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Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba 01 AULA 5 + LISTA DE EXERCÍCIOS 2 PROF. RUY NAKAYAMA Código Nome Turma ME66H SISTEMAS HIDRO PNEUMÁTICOS S41 Aula 05 1 CIRCUITAÇÃO DE LÓGICAS PNEUMÁTICAS SEQUENCIAIS 1.1 MÉTODO INTUITIVO Este método consiste em montar o circuito por tentativas e erros. Apesar de poder ser utilizada pode trazer grandes dificuldades ou perdas de tempo em algumas situações. Vejamos o exemplo de um circuito com dois cilindros A e B onde queremos realizar a seguinte sequência: A+/B+/A-/B- ilustrada na Fig. 1. Neste circuito temos o circuito principal de força, realçado em azul, que é por onde a potência do ar comprimido é transmitida aos atuadores lineares (cilindros). Sendo este circuito responsável por conduzir a potência, a bitola das mangueiras deste circuito também deverá ser compatível com a vazão do ar que fluirá por ela. Neste método intuitivo utilizamos as válvulas de fim de curso A0, A1, B0 e B1 para acionar os respectivos pilotos das válvulas direcionais 5/2 vias que acionam os cilindros A e B. Este circuito formado pelas válvulas fim de curso tem a função apenas de transmitir informações e processar a lógica. Por conseguinte, este circuito é chamado de circuito de comando ou de lógica. Como a função deste circuito é de apenas conduzir informação e não de potência, o consumo de ar deve ser o menor possível e por isso as bitolas das mangueiras neste circuito são reduzidas. Intuitivamente podemos usar a válvula fim de curso A1 para acionar o avanço do cilindro B, a válvula B1 para acionar o retorno do cilindro A, a válvula A0 para acionar o retorno do cilindro B e a válvula B0 para reiniciar o ciclo acionando o avanço de A como mostra a Fig. 2. Simulando este circuito no FluidSIM-P vemos que funciona perfeitamente. Fig. 1 - Circuito A+/B+/A-/B- Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba Aparentemente, parece ser possível aplicar esta regra para qualquer outra sequência de movimentos, mas se propusermos a realizar a seguinte sequência apenas alterando a ordem de um movimento para A+/B+/B-/A- e tentarmos intuitivamente já percebemos que nem sempre a circuitação é tão simples assim como mostra a Fig. 3. Nela vemos que o a Válvula A0 é incapaz de iniciar o ciclo comutando a válvula 5/2 vias para avançar o cilindro A porque a válvula B0 já se encontra acionada. Fig. 2 - Circuito A+/B+/A-/B- implementado Fig. 3 - Circuito A+/B+/B-/A- Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba Deste ponto em diante pode-se implementar algumas tentativas acrescentando-se algumas válvulas, mas já será perceptível o quanto o método intuitivo pode se tornar difícil diante de um mero desafio como este. 1.2 MÉTODO CASCATA Para resolvermos estes problemas de maneira sistemática foi desenvolvido o método cascata. Veja no exemplo anterior que o último movimento que faz com que o cilindro A recue impede agora que o cilindro A avance. No método cascata, o que se propõe é dividir a sequência de movimentos em grupos de maneiras que movimentos antagônicos de um mesmo cilindro não fiquem no mesmo grupo. Assim, a sequência anterior deveria ser separada em dois subgrupos de sequencias: Grupo I (A+/B+) e Grupo II (B-/A-). Estes dois grupos teriam linhas de pressurização independentes, em que jamais ambas as linhas seriam pressurizadas simultaneamente. Para isso, desenhamos duas linhas de pressurização: I e II e criamos uma lógica de comutação para a pressurização destes grupos (Fig. 4). Note que os grupos são separados de maneira que no mesmo grupo não há movimentos opostos do mesmo cilindro. A comutação dos grupos é feita através dos sinais que representam a conclusão da última ação do grupo. No caso, a última tarefa do grupo I é B+, consequentemente o sinal que representa a finalização do Grupo I é o sinal b1. Da mesma maneira, o sinal que representa a finalização do Grupo II é a0. Dentro dos grupos a sequencialização também é feita através de sinais. No caso, a inicialização do movimento A+ dentro do Grupo I será feita através do botão de inciar Bi, e concluído este movimento o próximo movimento B+ é disparado pelo sinal a1. Concluído o movimento B+, terá sido concluída a última tarefa do Grupo I e por isso, o sinal b1 comutará para o Grupo II. Dentro do Grupo II, o primeiro movimento B- já poderá ser imediato, independente de qualquer sinal. Após concluído este primeiro movimento dentro do Grupo II, o próximo movimento A- é disparado pelo sinal de b0. A lógica de comutação de grupos é mostrada na Fig. 5 com 2 grupos e na Fig. 6 com 3 grupos. Fig. 4 - Separação em Grupos Fig. 5 - Lógica de comutação de grupos com 2 grupos Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba Na Fig. 7 estão representadas as três situações de pressurização do grupo onde mostra-se que apenas um grupo é pressurizado por vez. Nesta lógica é utilizada uma válvula 4/2 vias de duplo piloto, biestável para comutação de grupos. Os sinais que comutam para o grupo I e grupo II serão respectivamente a0 e b1 no caso do exercício exemplo. Os movimentos executados dentro do grupo são acionados através de Fig. 7 - Comutação de Grupos - 3 Grupos (pressuriza somente um grupo por vez) Fig. 6 - Lógica de Comutação de Grupos - 3 grupo Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba sinais que recebem a pressurização correspondente ao grupo pois assim garantiremos que dois grupos jamais estarão pressurizados simultaneamente e como dois movimentos opostos não pertencerão ao mesmo grupo, jamais teremos o problema de não se conseguir acionar um movimento como na Fig. 3. Este acionamento é mostrado na Fig. 8. O método de circuitação cascata é um método funcional, e relativamente econômico, porém ainda apresenta certa fragilidade na sequencialização. Note-se que embora separado em grupo, se um sensor, do grupo ativo, for ativado fora de sequência ele poderá desencadear também um movimento fora da sequência. 