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trabalho Judicialização da Medicina no Brasil

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MEDICINA 
DISCENTES:
Bruna Leticia Miler RA: 18205047-6
Camila Ribeiro Martins Schwantes RA: 18201112-2
Carlos Alexandre Alves Pessuti RA: 19119227-7 
Sinair Mendes Ferreira Junior RA: 19113709-0
Wellington de Oliveira RA: 000000681-9
Judicialização da Medicina no Brasil
DOCENTES:
André Wilian Lozano
José Antônio
Maria Betânia Ricci Boer
Priscila Zignani Pimentel
Vanessa Rizzato
Fernandópolis/SP
2020
 
Judicialização da Medicina no Brasil
Trabalho apresentado a disciplina de Mercado de Trabalho da Universidade Brasil, como parte das exigências da obtenção de nota para conclusão da disciplina.
DISCENTES:
Bruna Leticia Miler RA: 18205047-6
Camila Ribeiro Martins Schwantes RA: 18201112-2
Carlos Alexandre Alves Pessuti RA: 19119227-7 
Sinair Mendes Ferreira Junior RA: 19113709-0
Wellington de Oliveira RA: 000000681-9
Fernandópolis/SP
2020
1. INTRODUÇÃO
1.1 Judicialização Paciente - Médico 
“O médico não é deus. Pelo contrário, é servo. A ele cabe acolher seus semelhantes fragilizados pela doença ou dúvida, examiná-los com rigor, orientá-los em busca da cura e acompanhá-los em sua recuperação. Nesta trajetória ímpar, o médico – humano que é – infelizmente está sujeito às falhas e erros próprios de uma missão que avança sobre a tênue linha que separa a dor do alívio, a vida da morte” (LIMA, 2012 p.7).
Segundo Lima (2012) erro médico é a conduta seja ela omissiva ou comissiva profissional atípica, irregular ou inadequada, contra o paciente durante ou em face de exercício médico que pode ser caracterizada como imperícia, imprudência ou negligência, mas nunca como dolo.
Judicialização da Medicina, pode ser descrito como um fenômeno em que pacientes e médicos conflitam em demandas no âmbito do judiciário, em geral figurando como autores e réus, respectivamente, sobretudo quando se tratam de demandas indenizatórias. Estes conflitos, provêm da relação assistencial da qual ambos faziam parte, e podem discutir, especialmente, tanto a efetiva ocorrência de erros médicos, quanto alegações de cometimentos de erros cujos fatos não restaram propriamente esclarecidos por meio do diálogo (OLIVEIRA, 2017).
No Brasil, a concretização judicial do direito à saúde tem gerado debates cada vez mais complexos. Nos últimos anos, a expansão do campo judiciário levou a Comissão Nacional de Justiça a formular estratégias e diretrizes para as ações judiciais na área da saúde em 2010, anunciando uma “política judicial” inédita nessa área (ASENSI e PINHEIRO, 2015).
Lima (2012) traz que a atual formação médica é deficiente e já se discute a criação de um “exame do CFM (Conselho Federal de Medicina)”, exigindo um mínimo de conhecimento para o início da atividade profissional. A proliferação exagerada e injustificada de escolas médicas tem, aí, a sua responsabilidade, colocando no mercado jovens despreparados, muitas vezes impregnados de um mercantilismo desvairado e selvagem e sem a mínima competência para o enfrentamento diário com os desafios que se apresentam na arte médica.
Por um lado, a mídia informa as pessoas sobre seus direitos e condena os erros médicos e muitas vezes explora e exagera esses erros. Deste modo, médicos acabam atendendo a seguradoras multinacionais e interessados ​​no rico contexto do seguro de responsabilidade médica (LIMA, 2012).
Responsabilizar o médico que infringiu regras fundamentais de sua profissão é um direito da sociedade e um dever do Estado. Cabe aos conselhos de medicina apurar, com imparcialidade, independência e severidade, as eventuais infrações éticas dos seus profissionais. Quando essas infrações transcenderem o âmbito do estritamente ético e ingressarem na esfera da ilicitude jurídica, cabe ao Estado acionar seus mecanismos de controle e repressão a fim de que a ordem, a segurança coletiva e o ideal de justiça sejam mantidos e concretizados (LIMA, 2012).
