ...
28Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
•	 promoção da sustentabilidade socioambiental;
•	 promoção humanística, científica e tecnológica do País;
•	 estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em 
educação como proporção do produto interno bruto;
•	 valorização dos profissionais da educação; e
•	 difusão dos princípios da equidade, do respeito à diversidade e a 
gestão democrática da educação.
O PNE abrange todos os níveis de ensino, desde a Educação Infantil 
até a Pós-Graduação, nas diversas modalidades para as diferentes 
demandas. Ali estão incluídas a educação regular, especial, a indígena, 
o afro-brasileiro, a educação de jovens e adultos, a formação para o 
trabalho, a educação a distância etc.
Quanto aos níveis de ensino e modalidades de educação, os entes 
federados têm suas respectivas áreas de atuação prioritária, consoante 
atribuição da Constituição Federal e da LDB.
Município Educação Infantil
 Ensino Fundamental
Estado Ensino Fundamental
 Ensino Médio (inclui formação de professores em nível médio)
União Ensino Superior (inclui formação de professores em nível superior)
A União presta, ainda, assistência técnica e financeira aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios, para garantir a equalização das 
oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino.
Plano Plurianual de Ação – PPA, em níveis estaduais e municipais
De forma semelhante ao de nível federal, também os governos estaduais 
elaboram o seu Plano Plurianual de Ação, como documento-síntese 
dos Programas/Metas estabelecidos pelo governo.
a dispersão dos recursos em vários programas, 
o que introduz o risco de comprometimento 
dos objetivos inicialmente estabelecidos.
6. Participação. Diante do compromisso do 
governo de ouvir a sociedade, é demonstração 
de boa vontade definir interlocutores no 
governo federal para receber as sugestões 
da sociedade civil. A articulação da sociedade 
para intervir no PPA é legítima no contato de 
fortalecimento da democracia brasileira, mas 
deve contar com instrumentos adequados, 
não apenas na elaboração do PPA, mas em 
todas as etapas da gestão fiscal (PPA, Lei de 
Diretrizes Orçamentárias – LDO, orçamento 
e execução). É preciso, por exemplo, que os 
critérios adotados no contingenciamento não 
se choquem com as prioridades definidas para 
o PPA. A participação da sociedade poderá 
representar também um salto de qualidade se 
articulada ao gerenciamento dos programas 
durante o processo e elaboração, gestão e 
avaliação do PPA.
7. Transparência. Para que a participação seja 
efetiva e não sirva apenas para validar o PPA 
elaborado pelo governo, uma condição prévia 
é o acesso à informação. A transparência no 
processo de formulação e implementação do 
Plano Plurianual faz parte de uma estratégia 
maior que permitiria o monitoramento pela 
sociedade civil de todo o ciclo orçamentário 
(PPA, LDO, execução financeira e avaliação 
dos relatórios de gestão fiscal). Esse 
Continua ...
29Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
A concepção geral do PPA estadual é relativamente tradicional, em 
consonância com as determinações da legislação de cada estado. O 
PPA deve ser entendido como um instrumento de trabalho que orienta 
as ações governamentais nos quatro anos de governo.
Os Planos Plurianuais estaduais podem variar conforme metodologia 
específica adotada para cada estado. Em geral, devem conter uma 
estrutura integrada composta de: apresentação, de forma sintética, das 
principais tendências atuais e os fundamentos da ação governamental; 
definiçãodas principais prioridades, diretrizes e programas que 
sintetizam a compreensão da ação governamental; apresentação 
dos objetivos, diretrizes, programas, subprogramas, projetos e metas 
setoriais, abrangendo todos os poderes e entidades do governo e, 
finalmente, o financiamento e as prestações de despesas ao longo 
dos quatro anos que abrangem o Plano.
