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CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 1 CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 2 AUTORIDADES Governador do Estado do Rio de Janeiro Exmº Sr Wilson Witzel Secretário de Estado de Polícia Militar Exmº Sr Coronel Rogério Figueredo de Lacerda Subsecretário de Estado de Polícia Militar Ilmº Sr Coronel Márcio Pereira Basílio Diretor-Geral de Ensino e Instrução Ilmº Sr Coronel Rogério Quemento Lobasso Comandante do CFAP 31 de Voluntários Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Marcelo Andre Teixeira da Silva Comandante do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar - CEADPM Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Alexandra Ferraz de Oliveira CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 3 APRESENTAÇÃO Estamos vivendo a era da tecnologia, na qual a informação está cada dia mais latente e veloz em nossa rotina diária. Este curso tem por objetivo , aperfeiçoar os 2º Sargentos da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Para tal, o Curso ocorrerá na modalidade semipresencial, através de módulos, sendo destes um disponibilizado no ambiente virtual de aprendizagem, por intermédio da Escola Virtual, no Centro de Educação a Distância da Polícia Militar (CEADPM) e um módulo de disciplinas práticas ministrado do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP 31 Vol.). É fundamental o seu empenho no curso, pois você terá na parte EaD autonomia de estudos e de horários, mas também é necessário disciplina e dedição para o êxito dessa jornada, pois depende do esforço coletivo e também individual para que tenhamos policiais cada vez mais qualificados,bem treinados e aperfeiçoados para cumprirmos nossa missão, buscando cada vez mais a excelência de nossas ações. O bom treinamento envolve aspectos físicos e cognitivos, na era da informação e da tecnologia, precisamos nos aprimorar cada vez mais a fim de garantir uma tropa consciente, respeitosa, pautada em valores morais e institucionais, garantindo assim o cumprimento de suas funções com dignidade e excelência. Esperamos que você aproveite ao máximo os conhecimentos adquiridos através deste curso e busque uma reflexão acerca de suas funções perante a sociedade, seus companheiros de profissão. Que seja um momento de repensar as práticas e fortelecer seu vínculo profissional, ampliando cada vez mais seus conhecimentos para lidar com as particularidades de ser um Policial Militar no Estado do Rio de Janeiro. Desejamos a todos bons estudos! Rogério Quemento Lobasso - Coronel PM Diretor-Geral de Ensino e Instrução Marcelo André Teixeira da Silva – Ten. Coronel PM Comandante do CFAP CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 4 Desenvolvedores CEADPM Supervisão Geral EAD CAP PM Ped Vania Pereira Matos da Silva Equipe Técnica SUBTEN PM Wilian Jardim de Souza 3º SGT PM Edson dos Santos Vasconcelos Diagramação 2º SGT PM Wallace Reis Fernandes CB PM Michele Pereira da Siva de Oliveira CB PM Thiago Silva Amaral Design Instrucional CAP PM Ped Vania Pereira Matos da Silva CB PM Michele Pereira da Siva de Oliveira Vídeo e animação CB PM Joyce Gaspar de Almeida Designer Gráfico 2º SGT PM Wallace Reis Fernandes SD PM Leonardo da Silva Ramos Suporte ao Aluno 2º SGT PM Anderson Inácio de Oliveira CFAP Supervisão Geral do Curso MAJ PM Maria Isabel Conceição Silva Sardinha Coordenação Pedagógica CAP PM Ped Patrícia Kalife Paiva Equipe Técnica TEN PM Ped Paulo Paulo Baptista 2ºSGT PM Elaine Xavier Oliveira Alves de Lima CB PM Juliana Pereira de Carvalho Conteudista CAP PM Rui de Faria Souto Revisor de Conteúdo Equipe Pedagógica do CFAP - STE CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 5 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 6 CRIMINALÍSTICA ........................................................................................................ 6 CONCEITO DE CRIME E INFRAÇÃO PENAL ........................................................... 10 LOCAL DE INFRAÇÃO PENAL ................................................................................. 11 COMPETÊNCIAS DE CADA ÓRGÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA ......................... 19 PROVA ....................................................................................................................... 19 PROVA MATERIAL – INVESTIGAÇÃO OBJETIVA .................................................. 24 PROVA SUBJETIVA – INVESTIGAÇÃO SUBJETIVA .............................................. 27 SOLICITAÇÃO DE EXAMES PERICIAIS DE NATUREZA CASTRENSE .................. 30 CONCLUSÃO............................................................................................................. 37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA ............................................................................. 39 CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 6 INTRODUÇÃO No início da fase técnico-científica, a partir do século XIX, era de responsabilidade da medicina legal, além dos exames de integridade física do corpo humano, toda a pesquisa, busca e demonstração de outros elementos relacionados à materialidade do fato penal. Com o surgimento de novos conhecimentos e o desenvolvimento das áreas técnicas, como exemplo a física, química, biologia, toxicologia, matemática etc., evidenciou-se a necessidade real da criação de uma nova disciplina para a pesquisa, análise e interpretação dos vestígios materiais encontrados em locais de crime, fixando-se, assim, a Criminalística como fonte fundamental de apoio à Polícia e à Justiça, como uma disciplina independente em sua ação, como as demais que a constituem. A presente apostila visa trazer um pouco da história da Criminalística, bem como alguns conceitos importantes para você Policial Militar. CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 7 CRIMINALÍSTICA Sargento, você já ouviu falar em Criminalística? Sabe o que é? Que tal aprender? Conceito de Criminalística Originalmente o termo Criminalística foi desenvolvido por Hans Gross como “Sistema de métodos científicos utilizados pela polícia e pelas investigações policiais”. Somente no 1° Congresso Nacional de Polícia Técnica, ocorrido em São Paulo no ano de 1947, a Criminalística foi definida como “disciplina que tem como objetivo o reconhecimento e a interpretação dos indícios materiais extrínsecos, relativos ao crime ou à identidade do criminoso”, Garrido (2010). Articulando dessa maneira, a Criminalística não como uma ciência, mas como a aplicação do conhecimento de diversas Ciências e Artes, para utilização dos métodos desenvolvidos e inerentes às diversas áreas para auxiliar e informar as atividades policiais e judiciárias de investigação criminal. Assim, a Criminalística é uma ciência aplicada que utiliza conceitos de outras ciências firmadas nos princípios da física, da química e da biologia, no bojo de métodos e leis próprias embasadas nas normas específicas constantes na legislação, principalmente a processual penal. Embora não possamos confundir o campo da Criminalística com o da Medicina Legal, e apesar de ambas se responsabilizarem pelos exames de corpo de delito e, apresentem interseção em vários momentos, a Medicina Legal tem como objetivo os exames de vestígios intrínsecos (na pessoa), relativos ao crime. Como defende Garrido (2008), durante a evolução da criminalística, diversas foram as denominações doutrinariamente impróprias dadas à Criminalística: Criminologia Científica; Ciência Policial; Investigação Criminal Científica; Policiologia, os quais se aplicam também à administração policial e aos métodos de elucidação geral. No entanto, o termo Criminalística é, oriundo da escola alemã, sendo utilizado por toda Europa, “Kriminalistik e Criminalistique”. Enesse sentido o próprio termo Ciência Forense não é sinônimo de Criminalística em toda parte do mundo. Para Gialamas, Ciência Forense deve ser definida como a aplicação das ciências à matéria ou problemas legais cíveis, penais ou mesmo administrativos. Dessa forma, a Criminalística seria apenas uma das matérias da Ciência Forense. CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 8 Cabe salientar que não podemos confundir Criminalística com Criminologia, esta última dá conta do estudo e da explicação da infração legal, dos meios de se lidar com os atos desviantes, a postura das vítimas, ou seja, o objetivo é o autor dos fatos desviantes, não exclusivamente criminosos e como a sociedade se relaciona com este fato. História da Criminalística De acordo com Garrido (2008), apesar dos avanços tecnológicos que acompanham a Criminalística ou Ciência Forense esta utilização de diversas técnicas, voltadas para a elucidação de crimes remonta a épocas pré-científicas, e que a partir do século XVI houve uma progressiva sistematização de dados de maneira a formar um corpo de conhecimento estruturado. Neste sentido seria a Criminalística filha da Medicina Legal, ou a Medicina Legal e Criminalística possuem origens que se confundem. Na realidade, as diferentes disciplinas que atualmente compõem a Ciência Forense tiveram origem, na maioria das vezes, independente e, em alguns casos, até incidental. (GARRIDO, 2008). A Criminalística da maneira como a conhecemos