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Sapiens: Uma Breve História da Humanidade e Ciência Política

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA 
FACULDADE DE DIREITO 
CIÊNCIA POLÍTICA - DIR213 
 
 
 
 
MICHEL ANDRADE PINTO 
MILENA SANTOS SANTOS 
MONIQUE SOUZA OLIVEIRA DE JESUS 
PABLO ROGÉRIO LEMOS DOS SANTOS 
PEDRO FREIRE COSTA LIMA 
PRISCILA SENA DE ABREU MENDES 
VALTER JOSÉ CRUZ 
 
 
 
 
 
 
SAPIENS, UMA BREVE HISTÓRIA DA HUMANIDADE 
E TEMAS DA DISCIPLINA DE CIÊNCIA POLÍTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SALVADOR 
2020 
 
MICHEL ANDRADE PINTO 
MILENA SANTOS SANTOS 
MONIQUE SOUZA OLIVEIRA DE JESUS 
PABLO ROGÉRIO LEMOS DOS SANTOS 
PEDRO FREIRE COSTA LIMA 
PRISCILA SENA DE ABREU MENDES 
VALTER JOSÉ CRUZ 
 
 
 
 
SAPIENS, UMA BREVE HISTÓRIA DA HUMANIDADE 
E TEMAS DA DISCIPLINA DE CIÊNCIA POLÍTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atividade elaborada pelos disposto alunos 
citados anteriormente - bacharelandos em Direito, ao 
Semestre Letivo Suplementar 2020 da Faculdade de 
Direito da UFBA, como requisito parcial de 
avaliação semestral. 
 
Orientadora: Prof.a Maria Elisa Villas Boas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SALVADOR 
2020 
 
INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho elucida uma comparação da narrativa encontrada na Obra Sapiens - 
Uma Breve História da Humanidade, de Yuval Noah Harari (2018, Editora L&PM POCKET - 
RJ, páginas 15-320///531) com os temas expostos durante os estudos na Disciplina de Ciência 
Política e demais áreas de Humanidades. 
Dessa maneira, acerca da execução da atividade, a laboração fora desenvolvida através 
da leitura do livro em disposição e pesquisas aprofundadas do campo da Ciência Política num 
conjunto plural - em que cada participante do grupo obtivera êxito em divulgar sua síntese 
nesse trabalho científico - e que por fim, analisara a relação que o brioso autor traz na temática 
em sua obra com os conhecimento ao campo das Humanidades. 
Outrossim, quanto ao processo de construção do presente artigo, ao realizar uma síntese 
da História da Humanidade, e ainda assim, fazer uma correlação com temas da Ciência Política 
e áreas afins, não foi uma atividade prática. Pois, apesar de que ao Ensino Escolar aprendemos 
que História da Humanidade é uma sequência de datas e fatos corridos, Yuval tornara a leitura 
dessa obra uma verdadeira imersão temporal e factual de eventos causados pelo homem e traz 
perspectivas jamais vistas. Por isso, não é um tarefa fácil sintetizar conceitos de uma obra, 
sendo que a vontade instintiva é a de transcrever todo o livro no Trabalho. 
Por conseguinte, o livro divide o dito “progresso” do Homo sapiens numa tríplice de 
revoluções: A cognitiva, a agrícola e a científica. Na primeira Revolução o autor explana 
acerca da capacidade de abstração e memória que somente cérebro humano possui, e que nos 
permitiu moldar sociedades e regras de conduta e manutenção das mesmas. Porém eram 
formadas apenas pequenas comunidades devido à escassez de alimento. É aí que entra o fator 
revolucionário da agricultura, que possibilitou a produção de grandes quantidades de alimentos 
para enormes grupos da civilização. E para finalizar temos a revolução científica, que ainda 
está em andamento nos dias presentes. Essa revolução só foi possível porque acumulamos 
excedentes suficientes para não precisarmos nos preocupar em procurar alimentos. 
Em resumo, esse trabalho apresenta uma proposta interessante de análise metodológica 
das relações humanas e seus efeitos desejados ou espontâneos. Onde, nelas, o diferencial 
potestativo moldou e molda até hoje, as interações entre os ​Homo sapiens​. Que apesar de uma 
única espécie, subdividiram-se entre a elite favorecida e os trabalhadores braçais. Inclusive, 
anterior ao século XX, somente as elites intelectuais faziam estudos e pesquisas - quer seja por 
ofício, quer seja por hobby - mas atualmente, a ciência se tornou uma profissão em que 
qualquer pessoa, independente da classe social, pode atingir. Com isso, recomendo ao leitor 
desbravar esse mundo vasto que cerceia o conhecimento científico, assim como, a temática 
emoldurada pela Ciência Política. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARTE I - REVOLUÇÃO COGNITIVA 
De acordo com diversas passagens do texto conseguimos entender que o processo de 
sedentarização teve início juntamente a domesticação do fogo, visto que, possibilitou o 
cozimento de alimentos, o afastamento de inimigos, animais, a iluminação durante a noite, o 
fato de poderem se esquentar no frio, entre outros. Sendo assim, conseguiam se fixar em um 
local e, consequentemente, fincar raízes. 
“Ao domesticar o fogo, os humanos ganharam controle de uma força 
obediente e potencialmente ilimitada. Ao contrário das águias, os humanos podiam 
escolher onde e quando acender uma chama, e foram capazes de explorar o fogo para 
inúmeras tarefas. A domesticação do fogo foi um sinal do que estava por vir.” 
Com is​so, grupos maiores se formariam e, com a evolução da língua, contribuiria na 
formação de cidades, civilizações. Nesse sentido, a linguagem ajudaria ao saber quem o bando 
odeia, quem é honesto, quem não é de confiança, o que nos traz uma ideia de fraternidade, 
igualdade vistos nas pólis gregas a partir do cristianismo. Além disso, nos traz a ideia dos 
feudos, a cooperação vista no contrato, em que, o chefe de família recebia uma parte da terra e 
produzia para sua subsistência, o que sobrava era direcionada ao senhor feudal. 
“Graças a informações precisas sobre quem era digno de confiança, 
pequenos grupos puderam se expandir para bandos maiores, e os sapiens puderam 
desenvolver tipos de cooperação mais sólidos e mais sofisticados.” 
De tal forma, conseguimos identificar questões como a unidade do Estado, embora não 
seja denominado como tal, o que seria a unidade do bando, autossuficiência e autarquia em 
que, segundo Aristóteles, o Estado deve bastar a si mesmo. Outro ponto com traços de 
semelhança é a questão do Estado constitucional de Direito, o qual o Estado acaba garantindo o 
direito à liberdade, vida e propriedade, no bando, o membro dominante ou macho alfa, se 
esforça para que não haja brigas com o propósito maior de uma harmonia social. 
“​O membro dominante, que quase sempre é um macho, é denominado “macho alfa”. Outros machos e 
fêmeas demonstram sua submissão ao macho alfa curvando-se diante dele enquanto emitem grunhidos, 
de modo não muito diferente de súditos humanos se ajoelhando diante de um rei. O macho alfa se 
esforça para manter a harmonia social em seu bando. Quando dois indivíduos brigam, ele intervém e 
impede a violência. Em uma atitude menos benevolente, ele pode monopolizar alimentos particularmente 
cobiçados e evitar que machos de postos inferiores na hierarquia acasalem com as fêmeas.” 
 
Harari segue sua narrativa descrevendo e analisando os ancestrais caçadores-coletores 
do homem, pois defende que através deles é possível entender muito do homem moderno. Os 
pensamentos, costumes, religiões, sexualidade, organizações sociopolíticas, entre outros 
formadores da sociedade moderna derivam do estilo de vida e decisões dos ​Homo Sapiens 
nascidos há 30 mil anos atrás. 
O autor vai ao encontro da Ciência Política ao analisar a formação da sociedade da era 
moderna através da evolução das comunidades formadas por esses ancestrais.Embora não 
houvesse formação de Estados, pois os grupos estavam sempre em movimento a procura de 
suprimentos que garantisse a sua sobrevivência, não desenvolvendo assim a noção de território 
pertencente ao grupo, sendo poucas as exceções, ainda consegue-se notar no movimento dos 
caçadores-coletores a formação de comunidades, com sua própria ordem, objetivos e costumes, 
podendo essas serem a forma mais ancestral do que se entende hoje por Estado. 
Muito debate-se acerca da existência ou não de guerras entre essas comunidades. Alguns 
historiadores defendem que guerra e violência surgiram após o conceito de propriedade privada 
surgir, com a revolução agrícola. Outros defendem que o mundo dos antigos 
caçadores-coletores era cruel e violento. O autor então defende que existiam diversas 
comunidades, com diferentes crenças e estruturas sociais, resultando assim em diferentes 
vivências e índices de violência pelo mundo. Pode-se assim inferir que, embora a sociedade 
atual esteja muito mais interconectada e organizada, tratando-se de acordos e guerras entre 
Estados ou dentro dos mesmos, o mundo primitivo dos ​Homo Sapiens já demonstrava certo 
nível organizacional de comunidades com valores e interesses próprios, assim como lideranças, 
que após muitos conflitos, acordos e desenvolvimento, resultaram no que hoje é conhecido 
como sociedade moderna. 
 
