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CRIMINALÍSTICA APLICADA

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CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
1 
 
 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
2 
 
AUTORIDADES 
 
Governador do Estado do Rio de Janeiro 
Exmº Sr Wilson Witzel 
 
Secretário de Estado de Polícia Militar 
Exmº Sr Coronel Rogério Figueredo de Lacerda 
 
Subsecretário de Estado de Polícia Militar 
Ilmº Sr Coronel Márcio Pereira Basílio 
 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
Ilmº Sr Coronel Rogério Quemento Lobasso 
 
Comandante do CFAP 31 de Voluntários 
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Marcelo Andre Teixeira da Silva 
 
Comandante do Centro de Educação a Distância da Polícia 
Militar - CEADPM 
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Alexandra Ferraz de Oliveira 
 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
3 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Estamos vivendo a era da tecnologia, na qual a informação está cada dia mais 
latente e veloz em nossa rotina diária. 
Este curso tem por objetivo , aperfeiçoar os 2º Sargentos da Polícia Militar do 
Estado do Rio de Janeiro. Para tal, o Curso ocorrerá na modalidade semipresencial, 
através de módulos, sendo destes um disponibilizado no ambiente virtual de 
aprendizagem, por intermédio da Escola Virtual, no Centro de Educação a Distância da 
Polícia Militar (CEADPM) e um módulo de disciplinas práticas ministrado do Centro de 
Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP 31 Vol.). 
É fundamental o seu empenho no curso, pois você terá na parte EaD autonomia 
de estudos e de horários, mas também é necessário disciplina e dedição para o êxito 
dessa jornada, pois depende do esforço coletivo e também individual para que 
tenhamos policiais cada vez mais qualificados,bem treinados e aperfeiçoados para 
cumprirmos nossa missão, buscando cada vez mais a excelência de nossas ações. 
O bom treinamento envolve aspectos físicos e cognitivos, na era da informação 
e da tecnologia, precisamos nos aprimorar cada vez mais a fim de garantir uma tropa 
consciente, respeitosa, pautada em valores morais e institucionais, garantindo assim o 
cumprimento de suas funções com dignidade e excelência. 
Esperamos que você aproveite ao máximo os conhecimentos adquiridos através 
deste curso e busque uma reflexão acerca de suas funções perante a sociedade, seus 
companheiros de profissão. Que seja um momento de repensar as práticas e fortelecer 
seu vínculo profissional, ampliando cada vez mais seus conhecimentos para lidar com 
as particularidades de ser um Policial Militar no Estado do Rio de Janeiro. 
Desejamos a todos bons estudos! 
 Rogério Quemento Lobasso - Coronel PM 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
 
Marcelo André Teixeira da Silva – Ten. Coronel PM 
Comandante do CFAP 
 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
4 
 
Desenvolvedores 
 
CEADPM 
Supervisão Geral EAD 
CAP PM Ped Vania Pereira Matos da Silva 
 
Equipe Técnica 
SUBTEN PM Wilian Jardim de Souza 
3º SGT PM Edson dos Santos Vasconcelos 
 
Diagramação 
2º SGT PM Wallace Reis Fernandes 
CB PM Michele Pereira da Siva de Oliveira 
CB PM Thiago Silva Amaral 
 
Design Instrucional 
CAP PM Ped Vania Pereira Matos da Silva 
CB PM Michele Pereira da Siva de Oliveira 
 
Vídeo e animação 
CB PM Joyce Gaspar de Almeida 
 
Designer Gráfico 
2º SGT PM Wallace Reis Fernandes 
SD PM Leonardo da Silva Ramos 
 
Suporte ao Aluno 
2º SGT PM Anderson Inácio de Oliveira 
 
CFAP 
 
Supervisão Geral do Curso 
MAJ PM Maria Isabel Conceição Silva Sardinha 
 
Coordenação Pedagógica 
CAP PM Ped Patrícia Kalife Paiva 
 
Equipe Técnica 
TEN PM Ped Paulo Paulo Baptista 
2ºSGT PM Elaine Xavier Oliveira Alves de Lima 
CB PM Juliana Pereira de Carvalho 
 
Conteudista 
CAP PM Rui de Faria Souto 
 
Revisor de Conteúdo 
Equipe Pedagógica do CFAP - STE 
 
 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
5 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 6 
CRIMINALÍSTICA ........................................................................................................ 6 
CONCEITO DE CRIME E INFRAÇÃO PENAL ........................................................... 10 
LOCAL DE INFRAÇÃO PENAL ................................................................................. 11 
COMPETÊNCIAS DE CADA ÓRGÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA ......................... 19 
PROVA ....................................................................................................................... 19 
PROVA MATERIAL – INVESTIGAÇÃO OBJETIVA .................................................. 24 
PROVA SUBJETIVA – INVESTIGAÇÃO SUBJETIVA .............................................. 27 
SOLICITAÇÃO DE EXAMES PERICIAIS DE NATUREZA CASTRENSE .................. 30 
CONCLUSÃO............................................................................................................. 37 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA ............................................................................. 39 
 
 
 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
6 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
No início da fase técnico-científica, a partir do século XIX, era de responsabilidade da 
medicina legal, além dos exames de integridade física do corpo humano, toda a pesquisa, busca 
e demonstração de outros elementos relacionados à materialidade do fato penal. 
 Com o surgimento de novos conhecimentos e o desenvolvimento das áreas técnicas, 
como exemplo a física, química, biologia, toxicologia, matemática etc., evidenciou-se a 
necessidade real da criação de uma nova disciplina para a pesquisa, análise e interpretação dos 
vestígios materiais encontrados em locais de crime, fixando-se, assim, a Criminalística como 
fonte fundamental de apoio à Polícia e à Justiça, como uma disciplina independente em sua 
ação, como as demais que a constituem. 
A presente apostila visa trazer um pouco da história da Criminalística, bem como alguns 
conceitos importantes para você Policial Militar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
7 
 
CRIMINALÍSTICA 
 
 
Sargento, você já ouviu falar em Criminalística? Sabe o que é? Que tal 
aprender? 
 
 
Conceito de Criminalística 
 
Originalmente o termo Criminalística foi desenvolvido por Hans Gross como “Sistema 
de métodos científicos utilizados pela polícia e pelas investigações policiais”. Somente no 
1° Congresso Nacional de Polícia Técnica, ocorrido em São Paulo no ano de 1947, a 
Criminalística foi definida como “disciplina que tem como objetivo o reconhecimento e a 
interpretação dos indícios materiais extrínsecos, relativos ao crime ou à identidade do criminoso”, 
Garrido (2010). 
Articulando dessa maneira, a Criminalística não como uma ciência, mas como a 
aplicação do conhecimento de diversas Ciências e Artes, para utilização dos métodos 
desenvolvidos e inerentes às diversas áreas para auxiliar e informar as atividades policiais e 
judiciárias de investigação criminal. 
Assim, a Criminalística é uma ciência aplicada que 
utiliza conceitos de outras ciências firmadas nos princípios 
da física, da química e da biologia, no bojo de métodos e 
leis próprias embasadas nas normas específicas 
constantes na legislação, principalmente a processual 
penal. Embora não possamos confundir o campo da 
Criminalística com o da Medicina Legal, e apesar de ambas 
se responsabilizarem pelos exames de corpo de delito e, 
apresentem interseção em vários momentos, a Medicina 
Legal tem como objetivo os exames de vestígios intrínsecos (na pessoa), relativos ao crime. 
Como defende Garrido (2008), durante a evolução da criminalística, diversas foram as 
denominações doutrinariamente impróprias dadas à Criminalística: Criminologia Científica; 
Ciência Policial; Investigação Criminal Científica; Policiologia, os quais se aplicam também à 
administração policial e aos métodos de elucidação geral. No entanto, o termo Criminalística é, 
oriundo da escola alemã, sendo utilizado por toda Europa, “Kriminalistik e Criminalistique”. Enesse sentido o próprio termo Ciência Forense não é sinônimo de Criminalística em toda parte 
do mundo. Para Gialamas, Ciência Forense deve ser definida como a aplicação das ciências à 
matéria ou problemas legais cíveis, penais ou mesmo administrativos. Dessa forma, a 
Criminalística seria apenas uma das matérias da Ciência Forense. 
 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
8 
 
Cabe salientar que não podemos confundir Criminalística com Criminologia, esta última 
dá conta do estudo e da explicação da infração legal, dos meios de se lidar com os atos 
desviantes, a postura das vítimas, ou seja, o objetivo é o autor dos fatos desviantes, não 
exclusivamente criminosos e como a sociedade se relaciona com este fato. 
 
 
História da Criminalística 
 
De acordo com Garrido (2008), apesar dos avanços tecnológicos que acompanham a 
Criminalística ou Ciência Forense esta utilização de diversas técnicas, voltadas para a 
elucidação de crimes remonta a épocas pré-científicas, e que a partir do século XVI houve uma 
progressiva sistematização de dados de maneira a formar um corpo de conhecimento 
estruturado. 
Neste sentido seria a Criminalística filha da Medicina Legal, ou a Medicina Legal e 
Criminalística possuem origens que se confundem. Na realidade, as diferentes disciplinas que 
atualmente compõem a Ciência Forense tiveram origem, na maioria das vezes, independente e, 
em alguns casos, até incidental. (GARRIDO, 2008). A Criminalística da maneira como a 
conhecemos teria seu início quando Hans Gross, no final do século XIX, propôs que os métodos 
da Ciência moderna fossem utilizados para solucionar casos criminais. 
 