Devem ser elaborados instrumentos de coleta de informações 
direcionados especificamente às unidades orçamentárias do Governo, 
contendo:
•	 diagnóstico:	a	análise	da	situação	atual,	problemas	e	deficiências	
que afetam a população e as limitações e carências que dificultam 
a efetividade das ações corretivas por parte do Governo;
•	 objetivos:	o	quadro	ideal	da	sociedade	que	se	pretende	atingir	pela	
ação do Governo;
•	 metas:	etapas	de	curto,	médio	ou	 longo	prazo,	quantificáveis	ou	
passíveis de serem aferidas, com prazo definido, considerado como 
marco no alcance dos objetivos estabelecidos;
•	 diretrizes:	as	estratégias	e	os	princípios	que	orientam	a	ação	do	
governo para melhor atingimento dos objetivos.
O PPA estadual abrange os Poderes Legislativo, Judiciário e o Executivo. 
No Executivo, definem-se Programas/Metas e respectivos orçamentos 
estabelecidos para as áreas de Educação, Cultura e Esporte, Saúde, 
Segurança Pública, Trabalho, Transportes, Meio Ambiente, Ciência e 
Tecnologia, Indústria e Comércio e outros.
Continua ...
monitoramento pressupõe a abertura do 
Sistema Integrado de Administração Financeira 
do Governo Federal (Siafi) e do Sistema de 
Informações Gerenciais e de Planejamento 
do Plano Plurianual (Sigplan), bem como a 
publicidade dos diagnósticos dos problemas 
que orientam a estratégia do governo na 
elaboração dos programas.
8. Avaliação. O processo de planejamento 
apenas se completa com uma avaliação 
periódica e independente dos programas, 
com base em indicadores adequados, de 
forma a realimentar pelos próprios gerentes 
dos programas, o que é útil, mas não confere 
a necessária transparência e isenção ao 
processo. Seria extremamente importante 
envolver instituições de pesquisa não públicas, 
principalmente de organizações da sociedade 
civil. Levanta-se, ainda, a necessidade de a 
avaliação do PPA ser um processo contínuo, 
concebido desde o início do programa. 
Extraído do Jornal Correio Braziliense. Brasília, 2003.
30Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
Com relação à área educacional, além do disposto no PPA, tem-se 
como referência o estabelecido no PNE, para nortear a elaboração dos 
Planos Decenais da Educação e dos seus correspondentes, em níveis 
estaduais e municipais.
O PNE foi arquitetado sob três eixos: a educação como direito, a 
educação como instrumento do desenvolvimento econômico e social 
e a educação como fator de inclusão social.
Da mesma forma que o Plano Nacional de Educação, os estaduais 
e municipais terão como primeira referência para a fixação de seus 
objetivos, aqueles estabelecidos pela Constituição Federal, em seu art. 
214: erradicação do analfabetismo, universalização do atendimento 
escolar, melhoria da qualidade do ensino, formação para o trabalho e 
promoção humanística, científica e tecnológica do País.
Em seguida, devem contemplar os objetivos estabelecidos pelo PNE:
•	 elevação	global	da	escolaridade	da	população;
•	 melhoria	da	qualidade	do	ensino	em	todos	os	níveis;
•	 redução	das	desigualdades	sociais	e	regionais	no	tocante	ao	acesso	
e à permanência, com sucesso, na educação pública e
•	 democratização	da	gestão	do	ensino	público.
Os planos estaduais e municipais seguirão, no que couber, a estrutura 
temática do PNE:
Educação Infantil
Ensino Fundamental
Ensino Médio
Educação Superior
Educação de Jovens e Adultos
Educação a Distância e Tecnologias Educacionais
Educação Especial
Educação Afro-Brasileira e Indígena
Magistério da Educação Básica
Financiamento e Gestão
Acompanhamento e Avaliação
Plano Plurianual – PPA
O Plano Plurianual – PPA, é visto como a 
principal ferramenta que o governo têm 
em mãos para se diferenciar das gestões 
anteriores.
Apesar de falar várias vezes sobre a questão 
social, o PPA mostra a continuidade da 
política econômica, com a manutenção de 
um superavit primário (receita total menos 
despesas, excluídos os juros) “consistente” 
e a preocupação com o controle da inflação. 
As prioridades do Plano
Ao apresentar o documento sobre o Plano 
Plurianual – PPA, o ministro do Planejamento, 
destaca as principais prioridades do governo.
