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gabi_fran_ Gabrielle França, CESUPA Estudos Transversais Também designado como seccional, corte, corte- transversal, pontual ou prevalência. Representa a forma mais simples de pesquisa populacional, é uma pesquisa em que a relação exposição- doença é examinada, em uma dada população, em um particular momento. Ele fornece um retrato de como as variáveis estão relacionadas, naquele momento, tendo como foco populações bem definidas. De modo geral, os participantes são reunidos em um momento definido a fim de: detectar frequências da doença e fatores de risco, assim como identificar os grupos, na população, que estão mais ou menos afetados. São considerados uma subcategoria dos estudos observacionais. Úteis para: *Fundamentação de políticas públicas, pois permitem: a. O reconhecimento de grupos vulneráveis b. Padrão de consumo de medicamentos c. Prevalência de exposições de risco (tabagismo, hábitos alimentares, estilo de vida) ou vigilância de risco São especialmente indicados para estudar doenças de baixa letalidade ou que tenham duração suficiente para serem identificadas, ou seja, doenças crônicas de evolução lenta. Pouco práticos para: Estudo de doenças raras, como só se poder medir a prevalência, e não a incidência torna limitada a informação produzida no que respeita à história natural das doenças e ao seu prognóstico. Vantagens Simplicidade, baixo custo, rapidez. Objetivo na coleta de dados – principalmente no estudo transversal clássico, no qual os dados se referem ao momento do contato examinador-examinado. Não há necessidade de acompanhamento de pessoas Facilidade para obter amostra representativa da população, úteis para formulação de hipóteses Único tipo de estudo possível de se realizar, em numerosas ocasiões, para se obter informações relevantes, em limitações de tempo e recursos. Limitações Doenças com baixa prevalência exigem amostras de tamanho muito grande. Possibilidade de erros de classificação; os casos podem não ser mais casos no momento da coleta de dados; o mesmo com referência a exposição. Os pacientes curados e falecidos não aparecem na casuística dos casos, alterando o valor real atual (viés da prevalência). Não permite a determinação de risco absoluto (ou seja, a incidência); é possível apenas uma estimativa indireta. Presença de fatores de confundimento dificulta a interpretação. Dificuldade em relacionar se a exposição estudada está associada ao surgimento de novos casos ou duração dos casos (viés de prevalência), porque é mais fácil incluir casos com maior duração. Dificuldade em estabelecer relação temporal entre os eventos e considerar com maior grau de certeza se a relação é causal ou não.: o estudo indica se há relação entre a exposição e a doença, mas é deficiente em determinar qual veio primeiro, p.ex.: *Associação entre migração e doença mental → a migração pode ter papel importante na etiologia da doença mental ou, ao contrário, a doença mental pode ter sido o fator que motivou a migração. Viés da prevalência Os estudos transversais informam os casos existentes na população, o que pode fornecer uma imagem distorcida da doença. Os agravos à saúde, de curta duração, têm menos chances de aparecerem nos resultados. As doenças agudas, as de remissão periódica e as com característica de sazonalidade variam de frequência, em função da época de realização da coleta de dados. Ocorre representação excessiva de pacientes com evolução de longa duração, e não são alcançados os falecidos após rápido curso da afecção e os de cura rápida. Em consequência, os pacientes identificados, em estudos de prevalência, são os sobreviventes – ou seja, selecionados de uma maneira não-aleatória, caracterizando o viés de amostragem que, por suas características, aqui é denominado viés da prevalência. O quadro da doença, mostrado pela investigação, terá características de maior ou de menor severidade, dependendo da relativa composição destas proporções – e tais proporções não podem ser detectadas por investigações transversais Esclarecimentos da