Considerado o Pai da Criminologia, Hans Gross 
professor de criminologia na Universidade de Praga, foi um 
magistrado austríaco que defendeu o uso da ciência e da 
tecnologia na investigação, autor do Livro System der 
Kriminalistik, que se manteve atual por mais de 50 anos. 
 
Para se elaborar uma linha de sucessão e difusão do conhecimento, em1908, na França, 
foi criado o “Instituto de Polícia Científica” na Universidade de Lausanne. E apesar de originada 
na Academia, a Criminalística foi aos poucos sendo tutelada pelo Estado e incorporada às forças 
policiais. Até que na década de 20 e 30 nos EUA, houve a criação dos laboratórios policiais, e 
finalmente na metade do sec. XIX, a solicitação do trabalho pericial científico já se tornara rotina 
aceita pelas autoridades judiciais e policiais. 
Semelhante ao restante do mundo, no Brasil, a origem da Criminalística confunde-se 
com a da Medicina Legal, deixando, ainda no início, a Universidade. Os primeiros estudos de 
vestígios de disparos em armas de fogo e a produção de reagentes para a identificação de 
manchas de sangue foram feitos por peritos legistas. 
Em relação ao Brasil, a origem da Criminalística também se confunde com a Medicina 
Legal, a partir de 1939, em decorrência da exigência de tese para obtenção do grau de doutor, 
para as faculdades de medicina, quando surgiram os primeiros trabalhos em Medicina Legal. 
Mas somente em 1877 surge a cadeira de Ensino prático de Medicina legal na Faculdade de 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
9 
 
Medicina do Rio de Janeiro, e posteriormente, em 1881 o curso prático de tanatologia forense 
no necrotério da Polícia da Capital Federal. 
No Rio de Janeiro, a Medicina Legal oficial foi transferida da autoridade judiciária para a 
Polícia, em 1856, ano que fora criada a assessoria médica junto à Secretaria de Polícia da Corte, 
cuja composição era de dois médicos efetivos, ligados à Polícia, e dois consultores, professores 
universitários de Medicina Legal, responsáveis principalmente pelos exames toxicológicos, 
posteriormente foi transformado em Gabinete Médico Legal e em 1907, por força de um decreto 
transformado em Serviço Médico Legal. Neste período as funções de perito legista e perito 
criminal se confundiam. Já na década de 40 foi criada a Diretoria Geral de Investigações que 
englobava o Instituto de Identificação Félix Pacheco, o Instituto Médico Legal e o Gabinete de 
Pesquisas Científicas, originário do Instituto de Criminalística. 
 
Para a Polícia Militar a história se inicia por Ato 
do Comandante Geral, em 09 de fevereiro de 
1988, criando o Núcleo do Centro de 
Criminalística da PMERJ que surgiu como uma 
resposta da Corporação à necessidade de ter 
em seus quadros Oficiais-Peritos Militares 
dotados de conhecimentos técnico-científicos para atender as requisições emanadas 
das autoridades de polícia judiciária militar, judiciária singular e do Ministério Público, 
agilizando assim, os procedimentos apuratórios onde estão envolvidos policiais 
militares. 
 
Posteriormente pela Resolução nº 127, de 24 de agosto de 1993, da então Secretaria 
de Estado de Polícia Militar, passou a subordinar-se à recém-criada Corregedoria Geral da 
Polícia Militar. E, finalmente, pela Resolução nº 196, de 23 de julho de 1998, da Secretaria de 
Estado de Segurança Pública, passou a ser denominado Centro de Criminalística da Polícia 
Militar do Estado do Rio de Janeiro. 
O CCrim dispõe dos seguintes serviços de perícia: exames em armas de fogo e 
munição (balística), locais de acidente de trânsito, de infração penal, veículos em geral e 
arrombamentos (local de crime), adulteração e falsificação de documentos, cédulas, assinaturas 
e manuscritos (documentoscopia), mercadorias e gêneros diversos (merceologia) e substâncias 
e materiais entorpecentes, combustíveis, remarcação e adulteração de chassi (laboratoriais). 
 
 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
10 
 
CONCEITO DE CRIME E INFRAÇÃO PENAL 
 
Você sabia que o crime é um episódio na vida de um indivíduo, mas é uma 
realidade que vai além de um fenômeno social, que não pode ser dele 
destacado e isolado, nem mesmo ser estudado em laboratório ou 
reproduzido? 
 
Nesse sentido o conceito de crime mudou com o passar dos séculos, o Código Criminal 
do Império de 1830 determinava em seu artigo 2º, parágrafo 1º: Julgar-se-á crime ou delito toda 
ação ou omissão contrária às leis penais. E, o Código Penal Republicano de 1890 se manifestava 
em seu artigo 7º: Crime é a violação imputável e culposa da lei penal. No entanto a legislação 
penal atual, Código Penal de 1940, reformulado em 1984, não se preocupou com esta definição, 
de maneira que “crime" foi definido diferentemente pelas dezenas de escolas penais. E, nestas 
definições, haviam ainda subdivisões, que consideravam o foco de observação do jurista. 
Surgindo então, os conceitos formal, material e analítico do crime como expressões 
significativas, dentre outras de menor expressão. 
O conceito formal é a definição nominal, ou seja, relação de um termo a aquilo que o 
designa. O conceito material corresponde a definição real, que procura estabelecer o conteúdo 
do fato punível. O conceito analítico indica as características ou elementos constitutivos do crime, 
sendo de grande importância técnica. 
Apesar disso, no Brasil, muitos sustentam que 
os pressupostos para o conceito do crime sejam três: 
fato típico, antijurídico e culpável, inexistindo um deles 
não há crime. 
Nesse sentido, fato típico é, no conceito 
analítico, o primeiro substrato do crime, no conceito 
material é um fato humano indesejado, em todos os 
casos reúne a conduta, o resultado, o nexo causal 
entre a conduta e o resultado e a tipicidade. 
Para ser antijurídico, é preciso observar a anterioridade da norma em relação à conduta 
do agente e a inexistência de excludentes de ilicitude. 
E para ser culpável, o indivíduo deve ser capaz de responder pelos seus atos, se é 
possível a exigência de conduta diversa da adotada, e certa possibilidade de conhecimento da 
ação ou omissão contrária ao direito. 
No nosso caso, é importante salientar que vamos para além do crime, sendo necessário 
conhecer a definição de Infração Penal, que no Brasil é um gênero, que conta com duas 
espécies, ocrime ou delito e a contravenção, de forma especifica no Direito Penal, mas 
exclusivas, incluindo outros ramos do direito e por isso é a definição adotada pela Polícia Militar 
em seus manuais, não podendo ser considerada equivocada. 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
11 
 
Para exemplificarmos, em um dia qualquer um homem encontrou um senhor baleado e 
sem vida, com ferimento em região letal, esticado no meio da rua. Um leigo certamente afirmaria 
tratar-se de um homicídio. Mas os juristas, entretanto, não terão essa conclusão, naquele 
momento. É lógico que existiria uma idéia, um indício da existência de um homicídio, mas pode-
se ponderar que a morte violenta dada àquele homem, poderia, por exemplo, estar justificada, 
e, evidentemente, não haveria crime (legítima defesa ou outra excludente de ilicitude). 
Para a existência de crime, é necessário percorrer um longo caminho, passando por 
todas as características que o delito apresenta, para depois, se chegar a uma conclusão: trata-
se de um homicídio ou não. 
Portanto, o Policial Militar trata o local como local de infração penal e não 
necessariamente local de crime, apesar de esta última denominação estar muito bem esclarecida 
na literatura, como se tratando do mesmo fenômeno. 
 
 
LOCAL DE INFRAÇÃO PENAL 
 
Sargento, você certamente já ouviu falar em local de infração penal? 
Saberia dizer o que é? Vamos aprender? 
 
 
Apesar de já discutido anteriormente, a adoção de local de infração penal ao invés de 
local de crime, se deu em virtude desta última por muitas vezes ser imprópria, já que fatos como 
morte natural, acidental, suicídio, por exemplo sempre ensejaram a abertura de inquérito policial, 
e no entanto, após a conclusão vai se chegar a um fato penalmente atípico. No entanto é preciso 
salientar que nas palavras de Edmond Locard, a existência de um crime pressupõe três 
elementos: a vítima, o criminoso e o local em que se desenrolaram os acontecimentos. É o que 
ele denominou de triângulo do crime. 
 
 
 
 
 
 
Definição de Local de Infração Penal 
 
Para a definição de Local de Infração Penal, adotaremos a referência apresentada por 
Mallmith (2007), como a região do espaço em que ocorreu um evento delituoso. Neste sentido é 
toda área onde tenha ocorrido qualquer fato que reclame as providências da polícia. E finalmente 
em Eraldo Rabello, “Local de crime é a porção do espaço compreendida num raio que, tendo por 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
12 
 
origem o ponto no qual é constatado o fato, se estenda de modo a abranger todos os lugares em 
que, aparente, necessária ou presumivelmente, hajam sido praticados, pelo criminoso, ou 
criminosos, os atos materiais, preliminares ou posteriores, à consumação do delito, e com este 
diretamente relacionados. ” 
Sendo assim, na voz do mestre Eraldo Rebello: “Local de crime constitui um livro 
extremamente frágil e delicado, cujas páginas por terem a consistência de poeira, desfazem-se, 
não raro, ao simples toque de mãos imprudentes, inábeis ou negligentes, perdendo-se desse 
modo para sempre, os dados preciosos que ocultavam à espera da argúcia dos peritos”. 
 