PARTE II - REVOLUÇÃO AGRÍCOLA 
 
A Revolução Agrícola é definida por Yuval Noah Harari (2018) como "um dos 
acontecimentos mais controversos da história da humanidade". Em face da prosperidade e do 
progresso ao qual a humanidade foi posta diante dessa narrativa. Os historiadores se debelam: 
há quem defenda a Revolução, há quem afirma que esse fato nos levou à falência enquanto 
seres - visto que o H​omo sapiens ​abandonou sua intrínseca relação com os elementos naturais e 
caminharam rumo à ganância e à alienação. 
 
 
"Qualquer que fosse a direção dessa estrada, não havia retorno. A agricultura 
permitiu que as populações aumentassem de maneira tão rápida e radical que 
nenhuma sociedade agrícola complexa poderia se sustentar novamente se voltasse a se 
dedicar à caça e à coleta". 
 
Fatidicamente, a Revolução agrícola propiciou aos agricultores uma vida mais laboriosa 
e menos gratificante que a dos caçadores-coletores (que passavam os dias em atividades 
variadas e estimulantes). Essa revolução, certamente expandiu a disponibilidade de alimentos 
para a humanidade, mas não é conexão automática para um sucesso antropológico - visto que 
os alimentos extras não traduziram em uma dieta melhor ou em mais lazer. Muito pelo 
contrário, foi intróito à explosões populacionais e elites favorecidas. Por isso, que há teóricos 
que definem a Revolução agrícola como uma verdadeira fraude. 
 
Outrossim, nesse engano, quem seriam os enganadores? Quem ou o que poderiam ser 
definidos como responsáveis? A narrativa da obra justificativa explicitamente que foram as 
plantas que domesticaram ​o Homo sapiens ​e não ao contrário. Yuval nos exemplifica o trigo e 
delineia: "Como essas gramíneas passaram de insignificantes a onipresentes?". O cultivo trigo 
se tornou um dos mais prósperos na história da Terra. Pois, em poucos milênios, o homem nada 
mais fazia a não ser cuidar de suas plantações do amanhecer ao entardecer. E não foi fácil, o 
trigo demandou muito deles. Paradoxalmente, determinadas "melhorias", concebidas na 
tentativa de aprimorar o estilo de vida do homem e tornar suas vidas mais "fáceis", acabara por 
sobrecarregar ainda mais esses agricultores. Na medida em que técnicas eram expandidas, a 
labuta se tornava mais complexa. Pensando biologicamente, o corpo do homem não evoluiu 
para a realização de tais tarefas. Estudos de esqueletos antigos demonstram que essa transição 
para a agricultura causou uma série de males ao homem; Como hérnia, deslocamento de disco e 
artrite. 
As novas tarefas agrícolas demandavam tanto tempo dos humanos que eles foram 
forçados a se instalarem permanentemente ao lado das suas plantações. E isso mudou 
completamente seu estilo de vida, tornando-os, o que hoje denominamos de sedentários. "A 
palavra 'domesticar' vem do latim ​domus, ​que significa 'casa'. Quem é que estava vivendo em 
uma casa? Não o trigo. Os sapiens". Dessa forma, o autor se questiona por qual meio o trigo 
convenceu o homem a adotar um estilo de vida, antes "livre e variado", por uma existência tão 
miserável? Com isso, concordamos com a passagem bíblica do Apóstolo Mateus: "Nem só de 
pão, viverá o homem". Assim, o que mais as plantas ofereceram aos humanos? 
 