1.3 MÉTODO PASSO A PASSO No método passo a passo cada passo é devidamente “amarrado” através de sinais de habiltação que permitem que apenas o passo da vez possa ser ativado. Fig. 8 - Circuito Cascata ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Máquina de escrever Circuito de Força ruyna Máquina de escrever Circuito Comando Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba Enquanto na lógica combinacional as saídas dependem apenas de uma combinação dos sinais de entrada, a lógica sequencial obedece uma sequência de processo pré-determinada. Assim, a lógica sequencial é representada por etapas (ou passos) sequenciais nos quais executa- se uma determinada tarefa. Enquanto utilizou-se Mapas de Karnaugh para resolver circuitos combinacionais, utiliza-se o Grafcet para resolver circuitos sequenciais. O Grafcet é uma representação gráfica na qual resumimos o fluxograma de informações (tarefas) a serem processadas pela sequência. Assume-se aqui um modelamento de uma máquina de estados baseada em circuitos de memória que representam o estado ou passo da sequência (Mx) conforme ilustrado na Fig. 9. Os sinais Sx são os sinais que efetuam a transição para o próximo passo. As Tarefas (Tx) que são atreladas a cada passo da sequência sãorealizadas pelos contatos das memórias (Mx). Esta lógica de memorização sequencial pode ser implementada tanto por circuitos lógicos físicos pneumáticos, elétricos a relés, eletrônicos a portas lógicas ou por circuitos lógicos virtuais através de programação em CLP´s. A implementação do circuito memória na lógica pneumática pode ser feita através de um circuito como ilustrado na Fig. 10. Nele identificam-se as conexões: que habilita o passo Mx através do sinal do passo anterior Mx-1; que seta o passo Mx através do sinal Sx; o passo Mx que executa as tarefas Tx da etapa x; que reseta o passo Mx através do sinal do passo seguinte Mx+1. Exemplifica-se este método para a sequência A+/B+/B-/A- já resolvida pelo método cascata na Fig. 8 através do modelamento Grafcet da Fig. 11. Fig. 10 - Circuito Memória Pneumático Fig. 9 - Modelamento Grafcet Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba , O circuito pneumático que resolve esta sequência modelada no Grafcet pode ser visto na Fig. 12. Fig. 11 - Grafcet para a sequência A+/B+/B-/A- Fig. 12 - Circuito Passo a Passo A+/B+/B-/A- ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Retângulo ruyna Retângulo ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Linha ruyna Máquina de escrever Circuito de Força ruyna Máquina de escrever Circuito de Comando Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba Note-se que neste circuito é necessário que há necessidade de iniciar o sistema forçando um dos passos a setar, caso contrário nenhum dos passos estará habilitado. Normalmente começamos com o último passo setado para habilitar o primeiro passo, deixando-o pronto para começar o ciclo. Fig. 13 - Circuito Passo a Passo - Inicialização Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba 1.4 LISTA DE EXERCÍCIOS 1- Elaborar o circuito de comando sequencial pneumático pelo método cascata e passo a passo para comandar uma prensa para furação de peças conforme esboço da Fig. 14. O dispositivo é acionado manualmente pelo botão E0, sendo que a partida somente se o sensor E1 acusar a existência de peça. Neste processo empregam-se dois cilindros: cilindro A de três posições (Aa+, Aa-, Ab+ e Ab-) e B de duas posições (B+ e B-). Para se posicionar o cilindro A na posição toda recuada é necessário acionar-se Aa- e Ab-. A posição toda recuada é confirmada pelo sensor E2. Para posicionar sob a prensa B, aciona-se Aa- e Ab+. Esta posição é confirmada pelo sensor E3. Para se expulsar a peça aciona-se Aa+ e Ab+ e a posição de expulsão é confirmada pelo sensor E4. O acionamento da prensa é feito pelo B+ e confirmado pelo sensor E6. O recuo da prensa de furação é feito pelo B- e confirmado pelo sensor E5. O Diagrama trajeto-passo é mostrado na Fig. 15. Fig. 14 - Esboço da Prensa Fig. 15 - Diagrama Trajeto - Passo Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba 2- Elaborar o circuito de comando do segunte dispositivo de dobra da Fig. 17 pelo método cascata. Fig. 16 - Grafcet da Prensa de Furação Fig. 17 - Esboço Dispositivo de Dobra Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba A chapa é posicionada manualmente sobre a mesa do dispositivo, sendo que um encosto ao fundo e outro ao lado garantem o paralelismo da dobra. Um botão de partida E0 é acionado para ativar o ciclo de dobra, que só pode ser iniciado se os atuadores A, B e C estiverem recuados e pressionando os fins de curso E1, E3 e E5. Há ainda um botão E7 que ativa a parada de emergência. Fig. 18 - Grafcet Dispositivo de Dobra