Ainda nesse sentido, saliento as palavras da NI 006/1998 “Considera-se 
LOCAL DE INFRAÇÃO PENAL, toda área onde tenha ocorrido um fato 
que assuma a configuração de delito”. 
 
 Tal conceito implica em manter perenemente viva a advertência de que, enquanto não 
ficar perfeitamente esclarecido o fato, deve ele ser denominado como delituoso, mesmo se, 
aparentemente, não se tratar de um ilícito penal, cabendo ao perito criminal, em termos de 
conclusão, no caso de falecimento, apresentar aquilo que os juristas denominam de “causa 
jurídica da morte”, ou seja, distinguido o fato entre homicídio, suicídio ou acidente (diagnose 
diferencial). 
 
Classificação de Local de Infração Penal 
 
Os locais podem ser classificados de diversas maneiras, no entanto, adotaremos 
a divisão prevista na NI 006/1998: 
 
Sargento, você sabia que o local de infração penal é classificado 
segundo 03(três) critérios? Saberia dizer quais são eles? Vamos aprender? 
 
 
1) Quanto ao local em si; 
2) Quanto à natureza do fato; e. 
3) Quanto ao exame do local. 
 
Em relação ao local em si, isto é, sua situação topográfica, o local de infração penal se 
apresenta sob duas formas: 
 
 
 Você saberia dizer quais são elas? 
 
 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
13 
 
 
 Local Interno: é a área compreendida no interior das habitações de quaisquer espécies, 
isto é, em todo ambiente fechado. O fato ocorrendo em terreno cercado ou murado será 
a área considerada como “local interno”, por constituir recinto fechado. 
 Local Externo: é a área constituída por extensão aberta, ou seja, fora das habitações. 
Ex: rua, terreno baldio, etc.... 
 
Ainda sobre os locais internos e externos, são subdivididos do seguinte modo: 
 
 Ambiente Imediato: É a área onde ocorreu o fato. É nesse ambiente que se procede ao 
exame cuidadoso de todos os detalhes, presumindo-se que o local tenha sido 
convenientemente preservado desde o comparecimento do primeiro policial-militar. 
 Ambiente Mediato: Compreende as adjacências do local onde ocorreu o fato; é, por 
assim dizer, a área intermediária entre o local onde ocorreu o fato (local propriamente 
dito) e o grande ambiente exterior. 
 
No que tange à natureza do fato, o local de infração penal se apresenta sob as 
seguintes formas: 
 
1) Local de Homicídio; 
2) Local de Furto; 
3) Local de Furto Qualificado; 
4) Local de Incêndio; 
5) Local de Contravenção Penal, etc.... 
 
No Estudo do Local de Infração Penal sob esses dois primeiros aspectos, quanto 
ao local em si e quanto à natureza do fato, objetiva-se: 
 
 Determinar a natureza da área onde o mesmo ocorreu; e 
 Determinar a natureza do fato ocorrido. 
 
 
Em resumo, a natureza da área responde à seguinte pergunta: Onde 
ocorreu o fato? A natureza do fato ocorrido responde à pergunta: O que 
aconteceu? 
 
 
 
 Para a realização do Exame do Local de Infração Penal o perito precisa saber das formas 
que o local se apresenta, sendo ainda considerado: 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
14 
 
 
 Local Idôneo: é aquele que não foi violado, isto é, que não sofreu qualquer alteração 
desde a ocorrência do fato ou, ao menos, desde o comparecimento do policial-militar; 
 Local Inidôneo, Violado, Alterado ou Desfeito: é aquele que foi alterado, isto é, que sofreu 
qualquer alteração após a ocorrência do fato ou depois que o policial-militar tomou 
conhecimento do mesmo; 
 Locais Relacionados: são os que se referem a uma mesma ocorrência e oferecem 
pontos comuns de contato. 
 
Exemplificando o local relacionado: 
 Falsificação de moedas, de selos, atentados terroristas, etc. Nos casos de falsificação, 
a moeda ou o selo, são vendidos e apreendidos em determinado local, porém fabricados 
em outro; nos de atentados terroristas, o atentado é praticado em determinado local, 
porém, o material explosivo é adquirido ou preparado em outro. Os locais onde se deram 
os fatos e aqueles onde o material foi preparado estão relacionados. 
 Crimes de extorsão mediante sequestro. A vítima e os sequestradores são localizados 
em determinado local, enquanto a ação criminosa originou-se em outro. 
 
Técnicas de Isolamento e Preservação 
 
Quando da ocorrência de um crime, a polícia militar é a primeira instituição a chegar ao 
local, sendo, na maior parte das vezes, acionada por parentes da vítima ou qualquer pessoa do 
povo que venha a tomar conhecimento do fato. 
Importante ressaltar que a primeira providência que deve ser adotada pelo primeiro 
agente de segurança pública que chegar ao local do crime, em havendo vítima, é a de saber se 
a vítima ainda vive, por meio dos procedimentos de primeiros socorros adquiridos nos diferentes 
cursos de formação e especialização policial, a fim de que possa ser providenciado o devidosocorro. Ao perceber que a vítima já se encontra sem vida, deverá isolar o local até a chegada 
da polícia judiciária, cabendo a esta tomar as providências legais. 
O procedimento de preservação do local de crime sucede as providências pertinentes 
ao procedimento de isolamento do local de 
crime. Destaque-se que não se deve aceitar 
a improvisação. No entanto verifica-se o uso 
de corda e outros meios para se isolar um 
local de crime, e a ausência dos mais 
elementares equipamentos para a execução 
dos procedimentos de preservação, 
isolamento e perícia, dificulta, quando não 
impossibilita, a identificação da materialidade e autoria do crime. 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
15 
 
 O isolamento e a consequente preservação do local de crime é uma garantia que o 
perito terá ao encontrar a cena do crime conforme fora deixada pelo infrator, assim, como pela 
vítima, tendo com isso, as condições técnicas de analisar todos os vestígios. É também uma 
garantia para a investigação como um todo, pois, haverá muito mais elementos a analisar e levar 
para o inquérito, e posteriormente, para o processo criminal. 
 
O local de crime devidamente preservado oferece 
elementos vitais para a fixação das responsabilidades. E, no 
sentido inverso, poderá contribuir com a absolvição de 
criminosos em face da inconsistência probatória, em 
decorrência da possível violação dos vestígios. 
O papel da Polícia Ostensiva e da Polícia Judiciária quanto à preservação e isolamento 
do local de crime, alem de ser definido nos seus ditames internos, é também ditado pela 
legislação penal em vigor. 
A Polícia Militar, sendo uma instituição pública prestadora de serviços à comunidade, 
exerce sua missão constitucional de polícia ostensiva, e, nesse sentido, destaca-se dentre suas 
atribuições, a promoção do devido isolamento do local de crime, assim como de sua preservação. 
Portanto, o policial militar que primeiramente chegar ao local do crime, no que concerne 
aos procedimentos referentes aos vestígios e evidências, e manter o local como idôneo, deverá 
isolar a área de ocorrência do evento criminoso, não permitindo a alteração das coisas, assim 
como do cadáver, se houver; deverá também evitar que qualquer pessoa tenha contato com os 
vestígios, bem como para com os instrumentos do crime, resguardando-os, a fim de serem 
oportunamente analisados pelos profissionais de perícia, o que será detalhado abaixo. 
Após a chegada da autoridade policial competente (delegado de polícia, que representa 
a polícia judiciária, CMT DA OPM, que representa a polícia judiciária militar) no local de crime, 
conforme preconiza o artigo 6.º do Código de Processo Penal Brasileiro, o policial militar que 
atendeu a ocorrência entregará o local a este, transmitindo todas as informações e impressões 
obtidas. E, prioritariamente, quando a autoridade policial se defrontar com o local de ocorrência 
do delito criminoso, esta buscará preservar o local até a chegada dos peritos, e, buscará outras 
evidências que possam colaborar na investigação policial. 
A responsabilidade pela preservação dos locais de crime é de competência do primeiro 
agente de segurança pública que se defrontar para com a cena criminosa, por isso, que, o artigo 
169 do CPP, não atribui exclusividade de competência quanto às ações de isolamento e de 
preservação dos locais de crime. 
Entretanto, verifica-se, que em alguns casos, o 
local de crime é ignorado, seja por policiais militares ou 
policiais civis, quanto à preservação de seus vestígios, 
acabando por contaminar provas vitais ao 
esclarecimento do crime, e, em consequência disso, 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
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fornecendo subsídios para a defesa pedir a absolvição do acusado. 
 
 
Protocolo de Procedimentos nos Locais de Crime – IN 006/98 
 
 
Sargento, você sabe qual é o Protocolo de Procedimentos nos Locais 
de Crime – IN 006/98? Que tal aprender? 
 
 
Nesse sentido a NI divide os procedimentos de duas maneiras: 
 
1) Procedimentos Genéricos: 
 
 Socorrer a vítima (primeiros socorros) ou providenciar atendimento médico; 
 Prender o infrator (se possível); 
 Interditar o local; 
 Preservar o local; 
 Comunicar o fato ao COPOM, ou a Sala de Operações e à DP da circunscrição; 
 Arrolar testemunhas e realizar a investigação preliminar; 
 Aguardar no local a chegada da Autoridade de Polícia Judiciária e da Perícia Criminal. 
 