teria seu início quando Hans Gross, no final do século XIX, propôs que os métodos da Ciência moderna fossem utilizados para solucionar casos criminais. Considerado o Pai da Criminologia, Hans Gross professor de criminologia na Universidade de Praga, foi um magistrado austríaco que defendeu o uso da ciência e da tecnologia na investigação, autor do Livro System der Kriminalistik, que se manteve atual por mais de 50 anos. Para se elaborar uma linha de sucessão e difusão do conhecimento, em1908, na França, foi criado o “Instituto de Polícia Científica” na Universidade de Lausanne. E apesar de originada na Academia, a Criminalística foi aos poucos sendo tutelada pelo Estado e incorporada às forças policiais. Até que na década de 20 e 30 nos EUA, houve a criação dos laboratórios policiais, e finalmente na metade do sec. XIX, a solicitação do trabalho pericial científico já se tornara rotina aceita pelas autoridades judiciais e policiais. Semelhante ao restante do mundo, no Brasil, a origem da Criminalística confunde-se com a da Medicina Legal, deixando, ainda no início, a Universidade. Os primeiros estudos de vestígios de disparos em armas de fogo e a produção de reagentes para a identificação de manchas de sangue foram feitos por peritos legistas. Em relação ao Brasil, a origem da Criminalística também se confunde com a Medicina Legal, a partir de 1939, em decorrência da exigência de tese para obtenção do grau de doutor, para as faculdades de medicina, quando surgiram os primeiros trabalhos em Medicina Legal. Mas somente em 1877 surge a cadeira de Ensino prático de Medicina legal na Faculdade de CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 9 Medicina do Rio de Janeiro, e posteriormente, em 1881 o curso prático de tanatologia forense no necrotério da Polícia da Capital Federal. No Rio de Janeiro, a Medicina Legal oficial foi transferida da autoridade judiciária para a Polícia, em 1856, ano que fora criada a assessoria médica junto à Secretaria de Polícia da Corte, cuja composição era de dois médicos efetivos, ligados à Polícia, e dois consultores, professores universitários de Medicina Legal, responsáveis principalmente pelos exames toxicológicos, posteriormente foi transformado em Gabinete Médico Legal e em 1907, por força de um decreto transformado em Serviço Médico Legal. Neste período as funções de perito legista e perito criminal se confundiam. Já na década de 40 foi criada a Diretoria Geral de Investigações que englobava o Instituto de Identificação Félix Pacheco, o Instituto Médico Legal e o Gabinete de Pesquisas Científicas, originário do Instituto de Criminalística. Para a Polícia Militar a história se inicia por Ato do Comandante Geral, em 09 de fevereiro de 1988, criando o Núcleo do Centro de Criminalística da PMERJ que surgiu como uma resposta da Corporação à necessidade de ter em seus quadros Oficiais-Peritos Militares dotados de conhecimentos técnico-científicos para atender as requisições emanadas das autoridades de polícia judiciária militar, judiciária singular e do Ministério Público, agilizando assim, os procedimentos apuratórios onde estão envolvidos policiais militares. Posteriormente pela Resolução nº 127, de 24 de agosto de 1993, da então Secretaria de Estado de Polícia Militar, passou a subordinar-se à recém-criada Corregedoria Geral da Polícia Militar. E, finalmente, pela Resolução nº 196, de 23 de julho de 1998, da Secretaria de Estado de Segurança Pública, passou a ser denominado Centro de Criminalística da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. O CCrim dispõe dos seguintes serviços de perícia: exames em armas de fogo e munição (balística), locais de acidente de trânsito, de infração penal, veículos em geral e arrombamentos (local de crime), adulteração e falsificação de documentos, cédulas, assinaturas e manuscritos (documentoscopia), mercadorias e gêneros diversos (merceologia) e substâncias e materiais entorpecentes, combustíveis, remarcação e adulteração de chassi (laboratoriais). CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 10 CONCEITO DE CRIME E INFRAÇÃO PENAL Você sabia que o crime é um episódio na vida de um indivíduo, mas é uma realidade que vai além de um fenômeno social, que não pode ser dele destacado e isolado, nem mesmo ser estudado em laboratório ou reproduzido? Nesse sentido o conceito de crime mudou com o passar dos séculos, o Código Criminal do Império de 1830 determinava em seu artigo 2º, parágrafo 1º: Julgar-se-á crime ou delito toda ação ou omissão contrária às leis penais. E, o Código Penal Republicano de 1890 se manifestava em seu artigo 7º: Crime é a violação imputável e culposa da lei penal. No entanto a legislação penal atual, Código Penal de 1940, reformulado em 1984, não se preocupou com esta definição, de maneira que “crime" foi definido diferentemente pelas dezenas de escolas penais. E, nestas definições, haviam ainda subdivisões, que consideravam o foco de observação do jurista. Surgindo então, os conceitos formal, material e analítico do crime como expressões significativas, dentre outras de menor expressão. O conceito formal é a definição nominal, ou seja, relação de um termo a aquilo que o designa. O conceito material corresponde a definição real, que procura estabelecer o conteúdo do fato punível. O conceito analítico indica as características ou elementos constitutivos do crime, sendo de grande importância técnica. Apesar disso, no Brasil, muitos sustentam que os pressupostos para o conceito do crime sejam três: fato típico, antijurídico e culpável, inexistindo um deles não há crime. Nesse sentido, fato típico é, no conceito analítico, o primeiro substrato do crime, no conceito material é um fato humano indesejado, em todos os casos reúne a conduta, o resultado, o nexo causal entre a conduta e o resultado e a tipicidade. Para ser antijurídico, é preciso observar a anterioridade da norma em relação à conduta do agente e a inexistência de excludentes de ilicitude. E para ser culpável, o indivíduo deve ser capaz de responder pelos seus atos, se é possível a exigência de conduta diversa da adotada, e certa possibilidade de conhecimento da ação ou omissão contrária ao direito. No nosso caso, é importante salientar que vamos para além do crime, sendo necessário conhecer a definição de Infração Penal, que no Brasil é um gênero, que conta com duas espécies, ocrime ou delito e a contravenção, de forma especifica no Direito Penal, mas exclusivas, incluindo outros ramos do direito e por isso é a definição adotada pela Polícia Militar em seus manuais, não podendo ser considerada equivocada. CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 11 Para exemplificarmos, em um dia qualquer um homem encontrou um senhor baleado e sem vida, com ferimento em região letal, esticado no meio da rua. Um leigo certamente afirmaria tratar-se de um homicídio. Mas os juristas, entretanto, não terão essa conclusão, naquele momento. É lógico que existiria uma idéia, um indício da existência de um homicídio, mas pode- se ponderar que a morte violenta dada àquele homem, poderia, por exemplo, estar justificada, e, evidentemente, não haveria crime (legítima defesa ou outra excludente de ilicitude). Para a existência de crime, é necessário percorrer um longo caminho, passando por todas as características que o delito apresenta, para depois, se chegar a uma conclusão: trata- se de um homicídio ou não. Portanto, o Policial Militar trata o local como local de infração penal e não necessariamente local de crime, apesar de esta última denominação estar muito bem esclarecida na literatura, como se tratando do mesmo fenômeno. LOCAL DE INFRAÇÃO PENAL Sargento, você certamente já ouviu falar em local de infração penal? Saberia dizer o que é? Vamos aprender? Apesar de já discutido anteriormente, a adoção de local de infração penal ao invés de local de crime, se deu em virtude desta última por muitas vezes ser imprópria, já que fatos como morte natural, acidental, suicídio, por exemplo sempre ensejaram a abertura de inquérito policial, e no entanto, após a conclusão vai se chegar a um fato penalmente atípico. No entanto é preciso salientar que nas palavras de Edmond Locard, a existência de um crime pressupõe três elementos: a vítima, o criminoso e o local em que se desenrolaram os acontecimentos. É o que ele denominou de triângulo do crime. Definição de Local de Infração Penal Para a definição de Local de Infração Penal, adotaremos a referência apresentada por Mallmith (2007), como a região do espaço em que ocorreu um evento delituoso. Neste sentido é toda área onde tenha ocorrido qualquer fato que reclame as providências da polícia. E finalmente em Eraldo Rabello, “Local de crime é a porção do espaço compreendida num raio que, tendo por CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 12 origem o ponto no qual é constatado o fato, se estenda de modo a abranger todos os lugares em que, aparente, necessária ou presumivelmente, hajam sido praticados, pelo criminoso, ou criminosos, os atos materiais, preliminares ou posteriores, à consumação do delito, e com este diretamente relacionados. ” Sendo assim, na voz do mestre Eraldo Rebello: “Local de crime constitui um livro extremamente frágil e delicado, cujas páginas por terem a consistência de poeira, desfazem-se, não raro, ao simples toque de mãos imprudentes, inábeis ou negligentes, perdendo-se desse modo para sempre, os dados preciosos que ocultavam à espera da argúcia dos peritos”. Ainda nesse sentido, saliento as palavras da NI 006/1998 “Considera-se LOCAL DE INFRAÇÃO PENAL, toda área onde tenha ocorrido um fato que assuma a configuração de delito”. Tal conceito implica em manter perenemente viva a advertência de que, enquanto não ficar perfeitamente esclarecido o fato, deve ele ser denominado como delituoso, mesmo se, aparentemente, não se tratar de um ilícito penal, cabendo ao perito criminal, em termos de conclusão, no caso de falecimento, apresentar aquilo que os juristas denominam de “causa jurídica da morte”, ou seja, distinguido o fato entre homicídio, suicídio ou acidente (diagnose diferencial). Classificação de Local de Infração Penal Os locais podem ser classificados de diversas maneiras, no entanto, adotaremos a divisão prevista na NI 006/1998: Sargento, você sabia que o local de infração penal é classificado segundo 03(três) critérios? Saberia dizer quais são eles? Vamos aprender? 