ordem cronológica dos eventos Como a maioria dos eventos que o investigador tem interesse em pesquisar envolve mudanças com o passar do tempo, o método tem limitações para esclarecer a relação temporal dos acontecimentos. O estudo transversal indica se existe associação entre exposição e doença, na população investigada, em um determinado momento; ou seja, se naquele momento específico, no grupo de pessoas expostas ao fator de risco é também encontrado maior número de doentes — ou vice- versa. Em outros momentos, pode ser que a associação entre os eventos seja diferente. Assim sendo, tais resultados devem ser interpretados com a devida cautela. Medida de assciação Razão de prevalência (RP) Estima quantas vezes mais doentes e são os expostos, quando comparados aos não expostos, no período de realização do estudo (já que se trata de um estudo transversal). Seria a relação entre a prevalência nos expostos dividida pela prevalência nos não expostos Onde: PE = a+b; PNE = c+d; RP = PE/PNE Estudo Transversal - Ecológico Trata-se de um tipo de estudo de risco agregado, observacional, no qual os dados se referem a grupos de pessoas e não a indivíduos. Apresenta nível de evidência 2C. A unidade de estudo é uma área geográfica, sendo os seus dados comparados a outras, ou no tempo (séries temporais) ou ambos. *P. ex.: A demonstração de uma relação entre venda de cigarros per capita e mortalidade de doença cardiovascular (DCV). Útil para testar plausibilidade de novas hipóteses ou gerar novas hipóteses → resultados interessantes devem ser avaliados por meio de outros estudos com dados individuais (mais rigorosos). As variáveis utilizadas nos estudos ecológicos podem envolver mensurações efetuadas diretamente no nível individual (idade, sexo, pressão arterial), como também envolver observações de grupo, organizações ou lugares (densidade demográfica, desorganização social, poluição). Vantagens Facilidade de execução e rapidez → os dados estão usualmente disponíveis sob a forma de estatísticas, ↓ Custo relativo Simplicidade analítica. Capacidade de gerar hipóteses. As conclusões são generalizáveis com mais facilidade do que em estudo em base individual. Limitações ↓ Poder analítico; Pouco desenvolvimento das técnicas de análise dos dados; Gera suspeita, mas não confirma; Dados pessoais não disponíveis: informações sobre comportamento, atitudes e história clínica não estão disponíveis → possibilidade de falácia. Dificuldade no uso de técnicas mascaradas (p.ex.: duplo-cego) de aferição de informações → ↑ risco de viés. Dados de diferentes fontes → possível qualidade variável da informação. Dificuldade em fazer a análise estatística (pela unidade ser um grupo de pessoas). Possibilidade de efetuar muitas comparações → facilita encontrar correlações significativas apenas ao acaso. Dificuldade em controlar os fatores de confundimento. Principais vieses Falácia ecológica “Nem tudo que se aplica ao todo se aplica às partes” → na falácia, indivíduos afetados em um grupo exposto podem não ter sido eles próprios os que foram expostos ao fator de risco. Nesse caso, sabem-se quantas pessoas foram expostas em cada grupo e quantas tiveram a doença, mas não quantas expostas tiveram a doença. Viés de confusão É uma das importantes limitações dos estudos ecológicos, pois as variáveis extrínsecas são normalmente difíceis de controlar. Essa é a limitação que clama pela realização de estudos individuais. Causalidade reversa A causalidade reversa ocorre quando a exposição muda como resultado da doença. Pode ocorrer em estudos transversais e de casos e controles. Ex: Um estudo transversalmostra que pessoas que fazem exercício regularmente têm maior prevalência de obesidade (a obesidade foi na verdade a que levou estas pessoas a fazer exercício). Testes Teste de Triagem Objetiva identificar todos os possíveis casos positivos, utilizam-se testes de ↑ sensibilidade. A confirmação diagnóstica é realizada posteriormente por meio de testes de alta especificidade (testes diagnósticos). Identifica indivíduos assintomáticos que podem ter a doença. Requisitos