 Visando a preservação do local de infração penal, deverão ser observados, além dos 
procedimentos genéricos, os seguintes Procedimentos Específicos: 
 
1) Nos casos de local interno ou de acesso restrito: 
 
 Prender o criminoso: agir com cautela necessária, revistando-o, desarmando-o e 
colocando-o sob custódia até a chegada da autoridade policial, ou se possível e necessário, 
conduzindo-o até a Delegacia Policial da área. Tendo que optar entre o socorro à vítima 
e a prisão do criminoso, o socorro tem prioridade. Caso existam dois ou mais policiais 
militares, de acordo com a ocorrência e a percepção dos milicianos, poderá ocorrer a divisão 
de funções, um prendendo o criminoso e o outro socorrendo a vítima; 
 Socorrer vítima: utilizar os conhecimentos de “Primeiros Socorros”, usando a técnica 
adequada no sentido de minorar sofrimento e salvar vidas. No caso de impossibilitar ou 
inconveniência da utilização de “Primeiros Socorros”, providenciar com urgência o 
atendimento médico. 
 Isolar o local: Principalmente a área do evento (área imediata) e suas vias de acesso, 
impedindo o ingresso ou permanência de parentes, curiosos, jornalistas ou quaisquer 
pessoas que não habilitadas para este mister (policiais e/ou peritos). 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
17 
 
 Preservar o local: especialmente a “área imediata”, adotando as seguintes medidas: 
 Não tocar ou mudar de posição de todo e qualquer objeto existente no local, considerando 
que a posição dos móveis desarrumados ou desviados de suas posições normais, e 
roupas de cama em desalinho, constituem elementos objetivos para a realização dos 
exames periciais; 
 Não mexer nem recolher armas, estojos, projéteis, documentos e papéis em geral e o que 
mais houver, nem permitir que outras pessoas o façam. Deve ter sempre em mente que 
aquele local e intangível; 
 Se houver cadáver, permanecer em suas proximidades sem o tocar ou mudar de posição, 
não permitir também que outras pessoas assim procedam; 
 Na ocorrência de incêndio, auxiliar na evacuação do prédio ou residência, conservando as 
pessoas “na área mediata”. Havendo cadáver no local onde estiver ocorrendo o incêndio, 
e não existindo outra alternativa, o mesmo deverá ser retirado; 
 Nos casos de acidente por vazamento de gás, deve-se fechar o registro geral, retirar 
vítimas, quando vivas para a “área mediata” e abrir portas e janelas de modo a ventilar 
completamente o ambiente. Não adentrar ao recinto com cigarro acesso e nem acionar 
os interruptores, pois poderá ocasionar uma explosão. 
 Nas violações de fechadura por meio de gazua, micha ou chave falsa, não fechar nem 
permitir que as fechem com as chaves que lhes são próprias, preservando-se assim os 
eventuais vestígios; 
 Os cadeados e ferrolhos destruídos por arrombamento, não devem ser reparados antes 
do competente exame pericial. 
 
 Comunicar o fato: Comunicar imediatamente o fato ao COPOM ou Sala de Operações da 
Unidade e à Autoridade de Polícia Judiciária da área, ou se não puder solicitar que alguém 
o faça, usando o meio mais rápido que dispuser. 
 Arrolar testemunhas do fato e realizar investigação preliminar: Entrevistar, quando 
possível, as vítimas, testemunhas e suspeitos, buscando provas para a incriminação dos 
últimos. 
 Aguardar no local: Permanecer no local até a chegada da Autoridade de Polícia Judiciária 
e da Perícia Criminal, entregando o mesmo àquela Autoridade e transmitindo-lhe as 
informações já obtidas. 
 
2) Nos casosde local externo: 
 
 O policial militar deverá interditar apenas a área que contenha vestígios, procurando, tanto 
quanto possível, não interromper o trânsito, se for o caso de fato ocorrido em logradouro, 
adotando as demais providências preconizadas para o local de infração penal interno; 
 Preservar o local, mediante os seguintes cuidados: 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
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 Se houver vestígios ou objetos a serem inutilizados pela ação de intempéries (chuva, 
vento, umidade, etc....), tais como manchas de sangue, pegadas, sulcos, marcas de 
arrastamento de pneus, armas e outros, deverão ser protegidos cobrindo-se com 
plástico, lona, lata, tábua, ou o que houver a mão. Deve o policial militar, entretanto, 
cuidar para que os vestígios, porventura existentes, não sejam tocados ou mudados de 
posição, ao serem cobertos; 
 Os materiais mais apropriados para o isolamento e preservação dos locais de infração 
penal são cordas, cavaletes, fitas, plásticos e lonas. Não obstante, poderão ser utilizados 
tábuas, caixotes, latas, folhas de zinco, saco de aniagem, arames ou quaisquer outros 
materiais disponíveis. É válido solicitar-se o auxílio de terceiros para a obtenção do 
material necessário. 
 Adotar, no que couber, as demais medidas relativas ao local de infração penal interno; 
 Nos casos de veículos envolvidos em fatos de interesse criminalístico (extorsão 
mediante sequestro, homicídios, roubos, etc.), deverão ser observados os seguintes 
procedimentos: 
 Não tocar ou mudar a posição do (s) veículo (s), preservando-o (s) no próprio lugar em 
que for (em) encontrado (s), ficando expressamente proibida a sua remoção antes da 
realização do exame pericial; 
 Em nenhuma hipótese adentrar ao veículo, tendo em vista, em especial, a preservação 
das impressões digitais, palmares e outras, que eventualmente possam ser detectadas 
internamente no volante, no espelho retrovisor, nos vidros, no painel e outras partes do 
veículo; 
 Havendo cadáver no interior do veículo, o mesmo não deverá ser tocado ou mudado de 
posição até a realização da perícia; 
 Nada deverá ser tocado ou retirado do interior do veículo, tais como armas, bolsas, 
carteiras, porta-documento, agendas ou quaisquer outros objetos. 
 O policial militar em qualquer local de infração penal deverá observar as seguintes regras 
de comportamento: 
 Não fumar e nem permitir que fumem, visto que palitos de fósforo, cinzas e pontas 
de cigarros, muitas vezes constituem elementos de valor criminalístico e, se 
tiverem sido depositados no local após o seu isolamento, poderão confundir os 
peritos; 
 Os aparelhos telefônicos existentes no local, bem como as dependências 
sanitárias ou quaisquer outras, não deverão ser utilizados. 
 Não prestar qualquer tipo de informação ou emitir opinião, a não ser àqueles 
a quem por dever de ofício cabe informar sobre o fato; 
 Evitar que seja tomada a sua própria fotografia atuando no local; 
 Permitir o trabalho dos órgãos de comunicação no local de interesse, somente 
após a liberação do mesmo pela Perícia Criminal e pela autoridade de Polícia 
Judiciária. 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
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COMPETÊNCIAS DE CADA ÓRGÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA 
 
 
A Constituição Federal de 1988, pela primeira vez em nosso direito constitucional, dedica 
um capítulo à segurança pública. Trata-se do terceiro capítulo do título V – Da Defesa do Estado 
e das Instituições Democráticas. 
No art. 144, da CRFB está previsto que, “A segurança pública, dever do Estado, direito 
e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade 
das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I- Polícia Federal; II- Polícia 
Rodoviária Federal; III- Polícia Ferroviária Federal; IV- Polícia Civil; V- Polícia Militar e Corpo de 
Bombeiro Militar”. 
Nesse sentido a Polícia Civil é um órgão permanente, organizado, e estruturado em 
carreira que exerce as funções de polícia judiciária. Sendo obrigação de cada Estado-membro 
da Federação possuir sua própria força policial civil sendo responsável por sua manutenção. A 
União compete em atendimento, conforme previsão da CRFB no seu art. 21, XIV, organizar e 
manter a Polícia Civil do Distrito Federal. A direção da Polícia Civil é reservada a um delegado 
de polícia que seja integrante da instituição, o que impede que os governadores venham a 
nomear uma pessoa que não pertença aos seus quadros. 
A atividade fim exercida pela Polícia Civil é a função de polícia judiciária, onde deve 
buscar a autoria e materialidade das infrações criminais, com o objetivo de fornecer os elementos 
necessários ao titular da ação penal, para que este possa propor a denúncia ou oferecer a queixa 
contra o autor dos fatos. 
 No que tange a Polícia Militar e suas atribuições a CFRB no 
seu art. 144, § 5º, disciplina que, “Às policias militares cabem à polícia 
ostensiva e a preservação da ordem pública”; 
De maneira que o texto constitucional evidencia que a Polícia 
Militar exerce a função de polícia administrativa, evitando atos lesivos 
aos bens individuais e coletivos, devendo agir para impedir ou paralisar atividades antissociais. 
 
 
PROVA 
 
Conceito de Prova 
 
Em Calgiari (1998), observamos que o vocábulo prova oriundo do latim probatio, do 
verbo probare, que significa demonstrar, reconhecer, formar juízo de. Nesse sentido seu valor 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
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jurídico, é a demonstração que se faz, pelos meios legais, da existência ou veracidade de um 
fato material ou de um ato jurídico, em virtude da qual se conclui por sua existência ou se afirma 
a certeza a respeito da existência do fato ou do ato demonstrado. 
Nesse sentido, a demonstração dos fatos está 
pautada na pretensão do autor, e no que o réu alega em 
oposição a essa pretensão, é o que constitui a prova. Antes, 
porém o “processo”, “é o conjunto de atos legalmente 
ordenados, para a apuração do fato, da autoria e a exata 
aplicação da lei”. Com o fito de descoberta da verdade, o 
meio. A sentença que é resultado da aplicação da lei vai 
resolver o conflito, para a apuração da verdade o nome é 
instrução, sendo nesta fase que as partes demonstram o que objetivam, para o acusador a 
pretensão punitiva e para o acusado a defesa. E essa demonstração que se trata da constituição 
das provas, cuja finalidade é o convencimento do juiz sobre os elementos necessários para a 
decisão da causa. Assim a finalidade da prova é convencer o juiz de que os fatos existiram ou 
não e ocorreram desta ou da outra forma. 
De maneira geral, as provas são classificadas, no processo, em objeto, sujeito e forma. 
 
