Seminário Sumaré

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Graduação em Serviço Social
Adriana Raymundo Mencacci RA- D9861G0
Enny Kimberly de Camargo RA- D87DFF0
Márcia Francisca de L. Fonseca RA- F074EG4
Márcia Vilela RA- D9840B0
Nicolly Maysa Domingues Pedroso RA- N433485
Rafael Pio dos Passos RA- F0888B6
Tarsila Alves Lima Toti RA- F064AF1
Vitória Caroline Bueno Costa RA- D883712
Seminário de Sumaré
SOROCABA
2020
Graduação em Serviço Social
Adriana Raymundo Mencacci RA- D9861G0
Enny Kimberly de Camargo RA- D87DFF0
Márcia Francisca de L. Fonseca RA- F074EG4
Márcia Vilela RA- D9840B0
Nicolly Maysa Domingues Pedroso RA- N433485
Rafael Pio dos Passos RA- F0888B6
Tarsila Alves Lima Toti RA- F064AF1
Vitória Caroline Bueno Costa RA- D883712
Seminário de Sumaré
 Trabalho apresentado como requisito da disciplina de Serviço Social: Surgimento e institucionalização no Brasil (FHTM).
Prof. Bruno Karam.
SOROCABA
2020
SUMÁRIO 
Introdução:	5
Desenvolvimento:	6
Cientificidade:	7
A Dialética:	8
Fenomenologia X Marxismo:	9
TEMA 1:	10
O Serviço Social e a Cientificidade: Documento Base Rio de Janeiro:	10
Documento base feito pelo grupo de São Paulo:	10
Tema II – O Serviço Social e a Fenomenologia Conferência Creusa	11
Capalbo	11
Documento Base elaborado pelo Grupo do Rio de Janeiro	11
Documento Base elaborado pelo Grupo de São Paulo	11
Tema III.	12
Documento base do grupo do grupo do Rio de Janeiro:	12
Documento elaborado pelo grupo de São Paulo	13
Conclusão	14
REFERÊNCIAS	15
Introdução: 
O Serviço Social buscou uma nova visão teórica e metodológica que ajudasse o assistente social no seu trabalho. Os movimentos de Araxá-MG (Teorização do Serviço Social) Teresópolis-RJ (Metodologia do Serviço Social) e Sumaré – RJ (Cientificidade do Serviço Social) tiveram um papel importante para a identidade do Serviço Social, principalmente no sentido de suas reformulações teóricas e metodológicas. 
O movimento de reconceituação tem duas grandes vertentes: a tradicional e a de contestações do sistema vigente. O Movimento ocorreu no período da Ditadura Militar, onde o Brasil passava por um momento de opressão e censura, e mesmo assim ocorriam movimentos populares. 
No caso do Serviço Social, buscou-se a sua renovação, chamado de movimento de reconceituação, cujo objetivo era o de levantar diretrizes e concepções filosóficas e metodológicas que rompesse com o Serviço Social tradicional. 
Esse movimento foi fruto da mobilização de um grupo de Assistentes Sociais, em três seminários, promovidos pelo Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais – CBCISS.
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Desenvolvimento:
O seminário de Sumaré-RJ, realizou-se em 20 de novembro de 1978 no centro de estudos da arquidiocese, com 4 dias de duração, com a participação de 25 assistentes sociais sendo 9 de Araxá e 7 Teresópolis. Para a realização do seminário, foi necessário um processo preparatório com um ano de antecedência para formulação e elaboração do seminário.
No Seminário de Sumaré ocorreu, um avanço no campo da teorização, porque se assumiu a necessidade de romper com o serviço social acrítico e despolitizado. Fez-se uma crítica ao modelo tradicional fundamentada no marxismo e na fenomenologia, bem como discutisse a questão dos procedimentos metodológicos adequados às exigências da realidade brasileira. 
Foi proposto que os documentos bases do seminário fossem construídos a partir das temáticas:
O Serviço Social e a Cientificidade; 
O Serviço Social e a fenomenologia;
O Serviço Social e a Dialética.
O documento base Rio de Janeiro, se preocupou em conceituar a cientificidade, no sentido de ser necessário o conhecimento da realidade. Para tanto, se falou em várias técnicas metodológicas, tendo como foco o Serviço Social. Ainda nesse documento, evidenciamos: 
· Movimento de reconceituação vem evidenciar as contradições do serviço social.
