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Foro por Prerrogativa de Função e Afastamento Cautelar de Parlamentares

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A gestão envolve “foro por prerrogativa de função” em conjunto com a possibilidade de afastamento cautelar. Para tal, a análise deve ser feita separadamente.
PRIMEIRO VAMOS FALAR DOS DEPUTADOS FEDERAIS
 Os deputados federais possuem foro por prerrogativa de função no STF, desde que tenham cometidos crimes durante o mandato e em razão da função. Há a possibilidade de aplicar uma medida cautelar de afastamento ao parlamentar com base no artigo 39, VI, DO CPP, e quem determinará a suspenção é o próprio STF.
SEGUNDO VAMOS FALAR DOS DEPUTADOS ESTADUAIS
 Os deputados estaduais com base no “princípio da simetria”, o foro de “prerrogativa de função” é orientado nos moldes das constituições Estaduais. Como ao STF não apreciou tal tema segue o mesmo raciocínio feito aos deputados federais nos moldes do artigo 27, § 1º da CF/88.
TERCEIRO VAMOS FALAR DOS VEREADORES
 Os vereadores não possuem prerrogativa de função. Assim, se a constituição estadual não tiver tal previsão, o juiz de primeiro grau será competente para analisar a prática delitiva. O juiz de primeiro grau também será competente para determinar o afastamento do vereador sem necessidade de remetê-lo a casa legislativa municipal para ser apreciado pelos seus pares. Logo, o afastamento dos vereadores NÃO depende da validação legislativa.
veja as decisões do STF do STJ:
(...) Não afronta a Constituição da República, a norma de Constituição estadual que, disciplinando competência originária do Tribunal de Justiça, lha atribui para processar e julgar vereador. STF. 2ª Turma. RE 464935, Rel. Min. Cezar Peluso, julgado em 03/06/2008.
(...) Os edis, ao contrário do que ocorre com os membros do Congresso Nacional e os deputados estaduais não gozam da denominada incoercibilidade pessoal relativa (freedom from arrest), ainda que algumas Constituições estaduais lhes assegurem prerrogativa de foro. (...)
STF. 1ª Turma. HC 94059, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 06/05/2008.
É possível que o Juiz de primeiro grau, fundamentadamente, imponha a parlamentares municipais as medidas cautelares de afastamento de suas funções legislativas sem necessidade de remessa à Casa respectiva para deliberação.
STJ. 5ª Turma. RHC 88.804-RN, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 07/11/2017 (Info 617).
Portanto, verifica-se a possibilidade de afastar cautelarmente os parlamentares, desde que seja observada a necessidade de eventual ratificação pela casa legislativa, de fundamentação e de observância da autoridade competente para analisar a matéria.
ALUNO: Alex Wanderley Mendonça de Oliveira
MATRÍCULA: 2020102354
REFERÊNCIAS:
Artigo 319, VI, do CPP
STF – Plenário ADI 5526/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/10/2017(Info 881)
ADI 5526/DF
Artigo 27, §1 º da CF/88
STF. 2ª Turma. RE 464935, Rel. Min. Cezar Peluso, julgado em 03/06/2008
STF. 1ª Turma. HC 94059, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 06/05/2008.
STJ. 5ª Turma. RHC 88.804-RN, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 07/11/2017 (Info 617).

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