 
 
Você sabia que o objeto da prova é o fato a se provar? E que 
pode ser direta ou indireta? Sendo que as diretas se referem 
imediatamente aos fatos, e as indiretas, também chamadas de 
circunstancial, são aquelas que se deduz da existência do fato, que leva 
a conclusão da existência do fato? 
 
O sujeito da prova é a pessoa ou coisa que atesta a existência do fato, são o lugar a 
arma, o cadáver, a ferida, etc. 
A forma da prova é a modalidade ou maneira, testemunhal, documental ou material, que 
a prova se apresenta. 
 
Provas Ilícitas 
 
As provas ilícitas, apesar da controvérsia doutrinária, podem se afirmar que estas 
aparecem na lide entre a defesa social e o respeito a direitos fundamentais, sendo categorizada 
como vedada, o que pode ser estabelecido por uma lei processual ou por outra norma, ou ainda 
decorrer de um princípio geral do direito. 
Neste sentido, indicam que a prova foi colhida infringindo norma ou princípio 
constitucional ou legal e frequentemente são aquelas que foram obtidas ferindo a liberdade, a 
personalidade ou intimidade, violação do domicílio (art. 5°, XI, da CF) ou das comunicações (art. 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
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5°, XII, da CF); as conseguidas mediante tortura ou maus-tratos(art. 5°, III, da CF); as colhidas 
com infringência à intimidade (art. 5°, X, da CF), entre outras. 
E em conformidade com observado no artigo 157 do CPP “Serão inadmissíveis as provas 
ilícitas, assim entendidas as obtidas com violação a princípios ou normas constitucionais, e as 
delas resultantes”. 
 
Estrutura Analítica da Prova 
 
 Em sua configuração teórica podemos categorizar a prova nas seguintes partes, 
elementos de prova, meio de prova e instrumento de prova, que devem ser identificadas no 
momento da produção da prova para o processo. 
 
 
 
 
 
 
Elemento de prova, são os dados da realidade objetiva concernente ao fato ocorrido: 
coisa, pessoa, cadaver, espaço, etc. 
Meio de prova refere-se aos dados da realidade objetiva, existentes na dimensão do 
espaço, concernente ao ato, fato, coisa ou pessoa, tal como um cadáver ou um elemento 
qualquer existente no fato ocorrido. 
O meio de prova é a categoria que disciplina a obtenção dos elementos de prova. 
É por meio desta categoria que se realiza a captação/apreensão dos dados da realidade 
objetiva para sua introdução no processo. 
No processo penal brasileiro destacam-se como meios de prova, 
regulados pelo Código de Processo Penal (CPP): o Interrogatório , 
disciplinado nos art. 185 ao 196, dispositivos que foram recentemente 
alterados pela Lei n.º 10.792/03; a Acareação, prevista nos arts. 229 e 230; 
o Depoimento do Ofendido, disposto no art. 201, e o das Testemunhas, 
disposto nos arts. 202 ao 225; a Perícia, constante dos arts. 158 ao 184; o 
Reconhecimento de Pessoas e Coisas, regulado nos arts. 226, 227 e 228; 
e a Busca e Apreensão reguladas nos arts. 240 ao 250 do CPP. 
 
Diferenciar o meio de prova das demais categorias, que integram o instituto da prova é 
imprescindível para que seja possível desconstituir-se a noção equívoca compartilhada pela 
doutrina ao utilizar o termo "prova ilícita", pois não existe "prova ilícita", mas sim prova obtida por 
meio ilícito. 
Após a obtenção do elemento de prova por meio lícito e legalmente permitido, tem-se 
ainda que fixar o mesmo nos autos de processo. Para tanto é necessário a utilização da categoria 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
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do instrumento de prova, que se destina a materializar de modo gráfico-formal os elementos 
obtidos. 
A prova em sentido jurídico-processual deve ser compreendida como a resultante da 
extração na faticidade dos elementos de prova pelos meios legalmente previstos, formalizados 
nos instrumentos que os fixam aos autos do procedimento, servindo de base para a formação 
do conhecimento. 
Provar em direito é representar e demonstrar, instrumentando os elementos de prova 
pelos meios de prova. 
Meio de prova é, entre as categorias integrantes do instituto jurídico da prova, aquela 
sob a qual deve recair a análise da licitude/ilicitude da obtenção dos elementos de prova, 
justamente por ser a categoria que disciplina a captação/apreensão dos referidos elementos, 
(Silva, 2006). 
Assim, os elementos empregados na feitura do Inquérito são as PROVAS, meios que 
servem para demonstrar algo. No IP as provas são os meios pelos quais são evidenciados os 
atos e fatos pertinentes as ocorrências criminosas, a fim de que aquele que tomar conhecimento 
delas aceite como verdade. 
Nesse sentido, prova é tudo aquilo que pode trazer ao espírito a certeza de um fato, 
prova é a soma dos meios produtores da certeza. (Rosa, 1938, PAG 181apud, Costa, 2000) 
 
O Código de Processo Penal enumera quais as provas que entram na composição 
de um Inquérito Policial: 
Coisas apreendidas (art. 6º, II e art. 240), 
Informações das vítimas (art. 6º IV e art.201), 
Informações de testemunhas (art. 6º III e art. 202), 
Informações de acusados (art. 6º V e arts. 185 e 197), 
Acareação (art. 6º VI e art. 229), 
Reconhecimento (art. 6º VI e art. 226), 
Documentos (art. 6º III e art. 231) 
Perícias em geral (art.6º VII e art. 158) 
Identificação datiloscópica (art.6º VIII) 
Estudo da vida preserva (art.6º IX) 
Reconstituição (art.7º) 
Podemos ainda, apresentar dois grupos de PROVAS: o das Subjetivas ou Informativas 
e das Objetivas ou Materiais. Um terceiro grupo designado como de complementares, que 
durante o desenvolvimento do curso será esclarecido. 
 
Corpo de Delito 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
23 
 
 
 
Sargento, o que é Corpo de Delito? Vamos aprender? 
 
 
Em Mallmith (2007), observamos que de maneira didática, os objetos encontrados no 
local da infração penal podem ser segmentados em duas partes: o corpo de delito e os vestígios. 
O corpo de Delito no Código de Processo 
Penal, se referindo apenas ao ser humano. 
Entretanto atualmente, entende-se corpo de delito 
como qualquer ente material relacionado a um 
crime e no qual é possível efetuar um exame 
pericial. “É o delito em sua corporação física. ” 
O corpo de delito é o elemento principal de um local de crime, em torno do qual gravitam 
os vestígios e para o qual convergem as evidências. É o elemento desencadeador da perícia e 
o motivo e razão última de sua implementação. (Mallmith, 2007, p. 8). 
Resumindo, podemos dizer que o corpo de delito é aquele objeto que, removido da cena 
do crime, descaracterizaria por completo a ocorrência, tornando-a até, em alguns casos, 
inexistente. 
 
Ônus da Prova 
 
Os doutrinadores reconhecem como um problema 
fundamental do Direito no processo o ônus probandi. 
Quem deve provar? Quais as consequências para quem 
não tem a obrigação e qual o efeito de deixar de fazer ou 
fazer de modo insuficiente, assim o art. 156 do CPP “A 
prova da alegação incumbirá a quem a fizer; mas o juiz 
poderá, no curso da instrução, ou antes, de proferir a sentença, determinar, por ofício, diligências 
para dirimir dúvidas sobre ponto relevante”. 
 
Neste sentido, o novo CPC, Lei 13.105 de 19 de março de 2015 no seu Art. 373. O 
ônus da prova incumbe: 
 ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
 ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do 
autor. 
 
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à 
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior 
facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
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diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a 
oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. 
§ 2o A decisão prevista no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a 
desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. 
 
§ 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das 
partes, salvo quando: 
 recair sobre direito indisponível da parte; 
 tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 
§ 4o A convenção de que trata o § 3o pode ser celebrada antes ou durante o processo. 
Deste modo, a pretensão punitiva do Estado se fundamenta num fato delituoso que se 
atribui a determinada pessoa, o acusado. Se aplicarmos aquela regra ao processo penal, ter-se-
á que ao Estado incumbir à prova da existência do fato criminoso e de sua autoria, que embase 
o jus puniendi. E o acusado, se incumbirá da demonstração de outros fatos que possam impedir, 
modificar ou extinguir aquele jus puniendi, como, por exemplo, as causas de exclusão de ilicitude 
ou culpabilidade. 
Para o processo o réu será absolvido quando não houver prova da 
existência do fato, CPP artigo 386, n° II, ou quando não existir prova de ter 
concorrido para a infração penal CPP, artigo 386, n° IV. Deduz-se de ambos 
os preceitos que à parte acusadora incumbe fornecer os meios necessários 
de prova para a demonstração da existência do corpus delicti e da autoria. 
Daí se segue que todos os elementos constitutivos do tipo devemter sua existência provada, ficando o ônus probandi, no caso, para a 
acusação. “Cabe a esta demonstrar, não só a chamada materialidade do 
crime (o que é função do auto de corpo de delito), como ainda os elementos subjetivos e 
normativos do tipo”. 
De modo que para o réu que goza da presunção de inocência, a prova do crime quer a 
parte objecti, quer a parte subjecti, deve ficar a cargo da Acusação. No caso do ônus da prova 
para a defesa ela é um ônus imperfeito, em virtude do in dúbio pro reo, que leva a absolvição 
nos casos de dúvida, pelo fato de bastar suscitar uma dúvida razoável para que esta milite em 
seu favor. 
 