· Oposição a uma visão idealista (tradicional) do Serviço Social, o que implica a revisão teórica e metodológica do Serviço Social. Foi apresentado metodologias dialéticas (fenomenologia ou marxismo)
· Aprovação do método dialético como referencial para ação e interpretação. (Hegel, Marx etc.) 
Cientificidade:
Compatível ou de acordo com o estabelecido pela ciência, por um método científico ou que busca ser considerado científico.
Os desafios são imensos quando alguém se propõe a buscar explicações para a dinâmica social. Esses desafios, porém, não são intransponíveis. É preciso preparo para acolher a surpresa. Isto significa que a teoria deverá assumir sua tensão entre o que está posto em forma de abstração ampla da realidade social e o que está reposto com base naquilo que a dinâmica do real põe para ser pensado. Afinal de contas, concordando com Shakespeare, "há mais coisas entre o céu e a terra que supõe nossa vã filosofia".
 A ciência é uma ideia reguladora, um novo conceito de ciência com perspectiva fenomenológica e rompe com o conceito de variáveis.
Houve o documento que apontou ser imprescindível haver coerência o uso da teoria com a prática para alcançar o caráter científico da profissão.
Ciência deve ser um horizonte para a produção de saber e como devem ser transportados a teoria científica para a prática do serviço social (este processo abre caminho para a construção do saber, como apropriar o saber para ser aperfeiçoado).
A Dialética:
No princípio a dialética teve seu conceito baseado na arte do diálogo como Platão ao galgar os conceitos aos princípios e ideias existentes. Já Aristóteles tem a dialética como objetivo de dedução a partir de verdades e suas variáveis acompanhada da analítica. Na idade média a dialética seria um estudo vindo da lógica. Kant entendia que a dialética é exatamente o que parece ser, deve-se observar e analisar apenas como um estudo crítico do objeto em questão. Com Hegel a perspectiva muda, ela é resumida em conhecer contradições e então instaura a trilogia Tese (Tema), antítese (ideias opostas) e síntese (agrupamentos de fatos). Marx segue o raciocínio de Hegel com a ideia da teoria de cabeça para baixo e que era necessário conhecê-la.
A Dialética é arte do diálogo e da discussão, visando o movimento dialético e reconhecer os contraditórios, descobrindo seus princípios de ultrapassagem. Os principais fatores da dialética é a tríade, síntese e antítese. A fenomenologia também tem um pensamento dialético.
Objetivo do texto foi apresentar a dialética a partir de vários autores, entre eles: 
Platão, Aristóteles, Hegel, Marx etc.
 A seguir estarão alguns movimentos da dialética, junto ao movimento de reconceituação: 
• Esse movimento traz a reestruturação do Serviço Social, conceituando uma visão “tradicionalista “do mesmo. 
• Identificando o Serviço Social como um dos aparatos ideológicos, manipulado pelo Estado para manutenção do sistema capitalista; a prática do 
Serviço Social é ideologicamente comprometido.
Fenomenologia X Marxismo: 
 
A fenomenologia no serviço social brasileiro, buscou-se identificar e compreender a modalidade sob a introdução e a incorporação do aparato conceitual da teoria fenomenológica, no âmbito da formação do profissional com objetivo de constituir e deixar claro a parcialidade e suas limitações conceituais em face da densidade e complexidade teórica e da diversidade e orientações operadas no interior desta corrente filosófica. A fenomenologia emerge como metodologia dialógica, apropriando-se da visão de pessoa e comunidade, o sujeito e suas vivências, colocando para o serviço social brasileiro a tarefa de auxiliar na abertura de sujeito inexistente singular em relação aos outros tendência que o serviço social vai priorizar as concepções de pessoas (diálogo)e transformação social (sujeito).
Ideologia no pensamento Marxista (materialismo dialético) é um conjunto de proposições elaborado, na sociedade burguesa, com a finalidade de fazer aparentar os interesses da classe dominante com o interesse coletivo, construindouma hegemonia daquela classe. Assim, para a teoria marxista a luta de classes seria “o motor da história”. Já a produção dos bens materiais seria o fator condicionante da vida social, intelectual e política.