Segundo compilação de dados do CNJ, a BBC News Brasil, a existência de 70 novos processos relacionado a matéria de erro médico por dia, ou 3 processos novos por hora, no ano de 2017. Atualmente, 7% dos médicos do Brasil, respondem algum tipo de processo (ARAÚJO E MACHADO, 2020).
1.2 Judicialização Paciente - Sistema 
O direito à saúde está entre os direitos fundamentais previstos na Constituição Brasileira de 1988, sendo o mais reivindicado pela população. Ao longo das duas últimas décadas, muitos dos problemas encontrados no acesso à saúde conformaram o fenômeno denominado “judicialização da saúde”, no qual expressa a indignação do cidadão pela eventual ou efetiva ausência do Estado na materialização desse direito, bem como a essência ao pleno exercício da cidadania, assegurado na legislação pátria e a cargo do governo (ARAÚJO E MACHADO, 2020).
No artigo 37, parágrafo 6º da Constituição Federal, o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor, destacam a responsabilidade objetiva para as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, prestadoras de serviço público, assim como para os prestadores de serviço em geral. Está enquadrado hospitais, clínicas, casas de saúde, laboratórios, dentre outros, como responsáveis, independente da comprovação de culpa, pelos danos alegados por aqueles que usaram os seus serviços. Caso seja de interesse para a instituição prejudicada, poderá esta entrar em juízo com ação regressiva contra o causador direto do dano, como previsto.
A judicialização da saúde, geralmente individual, de acesso a direitos/serviços/tratamentos, nos casos em que os serviços públicos são insuficientes para oferta-los, encontra-se em expansão no Brasil (MOTA, 2017). Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontam um aumento de quase 50% do número de processos tratando do direito à saúde, entre 2016 e 2017 (PAIXÃO, 2019).
Segundo Ventura, Morais e Pepe (2010), as decisões judiciais se esforçam para garantir o cumprimento da lei as necessidades dos cidadãos, porém interferem na decisão de alocar recursos, que é princípio da equidade na saúde. O volume de processos e o dispêndio de recursos públicos, especialmente para estados e municípios, põe, em cena, atores ainda pouco examinados como os médicos, magistrados e a indústria farmacêutica e de equipamentos médicos (CHIEFFI E BARATA, 2010 aput CAMPOS NETO, et al., 2018).
2. OBJETIVO
O objetivo deste trabalho foi realizar uma busca nas principais plataformas de pesquisa sobre o tema Judicialização da Medicina no Brasil, após coletas de dados, desenvolver uma discussão sobre o tema.
3. METODOLOGIA 
Este trabalho foi elaborado a partir de uma revisão da literatura nas bases de dados Scielo, BVS Salud, Google acadêmico e Constituição Federal brasileira. As palavras-chave utilizadas foram “Judicialização da Saúde”, “Jurisprudência” e “Medicina”. 
A partir da busca, foi selecionado os principais artigos relacionados ao tema, no qual foi possível fundamentar as teorias e assim realizar a discussão sobre o assunto.
4. DISCUSSÃO
Segundo o CREMESP, os processos contra médicos são, principalmente, por conta de negligência, imperícia ou imprudência (60,3%); da relação médico-paciente (9,5%); da relação entre médicos (5,7%); da publicidade médica (4,7%) e no exercício ilegal da profissão (4,2%).
Wang, et al. (2014) discutem os impactos das demandas judiciais no município de São Paulo, e Chieffi e Barata (2010) analisaram os efeitos da judicialização no estado de São Paulo. Ambos trazem importantes conclusões sobre os gastos públicos, indicando que o volume de recursos dispensado com a aquisição de medicamentos por via judicial compõe parte significativa do lucro das indústrias farmacêuticas e serve como estratégia para introduzir novos medicamentos e viabilizar mercado para novas drogas. 
4.2 Recomendações para evitar processos.
Diante destes riscos de custo e inseguranças quanto à solução de problemas, algumas recomendações foram listadas pelo ICLINIC (2015), como: registro dos fatos mediante a gravação dos procedimentos dos fatos e até mesmo a necessidade de produção de prova pericial,
registro eletrônico de prontuário e não postar fotos de procedimentos em redes sociais (proibido pelo CFM). 