1) Quanto ao local em si; 2) Quanto à natureza do fato; e. 3) Quanto ao exame do local. Em relação ao local em si, isto é, sua situação topográfica, o local de infração penal se apresenta sob duas formas: Você saberia dizer quais são elas? CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 13 Local Interno: é a área compreendida no interior das habitações de quaisquer espécies, isto é, em todo ambiente fechado. O fato ocorrendo em terreno cercado ou murado será a área considerada como “local interno”, por constituir recinto fechado. Local Externo: é a área constituída por extensão aberta, ou seja, fora das habitações. Ex: rua, terreno baldio, etc.... Ainda sobre os locais internos e externos, são subdivididos do seguinte modo: Ambiente Imediato: É a área onde ocorreu o fato. É nesse ambiente que se procede ao exame cuidadoso de todos os detalhes, presumindo-se que o local tenha sido convenientemente preservado desde o comparecimento do primeiro policial-militar. Ambiente Mediato: Compreende as adjacências do local onde ocorreu o fato; é, por assim dizer, a área intermediária entre o local onde ocorreu o fato (local propriamente dito) e o grande ambiente exterior. No que tange à natureza do fato, o local de infração penal se apresenta sob as seguintes formas: 1) Local de Homicídio; 2) Local de Furto; 3) Local de Furto Qualificado; 4) Local de Incêndio; 5) Local de Contravenção Penal, etc.... No Estudo do Local de Infração Penal sob esses dois primeiros aspectos, quanto ao local em si e quanto à natureza do fato, objetiva-se: Determinar a natureza da área onde o mesmo ocorreu; e Determinar a natureza do fato ocorrido. Em resumo, a natureza da área responde à seguinte pergunta: Onde ocorreu o fato? A natureza do fato ocorrido responde à pergunta: O que aconteceu? Para a realização do Exame do Local de Infração Penal o perito precisa saber das formas que o local se apresenta, sendo ainda considerado: CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 14 Local Idôneo: é aquele que não foi violado, isto é, que não sofreu qualquer alteração desde a ocorrência do fato ou, ao menos, desde o comparecimento do policial-militar; Local Inidôneo, Violado, Alterado ou Desfeito: é aquele que foi alterado, isto é, que sofreu qualquer alteração após a ocorrência do fato ou depois que o policial-militar tomou conhecimento do mesmo; Locais Relacionados: são os que se referem a uma mesma ocorrência e oferecem pontos comuns de contato. Exemplificando o local relacionado: Falsificação de moedas, de selos, atentados terroristas, etc. Nos casos de falsificação, a moeda ou o selo, são vendidos e apreendidos em determinado local, porém fabricados em outro; nos de atentados terroristas, o atentado é praticado em determinado local, porém, o material explosivo é adquirido ou preparado em outro. Os locais onde se deram os fatos e aqueles onde o material foi preparado estão relacionados. Crimes de extorsão mediante sequestro. A vítima e os sequestradores são localizados em determinado local, enquanto a ação criminosa originou-se em outro. Técnicas de Isolamento e Preservação Quando da ocorrência de um crime, a polícia militar é a primeira instituição a chegar ao local, sendo, na maior parte das vezes, acionada por parentes da vítima ou qualquer pessoa do povo que venha a tomar conhecimento do fato. Importante ressaltar que a primeira providência que deve ser adotada pelo primeiro agente de segurança pública que chegar ao local do crime, em havendo vítima, é a de saber se a vítima ainda vive, por meio dos procedimentos de primeiros socorros adquiridos nos diferentes cursos de formação e especialização policial, a fim de que possa ser providenciado o devidosocorro. Ao perceber que a vítima já se encontra sem vida, deverá isolar o local até a chegada da polícia judiciária, cabendo a esta tomar as providências legais. O procedimento de preservação do local de crime sucede as providências pertinentes ao procedimento de isolamento do local de crime. Destaque-se que não se deve aceitar a improvisação. No entanto verifica-se o uso de corda e outros meios para se isolar um local de crime, e a ausência dos mais elementares equipamentos para a execução dos procedimentos de preservação, isolamento e perícia, dificulta, quando não impossibilita, a identificação da materialidade e autoria do crime. CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 15 O isolamento e a consequente preservação do local de crime é uma garantia que o perito terá ao encontrar a cena do crime conforme fora deixada pelo infrator, assim, como pela vítima, tendo com isso, as condições técnicas de analisar todos os vestígios. É também uma garantia para a investigação como um todo, pois, haverá muito mais elementos a analisar e levar para o inquérito, e posteriormente, para o processo criminal. O local de crime devidamente preservado oferece elementos vitais para a fixação das responsabilidades. E, no sentido inverso, poderá contribuir com a absolvição de criminosos em face da inconsistência probatória, em decorrência da possível violação dos vestígios. O papel da Polícia Ostensiva e da Polícia Judiciária quanto à preservação e isolamento do local de crime, alem de ser definido nos seus ditames internos, é também ditado pela legislação penal em vigor. A Polícia Militar, sendo uma instituição pública prestadora de serviços à comunidade, exerce sua missão constitucional de polícia ostensiva, e, nesse sentido, destaca-se dentre suas atribuições, a promoção do devido isolamento do local de crime, assim como de sua preservação. Portanto, o policial militar que primeiramente chegar ao local do crime, no que concerne aos procedimentos referentes aos vestígios e evidências, e manter o local como idôneo, deverá isolar a área de ocorrência do evento criminoso, não permitindo a alteração das coisas, assim como do cadáver, se houver; deverá também evitar que qualquer pessoa tenha contato com os vestígios, bem como para com os instrumentos do crime, resguardando-os, a fim de serem oportunamente analisados pelos profissionais de perícia, o que será detalhado abaixo. Após a chegada da autoridade policial competente (delegado de polícia, que representa a polícia judiciária, CMT DA OPM, que representa a polícia judiciária militar) no local de crime, conforme preconiza o artigo 6.º do Código de Processo Penal Brasileiro, o policial militar que atendeu a ocorrência entregará o local a este, transmitindo todas as informações e impressões obtidas. E, prioritariamente, quando a autoridade policial se defrontar com o local de ocorrência do delito criminoso, esta buscará preservar o local até a chegada dos peritos, e, buscará outras evidências que possam colaborar na investigação policial. A responsabilidade pela preservação dos locais de crime é de competência do primeiro agente de segurança pública que se defrontar para com a cena criminosa, por isso, que, o artigo 169 do CPP, não atribui exclusividade de competência quanto às ações de isolamento e de preservação dos locais de crime. Entretanto, verifica-se, que em alguns casos, o local de crime é ignorado, seja por policiais militares ou policiais civis, quanto à preservação de seus vestígios, acabando por contaminar provas vitais ao esclarecimento do crime, e, em consequência disso, CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 16 fornecendo subsídios para a defesa pedir a absolvição do acusado. Protocolo de Procedimentos nos Locais de Crime – IN 006/98 Sargento, você sabe qual é o Protocolo de Procedimentos nos Locais de Crime – IN 006/98? Que tal aprender? Nesse sentido a NI divide os procedimentos de duas maneiras: 1) Procedimentos Genéricos: Socorrer a vítima (primeiros socorros) ou providenciar atendimento médico; Prender o infrator (se possível); Interditar o local; Preservar o local; Comunicar o fato ao COPOM, ou a Sala de Operações e à DP da circunscrição; Arrolar testemunhas e realizar a investigação preliminar; Aguardar no local a chegada da Autoridade de Polícia Judiciária e da Perícia Criminal. Visando a preservação do local de infração penal, deverão ser observados, além dos procedimentos genéricos, os