e características Como os recursos em saúde são escassos e os programas de triagem não estão isentos de riscos aos pacientes, a sua implantação justifica-se plenamente apenas para doenças graves, que são um problema de saúde pública e para as quais existem sólidas evidências de que a sua evolução é significativamente alterada pelo início precoce de tratamento. Teste Diagnóstico Utilizado para confirmar diagnósticos, reduzindo ao máximo o grau de incerteza do diagnóstico, útil para excluir falso-positivos. Possui ↑ especificidade detecta no estágio clínico da doença. Comumente refere-se a testes realizados em laboratório, mas também pode se referir a um exame de RX ou um conjunto de sinais e sintomas → p.ex.: hemoptise + perda ponderal em fumante pode ser um teste diagnóstico para câncer de pulmão. Ou seja, o teste diagnóstico pode ser: *Quantitativo: laboratorial *Qualitativo: imagem. Para validar um teste diagnóstico, deve-se formar um grupo experimental e um grupo controle. Também deve-se comparar os resultados com o padrão-ouro atual e o estudo deve ser cego para evitar viés de mensuração Padrão-ouro Normalmente os testes diagnósticos são comparados aos testes chamados de padrão- ouro. Idealmente, o padrão-ouro deveria ser 100% específico e 100% sensível. Na prática, não existe, sendo considerado o padrão ouro aquele que apresenta melhor desempenho em especificidade e sensibilidade. Critérios de validade Existem diversos tipos de critérios de validade, sendo suas noções, muitas vezes intuitivas; a. Validade lógica (consensual): Julga um critério ou informação por sua lógica e obviedade. O teste prediz manifestações verificáveis fisicamente do que está sendo medido b. Validade de conteúdo: Inclui todos os aspectos a serem medidos → o teste será válido se for adequado para medir os aspectos que devem ser medidos c. Validade do constructo: Se baseia no seguinte princípio básico: se a característica a ser medida correlaciona-se com uma outra, o teste deve também comportar-se dessa maneira.*Produz resultados consistentes com a teoria existente. d. Validade em relação a um padrão: é o tipo de validade mais popular na área da saúde, especialmente na epidemiologia, farmacologia e patologia clínica: Refere-se a quanto, em termos quantitativos ou qualitativos, um teste é útil para diagnosticar um evento (validade simultânea ou concorrente) ou para predizê-lo (validade preditiva). Para determinar a validade, comparam-se os resultados do teste com os de um padrão (padrão ouro): esse pode ser o verdadeiro estado do paciente, se a informação está disponível, um conjunto de exames julgados mais adequados, ou uma outra forma de diagnóstico que sirva de referência. Propriedades dos testes Ao solicitar um teste diagnóstico há 4 possibilidades: verdadeiro-positivo (anormal), positivo na ausência de doença (falso-positivo), verdadeiro-negativo (normal) e negativo na presença de doença (falso-negativo). Sensibilidade Capacidade de um teste diagnóstico identificar os verdadeiros positivos, nos indivíduos verdadeiramente doentes → é a chance de um teste ser positivo quando o indivíduo é doente: Aplicação clínica: excluir os doentes. Utilidade: quando as consequências de se deixar passar uma doença são consideráveis, isto pode acontecer quando houver razão para suspeitar de uma doença perigosa, mas tratável → TB, sífilis, doença de Hodking, ou suspeita de TVP. São usadas para descartar doenças com um resultado negativo, ou seja, a importância clínica de um teste sensível é quando é negativo. Falsos positivos e negativos: Quando um teste é sensível, raramente deixa de encontrar pessoas com a doença → ↓índice de falso-negativo. No entanto, está sujeito a encontrar falso-positivos Utiliza-se um teste mais sensível possível quando: 1) A doença é grave (e não pode passar despercebida) 2) A doença é tratável (existe chance de cura) 3) Os resultados errados (falsos) não provocam traumas psicológico, econômico ou social para o indivíduo 4) Triagem em bancos de sangue 5) Outras triagens diagnósticas Especificidade Capacidade que