 
PROVA MATERIAL – INVESTIGAÇÃO OBJETIVA 
 
 
Você saberia dizer o que são provas objetivas? Que tal aprender? 
 
 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
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As provas Objetivas são denominadas provas mudas, são aquelas baseadas em 
vestígios, são colhidas e entregues para apreciação dos peritos e são transportadas ao Inquérito 
por meio de laudos. A finalidade é provar a materialidade do delito. 
 
 
 
Conceito de Investigação Objetiva 
 
A investigação é realizada pela Polícia 
Judiciária que pode ser estadual ou federal, porém não 
é exclusividade dela. Os parlamentares podem realizar 
investigação, porém esta é voltada para fatos políticos e 
possuem desdobramentos criminais, a Constituição 
Federal prevê as CPI para crimes políticos. Portanto, não é exclusividade do delegado fazer 
investigação. 
O Inquérito Policial é o procedimento utilizado pela Polícia Judiciária para investigar, 
apurar a infração penal, a fim de colher todos os elementos de prova relacionados com o fato. 
Trata-se de procedimento administrativo e meramente informativo. 
Não temos no inquérito policial o contraditório, ou seja, o Inquérito Policial é todo 
desenvolvido pelo Estado contra o investigado. Tudo o que for apurado devem ser renovados 
em juízo, ou seja, reproduzido para o juiz. 
Nesse sentido, a investigação objetiva, trata dos vestígios do crime, ou seja, da parte 
material do crime. 
 
Vestígios, Evidências e Indícios 
 
 
Sargento, você certamente já ouviu falar em vestígios, 
evidências e indícios? Saberia diferenciá-los? Vamos aprender? 
 
 
Como vestígio, entende-se: “Sinal que homem ou animal deixa no lugar onde passa; 
rastro, pegada, pista; no sentido figurado, indício, pista, sinal”. Os vestígios constituem-se, pois, 
em qualquer marca, objeto ou sinal sensível que possa ter relação com o fato investigado. 
A existência do vestígio pressupõe a existência de um agente provocador, é o que 
produziu o vestígio – ou contribuiu para tal e de um suporte adequado, o local onde fora produzido 
tal vestígio, quando se fala de algo material e o vestígio em si que é tudo o que é encontrado no 
local do crime que, após estudado e interpretado pelos peritos, pode se transformar em elemento 
de prova, individualmente ou associado a outros. Porém, antes de se transformar em uma prova, 
passará pela fase da evidência. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
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Como evidência entende-se a “qualidade daquilo que é evidente, que é incontestável, 
que todos vêem ou podem ver e verificar”. 
No âmbito da Criminalística, porém, constitui uma evidência o vestígio que, após 
analisado pelos peritos, se mostrar diretamente relacionado com o delito investigado. 
As evidências são, portanto, os vestígios depurados pelos peritos. Observamos que as 
evidências, por decorrerem dos vestígios, são elementos exclusivamente materiais e, por 
conseguinte, de natureza puramente objetiva. 
O termo indício encontra-se explicitamente definido no artigo 239 do Código de Processo 
Penal: “Considera-se indício a circunstância conhecida e provada que, tendo relação com o fato, 
autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias. ”. 
Num primeiro momento, o termo definido pelo art. 239 do CPP parece sinônimo do 
conceito de evidência. Contudo, a expressão “indício” foi definida para a fase processual, 
portanto para um momento pós-perícia, o que quer dizer que a palavra “indício” carreia consigo, 
além dos elementos materiais de que trata a perícia, outros de natureza subjetiva, próprios da 
esfera da polícia judiciária, (Mallmith, 2007, pag 09). 
 
Tipos de Vestígios ou Evidências 
 
Existem inúmeros tipos de evidências físicas: 
 Impressões digitais e outras; 
 Evidências impressas; 
 Evidências de fibras e cabelos/pelos; 
 Outras evidências; 
 Armas de fogo e ferramentas; 
 Evidência biológica; 
 Fluidos inflamáveis ou combustíveis; 
 Material explosivo; 
 Documentos questionados; 
 Drogas; 
 Evidência de marca de mordida; 
 Evidência entomológica. 
 
Principais Vestígios Encontrados em Local de Infração Penal 
 
Dependendo do local de infração penal os vestígios encontrados serão diferenciados, 
sendo muitas vezes indicativos da infração penal cometida. 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
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Neste sentido em Locais de Crime Contra o 
Patrimônio, os vestígios mais comumente encontrados 
são os danos aos bens móveis e imóveis, sendo muito 
comum a ruptura ou transposição forçada de 
fechaduras, cadeados, portas, janelas, dutos de 
ventilação, etc., propiciando, assim, um acervo maior de 
vestígios materiais na ação. 
Ainda nos Locais de Crime Contra a Vida, em que supostamente, tenha ocorrido um 
homicídio podem existir diversos tipos de vestígios associativos, manchas de sangue, em estado 
líquido ou na forma de crosta, arma, pegadas, instrumentos cortantes, entre outros. 
Nos crimes contra a dignidade sexual, o esperma é um vestígio importantíssimo, mas se 
pode observar marcas no corpo, hematomas e outros a serem observados pelos peritos ou pelo 
Médico Legista. 
Outros vestígios também podem estar presentes na cena do crime, a depender da 
natureza do delito, como saliva, leite, colostro, líquido amniótico, matéria fecal, urina, vômitos, 
fibras e pelo. 
 
Preservação da Prova Material – Cadeia de Custódia 
 
A evidência material, como já foi dito, pode ser qualquer elemento, desde grandes 
objetos aos itens microscópicos, produzido durante a execução de um crime e coletado no local 
ou em locais relacionados. 
Assim, com exceção das provas materiais, todas as outras fontes de informação sofrem 
com problemas de confiabilidade limitada. A evidência material, quando identificada e 
apropriadamente tratada, oferece a melhor perspectiva para prover informações objetivas e 
confiáveis envolvendo o incidente sob investigação. 
Tal valor da evidência, mesmo cuidadosamente coletada e 
preservada, pode ser perdido se a cadeia de custódia não for 
adequadamente constituída. Cadeia de custódia é geralmente 
reconhecida como o elo fraco em investigações criminais. E refere-se 
ao procedimento de documentação cuidadosa e cronológica da 
evidência material para estabelecer a sua ligação à infração penal. 
Desde o início até o fim do processo judicial, é fundamental ser capaz de demonstrar 
cada passo (todas as etapas) para assegurar o “rastreamento” e a “continuidade” da evidência 
desde o local de crime até a sala do tribunal. 
 
 
PROVA SUBJETIVA – INVESTIGAÇÃO SUBJETIVA 
 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
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Você sabia que as provas subjetivas são informações ou 
notícias? E que suas fontes são as pessoas participantes dos 
acontecimentos tais como vítimas, acusados, e qualquer pessoa que 
teve conhecimento direto ou indireto dos fatos? 
 
 
Conceito de Investigação Subjetiva e Prova Subjetiva 
 
Pode-se conceituar a prova subjetiva (ou pessoal) como sendo aquela que exprime o 
conhecimento subjetivo e pessoal atribuídos a alguém. Exemplificando: o interrogatório,os 
depoimentos, a confissão, as conclusões dos peritos e etc. 
Quanto ao seu valor jurídico, a prova a ser medida pelo juiz é aquela produzida em juízo, 
com observância dos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa e da 
publicidade. 
O artigo 155 do CPP deixa claro que uma decisão não poderá se fundamentar 
exclusivamente nos elementos obtidos na fase de investigação. 
 
Abordagem de Testemunhas, Vítimas e Suspeitos 
 
 No que diz respeito à abordagem de testemunhas, vítimas e 
suspeitos, a atuação do policial militar deve se persuasiva, cortês e objetiva. 
O tom de voz e as palavras que usar incutirão imensa influência nas 
respostas que o policial irá receber. O tom de voz usado deve ser 
proporcional aos propósitos do policial, que pode sofrer variação de uma 
busca por informações até um pedido de cooperação ou ordem direta, como 
devem receber as pessoas sobre as quais existam fortes suspeitas. 
Apelidos, insinuações, gírias e brincadeiras não devem ser utilizados. 
O policial precisa manter-se emocionalmente imparcial ao dialogar durante a abordagem. 
Também não se deve perder de vista as questões legais inerentes ao tratamento que 
deve ser dispensado a algumas provas em espécie. 
 