seguintes Procedimentos Específicos: 1) Nos casos de local interno ou de acesso restrito: Prender o criminoso: agir com cautela necessária, revistando-o, desarmando-o e colocando-o sob custódia até a chegada da autoridade policial, ou se possível e necessário, conduzindo-o até a Delegacia Policial da área. Tendo que optar entre o socorro à vítima e a prisão do criminoso, o socorro tem prioridade. Caso existam dois ou mais policiais militares, de acordo com a ocorrência e a percepção dos milicianos, poderá ocorrer a divisão de funções, um prendendo o criminoso e o outro socorrendo a vítima; Socorrer vítima: utilizar os conhecimentos de “Primeiros Socorros”, usando a técnica adequada no sentido de minorar sofrimento e salvar vidas. No caso de impossibilitar ou inconveniência da utilização de “Primeiros Socorros”, providenciar com urgência o atendimento médico. Isolar o local: Principalmente a área do evento (área imediata) e suas vias de acesso, impedindo o ingresso ou permanência de parentes, curiosos, jornalistas ou quaisquer pessoas que não habilitadas para este mister (policiais e/ou peritos). CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 17 Preservar o local: especialmente a “área imediata”, adotando as seguintes medidas: Não tocar ou mudar de posição de todo e qualquer objeto existente no local, considerando que a posição dos móveis desarrumados ou desviados de suas posições normais, e roupas de cama em desalinho, constituem elementos objetivos para a realização dos exames periciais; Não mexer nem recolher armas, estojos, projéteis, documentos e papéis em geral e o que mais houver, nem permitir que outras pessoas o façam. Deve ter sempre em mente que aquele local e intangível; Se houver cadáver, permanecer em suas proximidades sem o tocar ou mudar de posição, não permitir também que outras pessoas assim procedam; Na ocorrência de incêndio, auxiliar na evacuação do prédio ou residência, conservando as pessoas “na área mediata”. Havendo cadáver no local onde estiver ocorrendo o incêndio, e não existindo outra alternativa, o mesmo deverá ser retirado; Nos casos de acidente por vazamento de gás, deve-se fechar o registro geral, retirar vítimas, quando vivas para a “área mediata” e abrir portas e janelas de modo a ventilar completamente o ambiente. Não adentrar ao recinto com cigarro acesso e nem acionar os interruptores, pois poderá ocasionar uma explosão. Nas violações de fechadura por meio de gazua, micha ou chave falsa, não fechar nem permitir que as fechem com as chaves que lhes são próprias, preservando-se assim os eventuais vestígios; Os cadeados e ferrolhos destruídos por arrombamento, não devem ser reparados antes do competente exame pericial. Comunicar o fato: Comunicar imediatamente o fato ao COPOM ou Sala de Operações da Unidade e à Autoridade de Polícia Judiciária da área, ou se não puder solicitar que alguém o faça, usando o meio mais rápido que dispuser. Arrolar testemunhas do fato e realizar investigação preliminar: Entrevistar, quando possível, as vítimas, testemunhas e suspeitos, buscando provas para a incriminação dos últimos. Aguardar no local: Permanecer no local até a chegada da Autoridade de Polícia Judiciária e da Perícia Criminal, entregando o mesmo àquela Autoridade e transmitindo-lhe as informações já obtidas. 2) Nos casosde local externo: O policial militar deverá interditar apenas a área que contenha vestígios, procurando, tanto quanto possível, não interromper o trânsito, se for o caso de fato ocorrido em logradouro, adotando as demais providências preconizadas para o local de infração penal interno; Preservar o local, mediante os seguintes cuidados: CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 18 Se houver vestígios ou objetos a serem inutilizados pela ação de intempéries (chuva, vento, umidade, etc....), tais como manchas de sangue, pegadas, sulcos, marcas de arrastamento de pneus, armas e outros, deverão ser protegidos cobrindo-se com plástico, lona, lata, tábua, ou o que houver a mão. Deve o policial militar, entretanto, cuidar para que os vestígios, porventura existentes, não sejam tocados ou mudados de posição, ao serem cobertos; Os materiais mais apropriados para o isolamento e preservação dos locais de infração penal são cordas, cavaletes, fitas, plásticos e lonas. Não obstante, poderão ser utilizados tábuas, caixotes, latas, folhas de zinco, saco de aniagem, arames ou quaisquer outros materiais disponíveis. É válido solicitar-se o auxílio de terceiros para a obtenção do material necessário. Adotar, no que couber, as demais medidas relativas ao local de infração penal interno; Nos casos de veículos envolvidos em fatos de interesse criminalístico (extorsão mediante sequestro, homicídios, roubos, etc.), deverão ser observados os seguintes procedimentos: Não tocar ou mudar a posição do (s) veículo (s), preservando-o (s) no próprio lugar em que for (em) encontrado (s), ficando expressamente proibida a sua remoção antes da realização do exame pericial; Em nenhuma hipótese adentrar ao veículo, tendo em vista, em especial, a preservação das impressões digitais, palmares e outras, que eventualmente possam ser detectadas internamente no volante, no espelho retrovisor, nos vidros, no painel e outras partes do veículo; Havendo cadáver no interior do veículo, o mesmo não deverá ser tocado ou mudado de posição até a realização da perícia; Nada deverá ser tocado ou retirado do interior do veículo, tais como armas, bolsas, carteiras, porta-documento, agendas ou quaisquer outros objetos. O policial militar em qualquer local de infração penal deverá observar as seguintes regras de comportamento: Não fumar e nem permitir que fumem, visto que palitos de fósforo, cinzas e pontas de cigarros, muitas vezes constituem elementos de valor criminalístico e, se tiverem sido depositados no local após o seu isolamento, poderão confundir os peritos; Os aparelhos telefônicos existentes no local, bem como as dependências sanitárias ou quaisquer outras, não deverão ser utilizados. Não prestar qualquer tipo de informação ou emitir opinião, a não ser àqueles a quem por dever de ofício cabe informar sobre o fato; Evitar que seja tomada a sua própria fotografia atuando no local; Permitir o trabalho dos órgãos de comunicação no local de interesse, somente após a liberação do mesmo pela Perícia Criminal e pela autoridade de Polícia Judiciária. CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 19 COMPETÊNCIAS DE CADA ÓRGÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA A Constituição Federal de 1988, pela primeira vez em nosso direito constitucional, dedica um capítulo à segurança pública. Trata-se do terceiro capítulo do título V – Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas. No art. 144, da CRFB está previsto que, “A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I- Polícia Federal; II- Polícia Rodoviária Federal; III- Polícia Ferroviária Federal; IV- Polícia Civil; V- Polícia Militar e Corpo de Bombeiro Militar”. Nesse sentido a Polícia Civil é um órgão permanente, organizado, e estruturado em carreira que exerce as funções de polícia judiciária. Sendo obrigação de cada Estado-membro da Federação possuir sua própria força policial civil sendo responsável por sua manutenção. A União compete em atendimento, conforme previsão da CRFB no seu art. 21, XIV, organizar e manter a Polícia Civil do Distrito Federal. A direção da Polícia Civil é reservada a um delegado de polícia que seja integrante da instituição, o que impede que os governadores venham a nomear uma pessoa que não pertença aos seus quadros. A atividade fim exercida pela Polícia Civil é a função de polícia judiciária, onde deve buscar a autoria e materialidade das infrações criminais, com o objetivo de fornecer os elementos necessários ao titular da ação penal, para que este possa propor a denúncia ou oferecer a queixa contra o autor dos fatos. No que tange a Polícia Militar e suas atribuições a CFRB no seu art. 144, § 5º, disciplina que, “Às policias militares cabem à polícia ostensiva e a preservação da ordem pública”; De maneira que o texto constitucional evidencia que a Polícia Militar exerce a função de polícia administrativa, evitando atos lesivos aos bens individuais e coletivos, devendo agir para impedir ou paralisar atividades antissociais. PROVA Conceito de Prova Em Calgiari (1998), observamos que o vocábulo prova oriundo do latim probatio, do verbo probare, que significa demonstrar, reconhecer, formar juízo de. Nesse sentido seu valor CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 20 jurídico, é a demonstração que se faz, pelos meios legais, da existência ou veracidade de um fato material ou de um ato jurídico, em virtude da qual se conclui por sua existência ou se afirma a certeza a respeito da existência do fato ou do ato demonstrado. Nesse sentido, a demonstração dos fatos está pautada na pretensão do autor, e no que o réu alega em oposição a essa pretensão, é o que constitui a prova. Antes, porém o “processo”, “é o conjunto de atos legalmente ordenados, para a apuração do fato, da autoria e a exata aplicação da lei”. Com o fito de descoberta da verdade, o meio. A sentença que é resultado da aplicação da lei vai resolver o conflito, para a apuração da verdade o nome é