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Pergunta 1:
Considere o caso seguinte: um deputado federal, um deputado estadual e um vereador estão sendo investigados pois há indícios de que, sem ligação entre si, cometeram crimes no exercício de suas funções. O Ministério Público pede que os parlamentares sejam afastados cautelarmente dos seus mandatos, para evitar que prejudiquem as investigações.Como juiz competente para a causa, considerando as regras constitucionais e as funções das imunidades parlamentares, bem como as posições do Supremo Tribunal Federal a respeito do tema, decida fundamentadamente sobre a possibilidade de afastamento de cada um dos membros do Poder Legislativo, nas três esferas federativas.Textos sugeridos: STF, AC 4.327 Agr-terceito-AgR, rel. p. acórdão min. Roberto Barroso, j. 28-9-2017, 1ª Turma, DJ de 26-10-2017; STF, ADI 5.526, rel. p. acórdão min. Alexandre de Moraes, j. 11-10-2017, P. (Disponíveis em: http://www.stf.jus.br).
	A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em condições de medidas cautelares do judiciário impossibilitam o exercício regular do mandato, sendo assim submetidas ao aval do Legislativo. Os indiciados, podem sim ser afastados de seus cargos, mas devem ter a decisão judicial apreciada pela Câmara dos Deputados, no caso do deputado federal, pela Assembleia Legislativa do estado, no caso do deputado estadual e pela Câmara dos Vereadores, no caso do vereador.
	A análise deve ser feita separadamente, pois não há ligação entre os indicados. O caso envolve a análise do foro por prerrogativa de função em conjunto com a possibilidade de afastamento cautelar dos parlamentares.
	Para os deputados federais, é possível aplicar medida cautelar de afastamento, de acordo com o artigo 319, VI, do CPP, quem tem o poder do afastamento é o próprio Supremo Tribunal Federal, desde que tenham cometido os crimes durante o mandato. No entanto, conforme a decisão ADI 5526/DF, caso a medida cautelar impeça, direta ou indiretamente, o exercício do mandato, então, nesse caso, a Câmara poderá rejeitar a medida determinada pelo Judiciário.[footnoteRef:1]
	Os deputados estaduais, com essência no princípio da simetria, o foro por prerrogativa de função é utilizado as Constituições Estaduais. Quanto à cautelar, o STF não julgou na ADI 5526/DF tal tema, mas , o mesmo raciocínio feito aos deputados federais pode ser aplicado a eles, nos moldes do artigo 27, § 1º da CF/88.
	Os vereadores normalmente não possuem foro por prerrogativa de função. Assim, se a Constituição Estadual não fizer tal previsão, o juiz de primeiro grau será competente para analisar eventual pratica do delito. Ainda, tal juiz será competente para determinar o afastamento do vereador sem necessidade de remessa à Casa respectiva para deliberação, com isso o afastamento dos vereadores não depende de ratificação legislativa.
	Então, existe a possibilidade de afastar cautelarmente os parlamentares, desde que seja observada a necessidade de eventual ratificação pela casa legislativa, de fundamentação e de observância da autoridade competente para analisar a matéria. [1: STF- Plenário ADI 5526/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/10/2017(Info 881)
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