Ampliação do Consumo de Massa
O governo quer estimular a expansão do 
chamado mercado de consumo de massa. 
Isso significa aumentar o poder aquisitivo 
de famílias de baixa renda, por meio de sua 
inclusão no mercado de trabalho. Com isso, o 
consumo de bens e serviços também cresce, 
movimentando a economia e gerando mais 
investimentos.
31Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
Os Planos Decenais de Educação, em níveis estaduais e municipais, 
deverão, em consonância com o Plano Nacional de Educação, 
contemplar no seu processo de planejamento, a seguinte estrutura 
técnica: diagnóstico, diretrizes, objetivos e metas.
a. Diagnóstico: indicação e análise, com a maior objetividade e 
precisão possível, dos problemas da educação no território do ente 
federado, das medidas já adotadas, das experiências que vêm 
dando certo. Sugere-se a utilização dos estudos, diagnósticos, 
relatórios existentes na Secretaria de Educação e em outros órgãos, 
os levantamentos próprios do Sistema de Ensino e os dados 
disponíveis do IBGE e do INEP. É importante enfatizar a participação 
no diagnóstico dos diversos atores da educação, para assegurar uma 
visão mais realista, vivenciada, da realidade educacional.
b. Diretrizes político-pedagógicas para a ação educacional: a análise 
das diretrizes nacionais presentes no PNE à luz das realidades locais 
subsidiará a definição ou eleição das diretrizes estaduais e municipais.
c. Objetivos e Metas: enquanto o PNE estabelece objetivos e metas 
globais para a Nação, os planos das unidades federadas determinarão 
a participação de cada um no conjunto, o que implica ter, na sua 
elaboração, duas referências: o desejo nacional e as possibilidades 
locais. Os objetivos e as metas serão particularizadas e passarão a 
ser compromisso efetivo de cada unidade federada. Sempre que 
possível, separar objetivo e meta, sendo o primeiro uma clara intenção 
finalística, e a segunda, um dado quantificado mensurável no tempo. 
Pode haver metas qualitativas para as quais não é possível estabelecer 
um indicador temporal ou quantitativo. A prática, em cada caso, 
indicará a melhor forma de tratar o assunto, ora separando-os, ora 
juntando-os. O importante é expressar o que o Estado e o Município 
assumem, na dimensão que lhes corresponde no conjunto do Plano 
Nacional. Neste item, incluem-se as linhas de ação de curto e médio 
prazos. À medida que a execução do Plano avança no tempo, novas 
ações vão sendo definidas para realizar os objetivos e atingir as metas.
Investimento em Infraestrutura
No PPA o investimento público tem um papel 
fundamental na ampliação da infraestrutura, 
mas não há recursos suficientes. Por isso, o 
governo vai concentrar esforços nas áreas que 
dificilmente serão atendidas pelo setor privado e 
incentivar o investimento de empresas privadas 
nas outras áreas. 
Extraído e Adaptado do Jornal Correio Braziliense. 
Brasília, DF.
Continua ...
32Planejamento e Elaboração de Projeto Planejamento
Os planos estaduais serão encaminhados às Assembleias Legislativas, e 
os planos municipais, às Câmaras de Vereadores, para sua aprovação, 
e serão, respectivamente, leis estaduais e municipais.
Além do Plano Decenal, os governos estaduais e municipais poderão, 
ainda, elaborar um Plano específico, para o período de vigência do 
governo, buscando sempre a coerência com o Plano Decenal.
Em síntese, verifica-se que o planejamento em nível macro norteia o 
planejamento em níveis regional e local. Dessa forma, a elaboração dos 
PlanosEstaduais deve estar em consonância com o Plano Nacional – 
nível macro, e também, a dos Planos Municipais – nível micro, que devem 
ser coerentes com o Plano do respectivo Estado. Os três documentos 
deverão compor um conjunto integrado e articulado. Integrado, quanto 
a objetivos, prioridades, diretrizes e metas estabelecidas. E articulado 
nas ações, de forma que, na soma dos esforços das três esferas, 
de todos os Estados, Municípios e a União, alcancem-se as metas 
estabelecidas pelo PNE.