instrução, sendo nesta fase que as partes demonstram o que objetivam, para o acusador a pretensão punitiva e para o acusado a defesa. E essa demonstração que se trata da constituição das provas, cuja finalidade é o convencimento do juiz sobre os elementos necessários para a decisão da causa. Assim a finalidade da prova é convencer o juiz de que os fatos existiram ou não e ocorreram desta ou da outra forma. De maneira geral, as provas são classificadas, no processo, em objeto, sujeito e forma. Você sabia que o objeto da prova é o fato a se provar? E que pode ser direta ou indireta? Sendo que as diretas se referem imediatamente aos fatos, e as indiretas, também chamadas de circunstancial, são aquelas que se deduz da existência do fato, que leva a conclusão da existência do fato? O sujeito da prova é a pessoa ou coisa que atesta a existência do fato, são o lugar a arma, o cadáver, a ferida, etc. A forma da prova é a modalidade ou maneira, testemunhal, documental ou material, que a prova se apresenta. Provas Ilícitas As provas ilícitas, apesar da controvérsia doutrinária, podem se afirmar que estas aparecem na lide entre a defesa social e o respeito a direitos fundamentais, sendo categorizada como vedada, o que pode ser estabelecido por uma lei processual ou por outra norma, ou ainda decorrer de um princípio geral do direito. Neste sentido, indicam que a prova foi colhida infringindo norma ou princípio constitucional ou legal e frequentemente são aquelas que foram obtidas ferindo a liberdade, a personalidade ou intimidade, violação do domicílio (art. 5°, XI, da CF) ou das comunicações (art. CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 21 5°, XII, da CF); as conseguidas mediante tortura ou maus-tratos(art. 5°, III, da CF); as colhidas com infringência à intimidade (art. 5°, X, da CF), entre outras. E em conformidade com observado no artigo 157 do CPP “Serão inadmissíveis as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas com violação a princípios ou normas constitucionais, e as delas resultantes”. Estrutura Analítica da Prova Em sua configuração teórica podemos categorizar a prova nas seguintes partes, elementos de prova, meio de prova e instrumento de prova, que devem ser identificadas no momento da produção da prova para o processo. Elemento de prova, são os dados da realidade objetiva concernente ao fato ocorrido: coisa, pessoa, cadaver, espaço, etc. Meio de prova refere-se aos dados da realidade objetiva, existentes na dimensão do espaço, concernente ao ato, fato, coisa ou pessoa, tal como um cadáver ou um elemento qualquer existente no fato ocorrido. O meio de prova é a categoria que disciplina a obtenção dos elementos de prova. É por meio desta categoria que se realiza a captação/apreensão dos dados da realidade objetiva para sua introdução no processo. No processo penal brasileiro destacam-se como meios de prova, regulados pelo Código de Processo Penal (CPP): o Interrogatório , disciplinado nos art. 185 ao 196, dispositivos que foram recentemente alterados pela Lei n.º 10.792/03; a Acareação, prevista nos arts. 229 e 230; o Depoimento do Ofendido, disposto no art. 201, e o das Testemunhas, disposto nos arts. 202 ao 225; a Perícia, constante dos arts. 158 ao 184; o Reconhecimento de Pessoas e Coisas, regulado nos arts. 226, 227 e 228; e a Busca e Apreensão reguladas nos arts. 240 ao 250 do CPP. Diferenciar o meio de prova das demais categorias, que integram o instituto da prova é imprescindível para que seja possível desconstituir-se a noção equívoca compartilhada pela doutrina ao utilizar o termo "prova ilícita", pois não existe "prova ilícita", mas sim prova obtida por meio ilícito. Após a obtenção do elemento de prova por meio lícito e legalmente permitido, tem-se ainda que fixar o mesmo nos autos de processo. Para tanto é necessário a utilização da categoria CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 22 do instrumento de prova, que se destina a materializar de modo gráfico-formal os elementos obtidos. A prova em sentido jurídico-processual deve ser compreendida como a resultante da extração na faticidade dos elementos de prova pelos meios legalmente previstos, formalizados nos instrumentos que os fixam aos autos do procedimento, servindo de base para a formação do conhecimento. Provar em direito é representar e demonstrar, instrumentando os elementos de prova pelos meios de prova. Meio de prova é, entre as categorias integrantes do instituto jurídico da prova, aquela sob a qual deve recair a análise da licitude/ilicitude da obtenção dos elementos de prova, justamente por ser a categoria que disciplina a captação/apreensão dos referidos elementos, (Silva, 2006). Assim, os elementos empregados na feitura do Inquérito são as PROVAS, meios que servem para demonstrar algo. No IP as provas são os meios pelos quais são evidenciados os atos e fatos pertinentes as ocorrências criminosas, a fim de que aquele que tomar conhecimento delas aceite como verdade. Nesse sentido, prova é tudo aquilo que pode trazer ao espírito a certeza de um fato, prova é a soma dos meios produtores da certeza. (Rosa, 1938, PAG 181apud, Costa, 2000) O Código de Processo Penal enumera quais as provas que entram na composição de um Inquérito Policial: Coisas apreendidas (art. 6º, II e art. 240), Informações das vítimas (art. 6º IV e art.201), Informações de testemunhas (art. 6º III e art. 202), Informações de acusados (art. 6º V e arts. 185 e 197), Acareação (art. 6º VI e art. 229), Reconhecimento (art. 6º VI e art. 226), Documentos (art. 6º III e art. 231) Perícias em geral (art.6º VII e art. 158) Identificação datiloscópica (art.6º VIII) Estudo da vida preserva (art.6º IX) Reconstituição (art.7º) Podemos ainda, apresentar dois grupos de PROVAS: o das Subjetivas ou Informativas e das Objetivas ou Materiais. Um terceiro grupo designado como de complementares, que durante o desenvolvimento do curso será esclarecido. Corpo de Delito CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 23 Sargento, o que é Corpo de Delito? Vamos aprender? Em Mallmith (2007), observamos que de maneira didática, os objetos encontrados no local da infração penal podem ser segmentados em duas partes: o corpo de delito e os vestígios. O corpo de Delito no Código de Processo Penal, se referindo apenas ao ser humano. Entretanto atualmente, entende-se corpo de delito como qualquer ente material relacionado a um crime e no qual é possível efetuar um exame pericial. “É o delito em sua corporação física. ” O corpo de delito é o elemento principal de um local de crime, em torno do qual gravitam os vestígios e para o qual convergem as evidências. É o elemento desencadeador da perícia e o motivo e razão última de sua implementação. (Mallmith, 2007, p. 8). Resumindo, podemos dizer que o corpo de delito é aquele objeto que, removido da cena do crime, descaracterizaria por completo a ocorrência, tornando-a até, em alguns casos, inexistente. Ônus da Prova Os doutrinadores reconhecem como um problema fundamental do Direito no processo o ônus probandi. Quem deve provar? Quais as consequências para quem não tem a obrigação e qual o efeito de deixar de fazer ou fazer de modo insuficiente, assim o art. 156 do CPP “A prova da alegação incumbirá a quem a fizer; mas o juiz poderá, no curso da instrução, ou antes, de proferir a sentença, determinar, por ofício, diligências para dirimir dúvidas sobre ponto relevante”. Neste sentido, o novo CPC, Lei 13.105 de 19 de março de 2015 no seu Art. 373. O ônus da prova incumbe: ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 24 diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. § 2o A decisão prevista no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. § 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando: recair sobre direito indisponível da parte; tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. § 4o A convenção de que trata o § 3o pode ser celebrada antes ou durante o processo. Deste modo, a pretensão punitiva do Estado se fundamenta num fato delituoso que se atribui a determinada pessoa, o acusado. Se aplicarmos aquela regra ao processo penal, ter-se- á que ao Estado incumbir à prova da existência do fato criminoso e de sua autoria, que embase o jus puniendi. E o acusado, se incumbirá da demonstração de outros fatos que possam impedir, modificar ou extinguir aquele jus puniendi, como, por exemplo, as causas de exclusão de ilicitude ou culpabilidade. Para o processo o réu será absolvido quando não houver prova da existência do fato, CPP artigo 386, n° II, ou quando não existir prova de ter concorrido para a infração penal CPP, artigo 386, n° IV. Deduz-se de ambos os preceitos que à parte acusadora incumbe fornecer os meios necessários de prova para a demonstração da existência do corpus delicti e da autoria. Daí se segue que todos os elementos constitutivos do tipo devemter sua existência provada, ficando o ônus probandi, no caso, para a acusação. “Cabe a esta demonstrar, não só a chamada materialidade do crime (o que é função do auto de corpo de delito), como ainda os elementos subjetivos e normativos do tipo”. De modo que para o réu que goza da presunção de inocência, a prova do crime quer a parte objecti, quer a parte subjecti, deve ficar a cargo da Acusação. No caso