Ademais, o olhar sob os fatos, à luz dos estudos em Ciência Política nos infere que a 
agricultura tampouco pudera oferecer segurança aos homens, de modo que, a perda de terra ou 
de pasto para vizinhos inimigos poderia significar a linha tênue entre subsistência e fome. Ao 
decurso da história, a violência humana foi moldada por meio do desenvolvimento de cúpulas 
sociais maiores, como vilarejos, cidades, reinos e Estados. E isso nos leva a compreender que 
uma ideia abrupta de "bem privado", e se faz necessário o uso da força e até de mecanismos 
para conservá-la. Por um olhar modernista, destacaria o Estado como instituição essencial 
nesse momento ao concordar com a teoria contratualista de que o "Estado é um mau necessário 
como forma de assegurar a propriedade privada" (LOCKE, 1689). 
 
Entretanto, ainda não se pode falar, nesse contexto, na definição ou ideia completa de 
Estado. Visto que o território - elemento constitutivo do mesmo - sequer era delimitado pelos 
caçadores-coletores. Ou seja, seu "lar" era toda a porção de terra que o homem poderia trafegar. 
Com o processo de sedentarização essa ideia de território começa a tomar forma, e poderia 
 
relacionar-se com a formação do Estado em seu estágio inicial (formação de grupos sociais) e 
levar em consideração a ideia de LASSALE (2001) De que "Sempre houve Estado". Além do 
pensamento que EDUARD MEYER introduz: 
 
"O Estado sempre existiu, visto que o ser humano é um ser social e, desde que vive na 
Terra, se organiza em grupos, onde há poder e autoridade" 
(In: DALLARI, Dalmo Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado - 1991) 
 
Ainda, os agricultores não previram que em tempos de fartura, o estoque dos alimentos 
extras, atrairia saqueadores e inimigos. E diante desse fato, construíram muros e ficavam de 
guarda. Essa foi a tal "armadilha do luxo" onde, a busca por uma vida mais "fácil" só fizera o 
mundo mais complexo e consequentemente, suas dificuldades multiplicadas. 
 
"Acontece conosco hoje. Quantos jovens universitários recém-formados aceitam 
empregos exigentes em empresas importantes, prometendo que darão duro para 
ganhar dinheiro que lhes permitirá se aposentarem e irem atrás de seus verdadeiros 
interesses quando chegarem aos 35? Mas, quando chegam a essa idade, eles têm 
grandes hipotecas para quitar, filhos para educar, casas em zonas residenciais que 
necessitam pelo menos de dois carros por família e uma sensação de que a vida não 
vale a pena sem um bomvinho e férias caras no exterior. O que se espera que façam, 
voltem a arrancar raízes? Não, eles redobram seus esforços e continuam se 
escravizando. Uma das poucas leis férreas da história é que os luxos tendem a se 
tornar necessidades e a gerar novas obrigações. Uma vez que as pessoas se 
acostumam a um certo luxo, elas o dão como garantido. Passam a contar com ele. 
Acabam por chegar a um ponto em que não podem viver sem. 
 
Todo um conflito representado pela agricultura trouxera consequências importantes, 
pois foi pilar dos sistemas políticos e sociais de grande escala. Sabe-se hoje, que a tão sonhada 
"estabilidade" não foi alcançada pelos camponeses. Pois, em toda parte haviam elites e 
governos que vivam do excedente da produção e que deixava o mínimo para subsistência dos 
trabalhadores. Como disse Yuval: "A história é o que algumas poucas pessoas fizeram 
enquanto todas as outras estavam arando campo e carregando baldes de água". Acrescido do 
fato de que, mesmo com a possibilidade de disponibilizar alimento para todos aqueles que 
vivem na aldeia, vilarejo ou reino; Isso não garante que todos concordem sobre o mesmo 
assunto ao discorrer na resolução de um conflito. E se faz necessário o despertar do instinto de 
cooperação em massa. Onde, variados grupos de ​Homo ​sapiens foram capazes de colaborar uns 
com os outros, graças ao seus mitos partilhados. Entretanto, as redes de cooperação do Egito 
Faraônico ou do Império Romano não foram moldadas de forma voluntária e muito menos 
igualitária. A maioria dessas redes foram concebidas de maneira opressiva e exploratória. À luz 
da Ciência Política podemos relacionar os conceitos d​a Vis Coactiva​, e da​ Vis Directiva. 
 