4.2 Fundamentação 8º Constituição Federal do Brasil 
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação, Seção II DA SAÚDE Art. 196 – BRASIL, 1988” 
A Constituição Brasileira, em seu art. 196, afirma: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” (BRASIL, 1988). Trata-se de um princípio de justiça normativa que quer ser aplicada e torna-se referencial como uma política de direitos (NORONHA E PEREIRA, 2013).
O artigo 196 considera três aspectos: a relação direito e dever; a saúde como resultante de políticas sociais e econômicas; e o acesso universal e igualitário. O direito à saúde e à justiça social configura-se como um dos direitos sociais garantidos na Constituição Federal, um direito público subjetivo e um impostergável dever do Estado (NORONHA E PEREIRA, 2013).
Deste modo, a Constituição Federal de 1988, estabeleceu garantias fundamentais a todo cidadão, institucionalizando seus direitos. E é nela que se encontra a base do sistema de saúde brasileiro, no Título VIII da Ordem Social que integra conceitualmente, sob a denominação de Seguridade Social, o conjunto de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade destinados a assegurar os direitos relativos à saúde , à previdência e à assistência social, como expresso no art. 194 (BRASIL, 1988).
5. CONCLUSÃO
Podemos concluir com este trabalho, que a Judicialização afeta principalmente ao médico, quando este comete algum erro, ou ao sistema, quando este não cumpre os dizeres do artigo 196 da Constituição Federal brasileira de 1988.
O número de processos relacionados ao tema vem crescendo a cada ano, visto que o paciente vem se informando mais sobre o tema.
Recomendações como gravar os procedimentos, possuir um registro eletrônico de prontuário e não postar fotos de procedimentos em redes sociais, são umas das alternativas encontradas para evitar pagar indenizações.
6. REFERENCIAS 
Araújo, I. C. S.; Machado, F. R. S., A judicialização da saúde em Manaus: análise das demandas judiciais entre 2013 e 2017, Saude soc. vol.29 no.1 São Paulo 2020.
Art. 14 (CDC) - O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e risco.  § 4°- A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.
Asensi, F. D.; Pinheiro, R., Judicialização da saúde no Brasil: dados e experiências. Brasília: Conselho Nacional de Justiça; 2015.
BRASIL. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília: Senado Federal, 1988. Disponível em http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em 22/10/2020.
Campos Neto, O.H.; Andrade, E. I. G.; Acurcio, F. A.; Machado, M. A. A.; Ferré, F.; Cherchiglia, M. L.; et al. Médicos, advogados e indústria farmacêutica na judicialização da saúde em Minas Gerais, Brasil. Rev Saude Publica. 2012; 46(5):784-90.
Campos Neto, O. H.; Gonçalves, L. A. O.; Andrade, E. I. G., The judicialization of Health in the perception of physician’s prescribing. Interface (Botucatu). 2018; 22(64):165-76.
Chieffi, A. L.; Barata, R. C. B., Ações judiciais: estratégia da indústria farmacêutica para introdução de novos medicamentos. Rev Saude Publica. 2010; 44(3):421-9.
ICLINIC, Processos contra médicos: como evitar e se proteger de ações judiciais, disponível em: https://blog.iclinic.com.br/processos-contra-o-medico-como-se-proteger-de-aventuras-juridicas/ acesso em: 22/10/2020
Lima, F. G. C., Erro médico e responsabilidade civil. Brasília: Conselho Federal de Medicina, Conselho Regional de Medicina do Estado do Piauí, 2012. 92 p.
NORONHA, J. C.; PEREIRA, T. R., Princípios do sistema de saúde brasileiro. In FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. A saúde no Brasil em 2030 - prospecção estratégica do sistema de saúde brasileiro: organização e gestão do sistema de saúde [online]. Rio de Janeiro: Fiocruz/Ipea/Ministério da Saúde/Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, 2013. Vol. 3. pp. 19-32. 
OLIVEIRA, C. V., Judicialização da medicina no brasil: uma análise críticopropositiva de um problema persistente sob a ótica da bioética de intervenção, Tese Programa de Pós-graduação em Bioética da Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Ventura M, Moraes LSC, Pepe VLE. Judicialização da saúde, acesso à justiça e a efetividade do direito à saúde. Physis. 2010; 20():77-100.
WANG, D. W. L. et al. Os impactos da judicialização da saúde no município de São Paulo: gasto público e organização federativa. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 48, n. 5, p. 1191-1206, 2014.

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