Suas ideais inspiraram várias correntes de pensamento que desejavam mudar as estruturas capitalistas como o anarquismo, o socialismo e o comunismo, entre outros.
Portanto, a ideia marxista, é necessário atrelar o pensamento à prática revolucionária, unindo conceito à práxis como forma de transformar o mundo.
TEMA 1:
O Serviço Social e a Cientificidade: Documento Base Rio de Janeiro: Se preocupou em conceituar a cientificidade. Entendeu-se essa um verdadeiro conhecimento da realidade, para tal é necessário captá-la em sua própria produção, considerar a ação nela mesma, em sua efetuação e não em seus efeitos. Não é possível analisar a realidade em termos de variáveis, através de um esquema. A cientificidade representa uma ideia reguladora, não um modelo determinado. Saber científico é ao mesmo tempo: aquisição de um saber, aperfeiçoamento de uma metodologia e elaboração de uma norma. Howard Goldstein diz que o Serviço Social não é orientado pelos conceitos de uma teoria. Outra questão: como os conhecimentos das ciências sociais e do comportamento podem ser sistematizados e ordenados para oferecerem ao Serviço Social uma fundamentação coerente com a prática. Serviço Social está na habilidade para, responsável e conscientemente entrar e tornar-se uma parte do complexo sistema da interação humana para produzir mudanças na cognição e no comportamento.
Documento base feito pelo grupo de São Paulo: O foco era o objeto do Serviço Social. Preocupação com os fenômenos, processos e fatos reais e nas ações empreendidas. Preocupação com uma síntese entre teoria e ação. “Serviço Social como prática ou disciplina profissional em virtude de atuar em realidades concretas, podendo produzir conhecimentos e teorias a partir e voltado para esta ação e seus resultados” (139) Busca é pela sistematização desses conhecimentos e teorias para que tornem cada vez mais coerentes, orgânicos, consistentes e objetivos. Sua teoria se elabora num processo dinâmico: teoria-ação-teoria. Também defendem o pluralismo. O Serviço Social tem uma ação impregnada de valores. O Serviço Social formula seus valores universais enfocando a liberdade, a individualidade e a sociabilidade. No Serviço Social, o objeto não é estabelecido a priori, mas vai se definindo no próprio processo de ação. O objeto do Serviço Social são as situações social-problema e situações que se dão no nível das relações sociais.
Tema II – O Serviço Social e a Fenomenologia Conferência Creusa 
Capalbo: Apresenta a fenomenologia como ciência do vivido segundo Husserl. Ela nos aproxima da essência pela descrição. “O vivido humano e social é constituído de significados e recorrem a processos de compreensão e de interpretação e não de explicação” (175) Necessário a passagem do pré-reflexivo para o reflexivo. São necessárias as interpretações. É necessário olhar as coisas - trata-se de ver inteligível – é o ato de significar ou de dar sentido a alguma coisa. Nem todas as experiências são vividas conscientemente. A fenomenologia é compreensiva não explicativa. Para compreende é necessário: discernir, escolher, selecionar, separar, agrupar, apanhar, apreender. Não se pode compreender a totalidade a não ser sob as formas de perspectivas.
Documento Base elaborado pelo Grupo do Rio de Janeiro: Apresentam preocupações quanto ao estudo do fenômeno, saber progressivo e a adoção de princípios e valores que devem ser assumidos. Conhecer o fenômeno pressupõe um acolhimento do outro. “Se eu me abro realmente à comunhão intersubjetiva, se eu recebo o outro e me dou, nós ascendemos juntos um pelo outro no plano de ser.” (184) Serviço Social se propõe a um desenvolvimento de uma consciência reflexiva das pessoas. Perspectiva de interação entre pessoa-cliente e pessoa-assistente social. A pessoa-cliente revela o que tem para ele um significado, o ser vivido, a pessoa-assistente social questionam os conteúdos revelados, tentando clarear e ampliar horizontes, emergindo sentidos novos. A identificação de novos sentidos/conteúdos transforma-se em projetos. Os projetos são respostas novas frente a si mesmo, ao outros e as coisas.
Documento Base elaborado pelo Grupo de São Paulo: apresentou indagações sobre as implicações da fundamentação fenomenológica para o Serviço Social, porém sem apresentar possibilidades paras essas indagações.