do ônus da prova para a defesa ela é um ônus imperfeito, em virtude do in dúbio pro reo, que leva a absolvição nos casos de dúvida, pelo fato de bastar suscitar uma dúvida razoável para que esta milite em seu favor. PROVA MATERIAL – INVESTIGAÇÃO OBJETIVA Você saberia dizer o que são provas objetivas? Que tal aprender? CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 25 As provas Objetivas são denominadas provas mudas, são aquelas baseadas em vestígios, são colhidas e entregues para apreciação dos peritos e são transportadas ao Inquérito por meio de laudos. A finalidade é provar a materialidade do delito. Conceito de Investigação Objetiva A investigação é realizada pela Polícia Judiciária que pode ser estadual ou federal, porém não é exclusividade dela. Os parlamentares podem realizar investigação, porém esta é voltada para fatos políticos e possuem desdobramentos criminais, a Constituição Federal prevê as CPI para crimes políticos. Portanto, não é exclusividade do delegado fazer investigação. O Inquérito Policial é o procedimento utilizado pela Polícia Judiciária para investigar, apurar a infração penal, a fim de colher todos os elementos de prova relacionados com o fato. Trata-se de procedimento administrativo e meramente informativo. Não temos no inquérito policial o contraditório, ou seja, o Inquérito Policial é todo desenvolvido pelo Estado contra o investigado. Tudo o que for apurado devem ser renovados em juízo, ou seja, reproduzido para o juiz. Nesse sentido, a investigação objetiva, trata dos vestígios do crime, ou seja, da parte material do crime. Vestígios, Evidências e Indícios Sargento, você certamente já ouviu falar em vestígios, evidências e indícios? Saberia diferenciá-los? Vamos aprender? Como vestígio, entende-se: “Sinal que homem ou animal deixa no lugar onde passa; rastro, pegada, pista; no sentido figurado, indício, pista, sinal”. Os vestígios constituem-se, pois, em qualquer marca, objeto ou sinal sensível que possa ter relação com o fato investigado. A existência do vestígio pressupõe a existência de um agente provocador, é o que produziu o vestígio – ou contribuiu para tal e de um suporte adequado, o local onde fora produzido tal vestígio, quando se fala de algo material e o vestígio em si que é tudo o que é encontrado no local do crime que, após estudado e interpretado pelos peritos, pode se transformar em elemento de prova, individualmente ou associado a outros. Porém, antes de se transformar em uma prova, passará pela fase da evidência. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988 CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 26 Como evidência entende-se a “qualidade daquilo que é evidente, que é incontestável, que todos vêem ou podem ver e verificar”. No âmbito da Criminalística, porém, constitui uma evidência o vestígio que, após analisado pelos peritos, se mostrar diretamente relacionado com o delito investigado. As evidências são, portanto, os vestígios depurados pelos peritos. Observamos que as evidências, por decorrerem dos vestígios, são elementos exclusivamente materiais e, por conseguinte, de natureza puramente objetiva. O termo indício encontra-se explicitamente definido no artigo 239 do Código de Processo Penal: “Considera-se indício a circunstância conhecida e provada que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias. ”. Num primeiro momento, o termo definido pelo art. 239 do CPP parece sinônimo do conceito de evidência. Contudo, a expressão “indício” foi definida para a fase processual, portanto para um momento pós-perícia, o que quer dizer que a palavra “indício” carreia consigo, além dos elementos materiais de que trata a perícia, outros de natureza subjetiva, próprios da esfera da polícia judiciária, (Mallmith, 2007, pag 09). Tipos de Vestígios ou Evidências Existem inúmeros tipos de evidências físicas: Impressões digitais e outras; Evidências impressas; Evidências de fibras e cabelos/pelos; Outras evidências; Armas de fogo e ferramentas; Evidência biológica; Fluidos inflamáveis ou combustíveis; Material explosivo; Documentos questionados; Drogas; Evidência de marca de mordida; Evidência entomológica. Principais Vestígios Encontrados em Local de Infração Penal Dependendo do local de infração penal os vestígios encontrados serão diferenciados, sendo muitas vezes indicativos da infração penal cometida. CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 27 Neste sentido em Locais de Crime Contra o Patrimônio, os vestígios mais comumente encontrados são os danos aos bens móveis e imóveis, sendo muito comum a ruptura ou transposição forçada de fechaduras, cadeados, portas, janelas, dutos de ventilação, etc., propiciando, assim, um acervo maior de vestígios materiais na ação. Ainda nos Locais de Crime Contra a Vida, em que supostamente, tenha ocorrido um homicídio podem existir diversos tipos de vestígios associativos, manchas de sangue, em estado líquido ou na forma de crosta, arma, pegadas, instrumentos cortantes, entre outros. Nos crimes contra a dignidade sexual, o esperma é um vestígio importantíssimo, mas se pode observar marcas no corpo, hematomas e outros a serem observados pelos peritos ou pelo Médico Legista. Outros vestígios também podem estar presentes na cena do crime, a depender da natureza do delito, como saliva, leite, colostro, líquido amniótico, matéria fecal, urina, vômitos, fibras e pelo. Preservação da Prova Material – Cadeia de Custódia A evidência material, como já foi dito, pode ser qualquer elemento, desde grandes objetos aos itens microscópicos, produzido durante a execução de um crime e coletado no local ou em locais relacionados. Assim, com exceção das provas materiais, todas as outras fontes de informação sofrem com problemas de confiabilidade limitada. A evidência material, quando identificada e apropriadamente tratada, oferece a melhor perspectiva para prover informações objetivas e confiáveis envolvendo o incidente sob investigação. Tal valor da evidência, mesmo cuidadosamente coletada e preservada, pode ser perdido se a cadeia de custódia não for adequadamente constituída. Cadeia de custódia é geralmente reconhecida como o elo fraco em investigações criminais. E refere-se ao procedimento de documentação cuidadosa e cronológica da evidência material para estabelecer a sua ligação à infração penal. Desde o início até o fim do processo judicial, é fundamental ser capaz de demonstrar cada passo (todas as etapas) para assegurar o “rastreamento” e a “continuidade” da evidência desde o local de crime até a sala do tribunal. PROVA SUBJETIVA – INVESTIGAÇÃO SUBJETIVA CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 28 Você sabia que as provas subjetivas são informações ou notícias? E que suas fontes são as pessoas participantes dos acontecimentos tais como vítimas, acusados, e qualquer pessoa que teve conhecimento direto ou indireto dos fatos? Conceito de Investigação Subjetiva e Prova Subjetiva Pode-se conceituar a prova subjetiva (ou pessoal) como sendo aquela que exprime o conhecimento subjetivo e pessoal atribuídos a alguém. Exemplificando: o interrogatório,os depoimentos, a confissão, as conclusões dos peritos e etc. Quanto ao seu valor jurídico, a prova a ser medida pelo juiz é aquela produzida em juízo, com observância dos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa e da publicidade. O artigo 155 do CPP deixa claro que uma decisão não poderá se fundamentar exclusivamente nos elementos obtidos na fase de investigação. Abordagem de Testemunhas, Vítimas e Suspeitos No que diz respeito à abordagem de testemunhas, vítimas e suspeitos, a atuação do policial militar deve se persuasiva, cortês e objetiva. O tom de voz e as palavras que usar incutirão imensa influência nas respostas que o policial irá receber. O tom de voz usado deve ser proporcional aos propósitos do policial, que pode sofrer variação de uma busca por informações até um pedido de cooperação ou ordem direta, como devem receber as pessoas sobre as quais existam fortes suspeitas. Apelidos, insinuações, gírias e brincadeiras não devem ser utilizados. O policial precisa manter-se emocionalmente imparcial ao dialogar durante a abordagem. Também não se deve perder de vista as questões legais inerentes ao tratamento que deve ser dispensado a algumas provas em espécie. Técnicas de Abordagem Interrogatório Pode-se definir o interrogatório como sendo a resposta dada pelo acusado às perguntas que lhe são formuladas, para esclarecimento do fato delituoso e suas circunstâncias. Atualmente o interrogatório ganha um caráter misto à sua natureza jurídica, podendo se constituir tanto como meio de defesa como fonte de prova (art. 187 do CPP). CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 29 Confissão Consiste no reconhecimento total ou parcial, feito pelo acusado, da verdade dos fatos pertinentes à acusação que lhe é imputada, podendo ser classificada como simples ou qualificada (art. 190 e art 197 do CPP). Ofendido O ofendido é o titular eventual do bem jurídico ameaçado ou atingido. A vítima não se confunde coma a testemunha, posto que não está compromissada e se mentir não incorrerá em falso testemunho, podendo, dependendo do caso, responder por denunciação caluniosa ou comunicação falsa de crime (art. 201 do CPP). Testemunha