Técnicas de Abordagem 
 
Interrogatório 
Pode-se definir o interrogatório como sendo a resposta dada pelo acusado às perguntas 
que lhe são formuladas, para esclarecimento do fato delituoso e suas circunstâncias. Atualmente 
o interrogatório ganha um caráter misto à sua natureza jurídica, podendo se constituir tanto como 
meio de defesa como fonte de prova (art. 187 do CPP). 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
29 
 
Confissão 
Consiste no reconhecimento total ou parcial, feito pelo acusado, da verdade dos fatos 
pertinentes à acusação que lhe é imputada, podendo ser classificada como simples ou 
qualificada (art. 190 e art 197 do CPP). 
Ofendido 
O ofendido é o titular eventual do bem jurídico ameaçado ou atingido. A vítima não se 
confunde coma a testemunha, posto que não está compromissada e se mentir não incorrerá em 
falso testemunho, podendo, dependendo do caso, responder por denunciação caluniosa ou 
comunicação falsa de crime (art. 201 do CPP). 
Testemunha 
São os olhos e ouvidos da justiça, haja vista que toda pessoa pode servir como 
testemunha (art. 202 do CPP). 
 
Preservação da Prova Subjetiva 
 
Refere-se aos cuidados que se deve ter para viabilizar a utilização da prova subjetiva. 
A preservação pode ocorrer mediante a garantia dos cuidados médicos indispensáveis 
à manutenção da vida, à recuperação de alguma doença, o tratamento de ferimentos, como 
também nas medidas voltadas a garantir a integridade física, como o que ocorre com os 
programas de proteção à testemunha. 
Uma pessoa pode ser vítima, que presenciado e sobrevivido aos fatos será também 
testemunha, algo que também pode ocorrer com algum suspeito (ou infrator), o qual, diante de 
certas circunstâncias, também poderá se constituir em importante testemunha, correndo o risco 
de ser vítima de “queima de arquivo”. 
 
 
 
 Atenção aos Comentários no Local de Crime 
 
 
 
A curiosidade das pessoas pode ser uma ferramenta interessante para auxiliar nas 
investigações, bastando que fique atento para captar estas informações no momento que elas 
estiverem sendo expostas no local do crime. Se o policial prestar atenção para esse aspecto, vai 
notar o quanto às pessoas fazem comentários sobre um crime ocorrido e que estão observando. 
Dentre essas pessoas que estão no local pode-se encontrar algum parente ou amigo próximo 
que, revoltado com o fato, esteja vociferando informações importantes para a elucidação do fato. 
Normalmente as pessoas que ali estão são das imediações e muitas conhecem alguma coisa 
sobre a vítima ou agressor. 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
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Quando se aglomeram para ver o local e a própria movimentação policial, ficam a 
comentar os mais variados assuntos sobre o caso que estão vendo. 
 
Catalogar Possíveis Testemunhas 
Esta é uma importante ajuda para o esclarecimento do crime. Dessa forma, o policial que 
primeiro chegar ao local deve procurar sempre interagir com as pessoas que estejam nas 
imediações, verificando de forma sutil e informal pessoas que poderiam prestar algum 
testemunho do crime. A tarefa de identificar uma potencial testemunha pode ser executada 
simultaneamente com a “atenção nos comentários de populares”, procurando se aproximar de 
pessoas que estejam conversando ou demonstrando algum interesse em observar o ambiente 
do delito. 
 
Observar Possíveis Suspeitos 
Prestar bastante atenção aos comentários das pessoas que estão observando o local de 
crime, pois nestes as possibilidades de observar e/ou identificar suspeitos daquele crime são 
maiores. É comum em alguns casos o autor do crime estar nas imediações ou no próprio local 
observando o trabalho da polícia e da perícia. Existem até aqueles mais ousados que vêm 
conversar com algum policial, na tentativa de extrair informações sobre o que já foi descoberto 
sobre o crime e, assim, poder avaliar quanto a sua segurança de não ser descoberto. 
 
Reflexão 
O primeiro policial que chegar ao local de crime deve estar ciente das providências e 
tarefas a serem realizadas. Melhor e mais seguro será o resultado da investigação como um 
todo, pois a tomada de providências adequadas garante mais segurança ao próprio policial, às 
vítimas e à investigação. Destaca-se como é importante a realização de tarefas pelo primeiro 
profissional no sentido de auxiliar na investigação e preservar as informações. 
 
 
SOLICITAÇÃO DE EXAMES PERICIAIS DE NATUREZA 
CASTRENSE 
 
 
Sargento, você já ouviu falar em Exames Periciais de Natureza 
Castrense? Vamos aprender os diferentes tipos de exames solicitados? 
 
 
Nesta Unidade, vamos conhecer a Nota de Instrução 003/2008 que regula os 
procedimentos a serem adotados pela Corporação quanto ao fiel cumprimento das normas legais 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
31 
 
pertinentes à solicitação de Exames Periciais de natureza castrense ao Centro de Criminalística 
da PMERJ (CCrim). 
Neste sentido, cabe ressaltar que a obrigação legal de preservar e isolar cabe ao primeiro 
policial que chegar no local, salientando que conforme o Art. 12 do CPPM, logo que tiver 
conhecimento da prática de infração penal militar, verificável na ocasião, a autoridade a que se 
refere o § 2º do art. 10 deverá, se possível: a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não 
alterem o estado e a situação das coisas, enquanto necessário. b) apreender os instrumentos e 
todos os objetos que tenham relação com o fato; c) efetuar a prisão do infrator, observado o 
disposto no art. 244; d) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas 
circunstâncias. Dessa maneira as autoridades a que se referem o § 2º do art. 10 apesar da 
delegação não obsta que o oficial responsável por comando, direção ou chefia, ou aquele que o 
substitua ou esteja de dia, de serviço ou de quarto, tome ou determine que sejam tomadas 
imediatamente as providências cabíveis, previstas no art. 12, uma vez que tenha conhecimento 
de infração penal militar que lhe incumba reprimir ou evitar. 
 
Métodos de acionamento do CCRIM 
 
Para o correto acionamento do CCRIM, as atuações do centro 
podem ser divididas de duas maneiras: o acionamento que exige a 
presença imediata do perito, que pela natureza do fato ou pelas 
circunstâncias os elementos materiais podem ser perdidos, e quando a 
presença do Perito Militar não é requisito fundamental para apuração da 
materialidade do fato. 
Nos casos em que a presença do perito seja fundamental, 
dividimos didaticamente da seguinte maneira: a primeira, quando pelo fato ou natureza da 
prisão, torna-se necessário a presença imediata do Perito Militar, a segunda o acionamento é 
realizado diretamente pelo Comandante, Chefe ou Diretor,seguido de posterior instauração de 
procedimento apuratório competente, e finalmente fora do expediente quando efetuado pela 
Supervisão de Oficiais, Oficial de Dia ou Oficial mais antigo da OPM que esteja representando o 
Comandante, Chefe ou Diretor, comumente este acionamento é realizado após o expediente. 
 Quando se exige a imediata presença do perito: 
 Quando efetuado por Presidente de Auto de Prisão em Flagrante de Delito, 
APF: 
 Solicitar ao Chefe do CCrim o deslocamento da equipe de Peritos Militares através dos 
meios de comunicação disponíveis na corporação; 
 Ratificar por ofício (Anexo I) a solicitação efetuada, no prazo máximo de cinco dias 
úteis, a contar da data de acionamento; 
 Explicitar no ofício o tipo de exame solicitado e os quesitos a serem respondidos, 
conforme artigos 316 e 317 do Código Processual Penal Militar (CPPM). 
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 Observar o fiel cumprimento da NI nº 006/98 (republicada no BOL PM nº 062, de 
02ABR2001), no que se refere ao isolamento e preservação do local de infração penal, 
considerando ainda o disposto no art. 339 do CPPM: “é responsabilidade da 
autoridade solicitante a preservação do estado das coisas até a chegada dos 
peritos”, havendo mesma previsão no art. 169 do CPP. 
 