Yuval Noah nos traz a ideia de que esse destaque das redes de cooperação, são em 
verdade, Ordens Imaginadas - em que suas normas se baseiam em mitos e crenças 
compartilhadas. E se faz o questionamento de que, como é possível que mitos e crenças 
sustentem Impérios? E a resposta está no exemplo que o Código de Hamurabi nos trouxe: Uma 
coleção de leis e decisões judiciais que apresentava Hamurabi como: "modelo de rei justo” e 
servir como base para um sistema jurídico mais uniforme em todo o Império Babilônico e 
ensinar às gerações futuras o que é justiça e como age um “rei justo". Assim, é evidente a 
tentativa, que esses povos antigos fizeram, de estabelecer um senso de justiça para estabelecer 
uma rede de cooperação em massa. 
 
 
Todavia, a crença dita que as principais deidades do panteão nomearam Hamurabi para 
"fazer a justiça prevalecer na terra, abominar o que é mau e perverso, impedir que os fortes 
oprimam os fracos". Evidentemente, que essa narrativa nos evoca a pensar numa concepção de 
poder de polícia. Inclusive, o código de Hamurabi trazia consigo cerca de trezentos relatos de 
julgamentos, em que o fato previsto no código era sentenciado de acordo com o mesmo - uma 
ideia remota de Jurisprudência, até mesmo de normatização da Justiça - que naquele período 
seria a ideia do Direito e exercício do justo. Pois, a história requer que analisemos-a de maneira 
contextual e relativa à época que o fato a remonta. 
 
Por conseguinte, uma ordem imaginada corre sérios riscos de colapso. Como disse 
VOLTAIRE (In: SAPIENS, 2018 - Noah Yuval Harari) "Deus não existe, mas não conte isso 
ao meu servo para que ele não me mate durante a noite". Uma ordem natural é estável. Pois não 
há possibilidade de que em algum momento a gravidade deixe de funcionar decorrente da 
descrença do povo. Mas, a ordem imaginada depende de mitologias e crenças, que 
desaparecem quando as pessoas deixam de acreditar. E como última forma de mantê-la é se 
utilizar de esforços árduos e contínuos - que podem assumir a forma de violência e coerção 
ideológica. A exemplos históricos: Exércitos, forças policiais, tribunais e prisões estão a todo 
momento obrigando as pessoas a agirem perante conduta da "ordem imaginada. Contudo, já 
dizia MAQUIAVEL (1852) que um governante tirano teria seu principado fadado ao fracasso. 
Com isso, uma ordem imagina não pode se manter apenas com o uso da força. Requer, 
também, que as pessoas acreditam nesse ideal. "Um único padre muitas vezes faz o trabalho de 
centenas de soldados". Ou seja, é a ​Vis Directiva ​tomando forma nas relações de poder. 
 
Em virtude da discussão apresentada, recorre-se ao questionamento: Como é possível 
fazer as pessoas crerem veemente em ordens imaginadas como o Cristianismo, a Democracia 
ou o Capitalismo? O passo inicial é insistir que é essa ordem (imaginada) é a que sustenta as 
relações sociais. Onde é descrita como uma realidade objetiva, criada pelos deuses ou leis da 
natureza. Entretanto, o questionamento final que é feito, tenta determinar como é possível 
libertar-se dessas ordens que são como "muros de uma prisão". Mas a lida reside no fato de que 
essas ordens são intersubjetivas - de modo que existe simultaneamente na consciência de cada 
sujeito, e não é uma tarefa fácil, e que só poderia ser alcançada por meio da organização de 
uma instituição mais complexa: Partidos Políticos, movimento ideológico ou um culto 
religioso. No entanto, decorre de um pleonasmo: "Para mudar uma ordem existente, precisamos 
primeiro acreditar em uma ordem imaginada alternativa". Por isso, Yuval Noah Harari nos 
explica que não há subterfúgio para a ordem imaginada. Pois, ao derrubar os muros de uma 
prisão, acredita-se estar correndo rumo à liberdade. Mas, estamos, na verdade, caminhando 
para o pátio mais espaçoso de uma prisão maior. 
 
Por fim, os desdobramentos da (suposta) Revolução Agrícola tornaram a ideia de futuro 
muito mais importante do que havia sido até então. Visto que os agricultores sempre 
precisavam ter em mente a concepção do futuro e arduamente, trabalhar em função dele. 
Atualmente, não é uma dicotomia. Em pleno século XXI, vivemos numa linha tênue entre 
reviver o que já passou e passar ativamente nossos dias medindo perspectivas para o futuro e 
moldando nossas relações e nossos esforços em função dele. 
 