São os olhos e ouvidos da justiça, haja vista que toda pessoa pode servir como testemunha (art. 202 do CPP). Preservação da Prova Subjetiva Refere-se aos cuidados que se deve ter para viabilizar a utilização da prova subjetiva. A preservação pode ocorrer mediante a garantia dos cuidados médicos indispensáveis à manutenção da vida, à recuperação de alguma doença, o tratamento de ferimentos, como também nas medidas voltadas a garantir a integridade física, como o que ocorre com os programas de proteção à testemunha. Uma pessoa pode ser vítima, que presenciado e sobrevivido aos fatos será também testemunha, algo que também pode ocorrer com algum suspeito (ou infrator), o qual, diante de certas circunstâncias, também poderá se constituir em importante testemunha, correndo o risco de ser vítima de “queima de arquivo”. Atenção aos Comentários no Local de Crime A curiosidade das pessoas pode ser uma ferramenta interessante para auxiliar nas investigações, bastando que fique atento para captar estas informações no momento que elas estiverem sendo expostas no local do crime. Se o policial prestar atenção para esse aspecto, vai notar o quanto às pessoas fazem comentários sobre um crime ocorrido e que estão observando. Dentre essas pessoas que estão no local pode-se encontrar algum parente ou amigo próximo que, revoltado com o fato, esteja vociferando informações importantes para a elucidação do fato. Normalmente as pessoas que ali estão são das imediações e muitas conhecem alguma coisa sobre a vítima ou agressor. CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 30 Quando se aglomeram para ver o local e a própria movimentação policial, ficam a comentar os mais variados assuntos sobre o caso que estão vendo. Catalogar Possíveis Testemunhas Esta é uma importante ajuda para o esclarecimento do crime. Dessa forma, o policial que primeiro chegar ao local deve procurar sempre interagir com as pessoas que estejam nas imediações, verificando de forma sutil e informal pessoas que poderiam prestar algum testemunho do crime. A tarefa de identificar uma potencial testemunha pode ser executada simultaneamente com a “atenção nos comentários de populares”, procurando se aproximar de pessoas que estejam conversando ou demonstrando algum interesse em observar o ambiente do delito. Observar Possíveis Suspeitos Prestar bastante atenção aos comentários das pessoas que estão observando o local de crime, pois nestes as possibilidades de observar e/ou identificar suspeitos daquele crime são maiores. É comum em alguns casos o autor do crime estar nas imediações ou no próprio local observando o trabalho da polícia e da perícia. Existem até aqueles mais ousados que vêm conversar com algum policial, na tentativa de extrair informações sobre o que já foi descoberto sobre o crime e, assim, poder avaliar quanto a sua segurança de não ser descoberto. Reflexão O primeiro policial que chegar ao local de crime deve estar ciente das providências e tarefas a serem realizadas. Melhor e mais seguro será o resultado da investigação como um todo, pois a tomada de providências adequadas garante mais segurança ao próprio policial, às vítimas e à investigação. Destaca-se como é importante a realização de tarefas pelo primeiro profissional no sentido de auxiliar na investigação e preservar as informações. SOLICITAÇÃO DE EXAMES PERICIAIS DE NATUREZA CASTRENSE Sargento, você já ouviu falar em Exames Periciais de Natureza Castrense? Vamos aprender os diferentes tipos de exames solicitados? Nesta Unidade, vamos conhecer a Nota de Instrução 003/2008 que regula os procedimentos a serem adotados pela Corporação quanto ao fiel cumprimento das normas legais CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 31 pertinentes à solicitação de Exames Periciais de natureza castrense ao Centro de Criminalística da PMERJ (CCrim). Neste sentido, cabe ressaltar que a obrigação legal de preservar e isolar cabe ao primeiro policial que chegar no local, salientando que conforme o Art. 12 do CPPM, logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar, verificável na ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 10 deverá, se possível: a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a situação das coisas, enquanto necessário. b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o fato; c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no art. 244; d) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias. Dessa maneira as autoridades a que se referem o § 2º do art. 10 apesar da delegação não obsta que o oficial responsável por comando, direção ou chefia, ou aquele que o substitua ou esteja de dia, de serviço ou de quarto, tome ou determine que sejam tomadas imediatamente as providências cabíveis, previstas no art. 12, uma vez que tenha conhecimento de infração penal militar que lhe incumba reprimir ou evitar. Métodos de acionamento do CCRIM Para o correto acionamento do CCRIM, as atuações do centro podem ser divididas de duas maneiras: o acionamento que exige a presença imediata do perito, que pela natureza do fato ou pelas circunstâncias os elementos materiais podem ser perdidos, e quando a presença do Perito Militar não é requisito fundamental para apuração da materialidade do fato. Nos casos em que a presença do perito seja fundamental, dividimos didaticamente da seguinte maneira: a primeira, quando pelo fato ou natureza da prisão, torna-se necessário a presença imediata do Perito Militar, a segunda o acionamento é realizado diretamente pelo Comandante, Chefe ou Diretor,seguido de posterior instauração de procedimento apuratório competente, e finalmente fora do expediente quando efetuado pela Supervisão de Oficiais, Oficial de Dia ou Oficial mais antigo da OPM que esteja representando o Comandante, Chefe ou Diretor, comumente este acionamento é realizado após o expediente. Quando se exige a imediata presença do perito: Quando efetuado por Presidente de Auto de Prisão em Flagrante de Delito, APF: Solicitar ao Chefe do CCrim o deslocamento da equipe de Peritos Militares através dos meios de comunicação disponíveis na corporação; Ratificar por ofício (Anexo I) a solicitação efetuada, no prazo máximo de cinco dias úteis, a contar da data de acionamento; Explicitar no ofício o tipo de exame solicitado e os quesitos a serem respondidos, conforme artigos 316 e 317 do Código Processual Penal Militar (CPPM). CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 32 Observar o fiel cumprimento da NI nº 006/98 (republicada no BOL PM nº 062, de 02ABR2001), no que se refere ao isolamento e preservação do local de infração penal, considerando ainda o disposto no art. 339 do CPPM: “é responsabilidade da autoridade solicitante a preservação do estado das coisas até a chegada dos peritos”, havendo mesma previsão no art. 169 do CPP. Quando efetuado por Comandante, Chefe ou Diretor: Solicitar ao Chefe do CCrim o deslocamento da equipe de Peritos Militares através dos meios de comunicação disponíveis na corporação; Certificar-se através da Supervisão de Oficiais ou outro meio que julgar conveniente e eficaz, de que o local está isolado e preservado, observando o fiel cumprimento da NI nº 006/98 (republicada no Bol PM nº 062, de 02ABR2001), considerando ainda o disposto no art. 339 do CPPM: “é responsabilidade da autoridade solicitante a preservação do estado das coisas até a chegada dos peritos”, havendo mesma previsão no art. 169 do CPP; Sendo constatada a inidoneidade do local (não preservação), adotar as ações necessárias ao isolamento e preservação do mesmo, conforme alínea alfabética anterior. Instaurar o devido procedimento apuratório que o caso requer (IPM, Sindicância, Averiguação, Inquérito Técnico), determinando que o Encarregado ratifique, através de ofício (Anexo I), a solicitação do exame pericial pretérito, no prazo máximo de dez dias úteis, a contar da data de acionamento dos peritos; Nos casos de acidente de trânsito sem vítima, cujas viaturas tenham sido removidas, com base nas Leis Federais nº 5.970/73 (para remoção veículos civis) e 6.174/74 (para remoção veículos militares), art. 1º e parágrafo únicos, respectivamente, permanecendo a necessidade de realização do Exame Pericial da(s) viatura(s) envolvida(s), o Comandante, Chefe ou Diretor agendará a ida do Perito Militar à sua OPM durante o horário de expediente, instaurando em seguida o devido Inquérito Técnico, cujo encarregado ratificará através de ofício (Anexo I), a solicitação de exame pericial pretérita, no prazo máximo de dez dias úteis, a contar da data de acionamento dos peritos. CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 33 Quando efetuado pela Supervisão de Oficiais, Oficial de Dia ou Oficial mais antigo da OPM que esteja representando o Comandante, Chefe ou Diretor após o expediente: Este tipo de acionamento somente poderá ocorrer após o expediente regulamentar da Corporação, para os locais que exijam presença IMEDIATA do Perito Militar; O Oficial de serviço mais antigo da OPM solicitante (Supervisão de Oficiais, Oficial de Dia, Oficial de Permanência ou Sobreaviso) deverá primeiramente certificar-se de que o local não tenha sido alterado; A constatação de idoneidade de local (preservação e isolamento) deverá ser efetuada, preferencialmente, pela Supervisão