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Direito Constitucional – 2021/1 Atividade Prática Supervisionada (APS) Professor: Marcelo Caminha Filho Acadêmica: Nerilene do Amaral Thomé Francisco As Atividades Práticas Supervisionadas - APS têm deu detalhamento publicado no ambiente virtual de aprendizagem (Blackboard) da disciplina. São publicadas na primeira quinzena de aulas e devem ser realizadas pelos estudantes até o limite do prazo da N1, em conformidade com o calendário acadêmico. As APS devem ser realizadas pelos estudantes no próprio ambiente virtual de aprendizagem (Blackboard) ou ter seu upload realizado lá, onde também serão corrigidas pelo docente, ficando registradas em sua integralidade. 2. Considere o caso seguinte: um deputado federal, um deputado estadual e um vereador estão sendo Investigados pois há indícios de que, sem ligação entre si, cometeram crimes no exercício de suas funções. O Ministério Público pede que os parlamentares sejam afastados cautelarmente dos seus mandatos, para evitar que prejudiquem as investigações. Como juiz competente para a causa, considerando as regras constitucionais e as funções das imunidades parlamentares, bem como as posições do Supremo Tribunal Federal a respeito do tema, decida fundamentadamente sobre a possibilidade de afastamento de cada um dos membros do Poder Legislativo, nas três esferas federativas. As principais imunidades parlamentares cabem para: (Deputado Federal, Deputado Estadual, Deputado Distrital e Senadores) e são as imunidades material e formal; A imunidade material: Também chamada de (substancial) está prevista no Artigo 53,caput da constituição Federal e diz que “os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. Serve portanto, para garantir a independência deles perante o poder e a sociedade, sem correr o risco de terem consequências penal e civilmente. Tendo como características: 1) Deve guardar relação com o mandato nas palavras e atos; 2) Independe do recinto de proferimento. Porem, tem uma exceção com o Vereador, esse depende do logradouro, pois ele só tem imunidade na circunscrição do seu município. 3)Tem eficacia temporal absoluta, mesmo após o fim do mandato o Deputado por exemplo, conservará a imunidade que ele teve no mandato. Imunidade Formal: Em relação a prisão: ART 53 § 2 – Constituição Federal. Determina que os deputados e senadores não poderão ser presos desde a expedição do diploma expedido pela Justiça Eleitoral. Isso vale para qualquer tipo de prisão, penal e processual, mas existe 2 exceções em que ele pode: No caso de prisão em flagrante de crime inafiançável, sendo os autos do flagrante deverão ser encaminhados em 24 h para a casa legislativa em votação aberta, maioria absoluta, que poderá liberar o parlamentar. Existindo uma outra exceção que não está prevista na CF, existe um entendimento jurisprudencial do STF AP 396,segundo o STF o parlamentar também pode ficar preso no caso de uma condenação criminal transitada em julgado. Curiosidade sobre a imunidade formal: Entre 1988 a 2001,havia a necessidade de autorização da casa para o STF iniciar a AP contra parlamentares. O STF só podia iniciar uma AP, ou queixa-crime se a casa autorizasse, como foi percebido que uma '‘impunidade’' porque a casa não autorizava e o STF acabava não podendo abrir a Ação, Em Dezembro de 2001 veio a Emenda Constitucional 35 que acabou com a necessidade que a casa teria que dar para que um parlamentar tivesse contra si um AP. Sobre o procedimento: Quando um Deputado Federal pratica um crime no mandato e que guarda relação com o mandato, o foro dele portanto é no STF. Sendo assim a denúncia deverá vir do Procurador-Geral da República, dai o STF recebe a denúncia iniciando a Ação Penal, apos o STF comunica a Casa, e assim um partido politico poderá provocar a mesa para que aja uma sustação da AP. Não podendo ser de ofício essa representação. Provocada a mesa, esta terá 45 dias para colocar em votação, sendo de maioria absoluta em votação aberta, para sustar a AP. Sendo aprovada, fica sustada a Ação e a prescrição, ate o final do mandato do referido parlamentar, Conforme Artigo 53, § 3,§ 4 e § 5 da CF. Sobre a AP nº 937QO 03.05.2018 – Essa ação foi uma decisão do STF que é uma das principais modificações realizadas sobre o foro privilegiado. Antes dessa decisão o foro por prerrogativa de função era sempre no STF e não importava qual era o crime, guardando o não relação com o mandato. Após essa decisão de maio de 2018,do ministro Luís Roberto Barroso, seguido pela maioria dos ministros temos uma nova interpretação restritiva para 102 inciso 1B da CF e Artigo 53 § 1º da CF, ou seja, o foro por exercício de função só seria de competência do STF se o crime for praticado dentro do exercício do mandato; ou, pelo menos, após a diplomação do parlamentar, guardando relação com o mandato. *Outras imunidades no poder legislativo: Imunidade testemunhal: ART 53 § 6, deputado e senador não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberão informações. Ela tem que guardar relação com o mandato. Imunidade no que diz respeito a incorporação as Forças Armadas: ART 53 §7, ainda que militares e em tempo de guerra os parlamentares não podem incorporar nas forças armadas, salvo se a casa autorizar. As imunidades são irrenunciáveis, pois são do cargo e não da pessoa. Vereador: só te imunidade material na circunscrição do município. Os vereadores gozam de inviolabilidade por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do município (artigo 29,VIII da CF). Portanto, vereadores não tem imunidade formal, e só carregam a imunidade material se essa estiver relacionada com o mandato e por manifestações feitas dentro do seu município. Portanto, respondendo a questão 2, os parlamentares poderão ser afastados dos seus cargos legislativos, desde que essa decisão seja apreciada por cada casa respectiva, Deputado federal (Câmara dos Deputados),Vereador (Câmara de Vereadores do Município) e Deputado Estadual (Assembléia Legislativa)
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