o teste tem de detectar os verdadeiros negativos, ou seja, de diagnosticar corretamente os indivíduos sadios. Aplicação clínica: confirmar a doença. Utilidade: confirmar diagnóstico que tenha sido sugerido por outros dados. Raramente resultará em + na ausência da doença, gera poucos resultados falso-positivos, o que pode causar danos ao paciente tanto física, quanto emocional (teste anti-HIV). São necessários quando os resultados falso-positivos possam ser nocivos físico, emocional ou financeiramente → p.ex.: antes de serem diagnosticados com câncer, os pacientes devem ser submetidos a um diagnóstico histológico Importância clínica quando o resultado do teste for positivo. Raramente é positivo na ausência de doença → ↓ índice de falso-positivos. Podem ocorrer falso-negativos. Valor preditivo (diagnóstico) do teste Trata-se da probabilidade de ter a doença após o teste. Também chamado de probabilidade posterior, ou probabilidade pós-teste da doença: Capacidade do teste de predizer a doença ou a ausência dela, a partir de seus resultados positivos e negativos respectivamente → a probabilidade de ter a doença dados os resultados de um teste diagnóstico. Os valores preditivos respondem à pergunta: “Se o resultado do teste for meu paciente ser positivo (ou negativo), qual a probabilidade do meu paciente ter ou não a doença?” Valor preditivo positivo (VPP) É a probabilidade de ter a doença em um paciente com o teste positivo (anormal). É alto na especificidade → quanto mais específico o teste, maior será o seu VPP: mais confiante o clínico fica de que o teste positivo confirma o diagnóstico. Prevalência → quando a prevalência da doença for baixa, o VPP será baixo e vice-versa; p.ex.: Em uma população em que ninguém tenha a doença, todos os testes positivos (mesmo os mais específicos) serão falso-positivos. Portanto, à medida que a prevalência cai, o VPP cai também. Valor preditivo negativo (VPN) É a probabilidade de não ter a doença em um paciente com o teste negativo (normal). É alto na sensibilidade → quanto mais sensível o teste, maior será o seu VPN: mais confiante o clínico fica de que o resultado negativo do teste descarta a doença. Prevalência → quando a prevalência da doença for baixa, o VPN será alto e viceversa; p.ex.: *Em uma população em que todos os indivíduos possuem a doença a ser testada, todos os resultados negativos serão falsonegativos (mesmo os mais sensíveis). Vamos considerar um teste para COVID com especificidade de 99% (mais comum) e para a prevalência da doença, vamos utilizar 10,6%. Em uma população de 10.000 pessoas !! Resumindo: ↑prevalência → ↑VPP ↓VPN ↓ prevalência → ↑VPN ↓VPP Probabilidade pré-teste A probabilidade de um paciente ter a doença antes que o resultado do teste diagnóstico seja conhecido. Utilidade: é especialmente útil para: *Interpretar os resultados de um teste diagnóstico *Selecionar 1 ou mais testes diagnósticos *Definir o início ou não da terapia (sem exames adicionais ou enquanto aguarda novos testes) *Decidir se vale a pena testar. Pode-se estimar a probabilidade pré-teste pormeio da prevalência: P = a + c / a + b +c + d – A probabilidade pré-teste é obtida por meio de grandes bancos de dados clínicos informatizados que são constantemente atualizados os quais estimam a probabilidade da doença, de acordo com várias combinações de achados clínicos. Apesar de ser um método baseado em estimativas, certamente possui maior acurácia do que apenas o julgamento implícito baseado em observações clínicas. Razão de Verossimilhança (RV) A razão de verossimilhança (ou razão de probabilidades) é uma forma alternativa de se descrever os testes diagnósticos: Resumem o mesmo tipo de informação que a sensibilidade e a especificidade. Podem ser usadas para calcular a probabilidade de doença depois de um teste positivo ou negativo Vantagens: *É menos suscetível a mudanças em função da prevalência da doença *Permite descrever a acurácia de um teste com resultados numéricos (p.ex.: exames hormonais e bioquímicos) em diversos pontos de corte de resultado, indo além da classificação