Tema III.
 O Serviço Social e a Dialética Conferência Dialética arte do diálogo e da discussão Ramo dos Estudos da lógica formal O movimento dialético - reconhecer os contraditórios e descobrir o princípio de sua ultrapassagem O que caracteriza a dialética é a tríade: síntese, antítese e síntese. Fenomenologia tem um pensamento dialético. Movimento dialético-movimento do discurso que alcança progressivamente a verdade Objetivo foi apresentar a dialética a partir de vários autores, entre eles: Platão, Aristóteles, Hegel, Marx, Althusser, Merleau-Podty.
Documento base do grupo do grupo do Rio de Janeiro:
 Discussão sobre a prática e a teoria que o Serviço Social tem desenvolvido. 
Assistente Social portador de esquemas de cultura na qual foi formado social e profissionalmente, tenta legitimar junto ao cliente, que por vezes apresenta interesses e acepções diferentes do assistente social. Isso pode gerar um conflito, pois o assistente social quer legitimar sua cultura indaga-se: 
Até que ponto o assistente social tem reconhecido essa realidade e a diferença das culturas entre o profissional e a clientela. 
 Como poderá o Serviço Social brasileiro intervir a partir de um saber que não é sua realidade? Levanta-se a reflexão sobre a defasagem do currículo do Serviço Social. Serviço Social tem tido um olhar uniformizado sobre a realidade escamoteando as diferenças regionais 
Distância entre o Serviço Social e a cultura da clientela Alternativa para aproximação do Serviço Social com a clientela: uma nova forma de compreensão da realidade – compreensão dessas
 Duas atitudes que devem ser evitadas pelo assistente social: 
1) atitude anti-intelectualista: achar que o cliente por si só se conscientiza, bastando ao assistente social controlar esse processo; 
2) Atitude intelectualista que julga a clientela como incapaz e ignorante caindo numa manipulação. Essas atitudes nos afastam da clientela passos para garantir uma intervenção que se baseie nos conhecimentos das manifestações da cultura da clientela: clareza de que o assistente social está inserido num contexto institucional que está contido num plano sócio econômico. Necessidade de discernir entre os objetivos institucionais, do serviço social e da clientela, assim reconhece as contradições presentes que possibilita pensar os objetivos do serviço social em relação às necessidades da clientela.
Documento elaborado pelo grupo de São Paulo:
 A questão da dialética emerge com o movimento de reconceituação. 
• Movimento de Reconceituação vem evidenciar as contradições do Serviço Social 
• Reconceituação oposição a uma visão idealista (tradicional) do Serviço Social, o que implica a revisão teórica e metodológica do Serviço Social. 
• Identificação do Serviço Social como um dos aparatos ideológicos do Estado para manutenção do sistema capitalista; a prática do Serviço Social é ideologicamente comprometida. 
• Admissão do método dialético como referencial para ação e interpretação.
Conclusão
Dessa forma, observando todo o conteúdo apresentado neste trabalho, conseguimos visualizar a importância dos temas abordados para o desenvolvimento do serviço social e podemos aprender diversos tópicos que foram ampliados e desenvolvidos ao longo da trajetória da profissão.
Nos permitiu ter uma visão além do assistencialismo e ter mais conhecimentos sobre a amplitude dos temas pertinentes para ajudar na nossa carreira como assistentes sociais com embasamento teórico, prontos para atuar na prática.REFERÊNCIAS 
Marxismo. Toda Matéria, 2020. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/marxismo/
Ideologia marxista. Brasil Escola, 2020. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/ideologia-marxista.htm
Oliveira, Claudinei Valdeir e Oliveira, Henrique Ap. de Souza, Revista educação, 2016. 
Documento de Sumaré. Prezi, 2013. Disponível em: https://prezi.com/mr6kwdh2p9e-/documento-do-sumare/
Filosofia dialética. Info Escola, 2020. Disponível em:
https://www.infoescola.com/filosofia/dialetica/
Cortez editora. Revista Serviço social e sociedade, 2013.
Araújo, Carlos Alberto Ávila. A ciência como forma de conhecimento, 2006.
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-58212006000200014
Ramalho, Angela Maria Cavalcanti e Marques, Francisca Luseni Machado. Critérios da cientificidade na construção da pesquisa, 2020.