 Quando efetuado por Comandante, Chefe ou Diretor: 
 Solicitar ao Chefe do CCrim o deslocamento da equipe de Peritos Militares através dos 
meios de comunicação disponíveis na corporação; 
 Certificar-se através da Supervisão de Oficiais 
ou outro meio que julgar conveniente e eficaz, de que 
o local está isolado e preservado, observando o fiel 
cumprimento da NI nº 006/98 (republicada no Bol PM 
nº 062, de 02ABR2001), considerando ainda o 
disposto no art. 339 do CPPM: “é responsabilidade 
da autoridade solicitante a preservação do estado 
das coisas até a chegada dos peritos”, havendo 
mesma previsão no art. 169 do CPP; 
 Sendo constatada a inidoneidade do local (não preservação), adotar as ações 
necessárias ao isolamento e preservação do mesmo, conforme alínea alfabética 
anterior. 
 Instaurar o devido procedimento apuratório que o caso requer (IPM, Sindicância, 
Averiguação, Inquérito Técnico), determinando que o Encarregado ratifique, através de 
ofício (Anexo I), a solicitação do exame pericial pretérito, no prazo máximo de dez dias 
úteis, a contar da data de acionamento dos peritos; 
 Nos casos de acidente de trânsito sem vítima, cujas viaturas tenham sido removidas, 
com base nas Leis Federais nº 5.970/73 (para remoção veículos civis) e 6.174/74 (para 
remoção veículos militares), art. 1º e parágrafo únicos, respectivamente, permanecendo 
a necessidade de realização do Exame Pericial da(s) viatura(s) envolvida(s), o 
Comandante, Chefe ou Diretor agendará a ida do Perito Militar à sua OPM durante 
o horário de expediente, instaurando em seguida o devido Inquérito Técnico, cujo 
encarregado ratificará através de ofício (Anexo I), a solicitação de exame pericial 
pretérita, no prazo máximo de dez dias úteis, a contar da data de acionamento dos 
peritos. 
 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
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 Quando efetuado pela Supervisão de Oficiais, Oficial de Dia ou Oficial mais 
antigo da OPM que esteja representando o Comandante, Chefe ou Diretor após 
o expediente: 
 Este tipo de acionamento somente poderá ocorrer após o 
expediente regulamentar da Corporação, para os locais que 
exijam presença IMEDIATA do Perito Militar; 
 O Oficial de serviço mais antigo da OPM solicitante 
(Supervisão de Oficiais, Oficial de Dia, Oficial de 
Permanência ou Sobreaviso) deverá primeiramente 
certificar-se de que o local não tenha sido alterado; 
 A constatação de idoneidade de local (preservação e isolamento) deverá ser efetuada, 
preferencialmente, pela Supervisão de Oficiais, observando o fiel cumprimento da NI nº 
006/98 (republicada no Bol PM nº 062, de 02ABR2001), considerando ainda o disposto 
no art. 339 do CPPM: “é responsabilidade da autoridade solicitante a preservação 
do estado das coisas até a chegada dos peritos”, havendo mesma previsão no art. 
169 do CPP; 
 Contatar o Perito Militar de Dia de serviço ao CCrim através dos meios de comunicação 
disponíveis na corporação; 
 Participar a solicitação de realização do Exame Pericial em questão no Livro de Parte 
Diárias (LPD) próprio ao serviço da OPM, cujo tópico servirá de guisa à instauração do 
devido procedimento apuratório (IPM, Sindicância, Averiguação, IT) pelo Comandante, 
Chefe ou Diretor da OPM, ficando sob a responsabilidade do Encarregado de tal 
procedimento a realização do ofício ao Chefe do CCrim (Anexo I) de ratificação da 
solicitação do exame pericial pretérito, no prazo de dez dias úteis, a contar da data de 
acionamento do Peritos; 
 
 Acionamento efetuado por Encarregados de Procedimentos Administrativos para 
Exames Periciais que não necessitem da presença imediata do Perito Militar: 
 Oficiar ao Chefe do CCrim solicitando a nomeação de 02 (dois) oficiais Peritos 
Militares para atuarem no exame solicitado; e 
 Explicitar no ofício em questão, o tipo de Exame Pericial a ser realizado e os 
quesitos a serem respondidos, na forma dos artigos 316 e 317 do Código 
Processual Penal Militar (CPPM). 
 
Dos Tipos de Exames Periciais Realizados Pelo CCrim 
 
Conforme consta na NI 003/2008, os Tipos de Exames Periciais realizados pelo 
CCrim a serem especificados nos ofícios de solicitação: 
 
Balístico: 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
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• Balística Interna (mecanismo); 
 Balística Terminal (impacto P.A.F.); 
 Obliteração; 
 Comparação Balística; 
 Balística Externa (trajetória); 
 Munição; Explosivo; 
 Identificação de Armamento; 
 Petrechos; Avarias; 
 Vestígios de Disparo; 
 Compatibilidade de Peças 
 
 
Documentoscópico/Grafotécnico/Grafodocumentoscópico: 
 
• Autenticidade Gráfica: 
• Assinatura; 
• Rubrica; 
• Texto. 
• Autoria Gráfica: 
• Assinatura; 
• Rubrica; 
• Texto. 
• Autenticidade Documental: 
• Diploma; 
• Cédula de Identidade; 
• Cédula Monetária. 
• Adulteração Documental: 
• Subtrativa; 
• Aditiva; 
• Mista; 
• Cronológica. 
• Mecanográfico: 
• Identificação do Sistema; 
• Autoria. 
 
Local 
 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
35 
 
• Acidente de Tráfego: 
• Com Vítima; 
• Sem Vítima. 
• Dano: 
• Edificação; 
• Veículo. 
• Furto ou Roubo: 
• Armário; 
• Cofre; 
• Edificação; 
• Veículo. 
• Impacto de P.A.F.: 
• Edificação; 
• Veículo. 
• Incêndio: 
• Edificação; 
• Veículo; 
• Morte. 
• Com rompimento de obstáculo; 
• Sem rompimento de obstáculo; 
• Constatação de vestígios preparatórios 
 
Reprodução Simulada (Reconstituição) 
 
• Acidente de Tráfego; 
• Fuga; 
• Morte; 
• Trajetória de P.A.F.; 
• Detonação de Artefato Explosivo. 
 
Laboratório 
 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
36 
 
• Entorpecente: 
• Cocaína; 
• Maconha; 
• Crack; 
• Outros. 
• Manchas; 
• Marcas; 
• Impressões; 
• Material Explosivo. 
 
Merceológico 
 
• Avaliação Direta ou Indireta: 
• De armas; 
• Eletro - eletrônicos; 
• Vestimenta; 
• Veículo; 
• Documentos; 
• Outros. 
Material 
 
• Instrumento de ação ilícita; 
• Equipamento PM; 
• Uniforme PM; 
• Vestimenta em Geral; 
• Objetos (utensílios); 
• Celular; 
• Rádio; 
• Outros. 
 
Veículo 
• Obliteração de Chassi; 
• Autenticidade de Chassi; 
• Avaliação do Sistema de Segurança; 
• Avaliação do Sistema de Comandos (direção); 
• Impacto de P.A.F.; 
• Adulteração de Hodômetro; 
• Identificação das Características; 
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• Constatação de Avarias; 
• Incêndio. 
 
Audiovisual 
 
• Fonética Forense; 
• Imagem; 
 
Computação Forense (COM) 
 
Papiloscopia (PAP) 
 
• Levantamento Papiloscópico: 
• Dependências; 
• Objeto Veículo; 
• (Utensílios); 
• Documentos.• Confronto Papiloscópico; 
• Outros. 
CONCLUSÃO 
 
Tendo em vista a conclusão deste curso o importante é salientar que a criminalística é a 
disciplina que tem como objetivo o reconhecimento e a interpretação dos indícios materiais 
extrínsecos, relativos ao crime ou à identidade do criminoso, tendo sua origem na Medicina 
Legal. 
Sua ação no crime, aqui descrito como fato típico, antijurídico e culpável, é sempre a de 
fornecer elementos materiais para o inquérito e para fundamentar a decisão do tribunal. 
Na Policia Militar utilizamos a expressão local de infração penal, cujo significado é mais 
amplo que crime, para o qual os diversos órgãos do Estado atuam conforme a Constituição os 
determina. 
Definimos o local de infração penal como a região do espaço em que ocorreu um evento 
delituoso, cuja primeira tarefa é o isolamento da área no caso dos crimes que estejam 
consumados, seguido da preservação e comunicação do fato as autoridades. Sendo ainda, 
tarefa da Policia Militar, se possível arrolar testemunhas e aguardar no local até a chegada da 
autoridade de polícia judiciária. 
Neste sentido, a autoridade de polícia judiciária é o Delegado nos crimes comuns e o 
Comandante da OPM nos casos dos crimes militares, ou em ambos os casos quem estas 
autoridades delegarem para representá-los. 
CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 
38 
 
Neste, sentido corpo de delito é o elemento principal de um local de crime, em torno do 
qual gravitam os vestígios e para o qual convergem as evidências, que posteriormente no 
inquérito se transformará em prova, que é todo elemento pelo qual se procura mostrar a 
existência e a veracidade de um fato. 
Assim, a doutrina incumbe à acusação provar a existência do fato criminoso e de causas 
que implicar aumento de pena, e como está previsto no Art 156 do CPP “A prova da alegação 
incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício...”, de modo, que na cadeia 
de custódia, todos possuem responsabilidade para garantia do jus puniendi do Estado. 
Podemos dividir de maneira didática o inquérito em duas partes, uma objetiva e outra 
subjetiva, cuja, separação que trata resumidamente das provas materiais e testemunhais. 
No que tange ao serviço policial militar devemos observar que o isolamento e 
preservação do local de infração penal é, fundamental para elucidação do fato e para se 
determinar a autoria e materialidade dos fatos e que muitas vezes, ao deixar de observar 
determinados procedimentos previstos na legislação interna, podem trazer grande prejuízo para 
ação penal, o que muitas vezes faz com que autores e crimes deixem de ser responsabilizados 
e escapem ao crivo da Justiça. 
Especificamente nos casos dos Crimes Militares, além da observação dos preceitos 
institucionais, é preciso salientar que a função de autoridade de polícia judiciária é exercida pelo 
Comandante da OPM, e que conforme o Código de Processo Militar no § 2º do art. 10 “O 
aguardamento da delegação não obsta que o oficial responsável por comando, direção ou chefia, 
ou aquele que o substitua ou esteja de dia, de serviço ou de quarto, tome ou determine que 
sejam tomadas imediatamente as providências cabíveis, previstas no art. 12, uma vez que tenha 
conhecimento de infração penal que lhe incumba reprimir ou evitar.” 
Convém ressaltar que, conforme o CPPM em sua alínea “a” do art. 12 a autoridade de 
polícia que trata o art 10, deverá se dirigir ao local, providenciando para que se não alterem o 
estado e a situação das coisas, enquanto necessário. 
Assim, os conhecimentos adquiridos neste curso, são uma ferramenta auxiliar no 
desenvolvimento da atividade policial ostensiva, servindo de guisa para o estabelecimento da 
correta cadeia de custódia, permitindo assim, que o Tribunal forme juízo adequado, podendo 
alcançar a Justiça. 
 
 
 
 
 
 
 
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