de Oficiais, observando o fiel cumprimento da NI nº 006/98 (republicada no Bol PM nº 062, de 02ABR2001), considerando ainda o disposto no art. 339 do CPPM: “é responsabilidade da autoridade solicitante a preservação do estado das coisas até a chegada dos peritos”, havendo mesma previsão no art. 169 do CPP; Contatar o Perito Militar de Dia de serviço ao CCrim através dos meios de comunicação disponíveis na corporação; Participar a solicitação de realização do Exame Pericial em questão no Livro de Parte Diárias (LPD) próprio ao serviço da OPM, cujo tópico servirá de guisa à instauração do devido procedimento apuratório (IPM, Sindicância, Averiguação, IT) pelo Comandante, Chefe ou Diretor da OPM, ficando sob a responsabilidade do Encarregado de tal procedimento a realização do ofício ao Chefe do CCrim (Anexo I) de ratificação da solicitação do exame pericial pretérito, no prazo de dez dias úteis, a contar da data de acionamento do Peritos; Acionamento efetuado por Encarregados de Procedimentos Administrativos para Exames Periciais que não necessitem da presença imediata do Perito Militar: Oficiar ao Chefe do CCrim solicitando a nomeação de 02 (dois) oficiais Peritos Militares para atuarem no exame solicitado; e Explicitar no ofício em questão, o tipo de Exame Pericial a ser realizado e os quesitos a serem respondidos, na forma dos artigos 316 e 317 do Código Processual Penal Militar (CPPM). Dos Tipos de Exames Periciais Realizados Pelo CCrim Conforme consta na NI 003/2008, os Tipos de Exames Periciais realizados pelo CCrim a serem especificados nos ofícios de solicitação: Balístico: CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 34 • Balística Interna (mecanismo); Balística Terminal (impacto P.A.F.); Obliteração; Comparação Balística; Balística Externa (trajetória); Munição; Explosivo; Identificação de Armamento; Petrechos; Avarias; Vestígios de Disparo; Compatibilidade de Peças Documentoscópico/Grafotécnico/Grafodocumentoscópico: • Autenticidade Gráfica: • Assinatura; • Rubrica; • Texto. • Autoria Gráfica: • Assinatura; • Rubrica; • Texto. • Autenticidade Documental: • Diploma; • Cédula de Identidade; • Cédula Monetária. • Adulteração Documental: • Subtrativa; • Aditiva; • Mista; • Cronológica. • Mecanográfico: • Identificação do Sistema; • Autoria. Local CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 35 • Acidente de Tráfego: • Com Vítima; • Sem Vítima. • Dano: • Edificação; • Veículo. • Furto ou Roubo: • Armário; • Cofre; • Edificação; • Veículo. • Impacto de P.A.F.: • Edificação; • Veículo. • Incêndio: • Edificação; • Veículo; • Morte. • Com rompimento de obstáculo; • Sem rompimento de obstáculo; • Constatação de vestígios preparatórios Reprodução Simulada (Reconstituição) • Acidente de Tráfego; • Fuga; • Morte; • Trajetória de P.A.F.; • Detonação de Artefato Explosivo. Laboratório CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 36 • Entorpecente: • Cocaína; • Maconha; • Crack; • Outros. • Manchas; • Marcas; • Impressões; • Material Explosivo. Merceológico • Avaliação Direta ou Indireta: • De armas; • Eletro - eletrônicos; • Vestimenta; • Veículo; • Documentos; • Outros. Material • Instrumento de ação ilícita; • Equipamento PM; • Uniforme PM; • Vestimenta em Geral; • Objetos (utensílios); • Celular; • Rádio; • Outros. Veículo • Obliteração de Chassi; • Autenticidade de Chassi; • Avaliação do Sistema de Segurança; • Avaliação do Sistema de Comandos (direção); • Impacto de P.A.F.; • Adulteração de Hodômetro; • Identificação das Características; CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 37 • Constatação de Avarias; • Incêndio. Audiovisual • Fonética Forense; • Imagem; Computação Forense (COM) Papiloscopia (PAP) • Levantamento Papiloscópico: • Dependências; • Objeto Veículo; • (Utensílios); • Documentos.• Confronto Papiloscópico; • Outros. CONCLUSÃO Tendo em vista a conclusão deste curso o importante é salientar que a criminalística é a disciplina que tem como objetivo o reconhecimento e a interpretação dos indícios materiais extrínsecos, relativos ao crime ou à identidade do criminoso, tendo sua origem na Medicina Legal. Sua ação no crime, aqui descrito como fato típico, antijurídico e culpável, é sempre a de fornecer elementos materiais para o inquérito e para fundamentar a decisão do tribunal. Na Policia Militar utilizamos a expressão local de infração penal, cujo significado é mais amplo que crime, para o qual os diversos órgãos do Estado atuam conforme a Constituição os determina. Definimos o local de infração penal como a região do espaço em que ocorreu um evento delituoso, cuja primeira tarefa é o isolamento da área no caso dos crimes que estejam consumados, seguido da preservação e comunicação do fato as autoridades. Sendo ainda, tarefa da Policia Militar, se possível arrolar testemunhas e aguardar no local até a chegada da autoridade de polícia judiciária. Neste sentido, a autoridade de polícia judiciária é o Delegado nos crimes comuns e o Comandante da OPM nos casos dos crimes militares, ou em ambos os casos quem estas autoridades delegarem para representá-los. CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 38 Neste, sentido corpo de delito é o elemento principal de um local de crime, em torno do qual gravitam os vestígios e para o qual convergem as evidências, que posteriormente no inquérito se transformará em prova, que é todo elemento pelo qual se procura mostrar a existência e a veracidade de um fato. Assim, a doutrina incumbe à acusação provar a existência do fato criminoso e de causas que implicar aumento de pena, e como está previsto no Art 156 do CPP “A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício...”, de modo, que na cadeia de custódia, todos possuem responsabilidade para garantia do jus puniendi do Estado. Podemos dividir de maneira didática o inquérito em duas partes, uma objetiva e outra subjetiva, cuja, separação que trata resumidamente das provas materiais e testemunhais. No que tange ao serviço policial militar devemos observar que o isolamento e preservação do local de infração penal é, fundamental para elucidação do fato e para se determinar a autoria e materialidade dos fatos e que muitas vezes, ao deixar de observar determinados procedimentos previstos na legislação interna, podem trazer grande prejuízo para ação penal, o que muitas vezes faz com que autores e crimes deixem de ser responsabilizados e escapem ao crivo da Justiça. Especificamente nos casos dos Crimes Militares, além da observação dos preceitos institucionais, é preciso salientar que a função de autoridade de polícia judiciária é exercida pelo Comandante da OPM, e que conforme o Código de Processo Militar no § 2º do art. 10 “O aguardamento da delegação não obsta que o oficial responsável por comando, direção ou chefia, ou aquele que o substitua ou esteja de dia, de serviço ou de quarto, tome ou determine que sejam tomadas imediatamente as providências cabíveis, previstas no art. 12, uma vez que tenha conhecimento de infração penal que lhe incumba reprimir ou evitar.” Convém ressaltar que, conforme o CPPM em sua alínea “a” do art. 12 a autoridade de polícia que trata o art 10, deverá se dirigir ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a situação das coisas, enquanto necessário. Assim, os conhecimentos adquiridos neste curso, são uma ferramenta auxiliar no desenvolvimento da atividade policial ostensiva, servindo de guisa para o estabelecimento da correta cadeia de custódia, permitindo assim, que o Tribunal forme juízo adequado, podendo alcançar a Justiça. CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. DECRETO-LEI 2.848 de 07 de Dezembro de 1940. Código de Processo Penal. Disponível em http://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-2848-7- dezembro-1940-412868-publicacaooriginal-1-pe.html, acessado em 20 de julho de 2018. BRASIL. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA (SENASP). Rede de Educação a Distância para Segurança Pública. Curso Local de Crime: isolamento e preservação. Disponível em: https://ead.senasp.gov.br/.. Acesso ao conteúdo com login e senha. CRESPO, Aderlan. Curso de Criminologia: as relações políticas e jurídicas sobre o crime. Rio de Janeiro, Elservier, 2009. Costa, João Roberto da. Obtenção de prova no Inquérito policial. 2000. Disponível em: https://jus.com.br/duvidas/38205/obtencao-de-provas-no-inquerito-policial, acessado em 20 de julho de 2018. http://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-2848-7-dezembro-1940-412868-publicacaooriginal-1-pe.html http://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-2848-7-dezembro-1940-412868-publicacaooriginal-1-pe.html https://jus.com.br/duvidas/38205/obtencao-de-provas-no-inquerito-policial CRIMINALÍSTICA APLICADA – CAS 2020 40 ESPINDULA, Alberi. Local de Crime: isolamento e preservação, exames periciais e investigação criminal. Brasília: Alberi Espindula Ed., 2002. GARRIDO, Rodrigo Grazinoli et all. Ciencia Forense: uma introdução à criminalística. Rio de Janeiro, R. Grazionoli Garrido, 2012. GARRIDO, Rodrigo Grazinoli e GIOVANELLI, Alexandre. Criminalística: Origem, Evolução e Descaminhos. Cadernos de Ciências Sociais Aplicadas, v. 5, p. 43-60, 2006. GARRIDO, Rodrigo G. 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