simplória do teste como normal e anormal (feito quando se descreve a acurácia pela sensibilidade e especificidade) *Podem ser usadas em múltiplos níveis de resultados do teste, resultando em informações em diversos níveis também. Seu resultado é dado em chances, e expressa quantas vezes mais (ou menos) é provável encontrar um resultado x de um teste diagnóstico em pessoas doentes, em comparação com não doentes. Razão de verossimilhança positiva Associada ao teste positivo. Expressa quantas vezes é mais provável encontrar um resultado positivo em pessoas doentes quando comparado a não doentes → proporção de pessoas doentes com resultado positivo (sensibilidade) dividido pela proporção de pessoas sem a doença com resultado positivo (1- especificidade): *Quanto maior a RV+, melhor o teste *Quanto mais perto de 0 (zero), melhor será o teste *Para ser um bom teste, a RVP deve ser muito maior que 1 *Um resultado positivo é mais provável de ser verdadeiro positivo (sensibilidade) do que falso- positivo (1- especificidade) Razão de verossimilhança negativa Calculada quando o resultado do teste é negativo. Expressa quantas vezes é mais provável encontrar um resultado negativo em uma pessoa doente quando comparado a probabilidade dos não doentes → proporção de pessoas doentes com resultado negativo (1-sensibilidade) dividido pela proporção de pessoas sem a doença com resultado negativo (especificidade): *Quanto menor a RV-, melhor o teste *Quanto mais perto de 0 (zero), melhor será o teste *Um resultado negativo é mais provável de ser um verdadeiro resultado negativo (especificidade) do que um falso-negativo (1 - sensibilidade). Acurácia É a proporção de acertos, ou seja, o total de verdadeiramente positivos e verdadeiramente negativos, em relação à amostra estudada – Medidas acuradas são aquelas que se aproximam do valor verdadeiro → ao se realizar um teste diagnóstico, deseja-se que ele tenha uma ↑acurácia, ou seja, que ele seja capaz de identificar a doença corretamente. Desejaremos uma elevada acurácia do teste quando: *A doença é importante, mas curável *Há possibilidade de consequências graves na identificação de falso-positivos e falsonegativos Precisão Relacionado ao grau de variação de um conjunto de medições → toda vez que se realiza um teste, os valores obtidos pela repetição se encontram dentro de um intervalo pequeno, mas não necessariamente o teste se encontraria correto. Testes diagnósticos múltiplos Utilizados quando o resultado de 1 teste resulta em uma probabilidade de doença que não é alta nem baixa o suficiente para tratar o paciente (algo entre 10 e 90%, por exemplo). Nestas situações, testes múltiplos aumentam ou reduzem de modo substancial a probabilidade da doença. Minimiza os resultados falso-positivos e falso-negativos Testes em paralelo É quando se realiza vários testes ao mesmo tempo, e um resultado positivo é considerado evidência da doença. Utilidade: são geralmente solicitados quando é necessária uma avaliação rápida → pacientes hospitalizados ou de emergência; casos de pacientes ambulatoriais que não podem voltar com facilidade (não se locomovem sozinhos ou vêm de longe) – Características dos testes em paralelo: Aumenta a sensibilidade e, portanto, o valor preditivo negativo (VPN) → existe maior probabilidade de diagnósticos falso-positivos. Especificidade e valor preditivo positivo (VPP) são mais baixos do que para cada um dos testes isolados. Sensibilidade combinada dos testes em paralelo pode ser calculada utilizando-se as regras para o cálculo da probabilidade para a união de 2 eventos independentes: Sp = SA + SB – SA x SB O resultado negativo somente será considerado se os 2 testes resultarem negativos. Assim, utilizando-se as regras para o cálculo a especificidade combinada dos teses em paralelo pode ser calculada como: Ep = EA x EB *Onde, Ep = especificidade combinada dos testes em paralelo EA = especificidade do teste A; EB = especificidade do teste B. Testes em série É quando são realizados vários testes consecutivos, com a decisão de solicitar o próximo teste da série se baseando