Acerca dos tópicos 7 e 8 da obra, é possível observar diversos fenômenos políticos e 
entender historicamente como e por quê surgiram as relações de poder entre os humanos. Elas 
aconteceram, principalmente, por meio da criação de ordens imaginadas, que determinam, por 
exemplo, a superioridade de homens brancos em relação aos negros. Como dito anteriormente, 
 
essas ordens são inventadas e não condizem com a realidade social, apenas supre o interesse da 
elite dominante. No entanto, apesar de improcedentes, existem há séculos e sustentam sistemas 
não somente patriarcais, como também discriminatórios e excludentes. 
 
Desse modo, existem diversos exemplos na história em que ordens imaginadas estão 
por trás de poderes legítimos carismáticos, tradicionais e racionais, assim como o sociólogo 
Max Weber descreveu em sua classificação de poder legítimo. Para ilustrar, o poder 
tradicional, baseado nas crenças religiosas, pode ser visto entre os hindus, adeptos à ideia de 
queos deuses criaram o mundo a partir de um ser primitivo, cuja boca deu origem aos 
brâmanes; e as pernas, aos sudras. A partir disso, criou-se o mito de que os brâmanes, classe de 
sacerdotes, são superiores aos sudras - que são os criados-, e esse mito sustenta tal hierarquia 
há muitas décadas. Outro exemplo está relacionado ao poder racional/legal, observado nas 
“Leis Jim Crow”, que sustentaram o racismo nos Estados Unidos entre os anos de 1870 e 1960 
com um sistema de leis que excluía a presença dos negros em diversos locais, como escolas e 
restaurantes “de brancos”. Essas normas eram justificadas pela crença de que os negros eram 
sujos, violentos e perigosos, então seria necessário proteger os brancos e afastá-los dos negros. 
 
Outra questão diz respeito à relação de poder existente entre homens e mulheres, 
consideradas inferiores aos homens há séculos. Algumas teorias surgiram para justificar essa 
ideia de superioridade, mas nenhuma conseguiu descobrir qual poder o homem possui, de fato, 
sobre as mulheres. Inicialmente, uma teoria tratava da maior força física dos homens, que lhes 
daria o poder de controlar as mulheres e submetê-las a sua vontade. No entanto, não há vínculo 
direto comprovado entre força física e poder social nas conexões humanas, e sim uma relação 
inversa, pois, historicamente, as classes sociais mais baixas e oprimidas se ocupam das tarefas 
de maior força física. Uma outra teoria justifica o patriarcado e o poder masculino através da 
agressão, tendo em vista que os homens, em momentos de maior tensão, têm maior tendência a 
agir com violência física, o que confirmaria sua grande presença nas guerras. Porém, se os 
homens, por esse perfil, estão presentes nas grandes lutas, as mulheres, mais apaziguadoras e 
cautelosas, estariam em cargos de comando e gerenciamento da guerra, o que também não 
acontece, visto que os homens também dominam tais cargos. 
 
Como é possível perceber, a ideologia é capaz de legitimar o poder e fazer com que 
todos acreditem em uma ordem imaginada, ainda que ela seja injusta. Essa legitimação 
perpetua e propaga relações de poder tais como as citadas, e, por conta disso, negros ainda são 
vítimas de racismo todos os dias e mulheres estão, geralmente, em posições inferiores aos 
homens, tanto em seus empregos, como na vida pessoal. 
 
 
PARTE III - A UNIFICAÇÃO DA HUMANIDADE 
 
A cultura pode ser vista como uma rede de instintos artificiais em que as pessoas 
pensam, desejam e agem de uma maneira tal, sem perceberem que foram influenciadas para 
isso desde o seu nascimento. Muitos acadêmicos percebiam a “cultura” como uma essência 
imutável que as definia por toda a eternidade. Apesar disso, tal perspectiva mudou com o 
tempo e hoje é considerado um consenso que as culturas estão a todo o momento tentando 
conciliar a contradição da sociedade humana e isso alimenta mudanças. 
 