Os objetivos e as metas do PNE somente poderão ser alcançados se ele 
for concebido e acolhido como “Plano de Estado”, mais do que “Plano 
de Governo” e, por isso, assumido como um compromisso da sociedade 
para consigo mesma. Sua aprovação pelo Congresso Nacional, num 
contexto de expressiva participação social, o acompanhamento e a 
avaliação pelas instituições governamentais e da sociedade civil e a 
consequente cobrança das metas nele propostas, são fatores decisivos 
para que a educação produza a grande mudança, no panorama 
do desenvolvimento, da inclusão social, da produção científica e 
tecnológica e da cidadania do povo brasileiro.
Maiores informações sobre o Plano Nacional de Educação poderão ser 
acessadas no site <http://www.mec.gov.br/legislaçãoeducacional>.
Em síntese, a concretização dos objetivos/metas estabelecidos tanto 
no Plano Nacional de Educação quanto nos Planos Decenais, em níveis 
estaduais e municipais, serão consubstanciados em Projetos específicos, 
caracterizados como produto final do processo de planejamento.
Sintetizando e 
enriquecendo 
nossas informações
Faça a síntese do texto 
Abrangência do planejamento.
33Planejamento e Elaboração de Projeto Elaboração do Projeto
UNIDADE 2 – Elaboração do Projeto
Estrutura técnica para elaboração do projeto
O projeto resulta de um procedimento lógico e racional que substitui o 
comportamento intuitivo e empírico. Assim, o projeto desenvolve alternativa 
que substitui o comportamento arbitrário por decisões tecnicamente 
justificadas, assegurando padrões mínimos de eficiência e eficácia.
Como já foi dito, os projetos públicos surgem como decorrência de planos 
globais e/ou setoriais de caráter nacional, estadual ou municipal e se 
constituem em propostas que devem atender a uma estrutura definida.
Uma vez estabelecido o processo de planejamento, este tende a evoluir no 
sentido de um progressivo detalhamento, que contém indicações bastante 
precisas para a elaboração, execução e avaliação do projeto.
Tem-se convencionado que a técnica de elaboração de projetos envolve três 
processos fundamentais:
a) elaboração do projeto;
b) implantação;
c) avaliação.
Na verdade, é difícil dissociar esses aspectos que quase sempre se apresentam 
estreitamente inter-relacionados, mesmo porque a elaboração do projeto é, 
até certo ponto, uma simples ordenação de dados para a sua implantação, 
implementação e avaliação.
Leia o texto Predominância da ação que se encontra na janela.
O que você pensa disto?
Quais as etapas para a 
elaboração de um projeto?
Quais os seus componentes? 
Explique.
Predominância da ação
A ação deve ter predominância sobre 
o planejamento em si. O planejamento 
prepara para a ação, mas não a substitui. 
É como disse certa vez um prefeito de 
São Paulo, recém-empossado, ao tomar 
conhecimento da miríade de planos não 
realizados que seus antecessores haviam 
deixado: “chega de planejamento, a hora 
é de fazejamento!”
A atitude de fazer a ação predominar 
sobre o planejamento evita a síndrome 
de paralisia analítica: o coordenador 
ou equipe preocupa-se tanto em tomar 
todos os cuidados de não errar, de fazer 
previsões, as mais corretas, que termina 
por não fazer nada.
Extraído de: MAXIMIANO, Antônio César Amaru. 
Op. cit., p. 209.
34Planejamento e Elaboração de Projeto Elaboração do Projeto
A forma de ordenamento desses dados e/ou informações é muito flexível, 
dependendo dos diferentes modelos apresentados para elaboração.
Na fase de elaboração do projeto, todas essas questões têm que ser 
devidamente observadas: torna-se necessário organizar os dados, estabelecer 
uma justificativa para proposição do projeto, definir metas, ações e até mesmo 
atividades, especificar responsabilidades e parcerias e dimensionar o prazo 
em que o projeto deverá acontecer.