no resultado do teste anterior. Nesse caso, todos os testes precisam ter um valor positivo para que o diagnóstico seja feito (o processo diagnóstico é interrompido com um resultado negativo). Utilidade: são utilizados em situações clínicas em que não há necessidade de uma rápida avaliação → consultórios médicos; clínicas em que os pacientes são acompanhados a algum tempo. Também são usados quando alguns dos testes são caros ou arriscados, que são utilizados apenas após os mais simples e seguros sugerirem a doença. P.ex.: *1º. Na gravidez, idade materna, exames de sangue e USG são utilizados para identificar as gestações de ↑risco para bebês com síndrome de Down *2º. Somente após os exames sugerirem ↑risco, é realizada biópsia de vilosidade coriônica ou amniocentese, que são exames que trazem risco de aborto. Características dos testes em série: *Aumentam a especificidade e o VPP *Reduzem a sensibilidade e o VPN. A sensibilidade combinada dos testes em série pode ser calculada utilizando-se as regras para o cálculo da probabilidade para a interseção de 2 eventos: Ss = SA x SB *Onde, Ss = sensibilidade combinada dos testes em série; SA = sensibilidade do teste A; SB = sensibilidade do teste B. A especificidade combinada dos testes em série pode ser calculada, da seguinte forma: Es = EA + EB - EA x EB *Onde, Es = especificidade combinada dos testes em série; EA = especificidade do teste A; EB = especificidade do teste B. Curva ROC Trata-se de um gráfico que ajuda a decidir qual o ponto de corte de uma distribuição, de modo a definir os níveis de sensibilidade e especificidade mais adequ[ados. Escolhe-se os valores cut off point conforme o interesse em aumentar a sensibilidade ou a especificidade. À medida que um critério para o teste positivo tona-se mais rigoroso, o ponto da curva correspondente a sensibilidade e a especificidade (A) movimenta-se para baixo e esquerda (↓sensibilidade e ↑especificidade). Se adotar um critério menos evidente, para identificar os positivos, o ponto da curva (B) movimenta-se para cima e direita (↑sensibilidade ↓especificidade). Permite comparar 2 ou mais exames diagnósticos. Geralmente, o melhor ponto de corte fica próximo ao “ombro” da curva. As curvas ROC permitem quantificar a acurácia de um teste diagnóstico, já que esta é proporcional à área sob a curva ROC → quanto maior for a área sob a curva, mais acurado (melhor) será o teste. É aí que entra a Area Under the Curve (AUC), a área do gráfico que fica sob a curva. O valor do AUC varia de 0,0 até 1,0, ou de 0% a100%. Quanto maior o AUC, melhor. A curva será útil, também, na comparação de testes diagnósticos, tendo um teste uma exatidão um tanto maior quando maior for a área sob a curva de ROC → a visualização de 2 testes na curva permite escolher qual deles é o melhor. Curva 1 – Modelo perfeito: a medida que o o modelo nunca comete um falso positivo e a taxa de verdadeiro positivo está sempre em 100%. Curva 2 – Modelo usual: comete alguns falsos positivos e falsos negativos. Curva 3 – Modelo que não agrega: um modelo que não agrega nada a mais em relação a chutes aleatórios. Melhor ponto: B Nesse exemplo, o teste A tem melhor acurácia que o teste B (teste inválido: os seus resultados não são melhores do que os da chance). O ponto 1 confere maior valor de sensibilidade e especificidade; o 2 confere maior sensibilidade, porém menor especificidade e já o 3, maior especificidade, porém, menor sensibilidade Quanto maior o poder do teste em discriminar os indivíduos doentes e não doentes, mais a curva se aproxima do canto superior esquerdo, no ponto que representa a sensibilidade e 1-especificidade do melhor valor de corte. O valor do ponto de corte é definido com um valor que pode ser selecionado arbitrariamente pelo pesquisador entre os valores possíveis para a variável de decisão, acima do qual o paciente é classificado como positivo (teste positivo, paciente com a doença) e abaixo do qual é classificado como negativo (teste de diagnóstico negativo, ausência de doença).
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