Nessa perspectiva de contradições, o Estado Medieval pode ser visto como um 
exemplo perfeito de tais. De acordo com Dalmo Dallari, esse lapso da história pode ser 
caracterizado como “um dos períodos mais instáveis e heterogêneos” da história. Nesse viés, o 
Estado Medieval era englobado pela subordinação à religião e, simultaneamente, ao apreço 
pelo sangue e pela guerra. Voltando para o livro Sapiens, Yuval Harari afirma que essas 
contradições nunca foram totalmente resolvidas, mas à medida que a nobreza, o clero e a plebe 
europeia tratavam de supera-las, sua cultura mudava. 
Saindo da perspectiva do Estado medieval, o Estado Moderno também carrega em si 
contradições que moldam a cultura da humanidade. Desde a Revolução Francesa, pessoas do 
mundo inteiro passaram a ver a igualdade e a liberdade individual como valores fundamentais. 
Mas os dois valores são contraditórios. De acordo com Harari, a igualdade só pode ser 
assegurada se forem diminuídas as liberdades daqueles que estão em melhores condições. 
Garantir que cada indivíduo seja livre, compromete a ideia de igualdade. 
Nesse viés, surgem ideologias como o socialismo e o liberalismo (Esquerda e Direita). 
No livro “Ciência Política”, de Paulo Bonavides, podemos ter uma noção mais clara acerca de 
cada visão política. O socialismo seria o “sacrifício” de parte da liberdade, em prol do alcance 
do ideal igualitário. O liberalismo pode ser descrito como a isenção do Estado no dia a dia, em 
prol da liberdade de cada cidadão. 
Além do dito, vivemos atualmente o estágio mais importante de um processo de 
unificação global, ou como é mais conhecido, do processo de globalização, o qual se 
intensificou após o surgimento da chamada “primeira ordem universal: a ordem monetária”. 
Dessa forma, a cultura de todos os cantos do globo vem se encontrando, se misturando e 
gerando novas perspectivas como um todo. Milton Santos, geógrafo brasileiro, abordou os 
aspectos econômicos da globalização, analisando o papel das empresas na internacionalização 
do capital, mas também os fluxos financeiros e suas implicações na cultura local. Como bem 
disse Yuval Harari, o dinheiro é o maior conquistador de todos os tempos. 
 
 CAPÍTULO 11 - VISÕES IMPERIAIS 
Um império é uma força de coerção política que admite a flexibilização territorial e a 
diversidade cultural. A existência dessa ordem imperial tende a criar ao decorrer do tempo a 
unificação de uma só cultura e religião. Ou seja, a diversidade e perdida no decorrer dos anos 
dos povos que participa dessa força política coerciva. 
Harari nos mostra que, a maioria das culturas do passado se tornaram vítima dos exércitos de 
algum império implacável que as destinaram ao esquecimento. Os impérios também acabam 
deixando de existir entretanto, tendem a deixar para trás legados ricos e que se perpetuam ao 
longo dos tempos. 
 
“No século XXI, praticamente todas as pessoas são fruto de algum império.” 
(HARARI, 2015) 
Um império é uma ordem política com duas características importantes. Primeiramente, para 
se qualificar império é preciso dominar um número expressivo de povos diferentes e cada um 
com seu próprio território e identidade cultural. Um império é definido unicamente por sua 
diversidade e fronteiras flexíveis, e não por suas origens, forma de governo, extensão territorial 
ou tamanho de sua população e não precisa emergir de conquistas militares. 
Os impérios foram uma das principais razões para a drástica redução da diversidade genética 
humana. Na contemporaneidade a expressão “imperialista” só fica atrás de “fascista” no léxico 
de palavrões políticos. A crítica contemporânea aos impérios normalmente assume duas 
formas: 
1. Os impérios não funcionam. Tendo em vista que, governar uma população com um número 
realmente expressivo torna-se um trabalho inviável. 
2. Mesmo que seja possível, não deve ser feito, porque os impérios são máquinas do mal, 
destruidoras e exploradoras. Todo povo tem direito à soberania e nunca deveria ser submetido 
ao jugo de outro. 
Harari vai nos dizer que “de uma perspectiva histórica, o primeiro enunciado não faz o 
mínimo sentido e o segundoé extremamente problemático.” Tendo em vista que o império foi 
a forma mais comum de organização política do mundo nos últimos 2,5 mil anos e a maioria 
dos humanos, durante esse tempo histórico, viveu em impérios. Segundo a questão 
organizacional o império se mostrou uma forma muito estável de governo. A maior parte deles 
tinha um enorme poder coercitivo, pois possuíam uma alta facilidade para sufocar rebeliões. 
Em geral, a maioria deles só foram derrubados por invasões externas ou por divisões internas. 
Um segundo viés, é que não existe uma parte que pode ser considerada “bom histórico” com 
relação aos povos conquistados que tenham conseguido se libertar de seus soberanos imperiais, 
afinal a maioria desses povos permaneceu subjugada por centenas de anos. 
Entretanto, isso não significa que os impérios não deixam nada de valor em seu rastro. Não 
deve ser feita uma taxação e pintar todos os impérios de preto e condenar todos os legados 
imperiais, pois isso significaria rejeitar a maior parte da cultura humana. Como diz o autor 
 