Para que você tenha uma ideia da relação entre esses aspectos ou partes/
itens de um projeto, apresenta-se o esquema a seguir:
JUSTIFICATIVA
OBJETIVO
META
AÇÃO
ATIVIDADE
RESPONSABILIDADE INTERFACE CRONOGRAMA
PROJETO
Com base nessa representação, você pode observar que o projeto final é 
o desdobramento do objetivo em metas, das metas em ações, das ações 
em atividades e a delimitação dessas quanto à responsabilidade, interface 
e cronograma.
Definição de objetivos e análise do 
contexto
Os objetivos são os resultados finais em 
direção aos quais a atividade é orientada. 
Por exemplo:
•	 comprar	um	casa	é	um	objetivo	para	
uma família;
•	 aumentar	 em	 25%	 a	 participação	
no mercado é um objetivo para uma 
empresa;
•	 disputar	a	final	do	campeonato	é	um	
objetivo para um time de futebol;
•	 reduzir	a	inflação	é	um	objetivo	para		o	
governo petista;
•	 melhorar	o	nível	de	vida	da	população	
é o objet ivo de um projeto de 
desenvolvimento.
Os objetivos definem o que deve ser feito, 
orientam o comportamento de indivíduos 
e de organizações, e condicionam a forma 
e o conteúdo dos planos que possibilitam 
sua realização.Os objetivos são criados 
de muitas maneiras diferentes: eles 
originam-se das missões da organização, 
de intenções, necessidades, desejos de 
pessoas ou grupos, problemas atuais ou 
previstos, ameaças ou oportunidades e 
outras circunstâncias. Este é o contexto 
dentro do qual o plano é elaborado.
35Planejamento e Elaboração de Projeto Elaboração do Projeto
Nesse sentido, vale lembrar que o PROJETO é uma proposta de intervenção 
em uma dada realidade; realidade essa que o justifica. E o objetivo que se 
quer atingir com essa intervenção é que direciona todo o desdobramento da 
elaboração do projeto.
A partir desse entendimento, caracteriza-se cada um desses aspectos para 
que você possa ter maior clareza na sua diferenciação.
Nesta etapa, você vai aprender a elaborar os itens físicos do projeto, os itens 
físico-financeiros serão trabalhados em seguida. A elaboração do projeto é 
um processo que compreende várias fases, iniciando com a concepção até 
a sua redação final. Elas ocorrem de forma dinâmica e simultânea.
É importante observar que não se consegue elaborar um projeto de uma 
só vez; é preciso muita discussão, reflexão, rascunhos e reelaboração até 
que se obtenha o resultado desejado. É preciso ressaltar que esse processo 
exige muita exercitação, à medida que as experiências vão se acumulando, 
o técnico vai adquirindo mais segurança e competência no desenvolvimento 
dessa atividade. Essa tarefa deve ser feita pela equipe que irá desenvolver 
o projeto e jamais por um técnico isolado do grupo. No entanto, a redação 
final poderá ser de responsabilidade de um pequeno grupo de representantes 
da equipe inicial.
Lembre-se:
A elaboração de um projeto exige: bom-senso, negociação, 
criatividade, coerência, experiência e conhecimento técnico 
sobre o assunto objeto do projeto.
Passemos ao processo de elaboração do Projeto, detalhando seus 
componentes.
O que é uma JUSTIFICATIVA?
A JUSTIFICATIVA de um projeto é a descrição clara e sucinta das razões que 
levaram à proposição do projeto, evidenciando os benefícios sociais a serem 
Quanto mais precisa for a análise do 
contexto mais realistas e viáveis serão os 
objetivos. Se o problema a ser resolvido 
for o abastecimento de energia para uma 
região, a avaliação do contexto, envolve 
informações sobre a demanda presente e 
sua evolução previsível, sobre o potencial 
de energia disponível e suas perspectivas de 
utilização ou esgotamento, as possibilidades 
de substituição ou complementação das 
fontes que estiverem sendo usadas e assim 
por diante.

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