“...as elites imperiais usaram os lucros da conquista para financiar não só exércitos e 
fortificações como também filosofia, arte, justiça. e caridade. Uma proporção significativa das 
grandes realizações culturais da humanidade deve sua existência à exploração das populações 
conquistadas.” 
“Estamos conquistando vocês pelo seu próprio bem”. Essa máxima usada por Ciro de forma 
presunçosa e estratégica era impressionante. Diante disso Harari nos diz que “a evolução fez o 
Homo sapiens, assim como outros mamíferos sociais, uma criatura xenofóbica.” A maioria dos 
humanos viveu em impérios desde 200 anos antes de Cristo, e provavelmente no futuro a 
maioria dos humanos viva em um. 
Entretanto, dessa vez, o império será global.Haja vista que, como conclusão do que virá e já 
está ocorrendo, esse império global que está sendo “forjado diante de nossos olhos” não é 
governado por nenhum Estado ou grupo étnico em particular, mas sim é governado por uma 
elite multiétnica e se mantém unido por cultura e interesses em comum. Harari aponta, “no 
mundo contemporâneo globalizado, cada vez mais empresários, engenheiros, especialistas, 
acadêmicos, advogados e gerentes são chamados para fazer parte do império. Eles devem 
ponderar se responderão ao chamado imperial ou se permanecerão fiéis a seu Estado e a seu 
povo. É cada vez maior o número daqueles que escolhem o império.” 
 CAPÍTULO 12 – A LEI DA RELIGIÃO 
Embora nos dias atuais a religião seja considerada fonte de conflitos, historicamente a 
religião foi um grande unificador da humanidade (ao lado do dinheiro e dos impérios). Essa 
força da religião deve-se ao fato da mesma postular que suas leis não são resultado de capricho 
humano e sim determinadas por autoridades supremas. Isso faz com que essas leis sejam 
inquestionáveis e assim garantem a estabilidade social. 
A partir da vitória das religiões monoteístas sobre o politeísmo , a diversidade cultural 
diminui e o homem assume o centro da criação divina. O pensamento liberal e o socialista que 
são chamados de ideologia, têm as mesmas características das religiões. 
CAPÍTULO 13 – O SEGREDO DO SUCESSO 
O mundo globalizado que vivemos hoje é decorrência do comércio, dos impérios e das 
religiões universais que dominaram a terra. Certamente é possível explicar como chegamos ao 
ponto atual, mas não o porquê desse caminho, visto que outras possibilidades existiram e se o 
refizéssemos o percurso no tempo, não temos a garantia de que as coisas aconteceriam do 
mesmo modo e obrigatoriamente chegaríamos ao mundo na forma atual. 
 
Não podemos afirmar que a história atua em benéficos dos seres humanos. Não temos 
como dizer que trilhamos o melhor caminho, pois é possível que estivéssemos em melhor 
situação se o cristianismo e o islamismo tivessem sido derrotados no caminho da história. 
A história progride entre bifurcações, a história é, portanto, um horizonte amplo de 
possibilidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONCLUSÃO 
 
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REFERÊNCIAS 
 
Harari, Yuval Noah; SAPIENS - UMA BREVE HISTÓRIA DA HUMANIDADE; Porto Alegre, 
RS; Editora L&PM POCKET, 2018. 
 
Maquiavel, Nicolau; O PRÍNCIPE; Rio de Janeiro, RJ; Editora Nova Fronteira, 2016. 
 
Meyer, Eduard - In: DALLARI, Dalmo Abreu; ELEMENTOS DE TEORIA GERAL DO 
ESTADO; 1991) 
 
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. Malheiros Editores, 2019. 
 
 
 
 
 
1. autor ou nome da organização; 
2. título da página ou matéria; 
3. local de publicação (se houver); 
4. dia, mês e ano de publicação

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